terça-feira, 30 de abril de 2013

ORAÇÃO REFAZENTE

        ...Almas da Terra!
        Quando o fragor das inquietações estiver a ponto de estraçalhar-vos; se nas encruzilhadas não souberdes o caminho a seguir e todas as rotas vos parecerem acesso a abismos; quando insuportável desesperação vos houver arrastado a conclusões infelizes que vos pareçam ser a única solução; quando os infortúnios, em vos excruciando, tenderem a tornar-vos indiferentes ao próprio sofrimento — tendes o veículo da oração e dispondes do acesso à meditação remediadora! Talvez não vos sejam supressos os problemas, nem afastadas as dificuldades. No entanto, dilatareis a visão, para melhor e mais apurado discernimento; lobrigareis mais ampla compreensão da vida e das suas legítimas realidades; experimentareis a presença de forças ignotas, que vos penetrarão, vitalizando-vos; elevar-vos-eis a zonas psíquicas relevantes, donde volvereis saturados de paz, com possibilidades de prosseguirdes, não obstante quaisquer difíceis conjunturas existentes ou por existirem. Porque a prece apazigua e a meditação refaz; a oração eleva, enquanto a reflexão sustenta; o pensamento nobre, comungando com Deus, em Deus haure a vida, e dialogando, em conúbio de amor, extravasa as impurezas e se impregna com as sublimes vibrações da afetividade, que se converte em força dinâmica, para sustentar as combalidas potencialidades que, então, se soerguem e não mais desfalecem.
        Não vos arrojeis desastradamente nas valas da ira irrefreável ou nas vagas da insensatez. Antes que vos assaltem os demônios do crime, erguei-vos do caos, pensando e orando.
        Há ouvidos atentos que captarão vossos apelos e cérebros poderosos que emitirão mensagens-respostas, que não deveis desconsiderar.
        Amores que vos precederam no além-túmulo vigiam e esperam por vós, amam e aguardam receptividade.
        Não vos enganeis, nem vos desespereis vãmente. Tende tento! Falai ao Pai na prece calma e silenciai para O ouvirdes, através da inspiração clarificadora.
        Nada exijais. Quem ora, não impõe. Orar é abrir a alma, externar estados íntimos, refugiar-se na divina sabedoria, a fim de abastecer-se de entendimento, penetrando-se de saúde interior...
        E quando retornardes da incursão pela prece, exultai, apagando as sombrias expressões anteriores, superando as marcas das crises sofridas e espargindo alegrias, em nome da esperança que habitará em vós.
        Trabalhando pelo bem, o homem ora.
        Orando, na aflição ou na alegria, o homem trabalha. E orando conseguirá vencer toda tentação, integrar-se com plenitude no espírito da vida, que flui da Vida Abundante, com forças superiores para trabalhar e vencer...
Victor  Hugo
(Sublime Expiação, Victor Hugo – Ed. FEB, 7ª ed., 1992, pag. 145)
(Fonte: “A prece segundo os Espíritos — coletânea mediúnica ilustrada – Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos – Org. por Washington Luiz Nogueira Fernandes)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Familiares Problemas

Desposaste alguém que não mais te parece a criatura ideal que conheceste. A convivência te arrancou aos olhos as cores diferentes com que o noivado te resguardava o futuro que hoje se fez presente.
Em torno, provações, encargos renascentes, familiares que te pedem apoio, obstáculos por vencer. E sofres.
Entretanto, recorda que antes da união falavas de amor e te mostravas na firme disposição em que assumiste os deveres que te assinalam agora os dias, e não recues da frente de trabalho a que o mundo te conduziu.
Se a criatura que te compartilha transitoriamente o destino não é aquela que imaginaste e sim alguém que te impõe difícil tarefa a realizar, observa que a união de ambos não se efetuaria sem fins justos e dá de ti quanto possível para que essa mesma criatura venha a ser como desejas.
Diante de filhos ou parentes outros que se valem de títulos domésticos para menosprezar-te ou ferir-te, nem por isso deixes de amá-los. São eles, presentemente na Terra, quais os fizemos em outras épocas, e os defeitos que mostrem não passam de resultados das lesões espirituais causadas por nós mesmos, em tempos outros, quando lhes orientávamos a existência nas trilhas da evolução.
É provável tenhamos dado um passo à frente. Talvez o contato deles agora nos desagrade pela tisna de sombra que já deixamos de ter ou de ser. Isso, porém, é motivação para auxílio, não para fuga.
Atentos ao princípio de livre arbítrio que nos rege a vida espiritual, é claro que ninguém te impede de cortar laços, sustar realizações, agravar dívidas ou delongar compromissos.
Divórcio é medida perfeitamente compreensível e humana, toda vez que os cônjuges se confessam à beira da delinqüência, conquanto se erija em moratória de débito para resgate em novo nível. E o afastamento de certas ligações é recurso necessário em determinadas circunstâncias, a fim de que possamos voltar a elas, algum dia, com o proveito preciso.
Reflete, porém, que a existência na Terra é um estágio educativo ou reeducativo e tão só pelo amor com que amamos, mas não pelo amor com que esperamos ser amados, ser-nos-á possível trabalhar para redimir e, por vezes, saber perder para realmente vencer.

(Obra: Na Era do Espírito - Chico Xavier/Emmanuel)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O Valor de uma mãe


Você um dia sonhou comigo...
E me amou antes que eu existisse.
Você se alegrou
Com a minha chegada ao mundo,
Como alguém que recebe um lindo presente.
Você me acolheu, me alimentou, me educou.
Você acompanhou meu crescimento...
E curtiu comigo a vida no dia-a-dia.
Mãe, você é muito gente:
Acredita no bem, na lealdade, na amizade.
Você é um exemplo de fé e esperança
E me dá muita força e coragem para vencer na vida.
Seus gestos de bondade, sua prontidão em perdoar,
Sua atitude sempre amável,
Enche minha vida de gratidão por você.

Mãe... palavra sublime
Mulher em forma de flor
Cuja bondade se exprime
Em doses de puro amor.
Mãe... é ternura e emoção
Seja no céu ou na terra
É a mais suave expressão
Do amor que nunca encerra.
Mãe... seja jovem ou idosa
Na alegria ou na dor
Tu és a mais bela rosa
Do reino de Nosso Senhor.

Mãe
É mais que uma pessoa...
É uma existência beneficiadora.
Mãe é alguém capaz de libertar-se de si mesma, de abrir mão de suas posses... de sair do centro das cenas da vida... somente para dar lugar ao filho.
Mãe, um exemplo pessoal de renúncia... Pois sabe isso de experiência própria...
Mãe, um ser impossível de clonar... Pois tudo que a clonagem consegue é reproduzir suas faces e seus gestos de mulher.
Sua maneira genérica de existir...
Mãe não é copiativa... Pois não se clona amor...
Não se clona altruísmo, renúncia...
Não se clona esperança, alegria...
Não se clona valores éticos e espirituais, que fazem do homem um ser capaz de conhecer a verdade, amar a Deus e buscar a vida eterna. 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

OBSTÁCULOS

Que admitisse no Espiritismo uma doutrina de acomodação com o menor esforço, na qual as inteligências desencarnadas devessem andar cativas aos caprichos dos homens, decerto vaguearia, irresponsável, à distância da Lei.
Descerrando o intercâmbio entre os dois mundos, a nossa fé não vem pulverizar os óbices do caminho que para todos nós funciona à conta de estímulo e advertência, amparo e lição.
Achamo-nos todos, encarnados e desencarnados, na sublime escola da vida.
Cada criatura estagia na experiência que abraçou ou na luta que preferiu.
Não seria lógico subtrair o remédio ao doente, o serviço ao trabalhador e o ensinamento ao aprendiz.
Somos prisioneiros de nossas próprias culpas, não burlaremos a justiça.
Todavia, pela nossa conduta no trilho espinhoso da regeneração, podemos conquistar amplo socorro da confiança divina.
Eis, porque, antes de pedir, devemos merecer, para que nossos apelos não se apaguem no clamor do petitório vazio e inútil.
Para rogar proteção é preciso também proteger.
Somos elos da imensa corrente da evolução que em se perdendo no abismo insondável das origens repousa, com segurança, nas mãos misericordiosas e justas de Deus.
Desse modo, suplicando auxílio aos Benfeitores que nos auxiliam, não nos esqueçamos de que é necessário auxiliar aos irmãos menos felizes que gravitam em torno de nossos passos.
Os obstáculos são bênçãos em que podemos receber e dar, conforme a nossa atitude perante a vida.
Recolhendo sem revolta as pedras do caminho e oferecendo ao espinheiro as flores de nossa fé, atraímos o concurso do Céu e inspiramos a paz e o perdão, a bondade e a renúncia àqueles que nos partilham as dificuldades e o sonho de cada dia.
Cada um de nós permanece, portanto, entre os instrutores do monte da luz e os necessitados do vale das trevas, com a possibilidade de amealhar as bênçãos do Alto e com a obrigação de distribuí-las.
Em razão disso, no estudo da assistência salvadora que nos é administrada, não nos esqueçamos de que outros irmãos, em problemas e lutas mais aflitivas que as nossas, estão esperando por nossa fraternidade e por nosso auxílio que somente ao preço de humildade e de amor conseguiremos distender.

 (Obra: Doutrina de Luz - Chico Xavier/Emmanuel)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

NA SEARA DE JESUS

A tarefa no Evangelho não pode ser diferente, hoje, quando confrontada com os empeços de que se constituía nos tempos passados.
Temos companheiros e companheiros.
Alguns chegam inflamados de zelo apostólico ao campo de serviço, trazendo a força do exemplo e o lume da inspiração para o erguimento geral; outros surgem necessitados de socorro e cooperação, a fim de se levantarem, no espírito, para a desincumbência dos compromissos com que o mundo os honorifica; outros ainda aparecem tocados de bons desejos misturados de provações, exigindo paciência para que se equilibrem no plano de ação em que se situam; muitos repontam na coletividade portando votos e promessas brilhantes que não conseguem cumprir; e alguns outros igualmente se destacam, na passagem do tempo, à maneira de amigos dos interesses próprios, buscando vantagens pessoais que não se compadecem com os deveres que assumem.
Todos, porém, são filhos de Deus e tutelados de Jesus - irmãos nossos - cuja presença é fator importante em nosso proveito.
Cada companheiro da seara do bem é oportunidade de trabalho que não nos será justo menosprezar.
Aquele que sabe muito é capaz de ensinar-nos, tanto quanto o portador de talentos sublimes se expressa por luz a guiar-nos na frente; o mais equilibrado é coluna básica no serviço a efetuar-se, amparando-nos as próprias necessidades; aqueles, no entanto, que se revelam menos felizes se erigem como sendo testes à nossa fé para que a caridade do Senhor se manifeste por nosso coração e por nossas mãos.
Auxiliar-nos, sim, e sempre.
As assembléias cristãs que sobrevivem, acima de todas as limitações e circunstâncias da vida, são aquelas em cujo cerne a chama do amor e do perdão não se extingue.
Jesus nos solicita concurso em seu apostolado de redenção e tão-só venceremos amando e servindo-nos uns aos outros, tanto quanto Ele nos ama e serve sempre.
            
(Obra: Mais Luz - Chico Xavier/Batuíra)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dez Leis para ser feliz.

(Meditações de Bezerra de Menezes

Você pode ter defeitos, 
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, 
mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. 
E você pode evitar que ela vá a falência. 

Há muitas pessoas que 
precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse 
de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade,
caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, 
relacionamentos sem desilusões. 

Ser feliz é encontrar 
força no perdão, esperança nas batalhas, 
segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender 
lições nos fracassos. 

Não é apenas ter júbilo nos aplausos, 
mas encontrar alegria no anonimato. 

Ser feliz é reconhecer que vale a pena 
viver, apesar de todos os desafios, 
incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos 
problemas e se tornar um autor da 
própria história.

É atravessar desertos fora de si, 
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. 
É agradecer a Deus a cada manha pelo milagre da vida. 

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. 
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". 
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples ,
que mora dentro de cada um de nós. 

É ter maturidade para falar "eu errei". 
É ter ousadia para dizer "me perdoe". 
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você". 
É ter capacidade de dizer "eu te amo". 
É ter humildade da receptividade. 

Desejo que a vida se torne um canteiro 
de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece, 
pois assim você descobrirá que ser feliz
não é ter uma vida perfeita, mas usar 
as lágrimas para irrigar a tolerância. 
Usar as perdas para refinar a paciência. 
Usar as falhas para lapidar o prazer. 
Usar os obstáculos para abrir as janelas 
da inteligência. 

Jamais desista de si mesmo. 
Jamais desista das pessoas que você ama. 
Jamais desista de ser feliz, 
pois a vida é um obstáculo imperdível, 
ainda que se apresentem dezenas de fatores 
a demonstrarem o contrário.

Augusto Cury

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Mulher Especial

Há mulheres que são especiais.
Em dadas circunstâncias, parecem princesas ou mesmo rainhas, pois encantam, fascinam e mostram ter poderes de tal modo expressivos, diante dos quais dobramos a cerviz.
Há ocasiões em que são como administradoras ou economistas, quando se põem a organizar a vida do lar, seus movimentos e despesas, tudo aquilo que se compra e o que se põe na mesa, para a fruição de todos. Conseguem, muitas vezes, ajuntar alguma quantia que sobra para momentos mais difíceis.
Quantas vezes se mostram como agentes de disciplina? Alteiam a voz, como quem dá voz de comando, ordenam, impactam com o tipo de inflexão que utilizam, e põem, dessa maneira, tudo e todos em seus devidos lugares, dentro de casa.
São quais colegas, quais colegiais, variadas vezes. Envolvem-se com os petizes, brincam, jogam com eles; riem-se deles e com eles, até o momento justo de estancar a brincadeira.
Mulheres há que se tornam médicas ou enfermeiras, diante das necessidades dos seus filhos. Acolhem-nos, preparam-lhes poções e chás diversos, e, muitas vezes contrariando as instruções formais, dão-lhes xaropes e pastilhas. Se enfermos, banham-nos, põem-nos em seus leitos, recobrem-nos, acalentam e vigiam, dias ou noites, dias e noites, até que retornem à saúde.
Mas, dentre essas mulheres incríveis, especiais de verdade, temos aquelas que reúnem todas essas habilidades: são mestras, são agentes disciplinares; são administradoras e economistas, enfermeiras, psicólogas, são médicas. São cozinheiras, lavadeiras, artesãs e fiandeiras. Conseguem ser governantas, serviçais e chegam a ser santas.
Essas almas geniais de mulher são alimentadas pelo estranho ideal de sempre entender, de atender e de sempre servir. São companheiras próximas dos anjos, são servidoras de Deus e mensageiras da vida. São nossas fãs, amigas extremadas para quem nunca há nada impossível, quando se trata de atender-nos, de alegrar-nos, de ajudar-nos.
São mulheres sem igual. Perfumam como flores, são ardentes como a chama e brilham como estrelas. Nada obstante todos os encômios que lhes possamos dirigir, o que é mais tocante, mais comovente, é saber que uma dessas mulheres, incumbidas por Deus para mudar o mundo, ajudando-o a ser melhor, a ser um campo bom de se viver, tem uma missão particular.
Há uma mulher para quem o Criador entregou a missão de cuidar-me, de fazer-me estudar para entender, de ensinar-me a orar e a crescer, a respeitar a todos e a servir para o bem. Essa mulher é um encanto em minha vida, e não há ninguém que se lhe assemelhe. Ao vê-la, marejam-se-me os olhos e bate forte o meu coração. Ela é tal qual amálgama de ouro e brilhante. Ela é, por fim, a luz que torna meu caminho cintilante. É aquela a quem chamo de minha mãe.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Aprendi

Um dia desses, enquanto aguardava a vez na sala de espera, percebi, solta entre as revistas, uma folha de papel.
A curiosidade fez com que a tomasse, para ler o que estava escrito. Era uma bela mensagem que alguém havia escrito.
O título era interessante e curioso: Aprendi...
Dizia mais ou menos o seguinte:
Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém; posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim. Tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos; que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi... que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida; que, por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas aprendi, também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles; que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática; que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel; que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso; que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.
Aprendi que, numa briga, eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver; que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.
* * *
A mensagem é significativa, e sua autoria é atribuída a William Shakespeare.
Nós poderíamos simplesmente lê-la e guardá-la na memória, mas preferimos dividi-la com você.
Porque uma coisa nós também aprendemos: o que é bom deve ser divulgado.
Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A mulher perfeita - reflexão

Conta-se que um mestre indiano chamado Nasrudin conversava com um amigo, que lhe fez a seguinte pergunta: E então, mestre, nunca pensaste em casamento?
Já pensei, respondeu Nasrudin. Em minha juventude, resolvi conhecer a mulher perfeita. Atravessei o deserto, cheguei a Damasco e conheci uma mulher espiritualizada e linda; mas ela não sabia nada das coisas do mundo.
Continuei a viagem e fui à cidade de Isfahan. Lá encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e do espírito, mas não era bonita.
Então, resolvi ir até o Cairo, onde jantei na casa de uma moça bonita, religiosa e conhecedora da realidade material.
Intrigado, o amigo indagou:
E por que não casaste com ela?
Ah! Meu companheiro! suspirou Nasrudin. Infelizmente ela também procurava um homem perfeito.
O ensinamento do sábio indiano aplica-se perfeitamente aos dias de hoje.
É comum ouvirmos as exigências das pessoas, no que diz respeito à amizade, ao namoro e casamento.
Os jovens e as jovens trazem em suas mentes sonhadoras a idealização de como deverá ser aquele, ou aquela, que conquistará seu coração.
Ingenuamente, procuramos a perfeição no outro, já que não podemos encontrá-la em nós mesmos.
Não há mal, de forma alguma, em ser exigente na escolha de nossas amizades ou de um futuro esposo ou esposa. Isto é saudável, desde que não cheguemos ao exagero, é claro.
O problema está em sempre querer que o outro seja especial, que tenha diversas virtudes, esquecendo de que ele, ou ela, também tem suas exigências, suas idealizações.
Assim, poderíamos questionar: Será que eu tenho estas características, estas virtudes que procuro no outro? Será que ele não tem uma lista de exigências como a minha? Eu preencho os meus próprios requisitos?
Exemplificando: você sonha com alguém que seja companheiro, que seja sincero, e em quem possa confiar. Agora, você já parou para analisar se você está disposto a ser assim para com o outro? Se a virtude da sinceridade está em seu coração, ou se você é digno de inspirar confiança?
Vejamos como a racionalidade nos ajuda a entender melhor as coisas da vida. Ela nos ensina a perceber que antes de exigir qualquer virtude dos outros, é preciso verificar se nós a temos.
Assim, é importante o esforço para se melhorar, para agradar os outros, buscando a perfeição em nós primeiramente.
Ainda estamos longe da sublimidade, é certo, mas é preciso caminhar rumo a ela todos os dias.
* * *
É belo sonhar. É necessário almejar a felicidade. Mas, enquanto procuramos por ela apenas no quintal vizinho, continuaremos a viver decepções e frustrações em nossos dias.
Vamos habituar nossa mente a pensar em como poderemos fazer felizes aqueles que estão à nossa volta, ao invés de apenas exigir atitudes e sentimentos dos outros.
É belo sonhar. É necessário almejar a felicidade. Mas atentemos sempre para o fato de que, para eu ser feliz em meu lar, eu preciso levar a felicidade ao quintal de alguém.
Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A lição do Marmore

No museu de fama internacional, o piso totalmente coberto por belíssimos azulejos de mármore recebia as visitas todas os dias, especialmente para admirarem uma estátua, toda em mármore, enorme, exibida no meio do salão de entrada.
Pessoas do mundo inteiro vinham admirá-la. Os mais entendidos se detinham a observar a perfeição dos seus traços. Os românticos falavam da suavidade das linhas, mas todos, sem exceção, elogiavam a sua beleza.
Certa noite, os pisos de mármore começaram a falar e reclamar com a estátua:
Estátua, isso não está certo. Absolutamente, não! As pessoas vêm, pisam e pisam em nós só para admirar você. Ninguém olha para nós e muito menos se dá conta de que também temos a nossa beleza. Isso não é justo.
Meu querido amigo, piso de mármore, você ainda se lembra de quando eu e você estávamos na mesma caverna? Perguntou a estátua.
Sim! É por isso que eu acho tudo muito injusto. Nós nascemos da mesma caverna e agora recebemos tratamento tão diferente. Não é justo! – Chorou, novamente, o piso.
A estátua continuou a explicar:
Então, você ainda se lembra do dia em que o artista tentou trabalhar em você, mas você resistiu bravamente às ferramentas?
Sim, claro que me lembro. Odiei aquele sujeito! Como pôde ele usar aquelas ferramentas em mim? Doeu demais!
Isso é certo! Ele não pôde trabalhar nada em você, porque você resistiu à sua ação.
Quando ele desistiu de você, veio para mim. Eu era um bloco de mármore sem forma.
Em vez de resistir como você, imediatamente soube que ele me tornaria algo diferente. Não resisti. Aguentei todas as ferramentas dolorosas que ele usou em mim.
O piso resmungou alguma coisa e a estátua concluiu:
Meu amigo, há um preço para tudo na vida. Nem sempre é fácil. Às vezes é muito difícil e doloroso.
Mas temos que aprender e suportar os sofrimentos, procurando crescer e aprender para nos transformar em algo mais belo.
* * *
Assim como o piso de mármore, somos nós, quase sempre. Resistimos e nos rebelamos contra tudo o que nos signifique disciplina, ordem, sacrifício.
Preferimos as coisas fáceis, que não requeiram esforço, nem perseverança.
Entretanto, para que burilemos o Espírito é imperioso que nos amoldemos ao martelo da dor, nos dobremos às leis da disciplina e obedeçamos à ordem.
O cinzel e todas as demais ferramentas do escultor são, na vida, os conselhos dos mais experientes, as exigências dos nossos pais, professores e chefias que, em verdade, somente desejam que nos tornemos criaturas melhores, produzindo o bem.
* * *
Pense nisso!
O fogo é altamente benéfico ao homem. Graças a ele, a alimentação e o abrigo lhe são garantidos.
Instrumentos de beleza nele se forjam. No entanto, se deixado à solta, consome o que existe em seu caminho, semeando destruição.
Assim o Espírito, para evoluir, necessita dos instrumentos da disciplina e da ordem, que lhe direcionam as energias no caminho estreito do dever, impulsionando-o ao aperfeiçoamento das linhas brutas da ignorância.

Redação do Momento Espírita