sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Escrever na Rocha


Dois grandes mercadores árabes, de nomes Amir e Farid, eram muito amigos e sempre que faziam suas viagens para um mercado onde vendiam suas mercadorias, iam juntos, cada qual com sua caravana e seus escravos empregados.
Numa dessas viagens, ao passarem junto a um rio caudaloso, Farid resolveu banhar-se, pois fazia muito calor.
Em dado momento, distraindo-se, foi arrastado pela correnteza. Amir, vendo que seu grande amigo corria risco de vida, atirou-se às águas e, com inaudito esforço, conseguiu salvá-lo.
Após esse episódio, Farid chamou um de seus escravos e mandou que ele gravasse numa rocha ali existente, uma frase que lembrasse a todos do acontecido.
Ao retornarem, passaram pelo mesmo lugar, onde pararam para rápido repouso.
Enquanto conversavam, tiveram uma pequena discussão e Amir alterando-se esbofeteou Farid.
Este aproximou-se das margens do rio e, com uma varinha, escreveu na areia o fato.
O escravo que fora encarregado de escrever na pedra o agradecimento de Farid, perguntou-lhe:
- Meu senhor, quando fostes salvo, mandaste gravar aquele feito numa pedra e agora escreveis na areia o agravo recebido. Por que assim o fazeis?
Farid respondeu-lhe:
- Os atos de bondade, de amor e abnegação devem ser gravados na rocha para que todos aqueles que tiverem oportunidade de tomar conhecimento deles, procurem imitá-los. Ao contrário, porém, quando recebemos uma ofensa, devemos escrevê-la na areia, próxima as águas para que desapareça, levada pela maré, a fim de que ninguém tome conhecimento dela e, acima de tudo para que qualquer mágoa desapareça prontamente no nosso coração !





quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O privilégio da oração


Deus nos fala pela Natureza e pela Revelação, através de Sua providência e pela influência de Seu Espírito. Isto, porém, não basta; precisamos também abrir a Ele nosso coração. Para ter vida e energia espirituais, necessitamos manter verdadeira comunhão com o Pai celestial. Nossos pensamentos podem dirigir-se para Ele; podemos meditar sobre Suas obras, Suas misericórdias, Suas bênçãos; mas isto não é, no sentido mais amplo, ter comunhão com Ele. Para isso é preciso que tenhamos alguma coisa que Lhedizer acerca de nossa vida. 
A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, para que Deus nos conheça, mas para nos habilitar a recebê-Lo. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele. Quando Jesus andou na Terra, ensinou a Seus discípulos como deviam orar. Instruiu-os a apresentar suas necessidades diárias a Deus, e lançar sobre Ele todos os seus cuidados. A certeza que lhes deu, de que suas orações seriam ouvidas, nos é dada também. 
Jesus mesmo, enquanto andava entre os homens, muitas vezes Se entregava à oração. O Salvador identificou-Se com nossas necessidades e fraquezas, tornando-Se um suplicante, junto de Seu Pai, para buscar dEle novos suprimentos de força, a fim de que pudesse sair revigorado para os deveres e provações. 
Ele é nosso exemplo em todas as coisas. É um irmão em nossas fraquezas, pois "como nós, em tudo foi tentado". Mas, sem pecado como era, Sua natureza recuava do mal. Suportou lutas e tristezas num mundo de pecado. Sua humanidade tornou a oração uma necessidade e um privilégio para Ele. Encontrava conforto e alegria na comunhão com o Pai. E se o Salvador dos homens, o Filho de Deus, sentia a necessidade de orar, quanto mais devemos nós, débeis e pecadores mortais que somos, sentir a necessidade de fervorosa e constante oração! 
O Pai celestial deseja derramar sobre nós a plenitude de Suas bênçãos. É nosso privilégio beber livremente da fonte de Seu amor ilimitado. É de admirar, pois, que oremos tão pouco! Deus está pronto para ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus fiIhos, e contudo há tanta relutância de nossa parte, para levar a Deus nossas necessidades! Que pensarão os anjos do Céu, a respeito dos pobres e desamparados seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, cheio de infinito amor,inclina-se para eles, pronto para lhes dar mais do que sabem pedir ou pensar. Contudo oram tão pouco, tão pequena fé exercem! 
Os anjos têm prazer em prostrar-se perante Deus, têm prazer em estar na Sua presença. Consideram a comunhão com Deus sua maior alegria. Os filhos da Terra, porém, que tanto precisam do auxílio que só Deus pode dar, parecem satisfeitos em andar sem a luz de Seu Espírito, sem a companhia de Sua presença. 
As trevas do maligno envolvem os que negligenciam a oração. As sutis tentações do inimigo os levam ao pecado. E tudo isso acontece por não fazerem uso do privilégio da oração, que Deus lhes ofereceu. Por que deveriam os filhos e filhas de Deus ser tão relutantes em orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para abrir os depósitos do Céu, onde estão armazenados os ilimitados recursos da Onipotência? 
Sem oração e vigilância constante, estamos em perigo de nos tornar descuidados e nos desviar do caminho verdadeiro. O adversário procura continuamente obstruir o caminho para o trono da graça, para que não obtenhamos, pela súplica fervorosa e fé, graça e poder para resistir à tentação. Há certas condições sob as quais podemos esperar que Deus ouça nossas orações e a elas atenda. Uma das primeiras é sentir nossa necessidade de Seu auxílio. Ele prometeu: "Vou fazer com que caia chuva no deserto e que em terras secas corram rios." Os que têm fome e sede de justiça, que anelam a Deus, podem estar certos de que serão satisfeitos. O coração tem de estar aberto à influência do Espírito. Ao contrário, não pode obter a bênção de Deus. 
Nossa grande necessidade é por si mesma um argumento, e intercede em nosso favor de modo muito eloqüente. Temos, porém, de buscar ao Senhor a fim de que faça essas coisas por nós. Ele diz: "Peçam e receberão." "Ele não deixou de entregar nem o Seu próprio Filho, mas O ofereceu por todos nós! Se Ele nos deu Seu Filho será que também não nos dará também de graça todas as coisas?" Se guardamos ainda iniqüidade em nosso coração, se nos apegamos a algum pecado consciente, o Senhor não nos ouvirá. Mas a oração da pessoa arrependida e sincera será sempre aceita. Depois de termos nos arrependido de todas as faltas que nos são conscientes, poderemos crer que Deus atenderá às nossas orações. Nossos próprios méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Cristo que nos salvará, Seu sangue é que nos purificará. Nós, porém, temos uma parte a fazer para cumprir as condições da aceitação. 
Outro elemento da oração perseverante é a fé. "Porque quem vai a Deus precisa crer que Ele existe, e que recompensa os que O procuram." Jesus disse a Seus discípulos: "Quando orarem e pedirem alguma coisa, creiam que já a receberam, e assim tudo será dado a vocês." Cremos em Sua palavra? A certeza que Ele nos dá é ampla, sem limites. Aquele que prometeu é fiel. Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e no tempo desejado, devemos, assim mesmo, crer que o Senhor nos ouve e que atenderá às nossas orações. Somos tão cheios de faltas e possuímos uma visão tão estreita, que às vezes pedimos coisas que não seriam uma bênção para nós. O Pai celestial amorosamente atende às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem - aquilo que nós mesmos desejaríamos se, com a visão divinamente iluminada, pudéssemos ver todas as coisas como são na realidade. 
Quando nossas orações ficam aparentemente sem resposta, devemos nos apegar à promessa, pois virá, por certo, a ocasião de serem atendidas, e receberemos a bênção de que mais necessitamos. Pretender no entanto, que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido particular que desejamos é presunção. Deus é muito sábio para errar, e bom demais para deixar de conceder qualquer benefício aos que são sinceros. Não tenha medo, pois, de confiar nEle, ainda que não veja resposta imediata às suas orações. 
Apóie-se na segura promessa: "Peçam e receberão." Se tomarmos conselho com as nossas dúvidas e temores, ou procurarmos resolver tudo que não podemos compreender claramente, antes de ter fé, as dificuldades apenas aumentarão e se complicarão. Mas se chegarmos a Deus convencidos de nosso desamparo e dependência, tais como somos, e com humilde e confiante fé levarmos nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, e que tudo vê na criação, governando todas as coisas por Sua vontade e palavra, Ele pode atender e atenderá ao nosso clamor, e fará a luz brilhar em nosso coração. 
Pela oração sincera somos ligados com a mente do Infinito. Não podemos ver, no mesmo momento, evidências claras de que a face do nosso Redentor se inclina para nós em compaixão e amor, mas é realmente assim. Podemos não sentir Seu contato visível, mas Sua mão está sobre nós em amor e compassiva ternura. 
Quando pedimos misericórdia e bênçãos de Deus, devemos ter no coração um espírito de amor e perdão. Como poderemos orar: 
"Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos os que nos ofenderam" e não obstante, alimentar um espírito de ódio? Se esperamos que nossas orações sejam atendidas, devemos perdoar aos outros do mesmo modo e na mesma medida em que esperamos ser perdoados. A perseverança na oração é também uma condição para que seja atendida. Devemos orar sempre, se quisermos crescer na fé e experiência. Devemos "perseverar em oração, agradecendo a Deus". 
Pedro recomenda aos crentes: "Vocês devem ser prudentes e estar alerta para poderem orar." A Paulo instrui: "Mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e sempre orem com o coração agradecido." "Porém vocês, meus amigos", diz Judas, "orem no poder do Espírito Santo. E continuem no amor de Deus." A oração constante é a união ininterrupta da alma com Deus, de maneira que a vida de Deus flui para nossa vida, e de nossa vida voltam para Deus pureza e santidade. 
É necessário que a oração seja diligente. Coisa alguma deve fazer com que você deixe de orar. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para conservar aberta a comunhão entre Jesus e você. Procure toda oportunidade para ir aonde se costuma fazer oração. Os que estão realmente buscando a comunhão com Deus, serão vistos nas reuniões de oração, fiéis ao seu dever, e atentos e ansiosos por receber todos os benefícios que possam obter. Aproveitarão todas as oportunidades de colocar-se onde possam receber raios de luz do Céu. 
Temos que orar em família, mas acima de tudo, não devemos negligenciar a oração secreta, pois ela é a vida da alma. É impossível a uma pessoa prosperar se não ora o suficiente. A oração familiar e a oração pública não bastam. Sozinho, abra seu coração aos olhos de Deus. A oração secreta só deve ser ouvida por Ele - o Deus que ouve as orações. Nenhum ouvido curioso deve partilhar essas petições em que a alma entrega a Deus suas dificuldades. Na oração secreta a pessoa está livre das influências do ambiente, livre de excitamento. 
Calmamente, mas com fervor, pode buscar a Deus. A influência que vem dAquele que conhece os segredos será suave e permanente. Seu ouvido está aberto para ouvir a prece que vem do coração. Pela fé calma e singela o ser humano mantém comunhão com Deus e absorve raios de luz divina que irão fortalecê-lo e sustentá-lo no conflito contra Satanás. Deus é nossa fortaleza. Ore no seu aposento particular. E enquanto você executa seus afazeres diários, ore muitas vezes. Era assim que Enoque andava com Deus. Essas orações silenciosas sobem para o trono da graça como se fossem precioso incenso. Satanás não pode vencer aquele que dessa maneira se firma em Deus. 
Não há tempo nem lugares impróprios para fazer uma prece a Deus. Nada nos pode impedir de elevar o coração no espírito de uma oração sincera. Entre as pessoas na rua, ou em meio a uma transação comercial, podemos elevar a Deus um pedido, solicitando a direção divina, como fez Neemias quando apresentou seu pedido perante o rei Artaxerxes. Onde quer que nos encontremos podemos manter comunhão íntima com Deus. A porta do coração deve estar constantemente aberta, sempre pedindo a Jesus que venha habitar em nós, como hóspede celestial. 
Ainda que nos encontremos num ambiente maculado e corrupto, não somos forçados a respirar os odores poluídos deste mundo, mas temos condições de viver no puro ambiente do Céu. Podemos fechar todas asportas a imaginações impuras e pensamentos profanos, conduzindo nossa alma à presença de Deus pormeio de sincera oração. Aquele que se acha aberto para receber o auxílio e a bênção de Deus poderá viver num ambiente mais santo que o da Terra, e ter constante comunhão com o Céu. 
Precisamos ter uma visão mais clara acerca de Jesus, bem como uma compreensão mais ampla do valor das realidades eternas. O coração dos filhos de Deus tem que se encher de beleza e santidade, e para queassim seja, devemos procurar a divina revelação das coisas celestiais.Que o nosso interior se abra e se eleve, a fim de que Deus possa nos proporcionar um vislumbre maior daatmosfera celeste. Podemos nos conservar tão ligados a Deus que, em cada provação inesperada, nossos pensamentos sejam direcionados para Ele de modo tão natural como a flor se volta para o Sol. 
Conte sempre ao Senhor acerca de suas necessidades, alegrias, tristezas, cuidados e temores. Você nãoconseguirá sobrecarregá-Lo; não O poderá cansar. Aquele que conta os cabelos de nossa cabeça não éindiferente às necessidades de Seus filhos. "Porque o Senhor é cheio de bondade e de misericórdia." Seucoração amorável se comove com nossas tristezas, e quando falamos delas.Entregue-Lhe tudo quanto causa insegurança em você. Coisa alguma é muito grande para Ele, poissustenta os mundos e dirige o Universo. 
Nada do que, de algum modo, se relacione com a nossa paz é tãoinsignificante que Ele deixe de observar. Não há em nossa vida nenhum capítulo demasiado obscuro paraque Ele não o possa entender; dificuldade alguma por demais complicada para que a possa resolver.Nenhuma calamidade poderá sobrevir ao mais humilde de Seus filhos, ansiedade alguma que lhe perturbea paz de espírito, nenhuma alegria que possa ter, nenhuma oração sincera que lhe escape dos lábios, semque seja observada pelo Pai celeste, ou sem que Lhe atraia o imediato interesse. 
Ele "cura os que estão desanimados e trata de seus ferimentos". As relações entre Deus e cada pessoa sãotão particulares e íntimas, como se não existisse nenhuma outra por quem Ele houvesse dado Seu bem-amado Filho.Jesus disse: "Naquele dia vocês farão pedidos em Meu nome. E Eu digo que não precisarei pedir ao Paiem favor de vocês." "Fui Eu que os escolhi... assim o Pai Ihes dará tudo o que pedirem em Meu nome."Orar em nome de Jesus, porém, é mais do que simplesmente mencionar-Lhe o nome no começo e fim daoração. E orar segundo o sentimento e o espírito de Jesus, ao mesmo tempo que cremos nas Suaspromessas, descansamos em Sua graça, e fazemos Suas obras. 
Deus não espera que nos tornemos eremitas ou monges, que nos afastemos do mundo, com o objetivo denos consagrar a práticas de piedade. Nossa vida deve ser tal como foi a de Cristo - dividir-se entre omonte da oração, e o convívio das multidões. A pessoa que não faz outra coisa senão orar, ou em brevedeixará essa prática, ou suas orações acabarão se tornando formais e rotineiras.Quando os homens se retiram da vida social, param de cumprir seus deveres cristãos e levar sua cruz;quando deixam de trabalhar com zelo pelo Mestre, que com tanto amor por eles trabalhou, perdem oobjetivo essencial da oração, não sendo mais estimulados às devoções. Suas preces se tornam pessoais eegoístas. 
Não podem orar a respeito das necessidades humanas, ou da edificação do reino de Cristo,rogando forças para o trabalho.Ao nos privarmos da alegria de nos reunir uns com os outros para fortalecimento e ânimo no serviço doSenhor, nosso prejuízo será grande. As verdades de Sua Palavra perdem o vigor e a importância para onós. O coração deixa de ser iluminado e comovido por Sua santificadora influência. A espiritualidadedeclina.Perdemos muito, em nossas relações como cristãos, devido à falta de simpatia de uns para com os outros. 
Aquele que se fecha em si mesmo não está preenchendo o lugar que lhe foi designado pelo Senhor. Odevido cultivo dos traços sociais de nossa natureza nos leva a ter simpatia pelos outros, sendo um meio denos desenvolver e tornar mais fortes para o serviço de Deus.Se os cristãos cultivassem maior convivência entre si, falando do amor de Deus e das preciosas verdadesda redenção, seu próprio coração seria abrandado, ao mesmo tempo que levariam conforto uns aos outros.Devemos aprender diariamente de nosso Pai celeste buscando nova experiência de Sua graça. 
Assim,desejaremos falar acerca de Seu amor e nosso ânimo e fervor crescerão.Se pensássemos e falássemos mais em Jesus e menos em nós mesmos, teríamos muito mais de Suapresença. Se pensássemos em Deus ao menos tantas vezes quantas vemos Suas demonstrações de cuidadopor nós, poderíamos tê-Lo sempre presente em nossa mente, alegrando-nos em falar a Seu respeito e emlouvá-Lo.Falamos sobre as coisas temporais, porque nos interessamos por elas. Falamos em nossos amigos, porqueos amamos; com eles partilhamos as dores e alegrias. Temos, no entanto, razões infinitamente maiores para amar mais a Deus do que aos nossos amigos terrestres. 
Deveria ser a coisa mais natural do mundo dar-Lhe o primeiro lugar em nossos pensamentos, falar de Sua bondade e de Seu poder.Ao conceder-nos tão preciosos dons, não era vontade de Deus que eles ocupassem de tal forma nossamente e coração, que nada nos restasse para Lhe dar. Os dons nos devem, ao contrário, fazer lembrarsempre dEle, ligando-nos com laços de amor e gratidão ao celeste Benfeitor.Vivemos muito apegados à Terra. 
Ergamos o olhar para a porta aberta do santuário no Céu, onde a luz da glória de Deus resplandece na face de Cristo, o qual "pode, hoje e sempre, salvar os que vão a Deus por meio dEle."Devemos louvar mais a Deus "pela Sua bondade e pelas Suas maravilhas para com os filhos dos homens".Nossas orações não deviam se resumir só em pedir e receber. Não pensemos sempre em nossasnecessidades, sem nunca nos importar com os benefícios recebidos. Não oramos muito, mas somos aindamais pobres em nossas ações de graças. Continuamente recebemos as misericórdias de Deus e, noentanto, quão pouco Lhe expressamos nosso reconhecimento e O louvamos pelo que tem feito por nós!O Senhor instruiu antigamente os israelitas, quando se reuniam para Seu culto: "Ali na presença doEterno, o nosso Deus, vocês e as suas famílias comerão da carne dos sacrifícios e ficarão alegres porqueDeus abençoou todo o trabalho de vocês." 
Aquilo que fazemos para glória de Deus, deve ser feito comalegria, hinos de louvor e ações de graças, não com tristeza e aspecto sombrio.Nosso Deus é Pai misericordioso e amorável. Servi-Lo não deve ser considerado um exercício cansativo etriste. Deve ser uma alegria adorar o Senhor e tomar parte em Sua obra. Deus não quer que Seus filhos,para quem ofereceu tão grande salvação, ajam como se Ele fosse um patrão duro e exigente. Ao contrárioé o melhor amigo deles. E espera que, quando O adorem, possa estar com eles, para os abençoar econfortar, enchendo-lhes o coração de alegria e amor. 
O Senhor deseja que Seus filhos encontrem conforto em Seu serviço, achando mais prazer do que fadigaem Seu trabalho. Deseja que aqueles que O buscam para Lhe prestar adoração, levem consigopensamentos preciosos acerca de Seu cuidado e amor, podendo ser, desse modo, animados em todas asocupações da vida diária, e receber graça para lidar sincera e fielmente em todas as coisas.Precisamos nos reunir em torno da cruz. O Cristo crucificado deve ser o tema de nossas meditações denossas conversas, e de nossas mais gratas emoções. Devemos conservar em mente todas as bênçãos querecebemos de Deus e, ao compreendermos o grande amor que Ele nos tem, iremos sentir-nos atraídos aconfiar tudo às mãos que foram por nós cravadas na cruz.A alma pode subir para mais perto do Céu nas asas do louvor. 
Deus é adorado com hinos e música nascortes celestes. Ao exprimir-Lhe nossa gratidão, estamos nos aproximando do culto que Lhe é prestadopelas hostes celestes. "Aquele que Me traz ofertas de gratidão, esse Me honra." Cheguemos, pois, comreverente alegria a nosso Criador, "com ações de graças e voz de melodia"

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

a paz que trago em meu peito


A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia... 
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção. 
Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece. 
A paz está no dinamismo da vida,no trabalho, na esperança, na confiança, na fé... 
Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou... 
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida. 
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem. 
Ter paz é ter um coração que ama... 
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas água se espreguiçam... 
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas. 
Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não, quando é não que se quer dizer... 
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade... 
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências... 
A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições. 
É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos... 
É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo. 
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra. 
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela. 
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança naquele que criou e governa o mundo... 
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido. 
Pense nisso! 
Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio. 
Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes. 
Quando alguém está irritado. 
Quando a maledicência te procura. 
Quando a ofensa te golpeia. 
Quando alguém se encoleriza. 
Quando a crítica te fere. 
Quando escutas uma calúnia. 
Quando a ignorância te acusa. 
Quando o orgulho te humilha. 
Quando a vaidade te provoca. 
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Antes de ser mae



Antes de ser mãe, eu fazia e comia os alimentos ainda quentes. 
Eu não tinha roupas manchadas, tinha calmas conversas ao telefone. 
Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria. 
Nunca me preocupava com a hora de ir para a cama. 
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes 
Antes de ser mãe, eu limpava minha casa todo dia. 
Eu não tropeçava em brinquedos e nem pensava em canções de ninar. 
Antes de ser mãe, eu não me preocupava: 
Se minhas plantas eram venenosas ou não. 
Imunizações e vacinas então, eram coisas em que eu não pensava. 
Antes de ser mãe, ninguém vomitou e nem fez xixi em mim, 
Nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas. 
Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre a minha mente, 
Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos, e dormia a noite toda. 
Antes de ser mãe, eu nunca tive que segurar uma criança chorando, para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções. 
Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam. 
Nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha. 
Nem fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo. 
Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança, só por não querer afastar meu corpo do dela. 
Eu nunca senti meu coração se despedaçar, quando não pude estancar uma dor. 
Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina, pudesse mudar tanto a minha vida e que pudesse amar alguém tanto assim. 
E não sabia que eu adoraria ser mãe. 
Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação, de ter meu coração fora do meu próprio corpo. 
Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto. 
Não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança. 
E não imaginava que algo tão pequenino, pudesse fazer-me sentir tão importante. 
Antes de ser mãe, eu nunca me levantei à noite toda, cada 10 minutos, para me certificar de que tudo estava bem. 
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe. 
Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes. 
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus, 
Por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo. 
Obrigada meu Deus, por permitir-me ser 

Mãe! 

Silvia Schmidt

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SAÚDE



Estás mergulhado, psiquicamente, na Mente Universal e Divina.
Seguindo as diretrizes éticas do equilíbrio e da ordem, que fluem e refluem em toda parte, respiras em clima de saúde e de paz.
Quando te desconectas do complexo mantenedor da harmonia que te envolve, desconcertam-se as peças da maquinaria física, face às vibrações violentas da mente, favorecendo a instalação das doenças.
A enfermidade, geralmente, procede do ser espiritual, resultante do seu passado, que encontra ressonância no psiquismo atual, gerando o campo propício à instalação da desordem.
Durante o dia, muitos fatores conspiram contra a tua harmonia mental, não te cabendo agasalhá-los.
Resolve, assim, cada situação, com calma e segurança, não guardando resíduos mentais negativos.
Fato consumado, mente liberada, em programação de novo cometimento superior.
A tua saúde depende sempre do teu comportamento moral e espiritual.
E, não obstante, se a enfermidade encontrar guarida no teu organismo, recorre à oração e resgata a tua dívida com alegria, em pleno processo de libertação total.

(De “Episódios diários”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Angelis).

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Ter filhos e ser Pai



Você tem filhos?

Se a resposta for positiva, então responda: Você é pai? Ora, alguns pensarão que ter filhos e ser pai é a mesma coisa, mas uma reflexão mais detida nos mostrará a diferença. Para ter filhos basta estar apto à reprodução e entregar-se à conjunção carnal para procriar. Para ser pai é preciso alguns cuidados a mais. Há pouco tempo, uma revista tratou do assunto retratando algumas dificuldades, principalmente com relação a empresários e executivos que têm filhos e que não são pais. Geralmente chegam em casa e não se dão conta de que já saíram dos seus escritórios. Esquecem-se de sintonizar os sentimentos afetivos e continuam dando ordens, como se a esposa fosse a secretária e os filhos seus subalternos. Não mudam nem o tom de voz. Uma estatística da revista Fortune atesta a dramática dimensão desse problema. Revela que filhos de empresários e executivos de alto nível apresentam graus de desajustes bem maiores que os dos outros pais, inclusive os de famílias financeiramente menos abastadas. No livro The parent’s handbook, ou Manual dos pais, em português, um dos livros mais vendidos nos Estados Unidos, dois especialistas tratam do tema com grande competência. Estabelecem, entre outras coisas, sete regras básicas para ser um bom pai: 1ª - Comporte-se naturalmente. Dê atenção na medida certa. Se você exagerar com freqüência, quando por qualquer motivo reduzir sua atenção, seu filho se sentirá desprezado. 2ª - Diga sempre ao seu filho que você o ama. Principalmente quando ele não espera esse tipo de declaração. Não economize nos gestos. Beijos, carinhos, abraços, emoção, muitas vezes valem mais que uma dezena de atitudes. 3ª - Vale mais encorajar do que repreender; incentivar do que premiar. Dizer com sinceridade: Eu confio na sua capacidade de decisão, eu aposto no seu discernimento. 4ª - Ouça seu filho! (talvez a mais importante das recomendações). Aprenda a ouvir o que ele tem a dizer. Ouça tudo e até o fim. Não interrompa, não conclua nem o obrigue a concluir no meio do relato. Mais do que a sua opinião, ele quer contar para você... 5ª - Mesmo diante de uma aparente falta grave, procure não criticá-lo duramente. Deixe que ele lhe dê as próprias razões. Se você não se convencer, tente refletir em conjunto, ajudando-o a perceber o que o levou a errar, tornando-o capaz de identificar o erro. 6ª - Por mais certeza que você tenha do que vai acontecer, nos casos que não haja risco à integridade de seu filho, permita que ele experimente e conclua por si mesmo. O melhor aprendizado ainda é o da própria experiência. 7ª - Trate seu filho com a mesma educação e cordialidade que você reserva para seus amigos. Agindo assim, por certo ele acabará se tornando o melhor de todos os seus amigos. Não se resumem aqui todas as regras para se ser um bom pai, mas aqueles que as observarem já terão dado passos largos no caminho que a todas as outras conduz. * * * Todo filho é empréstimo sagrado que deve ser valorizado e melhorado pelo cinzel do amor dos pais, para oportuna devolução ao Genitor Celeste. 

Redação do Momento Espírita, com base na Revista Factus


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Confiança Plena


Em 1989, um violento terremoto quase arrasou a Armênia, matando mais de 30 mil pessoas em menos de 4 minutos. 
Em meio à completa devastação e ao caos, um pai deixou sua esposa segura em casa e correu para a escola onde seu filho supostamente deveria estar, só para descobrir que o edifício estava totalmente no chão. 
Depois do choque inicial, ele se lembrou da promessa que tinha feito ao filho: Não importa como, quando ou onde, eu sempre estarei com você! 
Lágrimas amargas rolaram do seu rosto transtornado. 
Olhou para as ruínas onde havia sido a escola, e a situação parecia sem esperanças. Mas, face à promessa que fizera ao filho, recobrou o ânimo e buscou lembrar o caminho que percorria com o garoto. 
Lembrou que a sua sala ficava no canto de trás do prédio. Correu para lá e começou a cavar em meio aos cascalhos. 
Enquanto cavava, outros parentes desamparados chegaram com os corações em disparada, gritando: Meu filho!, Minha filha! 
Outros tentavam retirá-lo de cima dos escombros dizendo: É muito tarde! Eles estão mortos! Vá para casa! Vamos. Encare a realidade! Não há nada que você possa fazer! 
Para cada pai ele respondia com uma única frase: Você vai me ajudar agora? E, então, continuava a cavar à procura de seu filho, pedra por pedra. 
O chefe dos bombeiros, os policiais, todos tentaram, em vão, afastá-lo de cima das ruínas. 
Corajosamente ele prosseguiu, sozinho... 
Cavou por 8 horas... 12 horas... 24 horas... 36 horas... E então, na trigésima oitava hora, ele puxou um bloco e ouviu a voz de seu filho. 
Gritou seu nome e o menino respondeu: Pai? Sou eu, pai! 
Eu disse para os outros meninos não se preocuparem, que se você estivesse vivo você me salvaria, e, quando você me salvasse, eles também estariam salvos. 
Você prometeu, lembra? Não importa como, quando ou onde, eu sempre estarei com você. 
Você conseguiu pai! 
O pai, emocionado, perguntou como estava a situação lá embaixo, e o filho respondeu que das 33 crianças, 14 conseguiram sobreviver graças a uma espécie de cabana triangular que se formou quando o prédio desabou. 
Venha aqui para fora! Disse o pai ao filho querido, estendendo-lhe a mão. 
Não, pai! Deixe os outros irem primeiro, porque eu sei que você vem me buscar! Não importa como, quando ou onde, eu sei que você estará sempre comigo! 
* * * 
Os pais modernos, confusos diante de tanta informação a respeito da formação do caráter dos filhos, se esquecem de oferecer o que a criança mais necessita: o amor incondicional. 
Temerosos de que seus filhos se tornem medrosos e inseguros, deixam-nos seguir desolados e sós. 
Para a criança é de suma importância sentir-se segura e amparada nos momentos difíceis de sua vida. 
E esses momentos podem ser um sonho assustador no meio da noite, quando a criança atravessa os longos corredores escuros em busca do amparo dos braços fortes dos pais, que são para eles um refúgio seguro. 
Pode ser também o medo do escuro, o medo da água, do elevador, de altura, de insetos, de ficar sozinho, de ser abandonado. 
Assim, sejamos para nossos filhos o amparo de que eles necessitam no momento em que necessitem. 
Não tenhamos receio de amá-los e fazê-los se sentirem seguros e confiantes, até que superem os medos e possam se tornar pais e mães firmes o bastante para educar seus próprios filhos. 

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Como você se define?


Estou muito, muito animada por estar aqui. Eu queria contar mais sobre... 
Eu não quero dizer “o básico”, porque não se sabe muito sobre minha síndrome... 
Nasci com uma síndrome muito, muito rara, que somente duas pessoas no mundo, incluindo eu mesma, têm. 
Basicamente, o que essa síndrome causa é que eu não posso ganhar peso. 
Sim, é bom assim mesmo! 
Eu poderia comer o que quisesse, quando quisesse, e não engordaria. Farei 25 anos em março e nunca vou pesar mais que 29 kg. 
Na faculdade eu escondia um balde enorme de várias guloseimas... e minha colega de quarto dizia “posso ouvir você às 12:30 tentando pegar comida embaixo da sua cama” e eu ficava tipo, “sabe de uma coisa? Eu posso fazer isso, porque há benefícios nessa síndrome, há benefícios em não ser capaz de engordar, em ser deficiente visual, em ser bem pequena.” 
Muitas pessoas pensam: “como você pode dizer que há benefícios quando você só vê por um olho?” Bem, deixem-me dizer quais são os benefícios, porque eles são ótimos! (risos) 
Eu uso lentes de contato. LENTE de contato, metade de LENTES de contato. 
Quando uso meus óculos de leitura, é metade da receita! 
Se alguém está me incomodando, sendo rude, fique do meu lado direito! 
É como se você nem estivesse lá! 
Eu nem mesmo sei que você tá lá parado. 
Agora mesmo, se eu me virar, não terei ideia de que há esse outro lado do salão. 
Também, por ser pequena, tenho muita vontade de ser voluntária nos vigilantes do peso, ou em alguma academia, e dizer: “Oi, sou Lizzie e vou ser a criança do seu pôster. Coloque meu rosto onde quiser e eu direi: ‘Oi, eu uso esse programa! Olhe como funciona bem!’” 
Mesmo com algumas coisas maravilhosas que vieram disso tudo, há também muitas dificuldades, como vocês podem imaginar. 
Ao crescer, fui criada 150% normalmente. 
Quando... 
Eu fui a primeira filha dos meus pais, e quando eu nasci os médicos disseram a minha mãe: “sua filha não tem qualquer líquido amniótico ao redor dela”. 
Então quando nasci foi um milagre eu ter saído gritando. 
Os médicos disseram aos meus pais: “só queremos avisar que não esperem que sua filha fale, ande, engatinhe, pense ou faça qualquer outra coisa sozinha”. 
Agora, como pais de primeira viagem, você pode achar que meus pais diriam: “oh, não! Por quê? Por que nossa primeira filha tem todos esses problemas desconhecidos?” 
Mas não foi isso que fizeram. 
A primeira coisa que disseram aos médicos foi: “queremos vê-la e vamos levá-la para casa e amá-la e criá-la com o melhor da nossa capacidade”. 
E foi o que fizeram. 
Eu credito praticamente tudo que tenho feito em minha vida aos meus pais. 
Meu pai está aqui comigo hoje e minha mãe está em casa vendo. 
Oi mãe! 
Ela está se recuperando de uma cirurgia e ela tem sido a cola que mantém a família unida e tem me dado força pra ver que ela tá passando por tanta coisa mas ela tem esse espírito combativo que ela instilou em mim, que eu tenho tão orgulhosamente sido capaz de ficar diante das pessoas e dizer: “sabe de uma coisa? Eu tenho uma vida realmente difícil, mas tá tudo bem. 
Tá tudo bem! Tem sido assustador, tem sido difícil...” 
Uma das maiores coisas com que eu tive que lidar enquanto crescia foi algo que eu tenho certeza que todo mundo aqui já teve que lidar antes. 
Podem adivinhar o que é? Começa com B. (pessoas falam na plateia). Boys? (Meninos, em inglês). Bullying! (risos) 
Eu sei o que vocês tavam pensando! Eu deveria... 
Por que não posso sentar aqui com eles? 
Tive que lidar muito com o bullying, mas como eu disse, fui criada muito normalmente, então quando comecei o jardim da infância eu não imaginava de jeito nenhum que fosse diferente. 
De jeito nenhum. 
Não podia ver que era diferente das outras crianças. 
Eu acho que foi um choque de realidade pra uma criança de 5 anos porque eu fui pra escola no primeiro dia bem focada. 
Eu estava pronta. 
Entrei com uma mochila que parecia um casco de tartaruga porque era maior que eu. Eu vi uma garotinha e sorri pra ela. 
E ela olhou pra mim como se eu fosse um monstro, como se fosse a coisa mais assustadora que ela tinha visto em toda sua vida. 
Minha primeira reação foi achar que ela foi muito rude. 
“Eu sou uma criança engraçada e ela não percebeu, então eu vou ali brincar com uns blocos. Ou meninos.” Eu achei que o dia ficaria melhor, mas não ficou. 
Ele ficou pior e pior e muitas pessoas simplesmente não queriam ter nada a ver comigo, e eu não pude entender por quê. 
“Por quê? O que foi que eu fiz? Não fiz nada com eles! E na minha cabeça ainda sou uma criança legal!” Então eu tinha que ir pra casa e perguntar aos meus pais o que havia de errado comigo. O que eu fiz. Por que não gostam de mim. 
E eles sentaram comigo e me disseram: “Lizzie, a única coisa diferente em você é que você é menor que as outras crianças. Você tem essa síndrome mas isso não vai definir quem você é.” 
Eles disseram: “vá pra escola, levante sua cabeça, sorria, continue a ser você mesma e as pessoas vão ver que você é exatamente como elas.” 
Então foi o que eu fiz. 
Eu quero que você pense e se pergunte agora mesmo: 
O que define você? 
Quem é você? 
É de onde você vem, é sua bagagem, são seus amigos? 
O que é? O que define quem você como pessoa? 
Levei um bom tempo pra descobrir pra descobrir o que me define. 
Por muito tempo achei que o que me definia era minha aparência exterior. 
Achava que minhas perninhas ou meus braços pequenos ou meu rosto pequeno fossem feios. Achava que eu era nojenta. 
Eu odiava quando acordava de manhã e ia pra escola e me olhava no espelho quando me arrumava, pensando: “eu posso apagar essa síndrome? Minha vida seria tão mais fácil se eu pudesse apagar isso!” 
Eu poderia ser como outras crianças, eu não precisaria comprar roupas que tivessem “Dora, a aventureira” nelas. 
Não teria que comprar coisas diferentes quando eu estava tentando ser igual às “crianças legais”. Eu desejava, orava, esperava e fazia tudo que pudesse pra que acordasse de manhã e fosse diferente e não tivesse que lidar com esses problemas, era o que eu ansiava todo dia, e todo dia eu me desapontava.
Eu tenho um sistema de apoio incrível ao meu redor, que nunca teve pena de mim, que está lá pra me levantar quando eu fico triste, que ri comigo durante os bons momentos e eles me ensinaram que mesmo tendo essa síndrome, mesmo que as coisas sejam difíceis, eu não posso deixar isso me definir. 
Minha vida foi colocada em minhas mãos, assim como a vida de vocês foi colocada nas suas mãos. Você é a pessoa no banco da frente do seu carro. 
É você quem decide se seu carro vai por um bom caminho ou por um mau caminho.
É você que decide o que lhe define. 
E deixe-me dizer a você, poderia ser muito fácil... digo, muito difícil descobrir o que te define. Porque há momentos em que fico tão aborrecida e frustrada que penso “não ligo pra o que me define!”. 
Quando estava no ensino médio encontrei um vídeo, infelizmente, que alguém postou sobre mim, me rotulando de “a mulher mais feia do mundo”. Havia 4 milhões de acessos a esse vídeo. Oito segundos, sem som, milhares de comentários. Pessoas dizendo “Lizzie, por favor, por favor, faça um favor ao mundo, coloque uma arma na cabeça e se mate.” 
Pense! Pense sobre isso. Se as pessoas te dissessem isso! Estranhos te dissessem isso! Eu chorei muito, claro, e estava pronta a me defender, e algo meio que ‘clicou’ na minha cabeça, e eu pensei “eu vou deixar isso pra lá.” 
Comecei a perceber que minha vida estava em minhas mãos. Eu poderia escolher fazê-la ser algo bom ou poderia escolher fazê-la algo ruim. Eu poderia ser grata e abrir meus olhos pra ver as coisas que tenho e fazer destas as coisas que me definem. Eu posso não ver por um olho, mas posso ver por outro. Posso ficar doente muitas vezes, mas tenho um cabelo legal! (risos). 
Obrigada! Vocês são a melhor seção aqui! (risos) Perdi minha linha de pensamento! Onde eu estava? Humm... (a plateia diz: cabelo!) Cabelo! Ok, obrigada, obrigada! 
Então eu poderia escolher ser feliz ou poderia escolher ser infeliz com o que tinha e reclamar sobre isso mas comecei a perceber “vou deixar as pessoas que me chamam de monstro me definirem? Vou deixar as pessoas que disseram “mate-a com fogo” me definirem? Não! 
Vou deixar meus objetivos, e meu sucesso, e minhas realizações serem as coisas que me definem. Não minha aparência exterior, não o fato de que sou deficiente visual, não o fato de ter essa síndrome que ninguém sabe o que é.” 
Então disse pra mim mesma que ia dar duro e fazer o que pudesse pra me fazer alguém melhor, porque na minha cabeça o melhor jeito de dar o troco a todas essas pessoas que riam de mim, que me humilhavam, que me chamavam de feia, de monstro, era me fazer alguém melhor e mostrar a elas: “sabem de uma coisa? Me digam essas coisas negativas. Eu vou virá-las e vou usá-las como degraus para subir e alcançar meus objetivos.” 
Foi o que fiz! 
Disse a mim mesma que queria ser palestrante motivacional, escrever um livro, me formar na faculdade, ter minha família e ter uma carreira. 
Oito anos depois estou aqui na frente de vocês, ainda dando palestras motivacionais. Primeira coisa que alcancei. 
Eu queria escrever um livro, e em duas semanas enviarei o manuscrito do meu terceiro livro (aplausos). Eu queria me formar na faculdade e eu acabei de terminar a faculdade! (gritos e aplausos). Estou me formando em Estudos de Comunicação na Universidade Estadual do Texas em San Marcos, e tenho uma formação menor em Inglês e tentei usar experiências da vida real enquanto estudava e meus professores não aceitavam. 
Mas eu queria ter por último minha própria família e minha própria carreira, a parte da família está fora da jogada, e a parte da carreira, eu sinto que estou indo bem, considerando que quando decidi que seria palestrante motivacional eu fui pra casa, sentei em frente ao computador, entrei no Google e digitei “como ser palestrante motivacional”, e nem estou brincando! 
Eu dou duro. Eu uso as pessoas que diziam que eu não podia fazer isso pra me motivarem, eu uso sua negatividade pra acender a chama que me faz seguir em frente. 
Use isso. Use isso. 
Use a negatividade que há na sua vida pra fazer você melhor, porque eu garanto, eu garanto! Você vai vencer. 
Agora, eu quero terminar perguntando a vocês de novo: eu quero que vocês saiam daqui e perguntem a vocês mesmos o que os define.
Mas lembrem: a coragem começa aqui.
Obrigada.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ENVELHEÇO


ENVELHEÇO 
quando me fecho para as novas idéias e me torno radical... 
ENVELHEÇO 
quando o novo me assusta e minha mente insiste em não aceitar... 
ENVELHEÇO 
quando me torno impaciente, intransigente e não consigo dialogar... 
ENVELHEÇO 
quando meu pensamento abandona sua casa e retorna sem nada acrescentar... 
ENVELHEÇO 
quando muito me preocupo e depois me culpo por não ter tido motivos para me preocupar... ENVELHEÇO 
quando penso demasiadamente em mim mesmo e conseqüentemente, dos outros, completamente me esqueço... 
ENVELHEÇO 
quando penso em ousar e já antevejo o preço que terei que pagar pelo ato, mesmo que os fatos insistam em me contrariar! 
ENVELHEÇO 
quando tenho a chance de amar e daí o coração se põe a pensar: "Será que vale a pena correr o risco de me dar? Será que vai compensar?" 
ENVELHEÇO 
quando permito que o cansaço e o desalento tomem conta de minha alma e ponho a me lamentar... ENVELHEÇO, 
enfim, quando paro de lutar... 
Reinilson Câmara

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O SONO, UMA BÊNÇÃO DE DEUS



Não deves rejeitar o sono, mudando o curso desta bênção de Deus a teu favor. A noite é para descansar o físico e reparar as energias perdidas no trabalho da alma, e ele não pode ter o seu valor diminuído, a não ser quando somos chamados para o serviço da caridade em casa, nas ruas, no trabalho, ou em qualquer outro serviço que o dever indicar.
Também aqui se dorme, em busca de suprimento para que os trabalhos tenham o curso determinado pelos compromissos que assumimos na pauta dos labores em Jesus Cristo.
Muitos dos homens aproveitam a noite, buscando nela campo de sensações, inferiores, onde se corrompem sempre os valores espirituais, causando-lhes distúrbios indizíveis nos caminhos a percorrer.
Conselhos são dados muitos, porém o conselheiro mais profundo é o sofrimento, que fala mais de perto ao coração, e que, com o passar dos evos, são ouvidos.
Aqui devemos falar àqueles que já despertaram para a luz do Espiritismo com Jesus: que aproveitem o momento de descanso do corpo, pedindo a Cristo a entrada em escolas espirituais que são muitas. Nelas se pode apreender com mais largueza o conhecimento da verdade, que sempre produz a lembrança quando se volta à casa da carne, tornando fácil a interpretação dos textos espirituais do Evangelho do Divino Senhor.
Falanges e mais falanges de Espíritos puros estão encarregadas por Jesus de dar assistência aos que desejam aprender as leis da vida e que governam a vida, e esses ensinamentos começam pelas portas do sono, terminando nas escolas do mundo, diversificadas em toda a Terra.
O repouso é uma graça ofertada a todos, não no sentido da inércia da alma, mas como novo meio de se aprender as coisas do Espírito.
A vida é uma universidade de saber e de amor. Os trabalhos que se operam no mundo espiritual, por amor às criaturas, não passam na mente dos encarnados, por não terem os cérebros ainda suficientemente desenvolvidos. Mais tarde, com esse desenvolvimento, poderão se recordar, como bênção santificante para as almas em prova na Terra.
Foi encarregada a Doutrina Espírita de falar alguma coisa, de modo a despertar nos corações a esperança da vida futura. Falamos e tornamos a dizer, em muitas repetições: existe a felicidade. Caminhemos com Jesus, que ele sabe o caminho onde esplende, com fecundidade, esse manancial de amor de Deus para com todos os Seus.
Fixa na mente, meu filho, que o sono é uma bênção para todos nós, vinda de Deus.

(De “Flor de Vida”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Scheilla)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

o pai mais forte do mundo


Oitenta e cinco vezes, Dick Hoyt empurrou seu filho deficiente, Rick, por 42 quilômetros em maratonas. Oitenta vezes, ele não só empurrou seu filho os 42 quilômetros em uma cadeira de rodas, mas também, o rebocou por quatro quilômetros em um barquinho enquanto nadava e pedalou 180 quilômetros, com ele sentado em um banco no guidão da bicicleta, tudo isso em um mesmo dia. 
Dick também o levou em corridas de esqui, escalou montanhas com ele às costas e chegou a atravessar os Estados Unidos rebocando-o com uma bicicleta. 
E o que Rick fez por seu pai? 
Não muito, exceto salvar sua vida. 
Esta história maravilhosa de amor começou em Winchester, nos EUA, há quarenta e três anos, quando Rick foi estrangulado pelo cordão umbilical durante o parto, ficando com uma lesão cerebral permanente e incapacitado de controlar os membros de seu corpo. 
– “Ele irá vegetar pelo resto de sua vida”, disse o médico para Dick e sua esposa Judy, quando Rick tinha nove meses. 
– “Vocês devem interná-lo em uma instituição”, complementou o médico. Mas, o casal não acreditou. Eles repararam como os olhos de Rick seguiam os dois pelo quarto. 
Quando Rick fez onze anos eles o levaram ao departamento de engenharia da Tufts University e perguntaram se havia algum jeito do garoto se comunicar. 
– “Não há jeito, seu cérebro não tem atividade alguma”, disseram a Dick. 
– “Conte uma piada para ele”, Dick desafiou.
Eles contaram e Rick riu. 
Na verdade, tinha muita coisa acontecendo no cérebro de Rick. 
Usando um computador adaptado para ele poder controlar o cursor tocando com a cabeça um botão no encosto de sua cadeira, Rick, finalmente foi capaz de se comunicar. 
Suas primeiras palavras? – “Go Bruins!”, o grito da torcida, dos times da Universidade da Califórnia. 
Depois que um estudante ficou paralítico em um acidente e a escola em que estudava decidiu organizar uma corrida para levantar fundos para ele, Rick digitou: – “Papai, quero participar”. 
Isso mesmo. Mas como Dick poderia, justo ele, que considerava a si mesmo um “leitão”, que nunca tinha corrido mais que um quilômetro de cada vez, como poderia empurrar seu filho por 8 quilômetros? 
Mesmo assim, ele tentou. 
– “Daquela vez eu fui o inválido”, lembra Dick. 
– “Fiquei com dores durante duas semanas”. 
Porém, aquilo mudou a vida de Rick. 
Ele digitou em seu computador: – “Papai, quando você corria eu me sentia como se não fosse mais portador de deficiências”. 
O que Rick disse, mudou também a vida de Dick. Ele ficou obcecado por dar a Rick essa sensação quantas vezes pudesse. Começou a se dedicar tanto para entrar em forma que ele e Rick estavam prontos para tentar a Maratona de Boston em 1979. 
– “Impossível!”, disse um dos organizadores da corrida. 
Pai e filho não eram um só corredor e também não se enquadravam na categoria dos corredores em cadeira de rodas. Durante alguns anos, Dick e Rick simplesmente entraram na multidão e correram de qualquer jeito. 
Finalmente, encontraram uma forma de entrar oficialmente na corrida. Em 1983, eles correram tão rápido em outra maratona, que o tempo obtido por eles permitia qualificá-los para participar da maratona de Boston no ano seguinte. 
Depois, alguém sugeriu que tentassem um Triatlon. 
Como poderiam?! 
Dick nunca soube nadar e não andava de bicicleta desde os seis anos de idade, como rebocaria seu filho de cinqüenta quilos em um Triatlon? 
Mesmo assim, Dick tentou. 
Hoje, ele já participou de duzentos e doze Triatlons, inclusive, quatro cansativos Ironmans de quinze horas de duração, no Havaí. 
Deve ser demais, para alguém com seus vinte e cinco anos de idade, ser ultrapassado por um velho rebocando um adulto em um barquinho, você não acha? 
Então por que Dick não competia sozinho? 
– “De jeito nenhum”, ele diz. Dick faz tudo isso apenas pela sensação que Rick pode ter e demonstrar com seu grande sorriso, enquanto correm, nadam e pedalam juntos. 
Em 2006, aos sessenta e cinco e quarenta e três anos de idade respectivamente, Dick e Rick completaram a vigésima quarta Maratona de Boston na posição 5.083, entre mais de vinte mil participantes. 
Seu melhor tempo? 
Duas horas e quarenta minutos, em 1992, apenas trinta e cinco minutos a mais que o recorde mundial que, caso você não saiba, foi batido por um homem que não empurrava ninguém numa cadeira de rodas enquanto corria. 
– “Não há dúvida”, digita Dick, “meu pai, é o pai do século”. 
E Dick também ganhou algo com isso. Há dois anos, ele teve um leve ataque cardíaco, durante uma corrida. Os médicos descobriram que uma de suas artérias estava 95% entupida. Os médicos disseram que se ele não tivesse se dedicado para entrar em forma, é provável que já teria morrido, uns quinze anos antes. De certa forma, Dick e Rick salvaram a vida um do outro. 
Rick, que hoje tem seu próprio apartamento (ele recebe cuidados médicos) e trabalha em Boston, e Dick, que se aposentou do exército e mora em Holland, Massachussets, sempre acham um jeito de ficarem juntos. Eles fazem palestras em todo o país e participam de corridas, nos finais de semana. 
Em todo dia dos pais, Rick sempre paga um jantar para seu pai, porém, o que ele mais desejaria fazer pelo seu pai, é um presente que ninguém poderia comprar. 
“Eu gostaria...”, digita Rick, “...de um dia poder empurrar meu pai na cadeira, pelo menos uma vez”. 
"Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar".

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade quando partilhada é felicidade em dobro


Vai demorar apenas 37 segundos para ler isso e mudar o seu pensamento... 

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora todas as tardes para conseguir drenar o líquido de seus pulmões. 
Sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas para a janela. Os homens conversavam horas a fio. 
Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, seus empregos, seu envolvimento no serviço militar, locais onde eles passava as férias. 
Todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo descrevendo ao seu companheiro todas as coisas que ele podia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado começou a viver para aqueles períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora. A janela dava para um parque com um lindo lago de patos e cisnes brincavam na água enquanto crianças com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores e uma bela vista da silhueta da cidade podia ser visto na distância. Quando o homem perto da janela descrevia isto tudo com detalhes requintados , o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava esta cena pitoresca . Uma tarde quente, o homem perto da janela descreveu um desfile que passava. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda - ele podia vê-lo no olho da sua mente como o senhor a retratava através de palavras descritivas . Dias , semanas e meses se passaram. Uma manhã , a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela , que tinha morrido tranquilamente em seu sono . Ela ficou muito triste e chamou o atendentes para que levassem o corpo . Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira ficou feliz em fazer a troca , e depois de ter certeza que ele estava confortável , ela deixou ele sozinho. Vagarosamente, pacientemente , ele se apoiou em um cotovelo para tomar o seu primeiro olhar para o mundo real. Fez um grande esforço e lentamente a olhar para fora da janela além da cama . Ele enfrentou uma parede em branco . O homem perguntou à enfermeira o que poderia ter levado seu companheiro falecido, que tinha descrito coisas tão maravilhosas fora dessa janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Ela disse: Talvez ele só queria encorajar você. 
Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas . A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade quando partilhada, é dobrada. Se você quer se sentir rico, conta todas as coisas você tem que o dinheiro não pode comprar. "Hoje é uma dádiva, é por isso que é chamado de O PRESENTE".

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A gente vai aprendendo



A gente vai aprendendo que o caminho é mais importante do que o chegar, e que é necessário saber contemplar a paisagem pra escutar o que ela te comunica.
A gente vai aprendendo que nem tudo que chega fica, mas que se veio, de alguma forma foi pra nos construir um pouco mais, ainda que na hora nos destrua.
A gente vai percebendo, que muitas vezes, é do outro lado da rua que está algo que buscamos tanto, e que, a travessia se faz necessária, apesar de todos os riscos, de todos os prantos.
A gente aprende, que um desenho vai muito além do traço e da cor, um desenho são linhas que o coração faz pra formar uma obra final.
E aprendi, que o desenho da vida nunca fica igual ao longo dos anos, coisas se apagam, outras se rasuram, outras se acrescentam.
Fui aprendendo que pra todo sentimento existe prazo de validade e que só a sabedoria, de mãos dadas com a idade, é capaz de estica-los mais ou menos tempo dentro de nós.
Aprendi a desaprender também, pois fui percebendo que ninguém pode chegar em mim além do que eu mesma permita.
Assim, aprendi a esperar menos dos outros, pois vejo como tudo é frágil demais ou sensível de menos.
Assim, aprendi a não esperar de alguém que não te alcança no coração, que te ultrapasse com atitudes, pois tudo, exatamente tudo que me proponho a me jogar, tem a altitude que eu escolhi ter.
Aprendi "com sequências" de erros, que se acerta ou se aceita diariamente quem tem como opção simplesmente SER.

Lilian Vereza

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Chaves Libertadoras - Reequilíbrio


DESGOSTO
Qualquer contratempo aborrece. No entanto, sem desgosto, a conquista de experiência é impraticável...

OBSTÁCULO
Todo empeço atrapalha. Sem obstáculo, porém, nenhum de nós consegue efetuar a superação das próprias deficiências.

DECEPÇÃO.
Qualquer desilusão incomoda. Todavia, sem decepção, não chegamos a discernir o certo do errado.

ENFERMIDADE
Toda doença embaraça. Sem a enfermidade, entretanto, é muito difícil consolidar a preservação consciente da própria saúde.

TENTAÇÃO
Qualquer desafio conturba. Mas, sem tentação, nunca se mede a própria resistência.

PREJUÍZO
Todo o golpe fere. Sem prejuízo, porém, é quase impossível construir segurança nas relações uns com os outros.

INGRATIDÃO
Qualquer insulto à confiança estraga a vida espiritual. No entanto, sem o concurso da ingratidão que nos visite, não saberemos formular equações verdadeiras nas contas de nosso tesouro afetivo.

DESENCARNAÇÃO
Toda morte traz dor. Sem a desencarnação, porém, não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.

Compreendamos, à face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso espírito, a fim de que nosso espírito se mude para o que deve ser, mudando em si e fora de si tudo aquilo que lhe compete mudar.

(Do livro "Paz e Renovação", pelo Espírito André Luiz, Francisco C. Xavier)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O egoismo na sociedade


Para o espírita, todos os males humanos nascem do orgulho e do egoísmo. 
Os males da sociedade derivam do egoísmo dos indivíduos. Desde o início da civilização, quando o homem começou a se organizar em grupos maiores, superando os regimes tribais, códigos e normas de conduta tentam organizar a vida em sociedade. A lei de talião, proposta por Moisés, o famoso “olho por olho e dente por dente”, embora possa nos parecer primitivo, foi um grande avanço para a época. Seus primeiros indícios são anteriores a Moisés, estavam expressos no Código de Hamurabi, de 1780 a.C., no reino da Babilônia. Ela impedia que se fizesse justiça com as próprias mãos. 
Antigamente vigorava a vingança até as últimas consequências. Se alguém arrancava um olho do inimigo, os parentes deste fariam vingança: se pudessem, matariam quem arrancou o olho, matariam as crianças, estuprariam as mulheres da família, saqueariam a sua aldeia e por fim colocariam fogo em tudo. Essa era a regra. A lei de talião, ao limitar o objeto da vingança ao estritamente lesado, representou uma inovação digna de admiração. Sem falar que ela simboliza a Lei de causa e efeito, à qual Jesus acrescentou a Lei de Amor. 
No decorrer dos séculos muitas legislações funcionaram, muitos regimes dirigiram os homens, muitos costumes surgiram e desapareceram sem deixar vestígios. 
Hoje vivemos, no Brasil, o que se convencionou chamar de democracia, e novas leis surgem a toda hora tentando melhorar a vida em sociedade. É claro que precisamos de leis, e que algumas leis representam avanços indiscutíveis. Mas não se acaba com o egoísmo por decreto. 
A preocupação exacerbada com os próprios interesses faz com que qualquer coisa ou pessoa que contrarie esses interesses se torne um estorvo a ser eliminado. Orgulho e egoísmo. 
Pode-se fazer leis para defender minorias, pode-se fazer leis para garantir a ordem, pode-se fazer leis para salvaguardar direitos econômicos. Mas não há lei possível para acabar com o egoísmo pessoal, ou de classe, ou de família. 
O egoísta pessoal se acha um ser especial, uma divindade não reconhecida, uma celebridade oculta no meio da plebe. Quer tudo para si, exige privilégios e paparicações. Não lhe passa na cabeça que os outros têm interesses, e desejos, e sentimentos que devem ser respeitados. 
O egoísta de classe tem convicção de que o grupo a que pertence é o único correto, o único que tem direitos inegáveis. Seja um grupo religioso, político ou profissional, ele esquece que existem inúmeros outros grupos que compõe a sociedade, com pensamentos e posicionamentos legítimos e respeitáveis. Ele ignora que os grupos são formados por indivíduos como ele, com sentimentos, anseios e ideais como ele. 
O egoísta de família preserva uma espécie de mania de casta, pensa que sua família é melhor e mais nobre que as outras, que um sangue especial corre em suas veias. Seus membros familiares merecem tudo. Se há divergência com outras pessoas, certamente os seus familiares têm razão. Não cogita a hipótese de que seus filhos estejam errados, ou que seus pais sejam desonestos, ou que haja famílias mais especiais que a sua. 
Todos os males que assolam a humanidade, todas as pequenas e grandes misérias da sociedade se devem ao egoísmo. 
A criminalidade que gera insegurança, os acidentes de trânsito, a corrupção, as tragédias passionais, os enganos, as maledicências, as desonestidades. 
Há leis para cuidar do trânsito, mas não para fazer os motoristas se respeitarem uns aos outros; há leis para coibir a corrupção, mas não se pode legislar sobre o caráter e os princípios morais; há leis prevendo infrações e respectivas punições para todas as áreas da sociedade. 
A base da legislação do futuro é o Evangelho. Emmanuel se refere aos Evangelhos como “códigos de Justiça e de Amor que são a base da legislação do futuro”. 
É imprescindível zelar pela sociedade. Mas há idealistas agnósticos que acreditam que as leis conseguirão, um dia, transformar a sociedade. Ficam em busca da “lei ideal”. Fazem teses e mais teses falando sobre a banalização do mal, tentando entender a sociedade. 
Não há como entender a sociedade sem entender o indivíduo. A sociedade é composta de indivíduos. 
O composto não pode ser melhor do que a soma total dos seus componentes. Buscam causas na História. 
A causa da sociedade pode estar na História, mas só reconhecendo a reencarnação para compreender que nós mesmos, em outras existências, escrevemos a História. 
Nós somos a causa de nós mesmos.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A riqueza do Pai


Quando o pólen vai conduzido pelas patinhas dos insetos e pelo vento, observamos o curioso fenômeno da fertilização no reino vegetal. 
Essa integração entre o vento, as plantas e os animais nos fala da beleza que caracteriza as Leis do Criador. 
Mas as flores e os frutos que decorrem dessa integração nos falam da riqueza de Deus, a saciar a sede de beleza e a fome de Sua criação animal. 
Quando as poeiras celestes se reúnem nos cenários cósmicos e cantam o nascimento de um novo astro, conseguimos ver a beleza do Criador a inundar os espaços. 
Porém, ao olharmos a olho nu ou por meio de equipamentos tecnológicos, a infinidade de astros nos céus, constatamos a riqueza de Deus, a nos falar dos universos sem conta. 
Quando observamos a movimentação do verme no solo, transformando a matéria em húmus fertilizante; quando vemos a ação dos seres unicelulares desde a ameba, no ciclo do progresso, temos a beleza da obra Divina em ampla demonstração. 
Entretanto, ao vermos a multiplicidade das formas animais, das cores, da plumagem, das peles, constatamos como tudo isso exprime a riqueza de Deus. 
Quando nos permitimos as observações no mundo da irracionalidade, das reações animais nos impulsos do instinto e o acerto dessas reações, somos levados a penetrar os campos da beleza do Pai, que unifica o vaga-lume e o chimpanzé, a mosca e o dromedário, a formiga e o leão, na vasta cadeia da evolução animal. 
Todavia, ao verificarmos as experiências humanas que reúnem em si todos os progressos dos seres inferiores à humanidade; ao constatarmos as sofisticações intelectuais, morais, espirituais do homem não se pode ficar indiferente a essas demonstrações da riqueza de Deus. 
Tudo nos leva a conceber a Inteligência Suprema como a beleza e a riqueza plenas e perfeitas a penetrar e envolver os mundos. 
E, ao reconhecer a nossa condição de filhos desse grande Pai, nos sentimos herdeiros das constelações, donos da vida, uma vez que é o nosso Pai o dono de tudo. 
Observamos que toda a feiúra e a pobreza que vemos sobre o planeta é devida às construções infelizes do ser humano. 
É o homem que cava para si mesmo abismos de dor e veredas de morte, em razão de dar ouvidos às sombras que ainda existem em sua intimidade. 
No entanto, não há porque persistir em conservar as pobrezas da mente e do coração, desde que em Deus tudo é beleza, riqueza, um campo de vibrante evolução. 
O que devemos buscar é o aprimoramento da alma, o embelezamento íntimo e a riqueza do caráter, a fim de que desenvolvamos em nós o Reino dos Céus, na marcha para a evolução. 
* * * 
Aprendamos a descobrir, ao nosso redor, a beleza e a riqueza de Deus a fim de que, assim sintonizados, sejamos estetas da beleza, artífices da paz e promotores do bem, nesse universo de ações, vibrações, sentimentos, em que nos movemos. 

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A reforma íntima!


A reforma íntima! 
Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo. Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade. Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam, estimulados pela onde crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal. 
Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva. Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence. 
Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem. 
Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação. 
Desestimulado no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada. 
É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.
Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos. 
Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade. 
O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas. 
Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista. 
Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. 
Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.
Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz. Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta. 
Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o. 
Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação. Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço. 
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício. Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço. 
Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer. 
A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas. 

Autor: Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo Franco.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Um tanto mais


Você guarda a impressão de haver esgotado o estoque de todos os seus recursos, em determinada tarefa de amor, mas se você perseverar um tanto mais no devotamento, ninguém pode prever os louros de luz que brilharão em seu passo.

Você está doente e pretende obter licenças de longo prazo, mas se você continuar um tanto mais em serviço, ninguém pode prever o tesouro de forças novas que lhe aparecerá no caminho.

Você encontrou imensas dificuldades no exercício das boas obras e anseia fugir delas, mas se você persistir um tanto mais na construção da beneficência, ninguém pode prever o triunfo que as suas horas recolherão, nas fontes vivas da caridade.

Você acredita que não pode tolerar o amigo importuno, o filho teimoso, o irmão inconsciente, a esposa inconstante ou o marido insensato, mas se você suportar um tanto mais a luta em família, ninguém pode prever a extensão do júbilo provindouro em seu ninho doméstico.

Você supõe que o azar é o seu clima e chora na bica do desespero, mas se você cultivar um tanto mais de fidelidade às próprias obrigações, ninguém pode prever a amplitude do seu êxito, no amanhã que vem perto.

Você experimenta enorme cansaço e não quer dar ouvidos ao companheiro de longa conversa, mas se você esticar um tanto mais o seu sacrifício, ninguém pode prever os prodígios da colheita de bênção que surgirão dos seus breves minutos de gentileza.

Observe que você mesmo para realizar isso ou aquilo, exige incessantemente dos semelhantes um tanto mais de bondade, um tanto mais de cooperação, um tanto mais de tempo, um tanto mais de carinho…

O gênio é a paciência que não se acaba.

É justo que você deseje um tanto mais de felicidade, mas para isso, é necessário que você ajude um tanto mais a felicidade dos outros.

Repare você as lições da vida e compreenderá que a vitória no bem é sempre trabalhar conforme o dever e servir um tanto mais.




Andre Luiz- Chico Xavier

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Desce, elevando

Desce, elevando aqueles que te comungam a convi­vência, para que a vida em torno suba igualmente de nível. Se sabes, não firas o ignorante. Oferece-lhe apoio para que se liberte da sombra. Se podes, não oprimas o fraco. Ajuda-o, de alguma sorte, a fortalecer-se, para que se faça mais útil. Se entesouraste a virtude, não humilhes o compa­nheiro que o vício ensandece. Estende-lhe a bênção do amor como adequada medicação. Se te sentes correto, não censures o irmão transvia­do em desajustes do espírito. Dá-lhe o braço fraterno para que se renove. Se ajudas, não recrimines quem te recebe o socorro. Pão amaldiçoado é veneno na boca. Se ensinas, não flageles quem te recebe a lição. Benefício com açoite é mel em taça candente. Auxilia em silêncio para que o teu amparo não se converta em tributo espinhoso na sensibilidade daque­les que te recolhem a dádiva, porque toda caridade a exibir-se no palanque das conveniências do mundo é sem­pre vaidade, em forma de serpe no coração, e toda mo­déstia que pede o apreço dos outros, para exprimir-se, é sempre orgulho em forma de lodo nos escaninhos da alma. Nesse sentido, não te esqueças do Mestre que des­ceu, até nós, revelando-nos como sublimar a existência. Anjo entre os anjos, faz-se pobre criança necessi­tada do arrimo de singelos pastores; sábio entre os sá­bios, transforma-se em amigo anônimo de pescadores hu­mildes, comungando-lhes a linguagem; instrutor entre os instrutores, detém-se, bondoso, entre enfermos e afli­tos, crianças e mendigos abandonados, para abraçar-lhes a luta, e, juiz dos juízes, não se revolta por sofrer no tumulto da praça o iníquo julgamento do povo que o prefere a Barrabás, para os tormentos imerecidos. Todavia, por descer, elevando quantos lhe não po­diam compreender a refulgência da altura, é que se fez o caminho de nossa ascensão espiritual, a verdade de nosso gradativo aprimoramento e a vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma entenebrecida no erro, para a vi­tória da luz.

Do cap. 28 do livro Religião dos Espíritos, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Conhecer Deus



Algum dia você já ficou imaginando como seria Deus? Qual seria a imagem de Deus?
De um modo geral, nos vem à mente a figura de um ancião, barbas longas, brancas, muitas vezes sentado em um majestoso trono, a cuidar das coisas daqui de baixo...
A herança cultural que carregamos nos traz essa imagem que, ao ser analisada mais detidamente, vemos ser distante do que possa ser real.
Vejamos: Em que parte do espaço estaria Deus olhando para baixo?
Qualquer que seja essa resposta, nos perguntaríamos: E os outros planetas, os outros corpos celestes, que estarão acima, ao lado, atrás... Como Ele cuidará de todos esses, se já não estarão sob Seu olhar?
Ainda, por que a figura de Deus como um ancião? Será que Ele já foi jovem um dia? O tempo Lhe alterou o semblante, como acontece conosco?
E como pode o tempo alterar a figura de Deus, se Deus é a causa primeira, a origem de todas as coisas?
Podemos nos perguntar ainda, por que a figura masculina a representar Deus? Não poderia ser uma figura feminina, como acreditavam algumas culturas antigas?
Na dificuldade de transcender nosso pensamento, damos a Deus a figura humana, emprestamos ao Criador do céu e da Terra a pobre imagem humana, como se isso fosse suficiente e mesmo necessário para ver e entender Deus.
Ao considerarmos Deus como a Inteligência Suprema e a causa primária de todas as coisas, já não teremos a necessidade de representar a figura de Deus.
Como O sabemos a causa e origem de tudo é fácil entender que não há como representá-lO na limitação de nosso pensamento e sentimento.
Percebemos que, se ainda não conseguimos entendê-lO ou não há como representá-lO, já O podemos sentir.
E sentimos Deus ao contemplar um pôr-do-sol a desdobrar o céu em inúmeros matizes, colorindo o horizonte, a cada dia, de maneira diferente.
Sentimos o Criador e toda a pujança do Seu amor a nos tocar, na grandiosidade da natureza que se faz bela, harmoniosa e generosa, dando-nos o suporte para a vida física no planeta.
Sabemos da presença de Deus quando nos emocionamos com o milagre da vida, que se repete infinitas vezes no ventre materno, permitindo que uma simples célula dê origem a um organismo complexo e ordenado, após nove meses de elaboração.
Se não conseguimos representar, entender ou ver Deus, já é possível tê-lO em nossa intimidade.
Sem a necessidade de materializar ou personificar Sua figura, mas apenas senti-lO, nos mínimos detalhes da vida.
Seja no microcosmo, na intimidade da organização celular, ou no macrocosmo, nas galáxias e estrelas infindas, aí estará a presença de Deus e de Seu amor, a cuidar de cada um de nós, Seus filhos.

Redação do Momento Espírita.