sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz ano novo aos amigos


O nosso caminho é feito
Pelos nossos próprios passos...
Mas a beleza da caminhada...
Depende dos que vão conosco!

Assim, neste NOVO ANO que se inicia
Possamos caminhar mais e mais juntos...
Em busca de um mundo melhor, cheio de PAZ,
SAUDE, COMPREENSÃO e MUITO AMOR.

O ano se finda e tão logo o outro se inicia...
E neste ciclo do "ir" e "vir"
O tempo passa... E como passa!
Os anos se esvaem...
E nem sempre estamos atentos ao que
Realmente importa.

Deixe a vida fluir
E perceba entre tantas exigências do cotidiano...
O que é indispensável para você!
Ponha de lado o passado e até mesmo o presente!

E crie uma nova vida... Um novo dia...
Um novo ano que ora se inicia!
Crie um novo quadro para você!
Crie, parte por parte... Em sua mente...
Até que tenha um quadro perfeito para o futuro...

Que está logo além do presente.
E assim dê início a uma nova jornada!
Que o levará a uma nova vida, a um novo lar...
E aos novos progressos na vida!
Você logo verá esta realidade, e assim encontrará
A maior Felicidade... E Recompensa...

Que o ANO NOVO renova nossas esperanças,
E que a estrela crística resplandeça em nossas vidas
E o fulgor dos nossos corações unidos intensifique
A manifestação de um ANO NOVO repleto de vitórias!
E que o resplendor dessa chama

Seja como a tocha que ilumina nossos caminhos
Para a construção de um futuro, repleto de alegrias!
E assim tenhamos um mundo melhor!
A todos vocês companheiros (as) que temos o mesmo ideal,
Amigos (as) que já fazem parte da minha vida,
Desejo que as experiências próximas de um ANO NOVO
Lhes sejam construtivas, saudáveis e harmoniosas.
Muita Paz em seu contínuo despertar!
"UM FELIZ 2012"

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

RESPEITO À VIDA


O respeito à vida se fundamenta na lei natural, a lei de amor.
Em todo lugar onde vige a vida do homem, cumpre o dever de respeitá-la, preservando-a.
Não somente consideração pela sua existência, como esforço bem dirigido para sustentá-la.
Respeito à natureza, aos minerais, aos vegetais, aos animais...
*
A criança, que se acerca de ti, impõe-te o respeito que merece o futuro, nela em gérmen.
O azedume, a rispidez, a impiedade, a dureza com que a receberes dela farão o cidadão desventurado, que a intemperança moldou.
Ninguém tem o direito de espezinhar um ser em formação, sem incorrer no grave delito, que a Lei anota, de perturbar-lhe a marcha...
O jovem, que procura o teu apoio, é digno de respeito, porque em trânsito orgânico e psíquico, nele se insculpem os comportamentos que mais o atinjam.
As expressões da agressividade com que seja tratado despertarão nele o réprobo que dorme e poderia ser vencido, fossem outras as atitudes com que o recebessem...
O adulto necessita de respeito.
O hábito de pensar e falar mal do próximo facilita a deteriorização do conceito em torno das criaturas, facilitando o descrédito e a desconsideração pelos outros.
Ninguém tem o direito de medir o comportamento de outrem pelas suas reações, nem julgar com os dados que se atribui possuir.
Aquele que parece censurável está sob injunções que pedem ajuda e caridade, não reprimenda e desrespeito.
O respeito à pessoa humana é impositivo cristão, dever que toda criatura é convidada a sustentar no relacionamento social.
Alguém em ignorância espera a claridade do conhecimento; em doença, a dádiva do medicamento; em abandono, o contributo da solidariedade; em qualquer circunstância, a competente ajuda.
Ajuda sempre!
O ancião, em combalimento, tem necessidade do respeito pela existência vencida a penates e o apoio que as fracas forças esperam da juventude e da madureza dos homens...
Respeito sempre!
*
Coloca-te na situação do outro; procura pensar como o outro; compenetra-te da posição do outro e compreenderás a alta significação do que é o respeito que gostarias de receber, como desejarias ser tratado.
Faze, então, conforme pretendes que façam contigo.
Jesus atendeu a uma mulher aturdida, sem sindicar-lhe o passado, nem examinar-lhe o presente; abençoou as criancinhas, sem selecioná-las por casta ou posição social; recebeu os enfermos do caminho sem inquiri-los quanto às causas das suas mazelas; ouviu o ladrão na cruz sem interroga-lo quanto aos motivos que o tornaram delinquente...
A todos ajudou, amoroso, valorizando e socorrendo cada um com profundo respeito pela vida, respeito pela criatura.

(De Oferenda, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Angelis)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal



"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens". (Lucas, 2:14).

O cântico das legiões angélicas, na Noite divina, expressa o programa do Pai acerca do apostolado que se reservaria ao Mestre nascente.

O louvor celeste sintetiza, em três enunciados pequeninos, a plataforma do Cristianismo inteiro.

Glória a Deus nas Alturas, significando o imperativo de nossa consagração ao Senhor Supremo, de todo o coração e de toda a alma.

Paz na Terra, traduzindo a fraternidade que nos compete incentivar, no plano de cada dia, com todas as criaturas.

Boa vontade para com os homens, definindo as nossas obrigações de serviço espontâneo, uns à frente dos outros, no grande roteiro da Humanidade.

O Natal exprime renovação da alma e do mundo, nas bases do Amor, da Solidariedade e do Trabalho.

Dantes, os que se anunciavam, em nome de Deus, exibiam a púrpura dos triunfadores sobre o acervo de cadáveres e despojos dos vencidos.

Com o Enviado Celeste, que surge na Manjedoura, temos o Divino vencedor arrebanhando os fracos e os sofredores, os pobres e os humildes para a revelação do Bem Universal.

Dantes, exércitos e armadilhas, flagelos e punhais, chuvas de lodo e lama para a conquista sanguinolenta.

Agora, porém, é um Coração armado de Amor aberto à compreensão de todas as dores, ao encontro das almas.


Livro: Segue-me
Emmanuel / Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Indagação de Natal

A soberania das nações esfacelava-se sob o vigor das tropas que as submetiam à condição de vergonha.
Os tronos, erguidos sobre os cadáveres do passado, ruíam em escombros que sepultavam outras vidas.
O predomínio da força transferia as rédeas do poder de umas para outras mãos mais vigorosas, enquanto a alucinação sanguissedenta devorava as mais belas florações do sentimento humano.
Os bárbaros, que se destacavam pela violência e se notabilizavam pelo vigor das glórias conseguidas nos campos de batalha, escravizavam os filósofos.
A espada silenciava o pensamento.
O direito da força predominava, estiolando a grandeza do direito à vida, ao amor, à fraternidade.
A liberdade fizera-se apanágio dos poderosos, que se compraziam em vilipendiar e destruir, violando todas as conquistas do gênero humano.
O medo abraçava a bajulação, e a urdidura da intriga e do crime selecionava aqueles que tinham o direito à vida e ao gozo, sempre, no entanto, transitórios, de alto preço.
É nesse clima sócio-político-moral que nasceu Jesus.
Em pleno fastígio do império de Augusto, Ele surge no silêncio de uma noite fria e inicia a Era da Paz.
Com Ele surgem a esperança e a liberdade, os direitos humanos e a glória da imortalidade.
Quando alcança a idade da razão, altera a marcha da História e insculpe, nos metais das vidas, os indestrutíveis símbolos do amor e da felicidade.
Instala o reinado da ternura e estabelece a diretriz do perdão, como elementos indispensáveis à vivência ditosa.
Protótipo da coragem, faz-se Homem Integral e Cósmico, ensinando a resistência ao mal e a utilização da humildade em detrimento da opressão e da soberba da violência.
Liberta todos aqueles que O buscam, mesmo que aparentemente estejam submissos e escravizados.
Jesus é o Herói de todas as batalhas, que verte suor e sangue, doando-se em holocausto vivo, que abala a consciência dos tempos.
*
Estes são outros tempos, não muito diferentes daqueles, os tempos nos quais Ele nasceu.
Há também predomínio da força e esmagamentos dos ideais, ganância e loucura nos quais os homens se locupletam, vitimados em si mesmos.
Não obstante, há glórias do amor e do sacrificio, da abnegação e da renúncia.
Milhões de vidas que se estiolam na fome, na miséria moral e econômica, aguardam que Jesus volte a nascer, a fim de poderem respirar e viver, adquirindo a dignidade que lhes tem sido negada pelos enganados-enganadores, ora guindados ao poder temporal.
Imprescindível que cada homem se pergunte o que tem sido feito em favor de si mesmo, no sentido da sua realidade eterna e em relação ao seu próximo.
Não seria o momento próprio para que, por tua vez te indagues se Jesus já nasceu no teu coração e cresceu na tua vida, alterando as tuas e as estruturas da sociedade para melhor?
Se tal ainda aconteceu, utiliza-te deste Natal e deixa-O renascer nas paisagens do teu mundo íntimo, a fim de que o reino de paz tenha início, de imediato, no país do teu coração, alargando-se por toda a Terra, e gerando o clima de felicidade para todos.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. cap. 20. Livraria Espírita Alvorada Editora.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nas Orações de Natal

Rememorando o Natal, lembramo-nos de que Jesus é o Suprimento Divino à Necessidade Humana.
Para o Sofrimento, é o Consolo;
Para a Aflição, é a Esperança;
Para a Tristeza, é o Bom Ânimo;
Para o Desespero, é a Fé Viva;
Para o Desequilíbrio, é o Reajuste;
Para o Orgulho, é a Humildade;
Para a Violência, é a Tolerância;
Para a Vaidade, é a Singeleza;
Para a Ofensa, é a Compreensão;
Para a discórdia, é a Paz;
Para o egoísmo, é a Renúncia;
Para a ambição, é o Sacrifício;
Para a Ignorância, é o Esclarecimento;
Para a Inconformação, é a Serenidade;
Para a Dor, é a Paciência;
Para a Angústia, é o Bálsamo;
Para a Ilusão, é a Verdade;
Para a Morte, é a Ressurreição.
Se nos propomos, assim, aceitar o Cristo por Mestre e Senhor de nossos caminhos, é imprescindível recordar que o seu Apostolado não veio para os sãos e, sim, para os antigos doentes da Terra, entre os quais nos alistamos...
Buscando, pois, acompanhá-lo e servi-lo, façamos de nosso coração uma luz que possa inflamar-se ao toque de seu infinito amor, cada dia, a fim de que nossa tarefa ilumine com Ele a milenária estrada de nossas experiências, expulsando as sombras de nossos velhos enganos e despertando-nos o espírito para a glória imperecível da Vida Eterna.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Os Dois Maiores Amores. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Simeão e o Menino

Dizem que Simeão, o velho Simeão, homem justo e temente a Deus, mencionado no Evangelho de Lucas, após saudar Jesus criança, no templo de Jerusalém, conservou-o nos braços acolhedores de velho, a distância de José e Maria, e dirigiu-lhe a palavra, com discreta emoção: 

- Celeste Menino - perguntou o patriarca -, porque preferiste a palha humilde da Manjedoura? Já que vens representar os interesses do Eterno Senhor da Terra, como não vestiste a púrpura imperial? como não nasceste ao lado de Augusto, o divino, para defender o flagelado povo de Israel? Longe dos senhores romanos, como advogarás a causa dos humildes e dos justos? Porque não vieste ao pé daqueles que vestem a toga dos magistrados? então, poderias ombrear com os patrícios ilustres, movimentar-te-ias entre legionários e tribunos, gladiadores e pretorianos, atendendo-nos à libertação... Porque não chegaste, como Moisés, valendo-se do prestígio da casa do faraó? quem te preparará, Embaixador eterno, para o ministério santo? que será de ti, sem lugar no Sinédrio? Samuel mobilizou a força contra os filisteus, preservando- nos a superioridade; Saul guerreou até à morte, por manter-nos a dominação; David estimava o fausto do poder; Salomão, prestigiado por casamento de significação política, viveu para administrar os bens enormes que lhe cabiam no mundo... 

Mas... tu? não te ligaste aos príncipes, nem aos juízes, nem aos sacerdotes... Não encontrarias outro lugar, além do estábulo singelo?!... 

Jesus menino escutou-o, mostrou-lhe sublime sorriso, mas o ancião, tomado de angustia, contemplou-o, mais detidamente, e continuou: 

-Onde representarás os interesses do Supremo Senhor? sentar-te-ás entre os poderosos? escreverás novos livros da sabedoria? improvisarás discursos que obscureçam os grandes oradores de Antena e Roma? amontoarás dinheiro suficiente para redimir os que sofrem? erguerás novo templo de pedra, onde o rido e o pobre aprendam a ser filhos de Deus? ordenarás a execução da lei, decretando medidas que obriguem a transformação imediata de Israel? 

Depois de longo intervalo, indagou em lágrimas: 

-Dize-me, ó divina Criança, onde representarás os interesses de nosso Supremo Pai? 

O menino tenro ergueu, então, a pequenina destra e bateu, muitas vezes, naquele peito envelhecido que se inclinava já para o sepulcro... 

Nesse instante, aproximou-se Maria e o recolheu nos braços maternos. Somente após a morte do corpo, Simeão veio a saber que o Menino Celeste não o deixara sem resposta. 

O Infante Sublime, no gesto silencioso, quisera dizer que não vinha representar os interesses do Céu nas organizações respeitáveis mas efêmeras da Terra. Vinha da Casa do Pai justamente para representá- Lo no coração dos homens. 

Livro: Antologia Mediúnica do Natal 
Irmão X & Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Convite de Natal

Enquanto a glória do natal se expande
Aqui, ali, além
Toda a Terra se veste de esperança
Para a festa do bem !

Natal ! ... Refaz-se a vida, alguém ressurge
Nos clarões com que o céu te anuncia ....
É Jesus pedir-te que repartas do teu pão de Alegria.

Para louvar-lhe os dons da presença Divina,
Não digas, alma irmã, que nada tens;
A riqueza do amor, no coração fraterno,
É o maior de teus bens...

Quando o dia se esvai e a noite desce
Ao comando da sombra que a domina,
Para varrer a escuridão da estrada
Basta a luz de uma vela pequenina.

O deserto se esfalfa em longa sede,
Na solidão em que se configura ...
Se chega simples fonte,
Ei-lo mudado em flórida espessura! ....

Ninguém sabe tão bem, senão aquele
Que a penúria desgasta ou desconforta,
O valor de uma veste contra o frio,
O Tesouro de um prato dado à porta.

A migalha de força é a base do universo,
Desde a furna terrestre à estrela mais remota !...
Todo livro se escreve, letra a letra,
Compõe-se a melodia, nota a nota

Alma irmã, no serviço da bondade
Jamais te afirmes desfavorecida
Pobres sementes formam ricas messes !
Assim também na vida . . .

O cobertor, o pão, a prece, o abraço,
Uma frase de paz e compreensão
Podem criar prodígios de trabalho
De reconforto e de ressurreição

Natal ! ... dá de ti mesmo o quanto possuas,
No amparo à retaguarda padecente;
Toda bênção de auxílio é socorro celeste,
Que Deus amplia indefinidamente.

Natal ! recorda o Mestre da Bondade !
Ele, o cristo e Senhor
Acendeu sobre a Terra o sol do Novo Reino
Com migalhas de amor!

Livro: Antologia Mediúnica do Natal
Maria Dolores / Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DOENÇAS FANTASMAS

Somos defrontados com frequência por aflitivo problema cuja solução reside em nós.
A ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos.
Referimo-nos às criaturas menos vigilantes, sempre inclinadas ao exagero de quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.
Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e, dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam a maneira de cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.
Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente em processos de desgastes, cujas conseqüência ninguém pode prever, ou entram, modo imperceptíveis para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.
Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem para trabalhar, sofrer e lutar.
Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável.
Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa à benéfica advertência da Natureza.
Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma,para que venhamos a clarear a existência e o rumo.
Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos através da auto-análise, criteriosa e consciente.
Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos amam e que perdem, inconseqüentemente, recurso e tempo valiosos, sofrendo em vão com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos testemunhos.
Nós que nos esmeramos no trabalho desobssessivo, em Doutrina Espírita, consagremos a possível atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos conduzimos por fatores lamentáveis de auto-obsessão.

(Do livro "Estude e Viva", pelo Espírito Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O HOMEM FLEXÍVEL

Nada na Terra pode vencer o homem flexível, pois tudo pode conseguir aquele que não oferece resistência. A propósito, a maioria das coisas muito duras tem grande propensão para quebrar.
Dizem as tradições orientais que a água é o mais poderoso dos elemen­tos, porque é a excelência no mais alto grau da "não-resistência”. Ela pode desgastar uma rocha e arrasar tudo à sua frente. Ao mesmo tempo, quando encontra uma pedra pelo caminho, não fica irritadiça, contorna os obstácu­los; e, se pressionada por algum motivo, comprime-se o quanto quer.
Não fica lá, parada, censurando, pois não vê nenhuma vantagem em perder tempo e energia por causa de um incidente natural. A água se desvia da pedra e segue normalmente seu curso. Por que se estressaria com a ordem regular das coisas?
As águas de um rio vão para o oceano, para o grandioso. É para isso que ela está em andamento. Isso é que importa. Os detritos são entraves característicos do caminho. Se a água combatesse os pedregulhos, as grandes pedras, árvores submersas, terrenos em declive, ela se consumiria desneces­sariamente e, por consequência, retardaria sua chegada ao mar.
Assim como o curso natural do rio tem como desígnio levar suas águas para a imensidade do oceano, nós igualmente temos um ministério a cumprir. Se ficarmos inflexíveis, resistindo e nos envolvendo com cada um dos pequenos contratempos do cotidiano, isso só vai redundar em impedi­mento para cumprimos a tarefa evolutiva de nossa existência.
Os antigos sábios perceberam que, no fato do bem viver, o que impera é a flexibilidade, tal como faz a água, o melhor modelo de fluxo da Natureza.
Durante as estações do ano, o que percebemos é seu movimento contínuo em todas as suas manifestações: rios, lençóis freáticos, lagos, mares, neve, degelo, nuvens e evaporação.
Se a vida é transformação, variação, ciclo e impermanência, o que rege a existência humana também são as oscilações sucessivas e flexíveis que obedecem a uma Ordem Providencial. É bom lembrarmos que as almas mais fortes são as mais maleáveis, abertas a mudanças e a novas informações.
Somos membros do Universo em contínua evolução e precisamos aprender a nos adaptar e a nos ajustar a uma visão de mundo passível de transformação, reciclando pensamentos, crenças e ideias, fazendo novas interpretações das circunstâncias e das ocorrências do cotidiano. Não deve­mos ser homens automatizados. Onde não há liberdade para se questionar, não há ética.
Nossa alma terá firmeza e vigor diante das intempéries se conseguir­mos manter a mesma flexibilidade do "caniço", prontos a ceder diante das renovações, reformulando planos, admitindo novas opiniões, aderindo a convicções baseadas em provas incontestáveis, fazendo associações prazerosas e estimulantes; angariando, assim, energias que fortalecem e alimentam o próprio espírito.
"Fluir" não quer dizer somente "passar por", "deixar-se conduzir", "percorrer distância”, "circular com rapidez". O fluxo ao qual nos referimos é muito mais do que isso. Na verdade, falamos da ritmicidade cósmica que comanda o Universo e que mantém tudo em perfeita ordem.
Não existe o caos. Em todas as coisas reina um ciclo, um propósito ou trajetória em completa harmonia. Às vezes, temos a impressão de que a desordem e a confusão mental invadem nosso reino interior, mas, se olharmos num nível mais profundo, perceberemos que tudo está em plena concordância. A dureza, a agitação e o tumulto provêm da postura ególatra da visão humana.
De modo geral, as pessoas resistentes, podem estar sendo assaltadas por fortes imagens mentais de situações de inflexibilidade vividas no lar. Quando uma criatura associa um fato recente a uma situação registrada anteriormente (ainda que não se dê conta disso), seus sentimentos agem imediatamente como se ela estivesse vivenciando o próprio fato precedente.
Existe uma ponte entre hábitos e generalização. A existência humana nada mais é do que uma textura de hábitos. Hábitos do pretérito somados aos do presente. Evidentemente, nossa forma costumeira de ser, fazer, sen­tir, individual ou coletivamente, é produto de nossas vivências associadas às mais diversas motivações. Elas determinam ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento individual da criatura.
MORAL DA HISTÓRIA:
Novas ocorrências requerem novas conclusões. Quando verificamos nossos equívocos ou mesmo mudamos de ideia sobre algo ou alguém e, ainda assim, permanecemos inflexíveis e arrogantes diante de uma tomada de decisão, isso pode ser o caminho certo para atingirmos a infelicidade e as desditas existenciais.
Não devemos subestimar a voz do coração ou nos julgar frágeis e fracos por mudarmos nossa maneira de sentir, pensar e agir diante das coisas. Sem erro não há conhecimento; sem conhecimento não há evolução: e sem evolução o homem não teria chegado ao estágio em que se encontra.
Cabe a nós, então, encarar os desacertos como parte integrante do processo evolutivo, como algo a ser repensado. Libertemo-nos das culpas, das eternas queixas, das comoções de irritação, da agressividade e da frustração.
Tentar parecer forte, enérgico e decidido perante as situações que requerem mudança pode nos levar ao que sucedeu com o carvalho.
Quebra "a árvore que enfrenta o vento forte e tenta a todo custo manter-se em pé; a cana dobra, inclina a fronte" e permanece ilesa.

(De “LA FONTAINE E O COMPORTAMENTO HUMANO”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo Espírito Hammed)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ESTE EMAIL VALEU O DIA !

Dona "Maria Jiló" é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está  
toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.
E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o anda dor em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.
Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Dona "Maria Jiló", a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.
E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe, e u posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem..
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e todos podem aprender, e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos afora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você � � depositar um monte de alegrias e felicidade na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.
Depois me pediu para anotar:
COMO MANTER-SE JOVEM
1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.
2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)
3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é a oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
4. Aprecie mais as pequenas coisas - Aprecie mais.
5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele /ela!
6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.
7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refúgio. Não o descarte..
8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a.
Se é instável, melhore-a.
Se não consegue melhora-la , procure ajuda.
9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa.
10. Diga às pessoas que as ama e que ama a cada oportunidade de estar com elas.
E, se não mandar isto a pelo menos quatro pessoas - quem é que se importa?
Serão apenas menos quatro pessoas que deixarão de sorrir ao ver uma mensagem sua.
Mas se puder, pelo menos, partilhe com alguém!
"O que de nós vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas?"
" O mundo é de quem se atreve."
"Um dia você aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida."
Por isso sempre que você puder e quiser mande notícias, de um telefonema aos amigos,parentes, aqueles com quem você realmente se importa e gostaria que fizesse parte da sua vida para sempre...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

JUSTIÇA DE CIMA

Quatro operários solteiros quase todos da mesma idade compareceram ao tribunal de Justiça de Cima, depois de haverem perdido o corpo físico, num acidente espetacular.
Na Terra, foram analisados por idêntico padrão.
Excelentes rapazes, aniquilados pela morte, com as mesmas homenagens sociais e domésticas.
Na vida espiritual, contudo, mostravam-se diferentes entre si, reclamando variados estudos e diversa apreciação.
Ostentando, cada qual, um halo de irradiações específicas, foi conduzido ao juiz que lhes examinara o processo, durante alguns dias, atenciosamente.
O magistrado convidou um a um a lhe escutarem as determinações, em nome do Direito Universal, perante numerosa assembléia de interessados nas sentenças.
Ao primeiro deles, cercados de pontos escuros, como se estivesse envolvido numa atmosfera pardacenta, o compassivo julgador disse, bondoso:
-De tuas notas, transparecem os pesados compromissos que assumiste, utilizando os teus recursos de trabalho para fins inconfessáveis. Há viúvas e órfãos, chorando no mundo, guardando amargas recordações de tua influência.
E porque o interpelado inquirisse quanto ao futuro que o aguardava, o árbitro amigo observou, sem afetação:
-Volta à paisagem onde viveste e recomeça a luta de redenção, reajustando o equilíbrio daqueles que prejudicaste. És naturalmente obrigado a restituir-lhes a paz e a segurança.
Aproximou-se o segundo, que se movimentava sob irradiações cinzentas, e ouviu as seguintes considerações:
-Revelam os apontamentos a teu respeito que lesaste a fábrica em que trabalhavas.
Detiveste vencimento e vantagens que não correspondem ao esforço que despendeste.
E, percebendo-lhe as interrogações mentais, acrescentou:
-Torna ao teu antigo núcleo de serviço e auxilia os teus companheiros e as máquinas que exploraste em mau sentido. É indispensável resgates os débitos de alguns milhares de horas, junto deles, em atividade assistencial.
Ao terceiro que se aproximou, a destoar dos precedentes pelo aspecto em que se apresentava, disse o juiz, generoso:
-As informações de tua romagem no Planeta Terrestre explicam que demonstraste louvável correção no proceder. Não te valeste das tuas possibilidades de serviço para prejudicar os semelhantes, não traíste as próprias obrigações e somente recebeu do mundo aquilo que te era realmente devido. A tua consciência está quite com a Lei. Podes escolher o teu novo tipo de experiência, mas ainda na Terra, onde precisas continuar no curso da própria sublimação.
Em seguida, surgiu o último. Vinha nimbado de belo esplendor. Raios de safira claridade envolviam-no todo, parecendo emitir felicidade e luz em todas as direções.
O juiz inclinou-se, diante dele, e informou:
-Meu amigo, a colheita de tua sementeira confere-te a elevação. Serviços mais nobres esperam-te mais alto.
O trabalhador humilde, como que desejoso de ocultar a luz que o coroava, afastou-se em lágrimas de júbilo e gratidão, nos braços de velhos amigos que o cercavam, contentes, e, em razão das perguntas a explodirem nos colegas despeitados, que asseveravam nele conhecer um simples homem de trabalho, o julgador esclareceu persuasivo e bondoso:
-O irmão promovido é um herói anônimo da renúncia. Nunca impôs qualquer prejuízo a alguém, sempre respeitou a oficina em que se honrava com a sua colaboração e não se limitou a ser correto para com os deveres, através dos quais conquistava o que lhe era necessário à vida. Sacrificava-se pelo bem de todos. Soube ser delicado nas situações mais difíceis. Suportava o fígado enfermo dos colegas, com bondade e entendimento. Inspirava confiança. Distribuía estímulo e entusiasmo. Sorria e auxiliava sempre. Centenas de corações seguiram-no, além da morte, oferecendo-lhe preces, alegrias e bênçãos.
A Lei Divina jamais se equivoca.
E porque o julgamento fora satisfatoriamente liquidado, o tribunal da Justiça de Cima, encerrou a sessão.

Contos e Apólogos – Francisco Cândido Xavier / Irmão X

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mitos

A história do homem é a conseqüência dos mitos e cren­dices que ele elaborou para a sobrevivência, para o seu pen­samento ético.
Medos e ansiedades, aspirações e sofrimentos estereoti­pam-se em fórmulas e formas mitológicas que lhe refletem o estágio evolutivo, em alguns deles perfeitamente consentâ­neos com as suas conquistas contemporâneas.
As concepções indianas lendárias, as tradições templári­as dos povos orientais, recuperam as suas formulações nas tragédias gregas, excelentes repositórios dos conflitos hu­manos, que a mitologia expõe, ora com poesia, em momen­tos outros com formas grotescas de dramas cruéis.
A vingança de Zeus contra Prometeu, condenado à puni­ção eterna, atado a um rochedo, no qual, um abutre lhe devo­rava o fígado durante o dia e este se refazia à noite para que o suplício jamais cessasse, humaniza o deus vingador e despei­tado, porque o ser, que ele criara, ao descobrir o fogo, adqui­rira o poder de iluminar a Terra, tornando-se uma quase di­vindade. O ciúme e a paixão humana cegaram o deus, que se enfureceu.
O criador desejava que o seu gerado fosse sempre um ino­cente, ignorante, dependente, sem consciência ética, sem dis­cernimento, a fim de que pudesse, o todo-poderoso, nele com-prazer-se.
A desobediência, ingênua e curiosa do ser criado, trouxe-lhe o ignóbil, inconcebível e imerecido castigo, caracterizan­do a falência do seu gerador.
Com pequenas variações vemos a mesma representação em outros povos e doutrinas de conteúdo infantil, que se não dão conta ou não querem encontrar o significado real da vida, a sua representação profunda, castigando aqueles que lhe de­sobedecem e preferem a idade adulta da razão, abandonando a infância.
O pensamento cartesiano, com o seu “senso prático”, deu-lhes o primeiro golpe e lentamente decretou a morte dos mitos e das crenças.
Se, de um lado, favoreceu ao homem que abandonasse a tradição dos feiticeiros, dos bichos-papões, das cegonhas tra­zendo bebês, eliminou também as fadas madrinhas, os gêni­os bons, os anjos-da-guarda. E quando já se acreditava na morte dos mitos, considerando-se as mentes adultas libera­das deles, eis que a tecnologia e a mídia criaram outros hodiernos: ­ os super-homens, os He-man, os invasores marcia­nos, os homens invisíveis, gerando personagens considera­das extraordinárias para o combate contra o mal sem trégua em nome do bem incessante.
Concomitantemente, a robótica abriu espaços para que a imaginação ampliasse o campo mitológico e as máquinas ele­trônicas, na condição de simuladores, produzissem novos heróis e ases vencedores no contínuo campeonato das com­petições humanas.
O exacerbar do entusiasmo tornou a ficção uma realidade próxima, permitindo que os jovens modernos confundam as suas possibilidades limitadas com as remotas conquistas da fantasia.
Imitam os heróis das histórias em quadrinhos, tomam posturas semelhantes aos líderes de bilheteria, no teatro, no rádio, no cinema, na televisão e chegam a crer-se imortais físicos, corpos indestrutíveis ou recuperáveis pelos engenhos da biônica, igualmente fabricantes de seres imbatíveis.
Retorna-se, de certo modo, ao período em que os deuses desciam à Terra, humanizando-se, e os magos com habilida­des místicas resolviam quaisquer dificuldades, dando mar­gem a uma cultura superficial e vandálica de funestos resul­tados éticos.
A violência, que irrompe, desastrosa, arma os novos Ram­bos com equipamentos de vingança em nome da justiça, en­frentando as forças do mal que se apresentam numa socieda­de injusta, promovendo lutas lamentáveis, sem controle.
As experiências pessoais, resultado das conquistas éticas, cedem lugar aos modelos fabricados pela imaginação fértil, que descamba para o grotesco, fomentado o pavor, ironizan­do os valores dignos e desprezando as Instituições.
A falência do individualismo industrial, a decadência do coletivismo socialista deram lugar a novas formas de afirmação, nas quais o inconsciente projeta os seus mitos e asse­nhoreia-se da realidade, confundindo-a com a ilusão.
As virtudes apresentam-se fora de moda e a felicidade surge na condição de desprezo pelo aceito e considerado, ins­tituindo a extravagância — novo mito — como modelo de auto-realização, desde que choque e agrida o convívio social.
O perdido “jardim do Éden” da mitologia bíblica reapare­ce na grande satisfação do “fruto do pecado”, transformando a punição em prazer e desafiando, mediante a contínua deso­bediência, o Implacável que lhe castigou o despertar da cons­ciência.
Na sucessão de desmandos propiciados pelos mitos con­temporâneos, toma corpo a saudade da paz — inocência re­presentativa do bem — e a experiência, demonstrando a inevi­tabilidade dos fenômenos biológicos do desgaste do cansa­ço, do envelhecimento e da morte, propicia uma revisão cul­tural com amadurecimento das vivências, induzindo o ser a uma nova busca da escala de valores realmente representati­vos das aspirações nobres da vida.
A solidão e a ansiedade que os mitos mascaram, mas não eqüacionam, rompem a couraça de indiferença do homem pela sua profunda identidade, levando-o a um amadurecimento em que o grupo social dele necessita para sobreviver, tanto quanto lhe é importante, favorecendo-o com um intercâmbio de emoções e ações plenificadoras.
Os mitos, logo mais, cederão lugar a realidades que já se apresentam, no início, como símbolos de uma nova conquis­ta desafiadora e que se incorporarão, a pouco e pouco, ao cotidiano, ensinando disciplina, controle, respeito por si mes­mo, aos outros, às autoridades, que no homem se fazem in­dispensáveis para a feliz coexistência pacífica.

“O Homem Integral” –Divaldo pereira Franco / Espírito Joanna de Angelis

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

OBSTÁCULOS

Que admitisse no Espiritismo uma doutrina de acomodação com o menor esforço, na qual as inteligências desencarnadas devessem andar cativas aos caprichos dos homens, decerto vaguearia, irresponsável, à distância da Lei.
Descerrando o intercâmbio entre os dois mundos, a nossa fé não vem pulverizar os óbices do caminho que para todos nós funciona à conta de estímulo e advertência, amparo e lição.
Achamo-nos todos, encarnados e desencarnados, na sublime escola da vida.
Cada criatura estagia na experiência que abraçou ou na luta que preferiu.
Não seria lógico subtrair o remédio ao doente, o serviço ao trabalhador e o ensinamento ao aprendiz.
Somos prisioneiros de nossas próprias culpas, não burlaremos a justiça.
Todavia, pela nossa conduta no trilho espinhoso da regeneração, podemos conquistar amplo socorro da confiança divina.
Eis, porque, antes de pedir, devemos merecer, para que nossos apelos não se apaguem no clamor do petitório vazio e inútil.
Para rogar proteção é preciso também proteger.
Somos elos da imensa corrente da evolução que em se perdendo no abismo insondável das origens repousa, com segurança, nas mãos misericordiosas e justas de Deus.
Desse modo, suplicando auxílio aos Benfeitores que nos auxiliam, não nos esqueçamos de que é necessário auxiliar aos irmãos menos felizes que gravitam em torno de nossos passos.
Os obstáculos são bênçãos em que podemos receber e dar, conforme a nossa atitude perante a vida.
Recolhendo sem revolta as pedras do caminho e oferecendo ao espinheiro as flores de nossa fé, atraímos o concurso do Céu e inspiramos a paz e o perdão, a bondade e a renúncia àqueles que nos partilham as dificuldades e o sonho de cada dia.
Cada um de nós permanece, portanto, entre os instrutores do monte da luz e os necessitados do vale das trevas, com a possibilidade de amealhar as bênçãos do Alto e com a obrigação de distribuí-las.
Em razão disso, no estudo da assistência salvadora que nos é administrada, não nos esqueçamos de que outros irmãos, em problemas e lutas mais aflitivas que as nossas, estão esperando por nossa fraternidade e por nosso auxílio que somente ao preço de humildade e de amor conseguiremos distender.

(Obra: Doutrina de Luz - Chico Xavier/Emmanuel)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TESTEMUNHO DOMÉSTICO


"Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé." - Paulo. (Gálatas, 6:10.)

        Decerto que o apóstolo Paulo, em nos recomendando carinho especial para com a família da nossa fé, mantinha em vista a obrigação inarredável da assistência imediata aos que convivem conosco.
        Se não formos úteis e compreensivos, afáveis e devotados, junto de alguns companheiros, como testemunhar a vivência das lições de Jesus, diante da Humanidade?
        Admitimos, porém, à luz da Doutrina Espírita, que o aviso apostólico se reveste de significação mais profunda. É que, entre os nossos domésticos, estão particularmente os laços de existências passadas, muitos deles reclamando reajuste e limpeza.
        Na equipe dos familiares do dia-a-dia formam, comumente, aqueles espíritos que, por força de nossos compromissos do pretérito, nos fiscalizam, criticam, advertem e experimentam.
        Sempre fácil dar boa impressão a quem não prive intimamente conosco. Num gesto ou numa frase, arrancamos, de improviso, o aplauso ou a admiração de quantos nos encontram exclusivamente na paisagem escovada dos atos sociais. Diante dos amigos que se despedem de nós, depois de uma solenidade ou de qualquer encontro formal, nada difícil cairmos desastradamente sob a hipnose da lisonja, com que se pretende exagerar as nossas virtudes de superfície.
        Examinemos, contudo, as nossas conquistas morais, demonstrando-as perante aqueles que nos conhecem os pontos fracos.
        Não nos iludamos .
        Façamos o bem a todos, mas provemos a nós mesmos, se já somos bons, fazendo o bem, a cavaleiro de todos os embaraços, diante daqueles que diariamente nos acompanham a vida, policiando o nosso comportamento entre o bem e o mal.

(De “Palavras de Vida Eterna”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

EUCARISTIA

Intensa luminosidade fluía do sacrário, envolvendo todo o material do culto, mas, surpreendido, reparei que o sacerdote, ao erguer a oferta sublime, apagou a luz que a revestia com os raios cinzento-escuros que ele próprio expedia em todas as direções. Logo após, quando se preparou a distribuir o alimento eucarístico entre os onze comungantes que se prosternavam, humildes, à mesa adornada de alvo linho, notei que as hóstias, no prateado recipiente que as custodiava, eram. autênticas flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irradiavam luz com tanta força que o magnetismo obscuro das mãos do ministro não conseguia inutilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dispunha a receber o pão simbólico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, cuja contrição era irrepreensível, recolheu a flor divina com a pureza desejável. Vi a hóstia, qual foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe, alojando-se-lhe a claridade em pleno coração.
Intrigado, procurei ouvir o Instrutor. que, muito ponderado, elucidou sem delonga:
– Apreendeste a lição? O celebrante, apesar de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos sentidos, sem esforço interior de sublimação própria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se sumamente interessado em terminar a cerimônia com brevidade, de modo a não perder uma alegre excursão em perspectiva. Quanto aos que compareceram à mesa da eucaristia, cheios de sentimentos rasteiros e sombrios, eles mesmos se incumbem de anular as dádivas celestes, antes que lhes tragam benefícios imerecidos. Temos aqui grande quantidade de crentes titulares, mas muito poucos amigos do Cristo e servidores do bem.
O “ite, missa est” dispersou os fiéis que, ao fim da reunião, mais se assemelhavam a barulhento bando de passarinhos de bela plumagem.

Livro Libertação
Francisco Cândido Xavier/ André Luiz

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A receita da felicidade

Tadeu, que era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova, em casa de Pedro, entusiasmara-se na reunião, relacionando os imperativos da felicidade humana e clamando contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio.
Tocado de indisfarçável revolta, dissertou largamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes no povo, situando-lhes a causa nas deficiências políticas da época, e, depois que expendeu várias considerações preciosas, em torno do assunto, Jesus perguntou-lhe:
— Tadeu, como interpreta você a felicidade?
— Senhor, a felicidade é a paz de todos.
O Cristo estampou significativa expressão fisionômica e ponderou:
— Sim, Tadeu, isto não desconheço; entretanto, estimaria saber como se sentiria você realmente feliz.
O discípulo, com algum acanhamento, enunciou:
— Mestre, suponho que atingiria a suprema tranqüilidade se pudesse alcançar a compreensão dos outros.
Desejo, para esse fim, que o próximo me não despreze as intenções nobres e puras.
Sei que erro, muitas vezes, porque sou humano; entretanto, ficaria contente se aqueles que convivem comigo me reconhecessem o sincero propósito de acertar.
Respiraria abençoado júbilo se pudesse confiar em meus semelhantes, deles recebendo a justa consideração de que me sinta credor, em face da elevação de meu ideal.
Suspiro pelo respeito de todos, para que eu possa trabalhar sem impedimentos.
Regozijar-me-ia se a maledicência me esquecesse.
Vivo na expectativa da cordialidade alheia e julgo que o mundo seria um paraíso se as pessoas da estrada comum se tratassem de acordo com o meu anseio honesto de ser acatado pelos demais.
A indiferença e a calúnia doem-me no coração.
Creio que o sarcasmo e a suspeita foram organizados pelos Espíritos das trevas, para tormento das criaturas.
A impiedade é um fel quando dirigida contra mim, a maldade é um fantasma de dor quando se põe ao meu encontro.
Em razão de tudo isso, sentir-me-ia venturoso se os meus parentes, afeiçoados e conterrâneos me buscassem, não pelo que aparento ser nas imperfeições do corpo, mas pelo conteúdo de boa-vontade que presumo conservar em minh’alma.
Acima de tudo, Senhor, estaria sumamente satisfeito se quantos peregrinam comigo me concedessem direito de experimentar livremente o meu gênero de felicidade pessoal, desde que me sinta aprovado pelo código do bem, no campo de minha consciência, sem ironias e críticas descabidas.
Resumindo, Mestre, eu queria ser compreendido, respeitado e estimado por todos, embora não seja, ainda, o modelo de perfeição que o Céu espera de mim, com o abençoado concurso da dor e do tempo.
Calou-se o apóstolo e esboçou-se, na sala singela, incontido movimento de curiosidade ante a opinião que o Cristo adotaria.
Alguns dos companheiros esperavam que o Amigo Celeste usasse o verbo em comprida dissertação, mas o Mestre fixou os olhos muito límpidos no discípulo e falou com franqueza e doçura:
— Tadeu, se você procura, então, a alegria e a felicidade do mundo inteiro, proceda para com os outros, como deseja que os outros procedam para com você. E caminhando cada homem nessa mesma norma, muito breve estenderemos na Terra as glórias do Paraíso.

Jesus no Lar
Francisco Cândido Xavier / Espírito Neio Lúcio

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A semente

“E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente.” Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 15:37.)
Nos serviços da Natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.
Gloriosa herdeira do poder divino, coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura.
Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados.
Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos da ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem.
Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária.
Saber começar constitui serviço muito importante.
No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las.

Livro: Pão Nosso
Emmanuel / Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

TERAPIA DE AMOR

...Divino Médico de todos nós!...

        Espíritos enfermos que reconhecemos ser, aqui nos encontramos buscando a terapia da Tua misericórdia, a fim de que nos libertemos das causas geradoras dos males que nos afetam.
        Da mesma forma que disseste à mulher equivocada, que não voltasse a pecar, a fim de que não lhe acontecesse algo pior, ajuda-nos a agir corretamente, a fim de que não nos sucedam novas quedas, propiciadas pelo egoísmo e o orgulho que ainda nos conduzem as ações.
        Somos herdeiros dos próprios atos e a dor tem-nos sido o legado de maior destaque, o que nos revela a condição de indigência em que nos encontramos.
        Conhecedores da Tua palavra e dispostos à renovação, colocamo-nos ao Teu serviço conforme somos e com o pouco de que dispomos.
      Favorece-nos com a medicação preventiva do amor ao próximo e auxilia-nos com a terapêutica do perdão das ofensas, a fim de curarmos as viroses d’alma que nos infetam o corpo, após contaminar-nos os sentimentos, as emoções.
         Agora entendemos melhor os Teus desígnios e candidatamo-nos a ser discípulos atuantes no campo da caridade, do bem.
       Não nos deixes recuar, nem estacionar, impelindo-nos ao avanço sempre, no rumo da Grande Luz, e ampara-nos, na fragilidade em que estagiamos, favorecendo-nos com a certeza plena da vitória sobre nós mesmos e a liberação consciente de nossas faltas.
     Senhor! Conduze-nos, calvário acima, com os olhos postos na formosa madrugada da ressurreição vitoriosa, que a todos nos espera...

(De “Nas fronteiras da loucura”, de Manoel Philomeno de Miranda).

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

INGREDIENTES DO ÊXITO

... nas águas revoltas do mar tanta vez agressivo da atualidade, navegamos...
Dias calmos, dias tempestuosos.
O que importa é a rota segura.
E desta nos louvamos todos, à frente do Divino Timoneiro.
... capacitemo-nos, cada vez mais, de que a obra não nos pertence e sim ao Senhor que nos utiliza por instrumentos.
... à vista disso e firmados em semelhante convicção, compreendamos que a fidelidade é o ingrediente de base para o êxito.
Entender a todos e auxiliar a todos, abençoando e construindo sempre e guardar, sobretudo, a certeza de que o serviço e o amor devem constituir as margens de nosso caminho para frente.
... momentos aparecem nos quais os testemunhos de abnegação representam imperativos a que não nos é lícito fugir...
Notadamente, quando a perturbação e a calúnia nos ameaçam a estabilidade moral.
Ainda assim, aceitemos os desafios da sombra, na condição de aprendizes no educandário da luz.
... à frente de todas as dificuldades é imprescindível opor a bênção, como princípio de solução.
... é certo que o desdobramento da edificação em andamento vos exige quotas de sacrifício sempre mais altas.
Imperioso dar de nós para que a obra do Cristo se erga e se consolide no campo das necessidades humanas.
... esquecer-nos e trabalhar.
Trabalhar e servir sempre.
... na execução desse programa as lutas e problemas explodem, por vezes, de todos os flancos, a reclamar-nos fraternidade em suas mais altas demonstrações. Todavia, se atribuirmos a Jesus a importância do esforço e não a nós, sabendo receber para nós os obstáculos naturais da senda a percorrer, então, a carga ser-nos-á sempre qual estrela de amor que o Céu nos permite carregar em auxílio a nós mesmos!

(Obra: Bezerra, Chico e Você - Chico Xavier/Bezerra de Menezes)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Reforma Íntima

A reforma íntima!
Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.
Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade.
Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam, estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.
Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.
Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.
Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.
Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.
Desestimulando no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.
É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.
Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.
O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.
Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.
Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.
Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.
Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.
Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.
Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.
Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.
Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.
A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.

Livro: Vigilância
Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ENQUANTO BRILHA O AGORA

            Atendei, enquanto é hoje, aos enigmas que vos torturam a mente.
            Enquanto a Lei vos faculta a bênção do agora, extirpai do campo de vossa vida os vermes da inimizade, os pântanos da preguiça, os espinheiros do ódio, a venenosa erva do egoísmo e o pedregulho da indiferença, cultivando, com a segurança possível, a lavoura da educação, as árvores do serviço, as flores da simpatia e os frutos da caridade.
            Enquanto os talentos do mundo vos favorecem, fazei o melhor que puderdes, porque, provavelmente, amanhã... Quem sabe?
            Amanhã, talvez, os problemas aparecerão mais aflitivos.
            Os dias modificados...
            As oportunidades perdidas...
            As provas imprevistas...
            Os ouvidos inertes...
            Os olhos em plena sombra...
            A língua muda...
            As mãos mirradas...
            Os pés sem movimento...
            A cabeça incapaz...
            A carência de tempo...
            A visita da enfermidade...
            A mensagem da morte...
            Despertai as energias mais profundas, enquanto permaneceis nas linhas da experiência física, entesourando o conhecimento e o mérito através do estudo e da ação que vos nobilitem as horas, porque, possivelmente, amanhã, as questões surgirão mais complexas.
            Não nos esqueçamos de que os princípios de correspondência funcionam exatos.
            Sementeira do bem — colheita de felicidade.
            Dever irrepreensivelmente cumprido — ascensão aberta.
            Trabalho ativo — progresso seguro.
            Cooperação espontânea — auxílio pronto.
            Busquemos o melhor para que o melhor nos procure.
            Tendes convosco o solo precioso fecundado pela chuva de bênçãos. Utilizemo-lo, assim, na preparação do grande futuro, recordando a advertência do nosso Divino Mestre: — “Avançai, valorosos, enquanto tendes luz.”

Emmanuel
(De “Vozes do Grande Além”, de Francisco Cândido Xavier – Diversos Espíritos)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

AUXÍLIO DO ALTO

Porque aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, se
abre.” - JESUS - MATEUS, 7: 8.


“Desta maneira, serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito. - Cap. 25, 3.

Deus auxilia sempre. Observa, porém, o edifício ainda o mais singelo que se levanta no mundo. Todos os recursos utilizados procedem fundamentalmente da Bondade Infinita. A inteligência do arquiteto, a força do obreiro, o apoio no solo e os  materiais empregados constituem dons da Eterna Sabedoria, contudo,
delineamentos da planta, elementos de alvenaria, metais diversos e agentes outros da construção não se expressaram e nem se arregimentaram no serviço a toque mágico. 0 lavrador roga bom tempo a Deus, mas não colhe sem plantar, embora Deus lhe enriqueça as tarefas com os favores do clima. As leis de Deus protegem a casa, no entanto, se o morador não a protege, as mesmas leis de Deus, com o tempo, transformam-na em ruína, até que apareça alguém com suficiente compreensão do próprio dever, que se proponha a reconstruí-la e habitá-la com respeito e segurança. Em toda parte, a natureza encarece o Apoio Divino, mas não deixa de recomendar, ainda que sem palavras, o impositivo do Esforço Humano. A Criação pode ser comparada à imensa propriedade do Criador que a usufrui com todas as criaturas, em condomínio perfeito, no qual as responsabilidades crescem com a extensão dos conhecimentos e dos bens obtidos. Não te digas, dessa forma, sem a obrigação de pensar, estudar, influenciar, programar, agir e fazer. “Ajuda-te que o Céu te ajudará” - proclama a sabedoria. Isso, no fundo, equivale a dizer que as leis de Deus estão invariavelmente prontas a efetuarem o máximo em nosso favor, entretanto, nada conseguirão realizar por nos, se não dermos de nós pelo menos o mínimo.

(Obra: O Livro da Esperança - Chico Xavier/Emmanuel)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

TERAPIA DO EVANGELHO

Amigos,

Lícito é que procuremos a cura de nossos males físicos, empregando os recursos terapêuticos que a bondade de Deus coloca ao nosso dispor através dos profissionais da saúde. Não olvidemos que o socorro dos Mentores Espirituais, em se tratando da saúde humana, nem sempre se faz por meio de recursos estranhos à metodologia médica, principalmente porque seus representantes, quando conscientes da responsabilidade que assumiram perante o Médico das Almas, constituem-se em instrumentos da Vontade Divina junto aos necessitados da jornada terrena.

Todavia, é preciso considerar a responsabilidade do doente ante as causas desencadeadoras do mal que o infelicita. Originando-se todas no campo moral, o principal agente terapêutico será unicamente a aplicação em si do remédio salvador, que outro não é senão o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Indubitavelmente, nas atitudes de egoísmo, de orgulho e de vaidade extremados, cultivados por anos e anos nas diversas etapas reencarnatórias, encontraremos as causas dos desajustes vibratórios expressos na estrutura do perispírito, a ofertarem aos desafetos e comparsas do passado as condições de afinização vibratório-magnética que podem, de per si, não só desencadear os processos patológicos como também agravar os já existentes.

Quando a criatura alia aos recursos terapêuticos da medicina humana — quer os de natureza homeopática ou alopática, quer os da chamada medicina alternativa — o esforço constante em buscar o autoconhecimento para melhor reeducar-se nas lições da Boa-Nova, tais recursos terão sua ação potencializada e seus efeitos sobre a saúde serão mais sentidos.

Ao reeducar-se à luz das lições imorredouras do Médico das Almas, ao aceitar as dificuldades da vida como um reflexo dos desmandos do passado, encarando-as como oportunidades preciosas para o progresso rumo à Luz Maior, a criatura se furtará a muitos males evitando agravamentos do seu estado físico.

Por mais eficazes possam ser os recursos da tecnologia da saúde colocados à nossa disposição, é preciso também considerar o mérito de cada um perante a Medicina Divina, bem como o papel regularizador das vibrações perispirituais desajustadas pelas infrações às Leis Divinas, manifestadas na doença física. Esta, muitas vezes, é o agente rearmonizador do ser com a própria consciência, e, neste caso, os recursos tecnológicos representarão apenas a Bondade Celestial agindo para fornecer à criatura as condições materiais que lhe permitam expiar seus débitos morais até o fim e, desse modo, libertar-se não apenas do mal físico mas, sobretudo, do mal vibratório que gerou o primeiro em nível perispiritual.

Em todas as circunstâncias difíceis de nossa saúde, amigos, recorramos ao Mestre, aplicando o seu Evangelho como recurso terapêutico por excelência.

Supliquemos-lhe forças para tudo suportar com mansidão e paciência. Peçamos-Lhe a coragem com que lutemos contra nossas más tendências e sigamos seus exemplos.
Muita paz!


Dias da Cruz

(Mensagem psicografada pela médium Tânia de Souza Lopes, extraída do Reformador de Maio/1998)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SANTIFICAÇÃO MATERNAL

Quando percebeste as sublimes vibrações da maternidade no teu seio, foste tomada pela aflição, considerando-se a magnitude do evento para o qual não te sentias preparada.
Não desejavas um filho, nem esperavas que o incidente sexual de que participaste, resultasse na concepção...
De imediato surgiu-te a ideia infeliz do aborto criminoso como solução para o que se te apresentava como problema desafiador.
Anelavas por um futuro rico de oportunidades e de triunfos, o que então se tornaria difícil em razão da presença do filhinho não programado e que nasceria em circunstâncias desfavoráveis.
Quando comunicaste ao companheiro responsável pela tua gravidez, de maneira cruel e cínica, ele escusou-se a qualquer responsabilidade, informando que eras adulta e conhecias os métodos impeditivos da concepção, havendo-te permitido a fecundação com intenções secundárias e infamantes...
A seguir, desapareceu da tua existência, deixando-te abatida e insegura, dominada pelo medo de enfrentar a família e a sociedade que te não compreenderiam a conduta.
Felizmente, na circunstância aflitiva, resolveste buscar refúgio na oração em que leniste a alma sofrida, tomando a decisão de prosseguir corajosamente.
Aqueles eram dias de muita hipocrisia e intolerância.
Nada obstante, aceitaste o desafio, pagando o preço da atitude impensada, quando te facultaste a comunhão sexual irresponsável, e enfrentaste todos os empecilhos que se te apresentaram...
...E renasceu nos teus braços o anjo filial que santificou a tua maternidade.
Embora as dificuldades que advieram, os sacrifícios que te impuseste na condição de mãe solteira e solitária, conseguiste avançar com decisão, amparando o filhinho amado que se transformou na razão mais nobre da tua atual existência.
Transformaste as noites insones ao seu lado febril em experiências de iluminação, entregue ao desvelo e à meditação.
Acompanhaste todos os teus passos inseguros e tentativas de crescimento, oferecendo-lhe ternura, autoconfiança e amor.
O tempo transcorreu lento, mas feliz.
Hoje, quando recordas a jornada vivenciada, emocionas-te e agradeces a Deus haver-te concedido a bênção da maternidade, que soubeste santificar através do amor e da abnegação.
Nunca te arrependeste da decisão de tornar-te mãe.
Aureolada pelos júbilos do dever cumprido, sorris, jubilosamente, e, ditosa, bendizes o filhinho que se transformou em cidadão e ao teu lado está construindo o mundo novo de esperanças e realizações edificantes pelo qual todos lutamos.
Deus te abençoe, mãe abnegada e feliz!
A maternidade, em qualquer circunstância em que se apresente, é dádiva sublime do amor de Deus para todas as criaturas.
Por mais perversa apresente-se a situação em que se concebeu, jamais se permita o aborto criminoso, ceifando a vida do ser inocente que necessita experienciar a oportunidade de crescimento para Deus e para si mesmo.
Ser mãe é tornar-se cocriadora com a Divindade, em sublime oportunidade de santificação.
Viver, portanto, a maternidade em todas as suas expressões, é conquista sublime da criatura humana no seu processo antropopsicológico da evolução.

(Psicografia recebida em 04.03.2011 - Divaldo Franco/Amélia Rodrigues)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

VIGIAR O PENSAMENTO

O rio caudaloso nasce, despretensioso, nas terras altas, ganhando volume nos largos solos das planícies vastas.
        A árvore imponente começa na plântula débil, que oscila entre a casca da semente desagregada e o sol que a beija e vitaliza.
        A construção fantástica tem início no esboço singelo, em tentativas no papel que o fogo consome, até tornar-se desafio para o cálculo que a faz realidade.
        Toda causa jaz oculta; todo começo é humilde.
        O livro precioso se forma letra a letra.
        A sinfonia arrebatadora se compõem nota a nota.
        O poema excelso se declama palavra a palavra.
        O início é o fundamento, base que sustenta o projeto e a obra.
        Assim, também, ocorre na vida moral.
        No Espírito têm origem as matrizes da vida, suas causas, suas realizações.
        O homem de hoje procede dos seus feitos de ontem.
        O ser de agora resulta das atividades do passado.
        Vigiar o pensamento, impedindo a perniciosa convivência das ideias negativas, constitui meta primeira para quem deseja acertar, progredir, ser feliz.
        Pelo hábito da “mente vazia” de pensamentos edificantes, ou em face do tumulto que decorre das ideias desvairadas, o homem se açoda para derrapar no desespero ou se consumir na inutilidade.
        Fixar otimismo, vencer receios injustificados, exercitar ideias edificantes — eis um início de programa de vigilância para a mente sadia poder operar um corpo moralmente sadio.
        Pelo impositivo da terapêutica ditosa, ensinou-nos o Cristo vigiar “o coração — fonte dos sentimentos — porque daí procedem maus pensamentos” que nos dizem respeito e que contaminam o homem, como, também, nascem as ideias de engrandecimento e progresso da Humanidade.

Marcelo Ribeiro
(De “Terapêutica de emergência”, de Divaldo P. Franco – Diversos Espíritos)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

AJA COM ACERTO


"O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal,
apegai-vos ao bem."
(Paulo - Romanos - 12:9)

Se alguém o magoou, liberte-se do lixo da ofensa.
Se alguém o perseguiu, exima-se do desejo da reparação.
Se alguém o desgostou, esqueça a decepção.
Se alguém o mortificou, abandone o sofrimento que lhe foi infligido.
Se alguém o desrespeitou, supere a situação.
Se alguém o injustiçou, sobreponha a esperança no amanhã.
Se alguém atentou contra os seus valores mais queridos, libere-se da lembrança amarga.
Se alguém se compraz em martirizá-lo, não vitalize a má vontade ou a revolta para com ele.
Em todas essas circunstâncias relacionadas, você desfruta de posição melhor, porquanto, infeliz, é todo aquele que
inquieta e aflige, persegue e malsina, pois somente alguém profundamente desditoso se sentirá induzido a esparzir
ruína ou a azorragar outrem.
Não perca o ensejo de evoluir, descendo ao adversário gratuito mediante a inditosa sintonia com os petardos com
que ele o alcançou.
O mal que nos fazem somente nos fará mal se revidarmos, tornando-nos maus, a nosso turno iguais ao agressor.
Atingido por qualquer tipo de infortúnio, converta a pedra da ofensa em diamante de bênçãos e tome-o como
inestimável bem para a sua dita pessoal.
Aja, pois, com acerto.

(Fonte: “Momentos de Decisão”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Marco Prisco)