sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Serviço Desinteressado


Foi durante um período de férias. Carlos havia se dirigido a um acampamento isolado, com a família. Quando se deu conta, o carro estava enguiçado.

Tentou dar a partida e nada. Caminhou para fora do acampamento, muito nervoso. Pelo caminho ia descarregando a sua raiva com palavras grosseiras, que foram abafadas pelo cantar das águas do riacho próximo.

O problema era bateria descarregada e Carlos resolveu ir até a vila a pé. Eram alguns quilômetros de caminhada.

Duas horas depois, com um tornozelo torcido, ele chegou a um posto de gasolina.

Como era domingo de manhã, o lugar estava fechado. Mas havia um telefone público e uma lista telefônica quase se desmanchando.

Ele telefonou para a única companhia de autossocorro da cidade vizinha, que ficava a uns trinta quilômetros de distância.

Um tal de Zé atendeu e o acalmou. Ele deveria chegar ao posto de gasolina, mais ou menos em meia hora.

Enquanto esperava o socorro chegar, Carlos ficou a imaginar quanto aquilo tudo lhe deveria custar. Finalmente, um reluzente caminhão-guincho chegou e eles foram para a área do acampamento.

Quando o Zé saiu do caminhão, Carlos o observou e ficou espantado. Zé tinha aparelhos na perna e andava com ajuda de muletas.

Enquanto se movimentava, Carlos ainda pensou qual seria o preço de tamanha boa vontade.

Mas Zé era um sujeito animado. Enquanto foi providenciando a carga elétrica para a bateria, distraiu o filhinho de Carlos com uns truques de mágica.

Tudo pronto. Carro funcionando, Carlos perguntou quanto devia.

Nada, respondeu Zé.

Não é possível, falou Carlos. Hoje é domingo, tirei você de seu descanso, você rodou tantos quilômetros, resolveu meu problema. Preciso lhe pagar.

Não mesmo, disse o Zé. Há alguns anos, alguém me ajudou a sair de uma situação pior do que esta, quando perdi as minhas pernas.

E tudo o que o sujeito que me auxiliou disse, ao final foi: "Passe isso adiante. Você não me deve nada. Apenas se lembre de passar isso adiante, quando tiver uma oportunidade."

E então, hoje, tive a oportunidade de ajudá-lo. Foi ótimo. Vá para sua casa, com sua família e quando puder, ajude alguém, porque precisamos sempre uns dos outros.

* * *

Nunca deixe de ajudar a quem quer que seja.

Para isso você não precisa de dinheiro, posição social relevante ou poder.

Pode ajudar pela palavra gentil que gera estímulos preciosos.

Pode ajudar auxiliando seu vizinho com as crianças, enquanto a mãe delas se encontra em recuperação, no hospital.

Pode ajudar encaminhando alguém a uma instituição própria para socorro devido, se não puder socorrer você mesmo.

Pode, enfim, se tornar, onde se encontre, um microfone fiel a serviço do bem, auxiliando os caídos a se erguerem, os adormecidos a despertarem, os errados a se corrigirem e os agressivos a se acalmarem.

Assim agindo, descobrirá que a sua vida possui um grande significado e que a sua tarefa principal é servir e servir sempre.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Amor sem Ilusão


Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.
Percebeu que, pelo mesmo caminho, vinha em sua direção um velho sábio.
E porque não conseguia encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.
Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:
Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família, com base no verdadeiro amor.
Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.
Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.
Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no Infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.
Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?
Naquele mesmo instante, aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor.
Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:
Acabo de enterrar o corpo de meu pai, que morreu antes de completar 50 anos.
Sofro, porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos, seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.
Sofro, porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias, nem contemplar seu sorriso de ternura.
Não sentirei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.
Naquele momento, o sábio dirigiu-se ao jovem e falou com serenidade:
Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?
O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.
É nesse sentimento sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.
* * *
A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física, sem observar as grandezas da alma imortal.
O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.
O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa, para prosseguir vivendo e amando pela Eternidade afora.
* * *
As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem.
Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.
O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.
Mas as virtudes do Espírito que dele se liberta, continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, na ânfora do coração.
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Que comece agora


Que comece agora.
E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera.
E que eu espero também.
Uma vontade de ser.
Aquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho.
Que me dê cadência das atitudes na hora de agir.
Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida.
Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais.
Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo.
Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos.
Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim.
Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve.
Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior.
Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Todo mundo erra


Você, certamente, já ouviu ou falou a frase: "todo mundo erra!".
Essa afirmativa está correta, porque a terra é um planeta de provas e expiações, o que quer dizer que neste mundo não há ninguém perfeito.
A perfeição é uma meta que todos nós alcançaremos um dia, mas não pode ser encontrada no atual estágio evolutivo da humanidade terrestre.
Não é outra a razão porque todos ainda cometemos erros, embora muitas vezes tentando acertar.
Tudo isso é fácil de entender, dirão alguns. E mais fácil ainda é tentar justificar as próprias faltas com a desculpa da imperfeição.
Admitir, portanto, que cometemos falhas mais vezes do que gostaríamos, não é difícil. Também não é difícil tolerar os escorregões dos nossos afetos.
No entanto, se você admite que "todo mundo erra", porque é tão difícil relevar as imperfeições alheias?
Porque é tão fácil justificar os próprios erros e tão difícil aceitá-los nos outros?
Se quebramos um copo, por exemplo, logo nos desculpamos dizendo que foi sem querer, e pode ter sido mesmo. Mas, se é outra pessoa que o faz, já achamos uma maneira de criticar, dizendo que é descuidada ou não prestou a devida atenção no que estava fazendo.
Se a esposa não conseguiu servir o almoço na hora que deveria, é porque ficou de conversa fiada com alguma amiga. Mas quando você é o esposo e não dá conta de entregar um serviço no prazo, é porque é um homem muito atarefado.
Quando o marido chega em casa nervoso e irritado, é porque está sobrecarregado de problemas, mas não desculpa se a esposa está impaciente por ter passado o dia todo ouvindo choro de criança e atendendo as tarefas da casa.
Se você é a esposa e tem seus motivos para justificar a falta de atenção com os filhos, em determinado momento, pense que seu esposo também tem suas razões para justificar uma falta qualquer.
Se você é filho e acha que está certo agindo desta ou daquela maneira, entenda seus pais, pois eles também encontrarão motivos para justificar seus deslizes.
O que geralmente ocorre, é que não paramos para ouvir as pessoas que transitam em nossa estrada. O que é mais comum, é criticar sem saber dos motivos que as levaram a se equivocar.
Se temos sempre uma desculpa para nossas faltas, devemos convir que os outros também as têm.
Se assim é, por que tanta inquietação com as ações que julgamos erradas nos outros?
Não temos a intenção de fazer apologia ou defender o desculpismo, mas, simplesmente, chamar a atenção para o fato de que todos estamos sujeitos a dar um passo em falso. E por isso devemos, no mínimo, entender quando isso acontece.
Se todo mundo erra, temos mais motivos para a tolerância e o perdão.
E se ninguém é perfeito, mais razão para entender as imperfeições alheias.
Ou será que só nós temos o direito a tropeçar?
Pense nisso!
A terra é uma escola de aperfeiçoamento da humanidade.
As pessoas que aqui estagiam, estão se preparando para conquistar mundos mais adiantados, universidades mais avançadas.
Por essa razão, vale a pena prestar atenção no seu aproveitamento pessoal, e deixar aos outros o dever de cuidar dos próprios atos.
Pois a cada vez que deixamos o corpo físico, pela desencarnação, uma nova avaliação é feita e todos, sem exceção, receberemos conforme nossas obras.
Pense nisso!

(Equipe de Redação do Momento Espírita)

Autor: momento espírita

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pessoas Sem Escrupulos


Na História dos povos ditos civilizados sempre houve o registro de pessoas oportunistas e, em nossos dias, a realidade não é diferente.
Há criaturas que, além de oportunistas, são também inescrupulosas.
Não é raro, em casos de sequestro, por exemplo, pessoas se aproveitando do momento difícil, por que passam os familiares do sequestrado, para tirar vantagens financeiras da desgraça alheia, dando informações falsas sobre o paradeiro da vítima.
Também em casos de desaparecimento de pessoas, quando se publica um telefone para contato, não faltam os oportunistas tentando golpes baixos e inconvenientes.
Pessoas que dizem ter encontrado documentos e outros objetos perdidos e se aproveitam do fato para extorquir dinheiro, como se não fosse obrigação devolver o que não lhe pertence.
Mas, dentre as pessoas sem escrúpulos, umas há que superam os limites da crueldade. Falamos dos oportunistas da desgraça alheia que surgem num dos mais difíceis momentos da criatura humana, que é a da separação pela morte.
É comum observarmos esses especuladores da dor, principalmente quando a pessoa que partiu é famosa. Isso já ocorreu em várias circunstâncias do gênero e, lamentavelmente, continua ocorrendo.
E o fato se repetiu quando houve a desencarnação de um cantor sertanejo, que fazia parte de uma dupla muito querida da população brasileira.
Poucos dias após o seu desenlace não faltaram pessoas para afirmar, diante das câmeras, sem escrúpulo algum, que estão vendo o morto, que falam com ele, e trazem notícias para os familiares.
Infelizmente, esses falsos videntes encontram espaço na mídia para o intento que desejam.
Não se pensa, em momento algum, na dor dos familiares e amigos, que têm que se submeter ao ridículo de tais ocorrências.
Que a pessoa sai do corpo sem deixar a vida, isso é uma realidade. Mas daí a entrar em contato com os vivos, imediatamente após o desenlace vai grande distância.
Os Espíritos superiores esclarecem que a pessoa que deixa o corpo físico necessita de um tempo, mais ou menos longo, para recuperar-se, no mundo dos Espíritos, conforme seja o seu grau evolutivo.
A grande maioria dos seres que parte diariamente para o mundo espiritual, passa por um período de perturbação, como quem desperta de longo sono.
Geralmente, pessoas que desencarnam vítimas de enfermidades dolorosas são recebidas por familiares e amigos no plano invisível e, não raro, continuam sendo medicadas em hospitais especializados.
Assim sendo, a pessoa que morre não tem a lucidez necessária para comunicar-se imediatamente. A menos que seja um Espírito muito desenvolvido, como foi o caso de Jesus, que apareceu quase imediatamente após a Sua morte.
É importante que atentemos para esse aspecto e não nos deixemos enredar por pessoas sem escrúpulos que desejam autopromover-se sem se preocuparem com a dor do próximo.
Quando o ser que partiu estiver em condições de manifestar-se e Deus o permitir, ele virá espontaneamente, pois o telefone chama sempre de lá para cá, e nunca ao inverso.
* * *
Os seres humanos partem, diariamente, aos milhares, para o mundo espiritual.
Assim, não podemos esperar que todos mandem notícias para os que ficaram, pois isso seria impossível.
O bom senso diz que devemos aprender com as várias mensagens ditadas, que constam de livros e mais livros, e não esperar, de forma egoísta, que recebamos uma mensagem particular para depois crer.
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita.

domingo, 26 de outubro de 2014

A Caridade segundo São Paulo


Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine.
E se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé, até a ponto de transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada.
E se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se todavia não tiver caridade, nada disto me aproveita.
A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
A caridade nunca jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar às profecias, ou cessem as línguas, ou seja abolida a ciência.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade.
(Paulo, I Coríntios, XIII: 1-7 e 13).

São Paulo compreendeu tão profundamente esta verdade, que diz: “Se eu falar as línguas dos anjos; se tiver o dom de profecia, e penetrar todos os mistérios; se tiver toda a fé possível, a ponto de transportar montanhas, mas não tiver caridade, nada sou. Entre essas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade”. Coloca, assim, sem equívoco, a caridade acima da própria fé. Porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre; e porque independe de toda a crença particular.

E faz mais: define a verdadeira caridade; mostra-a, não somente na beneficência, mas no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

Autor: São Paulo

sábado, 25 de outubro de 2014

Orar sempre


Orar sempre e Constantemente Cale a boca das ansiedades, que clama vozes incongruentes, expressando inquietudes íntimas e faça silêncio para orar.
Tome com os lábios do coração o murmúrio da esperança e module a melodia da prece no país da alma, deixando que as brandas consolações que ressumbram dos apelos aos Céus harmonizem as emoções interiores em desalinho.
A oração é couraça de luz que defende por dentro, imunizando por fora.
Veículo dos soluços da Terra, converte-se em luz que jorra de cima como divina resposta em fulgurações inspirativas.
Orvalho refrescante acalma, consola e alimenta. Em verdade não liberta dos sofrimentos nem afasta das provações...
Sol abençoado dilata a visão, facultando o discernimento e aclarando os limites do entendimento.
Filão de celestes dádivas gera o equilíbrio, conciliando a emoção por situar os filtros psíquicos de registro e captação de energias além das vibrações inferiores, em mais elevado campo de força mantenedora da vida físico-mental.
E como é fonte inexaurível de consolações, vibra em ondas de freqüências específicas nos centros do perispírito, atendendo à sintonia nervosa por compensações eletromagnéticas de longo alcance.
A oração é manifesta oportunidade de começar ou refazer, convocando o ser ao exame das questões afligentes com o aumento do tempo e do trabalho renovador para a superação de todo obstáculo no caminho de ascensão.
Orar, pois, para pedir e, orar, também, para agradecer.
Pedir, situando o pensamento nas nascentes sublimes da Vida Superior, e agradecer, para fixar as harmonias recebidas,
experimentando o júbilo de quem, reconhecido e emocionado, captou a divina resposta.
Orar sempre e constantemente para sair da aflição, evitar a tentação, dominar a ira e entender o sofrimento — ignorado mestre — que segue com o Espírito estrada a fora sublimando a imortalidade.

Amélia Rodrigues

(De “A prece segundo os Espíritos – Divaldo Pereira Franco)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Se Houvesse Amor


Você já se perguntou, alguma vez, porque certas pessoas cometem crimes ou outros delitos contra si ou contra terceiros?
Talvez a resposta da maioria seria a de que essas pessoas são delinqüentes. Isso é verdade, mas por que se tornaram delinqüentes?
Tomemos como exemplo esses delinqüentes infantis e juvenis, que perambulam pelas ruas e cometem pequenos furtos contra os cidadãos.
Imaginemos que eles tivessem um lar decente, uma mãe amorosa que os acariciasse e educasse. Tivessem um pai equilibrado, empregado, com salário digno, que lhe permitisse sustentar a família com honradez.
Em última análise, se houvesse amor, eles não estariam pelas ruas, perambulando sem rumo.
Quando uma pessoa, num ato de desespero, põe fim à própria vida, é porque faltou o tempero do verdadeiro amor para envolver suas horas.
Se houvesse amor no lar desses “homens-bomba”, que são usados como explosivos, atirando-se para a morte num ato insano de autodestruição, com certeza não o fariam.
Se tivessem uma mãe ou esposa que os amasse verdadeiramente, envolvendo-os em carícias de afeto e compreensão, não fariam o que fazem.
Se em seu lar deixassem olhares carinhosos de filhos a lhes perguntar: “Papai, quando você volta? Não demore! Vou esperar você com saudades. Volte logo, papai!” - certamente ficariam longe do terrorismo.
Se houvesse mais amor na face da Terra, tudo seria diferente. O amor é antídoto eficaz contra todo tipo de violência.
Quando o amor adoece, o desespero se instala nos corações.
As explosões de ódios, de vinganças cegas, são resultados de um amor enfermo, pois não se pode odiar alguém que não se conhece.
Só pode haver traição por parte de alguém em quem foi depositada confiança plena.
Ah! Se houvesse amor...
Se houvesse amor não haveria crimes hediondos, nem guerra, nem fome, nem misérias, nem outra violência qualquer.
Se houvesse amor, não faltaria o necessário a nenhum ser humano, porque o amor fraternal não permitiria.
Se houvesse amor não haveria desemprego, nem subemprego, porque só o amor é capaz de desarmar o egoísmo, esse verdugo cruel que alimenta a ganância, a prepotência, o desejo desenfreado de posses materiais.
Ah! Se houvesse amor... Esse sentimento adormecido no íntimo de muitas criaturas...
Um dia, um homem chamado Jesus ensinou que o amor é a chave da felicidade. Resumiu toda a Lei e os profetas na máxima: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo”.
Mas, infelizmente muitos de nós, que nos dizemos cristãos, temos esquecido esse ensinamento.
Muitos de nós, que nos declaramos seguidores do Cristo, estamos alimentando as grandes guerras com nossas guerras familiares e nosso terrorismo particular e ainda com a nossa beligerância social.
Ah! Se houvesse amor...
Se o amor fosse uma realidade em nosso Mundo, seguramente aqui habitaria a paz.
* * *
O amor é de essência divina e todos nós, do primeiro ao último, temos, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.
Por isso, amemos e felicitemo-nos, colocando na estrada do amor sinais de luz, a fim de que nunca mais haja sombra por onde o amor tenha transitado a derramar sua invencível claridade.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Na vida, todos somos semeadores...


Dona Angélica era professora. Residia em uma pequena cidade e dava aulas numa vila próxima.
Não era considerada uma pessoa equilibrada em razão do seu comportamento, que parecia um tanto esquisito.
Os alunos da escola de primeiro grau tinham-na como uma pessoa muito estranha.
Eles observavam que a professora, nas suas viagens de ida e volta do lar à escola, fazia gestos e movimentos com as mãos, que não conseguiam entender, e por esse motivo, pensavam que ela era meio fora do juízo.
Pela janela do trem, dona Angélica fazia acenos como se estivesse dizendo adeus a alguém invisível aos olhos de todos.
As crianças faziam zombarias, criticavam-na, mas ela não sabia, pois os comentários eram feitos às escondidas.
Todos, inclusive os pais e demais professores achavam que ela era maluca, embora reconhecessem que era uma excelente educadora.
Os anos se passavam e a situação continuava a mesma. Várias gerações receberam, da bondosa e dedicada professora, ensinamentos valiosos e abençoados.
Dona Angélica era uma pessoa de boas maneiras, calma e gentil, mas não muito bem compreendida.
Envelhecia no exercício do dever de preparar as crianças para um futuro melhor, com espírito de abnegação e devotamento quase maternal.
Certo dia em que viajava para sua querida escola, com diversas crianças na mesma classe do trem, movimentava, como sempre, as mãos para fora da janela.
Os alunos sentados na parte de trás sorriam maliciosamente, quando Alberto, seu aluno de dez anos, porque amava muito sua mestra, sentou-se ao seu lado e, com ternura, lhe perguntou:
Professora, por que você insiste em continuar com essas atitudes loucas?
Que deseja dizer, filho? Interrogou, surpresa, a bondosa senhora.
Ora, professora - continuou ele, - você fica dando adeuses para os animais, abanando as mãos... Isso não é loucura?
A mestra amiga compreendeu e sorriu.
Sinceramente emocionada, chamou a atenção do aluno, dizendo:
Veja esta bolsa. - E apontou para a intimidade do objeto de couro forrado. Nota o que há aí dentro?
Sim. - Respondeu Alberto. Eu vejo que há algo aí, mas o que é, afinal?
A professora respondeu calmamente: É pólen de flores. São sementes miúdas...
Há quase vinte anos eu passo por este caminho, indo e vindo da escola. A estrada, antes, era feia, árida, desagradável.
Eu tive a ideia de a embelezar, semeando flores. Desse modo, de quando em quando, reúno sementes de belas e delicadas flores do campo e as atiro pela janela...
Sei que cairão em terra amiga e, acarinhadas pela primavera, se transformarão em plantas a produzirem flores, dando cor e alegria à paisagem.
Como você pode perceber, a paisagem já não é mais árida. Há flores de diversos matizes e suave perfume no ar, que a brisa se encarrega de espalhar por todos os lados.

* * *

Na vida, todos somos semeadores...
Uns semeiam flores e descobrem belezas, perfumes e frutos.
Outros semeiam espinhos e se ferem nas suas pontas agudas.
Ninguém vive sem semear, seja o bem, seja o mal...
Felizes são aqueles que, por onde passam, deixam sementes de amor, de bondade, de afeto...

Redação do Momento Espírita com base no livro O semeador,
pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Autonomia nas Ações


Conta um escritor que, certo dia, acompanhou um amigo até à banca de jornais onde ele costumava comprar o seu exemplar diariamente.
Ao se aproximarem do balcão, seu amigo cumprimentou amavelmente o jornaleiro e, como retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Seu amigo pegou o jornal, que foi jogado em sua direção, sorriu, agradeceu e desejou um bom final de semana ao jornaleiro.
Quando ambos caminhavam pela rua, o escritor perguntou ao seu amigo:
Ele sempre o trata assim, com tanta grosseria?
Sim, respondeu o rapaz, infelizmente é sempre assim.
E você é sempre tão polido e amigável com ele? Perguntou novamente o escritor.
Sim, eu sou. Respondeu prontamente seu amigo.
E por que você é educado, se ele é tão grosseiro e inamistoso com você?
Ora, respondeu o jovem, por que não quero que ele decida como eu devo ser.
E você, como costuma se comportar diante de pessoas rudes e deseducadas?
Importante questão esta, que nos oferece oportunidade de refletir sobre a nossa maneira de ser, nas mais variadas situações do dia-a-dia.
É comum as pessoas justificarem suas ações grosseiras com o comportamento dos outros, mas essa é uma atitude bastante imatura e incoerente.
Primeiro, porque se reprovamos nos outros a falta de educação, temos a obrigação de agir de forma diferente ou, então, somos iguais e nada temos a reclamar.
E se já temos a autonomia para nos comportar educadamente, sem nos fazer espelho de pessoas mal-humoradas deveremos ter, igualmente, a grandeza d'alma para desculpar e exemplificar a forma correta de tratar os outros.
Se o nosso comportamento, a nossa educação, dependem da forma com que somos tratados, então não temos autonomia, independência, liberdade intelectual nem moral para nos conduzir por nós mesmos.
Quando agimos com cortesia e amabilidade diante de pessoas agressivas ou deseducadas, como fez o rapaz com o jornaleiro, estaremos fazendo a nossa parte para a construção de uma sociedade mais harmoniosa e mais feliz.
O que geralmente acontece é que costumamos refletir os atos das pessoas com as quais vivemos, sem nos dar conta de que acabamos fazendo exatamente o que criticamos nos outros.
Se as pessoas nos tratam com aspereza, com grosseria ou falta de educação, estão nos mostrando o que têm para oferecer. Mas nós não precisamos agir da mesma forma, se temos uma outra face da realidade para mostrar.
Assim, lembremos sempre que, quando uma pessoa nos ofende ou maltrata, o problema é dela, mas quando nós ofendemos ou maltratamos, o problema é nosso.
Por isso, é sempre recomendável uma ação coerente avalizada pelo bom senso, ao invés de uma reação impensada que poderá trazer consigo grande soma de dissabores.
* * *
Se lhe oferecem grosseria, faça diferente: seja cortês.
Se o tratam com aspereza, responda com amabilidade.
Se lhe dão indiferença, doe atenção.
Se lhe ofertam mau humor, retribua com gentileza.
Se o tratam com rancor, responda com ternura.
Se o presenteiam com o ódio, anule-o com o amor.
Agindo assim, você será realmente grande, pois quanto mais alguém se aproxima da perfeição, menos a exige dos outros.

Redação do Momento Espírita, com base em história de John Powell.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Oração de Iluminação



Senhor se no mundo que me cerca eu não puder enxugar uma lágrima
Não conseguir dizer uma palavra de conforto
Fazer alguém sorrir de verdade
Oh Deus, se eu não souber ser justo humilde atencioso e promotor da esperança na terra
Se não puder lutar contra as injustiças
Agir com dignidade
Deixar de me irritar com as pequenas coisas
Compreender que os outros também têm suas limitações
Senhor se eu não souber aceitar a tua vontade acima da minha própria vontade
Então, não permita que eu condene as guerras e ore pela paz
Não aceita a oferta que eu te oferecer
Nem escute os meus constantes pedidos de socorro
Mas quando vier te pedir perdão
Oh Deus, perdoa-me por inteiro e lava meu coração no sangue da nova e eterna aliança contigo por meio de Jesus teu filho amado
Ilumina a minha inteligência e aminha vontade, para que eu possa viver na tua presença todas as horas do dia e todos os dias da vida.

Amém

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Parábola do Lápis


Certa vez, numa terra distante, a dona de uma fábrica de lápis decidiu reunir todos os lápis para uma última conversa, antes que estes fossem enviados ao mundo.

- Existem cinco coisas importantes que vocês precisam saber antes de seguir seus destinos. Lembrem-se sempre desses conselhos e sempre serão os melhores lápis que poderão ser.

1º Vocês poderão fazer grandes coisas, mas somente se permitirem-se estar seguros nas mãos de alguém.

2º Vocês experimentaram um doloroso processo, sempre que forem apontados, mas precisarão passar por isso se quiserem se tornar lápis melhores.

3º Vocês terão o dom de corrigir qualquer mal entendido que porventura ocasionarem.

4º O mais valioso de vocês estará sempre do lado de dentro.

5º Não importa a posição em que estejam, vocês deverão continuar a escrever sempre, deixando uma marca clara e legível,mesmo que a situação seja difícil.

Todos os lápis entenderam o propósito da sua fabricante. Então entraram em suas respectivas caixas, prometendo colocar em prática tudo o que ouviram.

Agora, procure se ver no lugar de um desses lápis.
Tente nunca se esquecer dos conselhos dados, para assim se tornar um ser humano melhor.

Será capaz de grandes realizações, mas somente se deixar-se sustentar pelas mãos de Deus, permitindo que outras pessoas se aproximem para partilhar de suas qualidades.

De tempos em tempos, passará por sofrimentos profundos ao enfrentar os vários problemas da vida. Mas tudo isso será necessário para o seu fortalecimento.

Será capaz de corrigir as falhas que certamente cometerá, e, assim, crescerá com elas.

Lembre-se: o mais importante é aquilo que carrega dentro de você.

Por isso, deixe sua marca por onde andar. Não importa a situação – se boa ou ruim –, sirva a Deus em tudo.

Compreender e ter em mente esses conselhos permitirá viver com significado no coração e na relação diária com Deus.

Porque todos somos como lápis, feitos pelo mesmo Criador, com um único e especial propósito: o de realizar grandes obras.

Autor desconhecido

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Que posso desejar para você hoje?


Que posso desejar para você hoje?
Que as verdadeiras amizades continuem.
Que as lágrimas sejam poucas, e compartilhadas.
Que as alegrias estejam sempre presentes e sejam festejadas por todos.
Que o carinho esteja presente em um simples olá,
ou em qualquer outra frase mesmo que digitada rapidamente.
Que os corações estejam sempre abertos para novas amizades, novos amores, novas conquistas.
Que Deus esteja sempre com sua mão estendida apontando o caminho correto.
Que as coisas pequenas como a inveja ou desamor, sejam retiradas de nossa vida.
Que aquele que necessite de ajuda encontre sempre em nós uma animadora palavra amiga.
Que a verdade sempre esteja acima de tudo.
Que o perdão e a compreensão superem as amarguras e as desavenças.
Que este nosso pequeno mundo virtual seja cada vez mais humano.
Que tudo que sonhamos se transforme em realidade.
Que o amor pelo próximo seja nossa meta absoluta.
Que nossa jornada de hoje esteja repleta de flores.
Que a Felicidade momentânea da Vingança, ceda espaço para a Felicidade eterna do Perdão.
Neste dia mais que nunca,
desejo para você tudo o que há de melhor no Universo,
e que seus sonhos sejam todos realizados.

Seja muito Feliz!!!
Autor desconhecido

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Obrigado Senhor


Obrigado Senhor pelos meus braços perfeitos...
Quando há tantos mutilados.

Pelos meus olhos perfeitos...
Quando há tantos cegos.

Pela minha voz que canta...
Quando tantas emudecem.

Pelas minhas mãos que trabalham...
Quando tantas mendigam.

É maravilhoso Senhor!
Ter um lar para voltar...
Quando há tantos que não tem onde ir.

Sorrir...quando há tantos que choram.

Amar...quando há tantos que odeiam.

Sonhar...quando há tantos que se
revolvem em pesadelos.

Viver... quando há tantos que
morrem antes de nascer.

É maravilhoso Senhor, ter tão pouco
a pedir e tanto para agradecer...

Obrigado Senhor!!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A oração que eu esqueci


Senhor,
Proteja as nossas dúvidas,
porque a Dúvida é uma maneira de rezar.
É ela que nos faz crescer, porque nos obriga
a olhar sem medo para as muitas respostas
de uma mesma pergunta.
E para que isto seja possível,

Senhor,
proteja as nossas decisões,
porque a Decisão é uma maneira de rezar.
Dai-nos coragem para, depois da dúvida,
sermos capazes de escolher entre um
caminho e outro.
Que o nosso sim seja sempre um sim,
e o nosso não seja sempre um não.
Que uma vez escolhido o caminho,
jamais olhemos para trás,
nem deixemos que nossa alma seja corroída
pelo remorso.
E para que isto seja possível,

Senhor,
proteja as nossas ações,
porque a Ação é uma maneira de rezar.
Fazei com que o pão nosso de cada dia
seja fruto do melhor que levamos dentro de nós mesmos.
Que possamos, através do trabalho e da Ação,
compartilhar um pouco do amor que recebemos.
E para que isto seja possível,

Senhor,
proteja os nossos sonhos,
porque o Sonho é uma maneira de rezar.
Fazei com que, independente de nossa idade
ou de nossa circunstância, sejamos capazes
de manter acesa no coração a chama sagrada
da esperança e da perseverança.
E para que isto seja possível,

Senhor,
dai-nos sempre entusiasmo,
porque o Entusiasmo é uma maneira de rezar.
É ele que nos liga aos Céus e à Terra,
aos homens e às crianças,
e nos diz que o desejo é importante
e merece nosso esforço.
É ele que nos afirma que tudo é possível,
desde que estejamos totalmente comprometidos
com o que fazemos.
E para que isto seja possível,

Senhor,
proteja-nos, porque a Vida é a única maneira
que temos para manifestar o Teu milagre.
Que a terra continue transformando a semente
em trigo, que nós continuemos transmutando o
trigo em pão. E isto só é possível se tivermos
Amor - portanto, nunca nos deixe em solidão.
Dai-nos sempre a Tua companhia, e a companhia
de homens e mulheres que têm dúvidas, agem,
sonham, se entusiasmam,
e vivem como se cada dia
fosse totalmente dedicado à Tua glória.
Amém.

Autor:Paulo Coelho

domingo, 12 de outubro de 2014

Quando os filhos crescem


Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.
É paradoxal. Quando nascem, pequenos e frágeis, os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.
Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais, nos finais de semana, nem férias compartilhadas em família.
Agora tudo é feito com os amigos.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos voos para além do ninho doméstico.
É o momento em que os pais se perguntam: Onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?
As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.
Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem, eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje, são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
Ontem, estavam no banco de trás do automóvel; hoje, estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito.
É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.
Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.
Tempos que não retornam, a não ser na figura dos netos, que nos compete esperar.
Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.
Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos Espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco.
Não economizemos abraços, carícias, atenções, porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.
* * *
A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.
A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.
No dia-a-dia com os pais, os filhos aprendem que o ser humano, seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
Em essência, as crianças aprendem o que vivem.

Redação do Momento Espírita

sábado, 11 de outubro de 2014

Você acredita que os animais tem alma?


Programa Transição nº 14, em que Marcel Benedeti nos fala sobre os Animais, exibido em 11/01/2009.
"O comportamento humano perante os demais seres vivos."

Morreu em 01/02/2010, em São Paulo, aos 47 anos, vítima de câncer, o médico-veterinário, escritor espírita e defensor dos animais, Marcel Benedeti. Ele era vegetariano e dedicou a vida aos animais e a conscientizar as pessoas da necessidade de tratar todas as espécies com respeito e compaixão.

Benedeti apresentava um programa na Rádio Boa Nova ("Nossos Irmãos Animais"), único no gênero, que mostrava os animais como seres inteligentes e sensíveis, capazes de compreender as nossas ações sobre eles. Com o programa Marcel Benedeti conseguiu mudar o ponto de vista de milhares de pessoas que se tornaram vegetarianas por simples demonstração de respeito aos animais. Milhares de pessoas que não davam importância aos seus animais passaram a respeitá-los e a tratá-los com a dignidade que merecem, tanto quanto nós.

Ainda na tentativa de ampliar a consciência nas pessoas, criou uma associação, que tem como objetivo educar as pessoas por meio de cursos, que envolvem o aprendizado da ética no trato com os animais. Por intermédio da associação, Marcel Benedeti conseguiu arrecadar rações e medicamentos distribuídas aos animais carentes, contribuindo assim para salvar milhares de vidas animais. Certo de que a educação é o caminho correto para uma vida melhor e mais digna aos animais e pessoas, Marcel Benedeti defendia, que ampliando o seu pequeno projeto de educação ética, se ampliariam os horizontes da dignidade humana para com os animais. Seu objetivo era ver os animais sendo tratados com dignidade e respeito, pois acreditava que um crime cometido contra um animal tem a mesma gravidade de um crime cometido contra uma pessoa.

Por seu amor aos animais, ele fazia consultas, cirurgias e até dava medicamentos às pessoas carentes, que mal tinham o que comer em casa, para que seus animais não sofressem ainda mais.

Marcel Benedeti publicou também sete livros. O primeiro a ser editado foi Todos os Animais Merecem o Céu; o segundo: Todos os Animais São Nossos Irmãos; o terceiro: Animais no Mundo Espiritual; o quarto: A Espiritualidade dos Animais; o quinto Histórias Animais que as Pessoas Contam, Errar é Humano -- Perdoar é Canino, Os Animais Conforme o Espiritismo e, mais recentemente, Animais: Tudo o que Você Precisa Saber, e o último Os Animais conforme o Espiritismo.

Autor: Marcel Benedeti

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Jovens e Jovens


A juventude, os jovens de modo geral, têm sido assunto constante nos noticiários atuais.

Fala-se das jovens adolescentes que engravidam prematuramente...

De jovens perdidos no lodaçal dos vícios...

De jovens que põem fogo em índios e mendigos...

De jovens tresloucados, que se arrebentam em acidentes violentos nas competições ilegais, chamadas rachas.

Quando lemos ou ouvimos tais informações, ficamos chocados com tantos desatinos e logo imaginamos o que será do futuro da Terra, se a juventude está perdida.

Todavia, os olhos e ouvidos interessados podem ler ou ouvir vez que outra, uma tímida notícia de jovens que se dedicam com fervor ao bem geral.

São jovens cientistas premiados pelos esforços dedicados em busca de melhor qualidade de vida para enfermos anônimos...

Jovens que se entregam de corpo e alma às artes, exaltando o bem e o belo.

Com habilidade extraem sons melodiosos dos teclados...

Com graciosidade cantam, dançam, fazem acrobacias nas quadras esportivas...

Jovens saudáveis que dedicam o tempo a distrair e alegrar pessoas idosas e enfermas enclausuradas em velhanatos...

Adolescentes que se chocam com a miséria do próximo e envidam esforços para lhes minorar o sofrimento...

Tantos são os jovens que são arrimo da família. Que trabalham de sol a sol na lavoura, regando com o próprio suor a terra generosa de onde retiram o sustento...

Jovens médicos que, com mãos hábeis, fazem cirurgias extraindo tumores dos corpos, sem deixar vazio o coração dos pacientes desesperados.

Jovens que, apesar de conquistarem a fama, não se permitem a promiscuidade nem se prestam a promover produtos que incitam aos vícios ou aos desregramentos na área da sexualidade.

Jovens que falam do Cristo e buscam viver Seus ensinos..

Como podemos perceber, há jovens e jovens...

Se o bem fosse mais divulgado, certamente seria imitado e adotado como postura por tantos jovens indecisos, inseguros, que acabam se decidindo pela maioria, ou pelo que pensam ser a maioria.

Assim, tenhamos a certeza de que a juventude não está perdida e que o futuro já está acontecendo hoje, com essa força juvenil saudável e entusiasta, capaz de derrubar as estruturas apodrecidas da sociedade em que vive e fortalecer os costumes sadios e promissores vigentes.

* * *

Ser jovem é não ter cumplicidade negativa com o passado. É não se deixar contaminar pelos hábitos viciados de outras gerações.

Ser jovem é viver com entusiasmo, semeando alegria com discernimento.

A juventude é a primavera da vida, e jovem sem entusiasmo é como uma flor sem perfume, que tende a ser derrubada pelos primeiros ventos do inverno.

Portanto, o jovem para ser feliz, deve erguer bem alto a bandeira da solidariedade, da fraternidade e da verdadeira liberdade, que é a paz da consciência tranqüila.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Começar de Novo


Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!...
Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!...
Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça cada manhã.
Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante solar.
Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto.
Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.
O fracasso visitou-nos em algum tentame de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminho para o êxito desejado.
Temos sido talvez desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.
Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo.
O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.
Desfaçamos-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito!...
Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.
Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e do aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.
Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.

Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A partir do próximo amanhecer!


Hoje "me dei um tempo" para pensar na vida.
Na minha vida !!!
Decidi então que: A partir do próximo amanhecer, vou mudar alguns detalhes para ser a cada
novo dia, um pouquinho mais feliz.
Para começar, não vou mais olhar para trás. O que passou é passado, se errei, agora não vou
conseguir corrigir.
Então, para que remoer o que passou?
Refletir sobre aqueles erros sim e então fazer deles um aprendizado para o "meu hoje"....
Nem todas as pessoas que amo, retribuem meus carinhos como "eu" gostaria....E daí?
A partir do próximo amanhecer vou continuar a amá-las, mas não vou tentar mudá-las.
Pode ser até que ficassem como eu gostaria que fossem e deixassem de ser as pessoas que eu amo.
Isso eu não quero.
Mudo eu...
Mudo meu modo de vê-los.
Respeito seu modo de ser.
Mas não pense que vou desistir de meus sonhos !!!!
Imagine !!!
A partir do próximo amanhecer, vou lutar com mais garra para que eles aconteçam.
Mas vai ser diferente.
Não vou mais responsabilizar a ninguém a minha felicidade.
Eu vou ser feliz !!!
Não vou parar a minha vida porque o que desejo não acontece, porque uma mensagem não chega,
porque não ouço o que gostaria de ouvir.
Vou fazer o meu momento...
Vou ser feliz agora...
Terei outros dias pela frente !!!
Nunca mais darei muita importância aos problemas que não tenho conseguido resolver
A partir do próximo amanhecer, vou agradecer a DEUS, todos os dias por me dar forças para viver,
Apesar dos meus problemas.
Chega de sofrer pelo que não consigo ter, pelo que não ouço ou não leio.
Pelo tempo que não tenho e até de sofrer por antecipação, pensando sempre, apenas no pior.
A partir do próximo amanhecer só vou pensar no que tenho de bom.
Meus amigos, nunca mais precisarão me dar o ombro para chorar.
Vou aproveitar a presença deles para sorrir, cantar, para dividir felicidade.
A partir do próximo amanhecer vou ser eu mesmo.Nunca mais vou tentar ser modelo de perfeição.
Nunca mais vou sorrir sem vontade ou falar palavras amorosas por que acho que sei o que os outros
querem ouvir.
A partir do próximo amanhecer vou viver minha vida. SEM MEDO DE SER FELIZ.
Vou continuar esperando.
Não, não vou esquecer ninguém.
Mas...
A partir do próximo amanhecer, quando a gente se encontrar, com certeza, vou te dar "aquele" abraço
bem apertado,
e com muita sinceridade dizer...
GOSTO MUITO DE VOCÊ E TENHO MUITO AMOR PARA LHE DAR.

Autoria: Rosalva Rela

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Oração de São Francisco


Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Autor: São Francisco

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Conselhos para quem deseja superar as aflições


“Todos nós queremos encontrar felicidade. Queremos ter menos frustrações, insatisfações, problemas no coração e na mente. Todos nós queremos isso.
Cada um de nós deseja paz, menos ansiedade, uma felicidade maior. Todos nós queremos isso.
De forma geral, muitos de nós, na maior parte do tempo, estamos sempre olhando para fora, pensando:
“Alguém vai me fazer feliz”, “Algum trabalho vai me fazer feliz”, “Algum lugar vai me fazer feliz,” “Alguma posse vai me fazer feliz”
Mas na medida que crescemos e amadurecemos, vemos que nada daquilo é verdade.
Ninguém lá fora pode nos fazer felizes de verdade. Nenhuma aquisição, nenhum emprego.
É óbvio. E quanto mais cuidadosamente nós olhamos, mais óbvio se torna.
Se realmente queremos ser felizes, encontrar contentamento, liberação da ansiedade e assim por diante… realmente só há uma maneira.
Você não tem que ser religioso, não tem que ser espiritual. Você tem que ser realista!
E isso é reconhecer que a única forma de você realmente encontrar satisfação, um maior sentido na vida, maior felicidade na vida, realização, é cultivando seu próprio coração e mente.
Isso é apenas realista. Você não tem que acreditar em nada. É apenas bom senso.
Agora, nós podemos perguntar, antes de tudo: será que há maneiras com as quais estamos nos comportando (com nosso corpo, com nossa fala, mesmo com nossa mente) que estão prejudicando aos outros desnecessariamente?
Às vezes crianças tem que ser disciplinadas, talvez. Elas não gostam, mas estamos fazendo isso apenas pelo seu bem. Então, às vezes é assim.
Mas, estamos nós prejudicando alguém, de alguma forma que não está sendo útil, mas apenas prejudicando?
Quando nós reconhecemos isso, vemos que causa dano para outras pessoas, mas também causa sofrimento a nós mesmos. Sempre.
Então a primeira coisa é: realmente viver uma vida suave, sem causar danos. É o mais importante.
Assim você não prejudica a si mesmo e não prejudica aos outros. Pelo menos isso!
E então se você quer realmente começar a cultivar as causas verdadeiras da felicidade, uma maior liberdade do sofrimento, da ansiedade, do medo, da aflição, então, é pra isso que serve a meditação.
Meditação, em sânscrito, é “bhavana”. E “bhavana” significa cultivar, como um agricultor cultiva o campo. Ele não sai, simplesmente, e pega alguma comida aqui e lá.
Mas ele realmente se dedica ao solo, ele o lavra, o fertiliza, irriga, planta a semente, ele cuida, tira as ervas daninhas e então faz a colheita.
Então, em vez de sair por aí tentando achar alguma felicidade externa, nós a cultivamos com nossos próprios corações e mentes.
E meditação é uma forma de fazer isso.
Há muitas maneiras para meditar. Para muitas pessoas que estão começando, um tipo de meditação chamado shamata é muito útil.
O essencial dela, antes de tudo, é aprender como relaxar, aprender como relaxar o corpo muito profundamente. Sem tensão, sem estresse, sem contração.
Saber como relaxar a respiração, respirar sem esforço. E aprender como deixar a mente relaxada. Então, primeiro de tudo, aprender como relaxar.
E então, gradualmente, por meio da meditação, cultivar uma calma interna, uma serenidade interna, quietude interna, uma presença.
De forma que não estamos sempre distraídos, inquietos, agitados, excitados, mas realmente temos alguma paz mental.
Isso pode ser cultivado por meio da meditação.
E então, gradualmente, com base em relaxamento e estabilidade, podemos desenvolver clareza e vivacidade.
Portanto, com essas três qualidades, através da meditação, da atenção plena sobre a respiração e outros métodos, nós podemos ter maior presença, maior paz mental. E também quando estamos nos relacionando com outras pessoas.
Porque as nossas mentes, internamente, estão quietas. Então nós podemos realmente focar nos outros com muito mais proximidade.
E não ficar sempre sendo pegos pelos nossos próprios pensamentos, esperanças, medos, mas realmente focar nas necessidades dos outros.
Dessa forma, naturalmente, quando começamos a expandir nossas mentes e corações para focar outras pessoas, outros seres sencientes, nós também encontramos felicidade, uma felicidade maior.
Porque nossas mentes e corações se ampliam, há maior paz e maior felicidade.”
http://www.alanwallace.org/

Autor desconhecido

domingo, 5 de outubro de 2014

Viver não dói


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos, por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante
e paga pouco, mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim
que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Despertadores


Na Índia os mestres sempre dizem:
Os problemas são despertadores que tentam acordar as pessoas para a vida. Aproveite para acordar logo, antes que o próximo despertador faça mais barulho.
Pense nisso:
O que essa dificuldade está querendo mostrar a você?
Problemas são avisos que a vida nos envia para corrigir algo que não estamos fazendo bem.
Problemas e doenças são sinais de emergência para que possamos transformar nossas vidas.
Aliás, problemas e doenças guardam muita semelhança entre si.
Infelizmente, a maioria das pessoas, quando fica doente, cai num lamentável estado de prostração ou simplesmente toma remédio para tratar os sintomas em vez de fazer uma pausa para refletir sobre os avisos que essa doença está enviando.
São poucos os que se perguntam:
“Por que meu organismo ficou enfraquecido e permitiu que a doença o atacasse?”
Uma doença é sempre um aviso, embora muita gente não preste atenção nele.
Assim como os problemas, os sintomas vão piorando na tentativa de fazer com que você entenda o recado.
No começo pode ser uma leve dor de cabeça um recado para que você pare e analise o que está faltando em sua vida.
Mas você não tem tempo, toma um analgésico e nem percebe direito que a dor está aumentando.
Então a dor piora, mas você vai à acupuntura para aliviá-la e não presta atenção quando o médico diz que o tratamento é paliativo e que você precisa mudar seu estilo de vida para eliminar as causas da doença.
As doenças são recados que precisamos levar a sério, principalmente as doenças que se repetem.
Dores de cabeça, alergias de pele, má digestão, todos esses distúrbios querem nos mostrar algo.
Saber procurar e achar as causas deles é uma atitude muito sábia.
Nossos inimigos, da mesma forma que os problemas e as doenças, são gritos de alerta para cuidarmos de algo que não está certo em nossa vida.
Quando os ouvimos com atenção, nossos inimigos podem se transformar em maravilhosas alavancas de crescimento pessoal.
Assim como as doenças e os inimigos, os problemas nos enviam avisos que precisamos aprender a decodificar.
Se você tem um problemaque está se repetindo em sua vida, é chegada a hora de fazer uma análise do seu significado para poder superá-lo.
E tenha muito claro que, no momento em que supera um problema que o acompanha por algum tempo, uma nova pessoa nasce dentro de você.

Autor: Roberto Shinyashiki

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Sempre com Deus


Lembra-te de Deus para que saibas agradecer os talentos da vida.
Se te encontras cansado, pensa Nele, o Eterno Pai que jamais descansa. Como nos ensinou o próprio Jesus, o Pai trabalha constantemente.
Se te encontras triste, eleva a Deus os teus sentimentos, meditando na alegria solar com que, todas as manhãs, a Infinita Bondade do Pai dissolve as trevas, anunciando um dia novo de oportunidades.
Se estás doente pensa em como Deus, na Sua compaixão e equilíbrio, reajusta os quadros da natureza. Pensa em como, após a tempestade, que arranca árvores centenárias e destrói montanhas, tudo se asserena.
Se te sentes incompreendido, ainda assim volta-te para Deus. Ele, o Eterno Doador de todas as bênçãos, quantas vezes é incompreendido pelas criaturas que criou e sustenta. Mesmo assim, a Sua paciência inesgotável não desanima, aguardando que nos decidamos por abandonar nossas imperfeições.
Se te sentes humilhado, entrega a Deus as dores da tua sensibilidade ferida ou do orgulho menosprezado, refletindo no anonimato com que Ele esconde a Sua imensa grandeza, servindo-nos todos os dias.
Se te sentes sozinho, busca a companhia sublime de Deus na pessoa daqueles que seguem na retaguarda, cambaleantes de sofrimento.
Os mais solitários que tu mesmo, que se encontram em provações mais difíceis que as tuas. Procura aqueles que a miséria encara todas as horas e necessitam da tua ajuda para matar a fome, a sede, acalmar a dor.
Sai de ti mesmo e procura-os. Eles se encontram nas favelas, nas praças, nos hospitais, nos asilos, nas prisões. Talvez, ao teu lado, nos familiares que te esperam um gesto de carinho, uma palavra amiga, um pouco de atenção.
Se estás aflito, confia a Deus as tuas ansiedades. Fala-Lhe de tudo aquilo que te vai na intimidade e Nele, que é o Amor, todas as tuas tormentas haverão de se acalmar.
Enfim, seja qual for a dificuldade, recorda o Todo Misericordioso que não nos esquece.
Na oração haverás de encontrar a força a fim de te ergueres e superares os problemas, pequenos ou grandes que te estejam a supliciar.
Na oração, que é rota de luz, não haverá de te faltar o ânimo para enfrentar mais este dia, com coragem, bom ânimo e alegria, porque, afinal de contas, dia como este nunca houve e nem haverá igual.

* * *

Na vida, auxilia quanto puderes. Faze o bem sem olhar a quem.
Imagina que és o lavrador e o teu próximo é o campo. Tu plantas e o outro produz. Tu és o celeiro, o outro é o cliente.
Se desejas seguir para Deus, pensa que entre Deus e tu mesmo, o próximo é a ponte.
O Criador atende às criaturas através das criaturas.
Por isso mesmo, é preciso viver e servir.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Todos são caminhos


"...Por que essa porta tão estreita, que é dada ao menor número transpor, se a sorte da alma está fixada para sempre depois da morte? É assim que, com a unicidade da existência, se está incessantemente em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se amplia..." ( Cap. XVIII, item 5)

Também os caminhos inadequados que tomamos ao longo da vida são parte essencial de nossa educação. A cada tropeço é preciso aprender, levantar novamente e retornar à marcha.

Tudo o que sabemos hoje aprendemos com os acertos e erros do passado, e cada vez que desistimos de alguma coisa por medo de errar estamos nos privando da possibilidade de evoluir e viver.

A estrada por onde transitamos hoje é vossa via de crescimento espiritual e nos levará a entender melhor a vida, no contato com as múltiplas situações que contribuirão com o nosso potencial de progresso.

Devemos, no entanto, indagar de nós mesmos: "Será este realmente meu melhor caminho?" "Porventura é correta a senda por onde transito?". É justa a observação e têm propósito nossas dúvidas; por isso, raciocinemos juntos:

• Se Deus, perfeição suprema, nos criou com a probabilidade do engano, modelando-nos de tal forma que pudéssemos encontrar um dia a perfeição, é porque contava com os nossos encontros e desencontros na jornada existencial.

• Se nos gerou falíveis, não poderá exigir-nos comportamentos sempre irrepreensíveis, pois conhece nossas potencialidades e limites.

Se criaturas como nós aceitamos as falhas dos outros, por que o Criador em sua infinita compreensão não nos aceitaria como somos?

* Pessoas não condenam seus bebês por eles não saber comer, falar e andar corretamente; por que espíritos ainda imaturos pagariam por atos e pensamentos que ainda não aprenderam a usar convenientemente, pela sua própria falta de madureza espiritual?

O que pensar da Bondade Divina, que permite que almas escolham seu roteiro, de acordo com o livre-arbítrio depois cobrasse aquilo que elas ainda não adquiriram?

A Divindade é "Puro Amor" e sabe muito bem de nossos mananciais espirituais, mentais, psicológicos e físicos, ou seja, de nossa idade evolutiva, pois habita em nosso interior e sempre suaviza nossos caminhos.

Na justa sucessão de espaço e tempo, condizente com nosso grau de visão espiritual, recebemos, por meio do fluxo divino, a onipresença, a onisciência e a onipotência do Criador em forma de "senso de rumo certo", para trilharmos rotas necessárias à ampliação de nossos sentimentos e conhecimentos.

Diz a máxima: "Não se colhem figos dos espinheiros"; ora, como impor metas sem levar em conta a capacidade de escolha e de discernimento dos indivíduos?

Efetivamente, nosso caminho é o melhor que podíamos escolher, porque em verdade optamos por ele, na época, segundo nosso nível de compreensão e de adiantamento. Se, porém, achamos hoje que ele não é o mais adequado, não nos culpemos; simplesmente mudemos de direção, selecionando novas veredas.

A trilha que denominamos "errada" é aquela que nos possibilitou aprendizagem e o sentido do nosso "melhor", pois sem o erro provavelmente não aprenderíamos com segurança a lição.

Nós mesmos é que nos provamos; a cada passo experimentamos situações e pessoas, e delas retiramos vantagens e ampliamos nosso modo de ver e sentir, a fim de crescermos naturalmente, desenvolvendo nossa consciência.

Ninguém nos condena, nós é que cremos no castigo e por isso nos autopunimos, provocando padecimento com nossos gestos mentais.

Aceitemos sem condenação todas as sendas que percorremos. Todas são válidas se lhes aproveitarmos os elementos educativos, porque, assim somadas, nos darão sabedoria para outras caminhadas mais felizes.

Mesmo aquelas trilhas que anotamos como caminhos do mal, não são excursões negativas de perdição perante a vida, mas somente equivocadas opções do nosso livre-arbítrio, que não deixam de ser reeducativas e compensatórias a longo prazo.

Cada um percorre a estrada certa no momento exato, de conformidade com seu estado de evolução. Tudo está certo, porque todos estamos nas mãos de Deus.

Hammed