sexta-feira, 29 de março de 2013

O AMIGO SUBLIME




        É sempre o amigo sublime.
        Educa sem ferir-nos.
        Diverte, edificando-nos o caráter.
        Revela-nos o passado e prepara-nos, diante do porvir.
        Repete-nos o que Sócrates ensinou nas praças de Atenas.
        Descobre-nos ao olhar maravilhado as civilizações que passaram. O Egito resplandecente dos faraós, a Grécia dos filósofos
e artistas, a Jerusalém dos hebreus, desfilam ante a nossa imaginação, ao seu toque espiritual.
        Conta-nos o que realizou Moisés, o grande legislador.
        Lembra-nos a palavra de Platão e Aristóteles.
        Junto dele, aprendemos quanto sofreram nossos antepassados, na conquista do bem-estar de que gozamos presentemente.
        Descreve-nos a inutilidade das guerras nascidas do ódio que devastaram o mundo. Aconselha-nos quanto a sementeira
de tranquilidade e alegria. Ajuda-nos no entendimento de nós mesmos e na compreensão de nossos vizinhos. Dá-nos coragem
para o trabalho, e humildade no caminho da experiência.
        Sem ele, perderíamos as mais belas notícias de nossos avós e a obra da vida não alcançaria a necessária significação;
passaríamos na Terra, em pleno desconhecimento uns dos outros, e a lição preciosa dos homens mais velhos não chegaria
aos ouvidos dos mais novos; a religião e a ciência provavelmente não surgiriam à luz da realidade; os mais elevados ideais do
espírito humano morreriam sem eco; a indústria, o comércio e a navegação não possuiriam pontos de apoio.
        É o traço de união, entre os que ensinam e aprendem, entre os milênios que já se foram e o dia que vivemos agora.
        É, ainda, a esse amigo abençoado que devemos a coleção de notícias e ensinamentos de Jesus, que renovam a Terra para o Reino Divino.
        Esse inesquecível benfeitor do mundo é o livro edificante. Por isto, não nos esqueçamos
de que todo livro consagrado ao bem é um companheiro iluminado de nossa vida,
merecendo a estima e o respeito universal.

(De “Alvorada Cristã”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Néio Lúcio).

quarta-feira, 27 de março de 2013

FELICIDADE E DEVER


       A procura da felicidade assemelha-se, no fundo, a uma caçada difícil:

        Há quem a busque nos mitos do ouro, retendo as belas faculdades da alma na fossa da usura;
       Há quem a dispute no prazer dos sentidos, acordando no catre da enfermidade;
       Há quem a procure na exaltação do poder terrestre, resvalando para a dor e desilusão;
       Há quem a procure na retenção do supérfluo, apodrecendo de tédio, em câmaras de preguiça.
       Não há felicidade, porém, sem dever cumprido.
       Observa o dever de que a vida te incumbe.
       Vê-lo-ás sempre no quadro das circunstâncias.
       Na fé que te pede serviço.
       No serviço que te roga compreensão.
       No ideal que te pede caráter.
       No caráter que te roga firmeza.
       No exemplo que te pede disciplina.
       Na disciplina que te roga humildade.
       No lar que te pede renúncia.
       Na renúncia que te roga perseverança.
       No caminho que te pede cooperação.
       Na cooperação que te roga discernimento.
    .Emmanuel / Médium Chico Xavier
    Livro: Religião dos Espíritos

terça-feira, 26 de março de 2013

O espelho da vida


A mente é o espelho da vida em toda parte.
Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamante bruto, que, arrancado ao ventre obscuro do solo,
avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.
Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e
revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.
Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a
interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite
operar.
Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações,
gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.
Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca.
Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.
O reflexo esboça a emotividade.
A emotividade plasma a idéia.
A idéia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.
Em semelhantes manifestações alongam-se os fios geradores das causas de que nascem as circunstâncias, válvulas obliterativas
ou alavancas libertadoras da existência.
Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia;
contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação.
Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante.
Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos.
Por elas, estacionamos sob a fascinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o
influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso.
O reflexo mental mora no alicerce da vida.
Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.

Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - pelo Espírito Emmanuel

segunda-feira, 25 de março de 2013

VIVER EM PAZ


      Ante a onda avassaladora do materialismo, não se rebele; demonstre a sua convicção cristã, de modo a sensibilizar os que não têm fé.

Não censure a indiferença alheia; aqueça o próximo com o ardor da sua crença.
       Considerando o desequilíbrio que assoma em toda parte, não se revolte; aja com serenidade, facultando que outros o acompanhem.
       Vitimado pela insensatez dos atormentados, não reaja; conserve a calma e atue com acerto.
       Desprezado pela astúcia dos que são prepotentes, não revide com azedume; dê ensejo aos outros para que o conheçam melhor.
       Apoiado ao ideal e combatido, não magoe ninguém; quem sabe, melhor compreende.
       Não recebendo apoio na exposição do seu pensamento, insista com bondade; a perseverança atesta a virtude do comportamento idealista.
       Confrontado com hábeis negadores do bem, não assuma postura negativa; seja paciente e permaneça fiel aos seus propósitos.
       Os atos dizem do valor da filosofia de cada um.
       Preconize paz e viva em paz com você e todos.
        .Marco Prisco / Médium Divaldo Franco
      Livro: Luz Viva (extrato) - Ed. LEAL

sexta-feira, 22 de março de 2013

ESCUTA E AGE



      Livra-te das amargas lembranças que te prendem aos escuros caminhos do passado.
       Não te detenhas a examinar a própria aflição, imbuído de pessimismo e invalidade.
       É inútil a água que repousa no lodo e ineficiente o trabalhador que não produz.
       Vale-te do ensejo e tempo disponível para aprofundar considerações otimistas de renovação e atividade.
       Não lamentes, afirmando: "Sou infeliz".
       Não anules o apelo, dizendo: "Quem sou eu para ajudar".
       Quem decreta a própria inutilidade se desconhece.
       Estás no lugar certo, no momento exato e com os recursos exigíveis.
        Movimenta o interesse paralisado e experimenta começar.
       Recupera a alegria e deixa que a esperança ilumine o céu sombrio de tua alma.
       Ninguém atingirá as Alturas Espirituais sem a movimentação do sacrifício, nem se justificará no fracasso apresentando a desculpa: "Eu não pude".
       
.Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco
Livro: Messe de Amor

quinta-feira, 21 de março de 2013

PERANTE A CONSCIÊNCIA


   
"A Consciência Divina irriga-me com paz.   Os meus equívocos são elucidados, e acalmo-me, considerando as imensas possibilidades de equilíbrio que estão ao meu alcance. Diante de mim o presente, elaborando o futuro. O passado são as lições aprendidas e as vantagens do conhecimento servindo-me de suporte parta o crescimento interior.   Confio e renovo-me,  tranqulizando-me  no Bem."
  
Entre os flagelos íntimos que vergastam o ser humano, produzindo inomináveis aflições, a consciência de culpa ganha destaque.
Insidiosamente instala-se e, qual ácido destruidor, corrói as engrenagens da emoção, facultando a irrupção de conflitos que enlouquecem.
Decorrente da insegurança psicológica no julgamento das próprias ações, abre um abismo entre o que se faz e o que se não deveria haver feito, supliciando, 
com crueza, aquele que lhe sofre a pertinaz perseguição.
Considerando a própria fragilidade, o indivíduo se permite comportamentos incorretos que lhe agradam às sensações, para, logo cessadas, entregar-se ao
arrependimento autopunitivo, com o qual pretende corrigir a insensatez. 
De imediato, assoma-lhe a consciência de culpa, que o perturba.
Perversamente, ela pune o infrator perante si mesmo, porém, não altera o rumo da ação desencadeada, nem corrige aquele a quem fere. Ao contrário, 
não obstante cobradora inclemente, desenvolve mecanismos inconscientes 
de novos anseios, repetidas práticas e sempre mais rigorosa punição...
Atavismo de comportamentos religiosos, morais e sociais hipócritas, que não hesitavam em fazer um tipo de recomendação com diferente ação, deve ser eliminada 
com rigor e imediatamente.
O que fizeste, não mais podes impedir ou evitar.
Disparado o dardo, ele segue o rumo.
Avaliza, desse modo, seus efeitos e repara-os, quando negativos.
Se a tua foi uma ação reprochável, corrige-a, logo possas, mediante novas atividades reparadoras.
Se resultou em conflito pessoal a tua atitude, que não corresponde ao que crês, como és, treina equilíbrio e põe-te em vigília.
Fraco é todo aquele que assim se considera, não desenvolvendo o esforço para fortalecer-se.
Quando justificas o teu erro com autoflagelação reparadora, logo mais retornarás a ele.
Propõe-te encarar a existência conforme é e as circunstâncias se te apresentam.
Erradica da mente as idéias que consideras impróprias, prejudiciais, conflitivas. 
Substitui-as vigorosamente por outras saudáveis, equilibradas, dignificantes. 
Quando não dispões de um acervo de pensamentos superiores para a reflexão, vais colhido pelos de caráter venal, pueris, perniciosos, que se te fazem familiares, 
impulsionando-te à ação correspondente.
Toda realização se inicia na mente. Desenhada no plano mental vem materializar-se ao primeiro ensejo.
Pensa, portanto, com correção, liberando-te das ideais malsãs que te gerarão consciência de culpa.
Sempre que errares, recomeça com o entusiasmo inicial. A dignidade, a harmonia, o equilíbrio entre consciência e conduta têm um preço: a perseverança 
no dever. Se, todavia, tiveres dificuldade em agir corretamente, em razão da atitude viciosa  encontrar-se arraigada em ti, recorre à oração com sinceridade, e 
a Consciência Divina te erguerá à paz.
 
(Obra: Momentos de Saúde - Divaldo P .Franco / Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Insegurança


Há momentos em que se imiscuem, no sentimento do combatente,
emoções desconcertantes.
Ressaibo do atavismo ancestral, que remanesce em contínuas
investidas, logra vencer quantos lhe dão guarida, estimulados pela
autopiedade e pela presunção.
Porque se espalha a agressividade, tens a impressão de que
lhe serás a próxima vítima.
Diante das incertezas que decorrem da beligerância generalizada,
absorves o vapor deletério que se expressa em forma de
insegurança.
Tem cuidado com esse tipo de fobia em relação ao presente,
ao futuro e aos que te cercam.
                        *
Há os que se armam, pensando em reagir, quando agredidos.
Outros se condicionam para a agressão em primeiro passo,
como mecanismo de defesa.
Diversos revestem-se de falsa condição de superioridade, evitando
os contatos humanos que lhe parecem desagradar.
                        *
Desarma-te desses vãos atavios.
Ergue-te em pensamento a Deus e n’Ele confia.
Somente acontece o que é necessário para o progresso do
homem, exceto quando ele, irresponsavelmente, provoca situações
e acontecimentos prejudiciais, por imprevidência e precipitação.
Cultivando o otimismo e a paz avançarás no teu dia-a-dia,
vencendo o tempo e poupando-te aos estados de insegurança
íntima, porque estás sob o comando de Deus.

Divaldo Pereira Franco - Episódios Diários - Pelo Espírito Joanna de Ângelis

terça-feira, 19 de março de 2013

A EDUCAÇÃO


É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova são necessários homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.
Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral. É nisso em que menos se tem cuidado. Presta-se mais atenção em desenvolver as faculdades e os lados brilhantes da criança, do que as suas virtudes. Na escola, como na família, há muita negligência em esclarecê-la sobre os seus deveres e sobre o seu destino. Portanto, desprovida de princípios elevados, ignorando o alvo da existência, ela, no dia em que entra na vida pública, entrega-se a todas as ciladas, a todos os arrebatamentos da paixão, num meio sensual e corrompido.
Mesmo no ensino secundário, aplicam-se a atulhar o cérebro dos estudantes com um acervo indigesto de noções e fatos, de datas e nomes, tudo em detrimento da educação moral. A moral da escola, desprovida de sanção efetiva, sem ideal verdadeiro, é estéril e incapaz de reformar a sociedade.
Mais pueril ainda é o ensino dado pelos estabelecimentos religiosos, onde a criança é apossada pelo fanatismo e pela superstição, não adquirindo senão idéias falsas sobre a vida presente e a futura. Uma boa educação é raras vezes, obra de um mestre. Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, são preciso, às vezes, a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração de um pai ou de uma mãe pode ser suscetível. Se os pais não conseguem corrigir os filhos, como é que poderia fazê-lo o mestre que tem um grande número de discípulos a dirigir?
Essa tarefa, entretanto, não é tão difícil quanto se pensa, pois não exige uma ciência profunda. Pequenos e grandes podem preenchê-la, desde que se compenetrem do alvo elevado e das conseqüências da educação. Sobretudo, é preciso nos lembrar de que esses Espíritos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida. Com o matrimônio, aceitamos a missão de os dirigir; cumpramo-la, pois, com amor, mas com amor isento de fraqueza, porque a afeição demasiada está cheia de perigos. Estudemos, desde o berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores, apliquemo-nos a desenvolver as boas, a aniquilar as más. Não lhe devemos dar muitas alegrias, pois é necessário habituá-la desde logo à desilusão, para que possa compreender que a vida terrestre é árdua e que não deve contar senão consigo mesma, com seu trabalho, único meio de obter a sua independência e dignidade. Não tentemos desviar dela a ação das leis eternas. Há obstáculos no caminho de cada um de nós; só o critério ensinará a removê-los.
Não confieis vossos filhos a outrem, desde que não sejais a isso absolutamente coagidos. A educação não deve ser mercenária. Que importa a uma ama que tal criança fale ou caminhe antes da outra? Ela não tem nem o interesse nem o amor maternal. Mas, que alegria para uma mãe ao ver o seu querubim dar os primeiros passos! Nenhuma fadiga, nenhum trabalho detem-na. Ama! Procedei da mesma forma para com a alma dos vossos filhos. Tende ainda mais solicitude para com essa do que pelo corpo. O corpo consumir-se-á em breve e será sepultado; no entanto, a alma imortal, resplandecendo pelos cuidados com que foi tratada, pelos méritos adquiridos, pelos progressos realizados, viverá através dos tempos para vos abençoar e amar.
A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. Suponhamos cada família iniciada nas crenças espiritualistas sancionadas pelos fatos e incutindo-as aos filhos, ao mesmo tempo em que a escola laica lhes ensinasse os princípios da Ciência e as maravilhas do Universo: uma rápida transformação social operar-se-ia então sob a força dessa dupla corrente.
Todas as chagas morais são provenientes da má educação. Reformá-la, colocá-la sobre novas bases traria à Humanidade conseqüências inestimáveis. Instruamos a juventude, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos-lhe a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores.
Leon Denis - Do livro “Depois da Morte”

segunda-feira, 18 de março de 2013

A PALAVRA


     A palavra é sem dúvida um dos fatores determinantes do destino das criaturas.

       Ponderada favorece o juízo;
       Leviana descortina a imprudência;
       Alegre espalha otimismo;
       Triste semeia desânimo;
       Generosa abre caminho à elevação;
       Maledicente cava despenhadeiros;
       Gentil provoca reconhecimento;
       Atrevida traz perturbação;
       Serena produz calma;
       Fervorosa impõe confiança;
       Descrente invoca a frieza;
       Cruel fere implacável;
       Sábia ensina;
       Ignorante complica.
       Por isso mesmo, exortava Jesus: “Não procures o argueiro nos olhos de teu irmão,
       quando trazes uma trave nos teus”.
       A palavra é a bússola de nossa alma,
       onde estivermos.
       É a força que nos abre as portas do coração às fontes luminosas da vida ou às correntes da morte.

.Emmanuel / Médium Chico Xavier
Livro: Endereços da Paz

sexta-feira, 15 de março de 2013

Pai


Estudo de “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, 1ª. Parte, Cap. VI, item 4.

       É natural que consideres teu problema qual espinho terrível.
       É justo reconheças tua prova por agonia do coração.
       Ergues súplice olhar, no silêncio da prece, e relacionas mecanicamente aqueles que te feriram.
       É como se conversasses intimamente com Deus, apresentando-lhe vasto balanço de amarguras e queixas...
       E o Supremo Senhor cuidará realmente de ti, alentando-te o passo... Entretanto, é preciso não esquecer que ele cuidará igualmente dos outros.
-x-
       Lança mais profundo olhar naqueles que te ofenderam, conforme acreditas, e compara as tuas vantagens com as deles.
       Quase sempre, embora se entremostrem adornados de ouro e renome, nas galerias da evidência e da autoridade, são almas credoras de compaixão e de auxílio... Traíram-te a confiança, contudo, tombaram nas malhas de pavorosos enganos; humilharam-te impunemente, mas adquiriram remorsos para imenso trecho da vida; dilaceraram-te os ideais, entretanto, caíram no descrédito de si próprios; abandonaram-te com inexprimível ingratidão, todavia, desceram à animalidade e à loucura...
       Não é possível que a Luz do Universo apenas te ampare, desprezando-os a eles que se encontram à margem de sofrimento maior.
-x-
       Unge-te, assim, de paciência e compreensão para ajudar na Obra Divina, ajudando a ti mesmo.
       Em qualquer apreciação, ao redor de alguém, recorda que o teu Criador é também o Criador dos que estão sendo julgados.
       É por isso que Jesus, em nos ensinando a orar, revelou Deus como sendo o amor de todo amor, afirmando, simples: “Pai Nosso, que estás nos céus...”.
(De “Justiça Divina”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 14 de março de 2013

PELA BOCA


      Aquilo que sai da boca – diz o Evangelho – precisa merecer-nos tratamento especial.

       Os alimentos com que o homem muitas vezes ameaça a própria saúde prejudicam apenas a ele mesmo.
       Já a frase contundente ou o grito de cólera podem alcançar uma assembléia de corações, determinando enfermidade e desequilíbrio.
       É pela boca que arrojamos da alma desprevenida os tóxicos da maledicência e, por nosso desespero, os espinhos da discórdia.
       É pela boca que sai de nosso sentimento mal conduzido a calúnia, envenenando a vida, e é por ela que se expressa o exame insensato das consciências alheias.
       Mas pela boca também exteriorizamos a ternura, a compreensão e a fraternidade que nos imanta uns aos outros.
       Vejamos o que fazemos da palavra para que a palavra não nos destrua.
       A língua revela o conteúdo do coração.
       Modulemos nossa voz na serenidade e elevemos nossa frase sobre o pedestal do amor.
        .Emmanuel / Médium Chico Xavier
      Livro: Indulgência (extrato) - Ed. IDE

quarta-feira, 13 de março de 2013

NO COMPORTAMENTO


      Faça dos seus pensamentos uma Farmácia moral, que lhe permita formular remédios para males de qualquer natureza.

       Pense sem falar, mas nunca fale sem pensar.
       Seja mais sábio na ação do que na palavra.
       Não se esqueça de que a humildade expressa a mais elevada qualidade de sabedoria.
       As dores que o afligem nascem, na maioria das vezes, nos prazeres que você desfruta.
       A mais eficiente corrigenda que se pode aplicar é a que decorre da moderação com que se repreende aquele que erra.
       Fique à distância de qualquer distúrbio originado no verbo apaixonado ou na atitude lamentável, porquanto a aflição destrói e a ansiedade conduz à delinquência.
       Produza algo superior, para que, em não fazendo nada, não aprenda a fazer o mal.
       Conserve a simpatia para ser sempre jovem, mantendo palavra calma, gestos moderados e silêncios oportunos. Recorde que todos gostam de ser ouvidos.
    
.Marco Prisco / Médium Divaldo Franco
Livro: Ementário Espírita

terça-feira, 12 de março de 2013

FUGAS E REALIDADE



Graças ao processo da individualização do ser, superando as etapas primárias, na fase animal, o pre­domínio do ego desempenhou papel de primordial im­portância, trabalhando-o para vencer o meio hostil e os demais espécimes, usando a inteligência e o raciocínio como forças que o tornavam superior, deixando os re­manescentes da falsa condição de dominador do meio ambiente e de tudo quanto o cerca.
Como conseqüência, passou a acreditar que tam­bém poderia dominar o corpo, estabelecendo suas me­tas sem lembrar-se da transitoriedade e da fragilidade da maquinaria orgânica.
Impossibilitado de governá-lo, quanto gostaria, já que o organismo tem as suas próprias leis, que inde­pendem da consciência, como a respiração, a circula­ção, a digestão, a assimilação e outras, esses fenôme­nos ferem-lhe o egotismo e levam-no, não raro, a esta­dos depressivos perturbadores.
A mente, encarregada de proceder ao comando, experimenta então um choque com os equipamentos que direciona, em razão de ser metafísica, enquanto esses são de estrutura física, portanto, ponderáveis.
Ante a impossibilidade de exercer o seu predomí­nio total sobre o corpo, o ego estabelece mecanismos patológicos inconscientes de depressão, desejando ex­tinguir aquilo que o impede de governar soberano. Tra­ta-se de uma forma de autopunição, porquanto, dessa maneira, se realiza interiormente. Como, porém, a men­te não depende do corpo, quando esse sobrevive à pa­tologia autodestrutiva, o ego esmaece e abrem-se pers­pectivas de ampliação dos sentimentos, como altruís­mo, fraternidade, interesse pelos demais.
O egoísmo é invejoso, porque aspirando tudo para si, lamenta o prejuízo de não conseguir quanto gostaria de deter, e por isso, inveja o corpo que não se lhe subme­te, preferindo matá-lo, na insânia em que se debate.
Lutar pela sobrevivência é tarefa específica da men­te, entre outras, com objetivo essencial de tudo empe­nhar por consegui-lo. Por isso, logra superar as injun­ções egotistas e ampliar o sentido e o significado da vida.
O ser humano está fadado à glória solar, acima das vicissitudes, às quais se encontra submetido momenta­neamente, como resultado do seu processo evolutivo, que o domina em couraças, de que se libertará, a pouco e pouco, utilizando-se dos recursos bioenergéticos e outros que as modernas ciências da alma lhe colocam ao alcance, ajudando-o no crescimento interior e na con­quista do super-ego.

Amor imbatível amor / Divaldo P. Franco/ espírito Joanna de Angellis

segunda-feira, 11 de março de 2013

SEGURANÇA



        É comum ouvir-se que devemos responder na mesma dimensão em que formos ofendidos.
         Compreende-se que a justiça, na ação dos homens, seja operada pelas suas próprias mãos.
         Porém, conhecendo-se a ação das leis de amor, entende-se porque a justiça não precisa das mãos humanas para a sua aplicação.
         Se é necessário o escândalo, compreende-se que o escandaloso sofra as consequências das suas atitudes.
         Se queres ter segurança na tua vida, no equilíbrio das tuas emoções, compartilha com Jesus, no conserto de ti mesmo.
         Se alguém te condena, perdoa sempre, porque se não ofereceres o perdão, entrarás na faixa do ofensor e ficarás alterado como ele.
         Se procuras a tranquilidade de consciência,
não ofendas,
não te irrites,
não te encolerizes,
não ataques,
não cries imagens contrárias ao amor.
         Sê prestativo em qualquer lugar. Tem sempre nos lábios o sorriso ante o companheiro, desfazendo contrariedades e ampliando o trabalho no bem comum.
         Reage dentro de ti mesmo, ao ouvir qualquer coisa relacionada a assuntos desagradáveis, desfazendo o negativo, para a paz do próprio coração, invertendo-os para entendimentos positivos.
         Se desejas segurança, lembra-te da utilidade, onde quer que estejas, de uma atitude nobre nos pensamentos bons, na fala que estimula o bem!
         A tua segurança está em Deus, bem o sabes; no entanto, apoia-se nos teus poderes. Se queres, Deus já quis a tua paz. Estamos em uma escola do Senhor. Não penses que só os encarnados estão crescendo em conjunto, nos trabalhos que operam na Terra; nós, os desencarnados, estamos de mãos dadas com os encarnados, em esforço conjunto, nas modificação necessárias
de melhorar,
de crescer,
de estudar,
de compreender,
de trabalhar,
de amar,
de perdoar,
de servir
em todos os sentidos.
         Desta maneira, a vida toma expressão divina, no divino que mora em nós.
         Todos procuramos segurança; resta saber se a procura é realmente cristã.
Procurar é esforçar-se;
esforçar-se é entender;
entender é agir;
agir é amar!
         Toda segurança requer sabedoria, e toda sabedoria pede amor.
         Quando, meu irmão, nós desconhecermos o ódio, o amor começará a nos fornecer ambiente do céu no coração.
         Se queres saber, a cólera é clima inferior capaz de estragar vidas. Ao contrário, o amor alimenta a existência, ganhando-se a paz de consciência.

(Página recebida em 30/12/87, na Sociedade Espírita Maria Nunes, Belo Horizonte, MG.)
(De “Páginas Esparsas 4”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Lancellin)