sexta-feira, 29 de junho de 2012

FALIBILIDADE

        Ante as devastações do mal, apóia o trabalho que objetive o retorno ao bem.
        Até que o espírito se integre no Infinito Amor e na Sabedoria Suprema, em círculos de manifestação que, por agora, nos escapam ao raciocínio, a falibilidade é compreensível, no campo de cada um, tanto quanto o erro é natural no aprendiz em experiência na escola.
        A educação não forma autômatos.
        A Ordem Universal não cria fantoches.
*
        Onde haja desastre, auxilia a restauração.
        Mobiliza as forças de que dispões, sanando os desequilíbrios, ao invés de consumir ação e verbo, atitude e tempo, grafando a veneno o labéu da censura.
        Anotaste lances calamitosos nos delitos que o tribunal terrestre não é capaz de prever ou desagravar.
        Viste homens e mulheres, cercados de apreço público, aniquilarem existências preciosas, derramando o sangue de corações queridos em forma de lágrimas; surpreendeste cidadãos abastados e aparentemente felizes, que humilharam os próprios pais, reduzindo-os à extrema pobreza, ao preço de documentos espúrios; assinalaste pessoas açucaradas e sorridentes que induziram outras ao suicídio e à criminalidade, sem que ninguém as detivesse; identificaste os que abusaram do poder e do ouro, erguendo tronos sociais para si próprios, à custa do pranto que fizeram correr, muitas vezes com o aplauso dos melhores amigos, e conheceste carrascos de olhos doces e palavras corretas que escamotearam a felicidade dos semelhantes, abrindo as portas do hospício ou da penitenciaria para muitos daqueles que  lhes confiaram os tesouros da convivência, sem que o mundo os incomodasse.
        Apesar disso, não necessitas enlamear-lhes o nome ou incendiar-lhes a senda. Todos eles voltarão ao quadro escuro das faltas cometidas, através de continuadas reencarnações, em dificuldades amargas, nos redutos da prova, a fim de lavarem a consciência.
*
        Se a maldade enodoa essa ou aquela situação, faze o melhor que possas para que a bondade venha a surgir.
        Segue entre os homens, abençoando e ajudando, ensinando e servindo...
        Todas as vítimas das trevas serão trazidas à luz e todos os caídos serão levantados, ainda que, para isso, a espoja do sofrimento tenha de ser manejada pelos braços da vida, em milênios de luta. Isso porque as Leis Divinas são de justiça e misericórdia e a Providência Inefável jamais decreta o abandono do pecador.
 
(De “Justiça Divina”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

SOFISMAS

"Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não de seu aos pobres?"  - João, cap. 12 - v. 5
 
As palavras acima foram pronunciadas por Judas, diante da atitude de Maria,  irmã de
Lázaro, que ungira os pés de Jesus com perfume e os enxugara com os cabelos...
O apóstolo que considerou tal atitude um desperdício trairia,  um pouco mais tarde,
o Mestre por trinta moedas de prata !
Os sofismas que o espírito engendra para perder a si mesmo são inesgotáveis...
A preocupação de Judas era simples inveja.
Àquela altura, provavelmente, ele já estava de conluio com os doutores da lei.
Não procuremos nos justificar em nossos deslizes,  como quem se absolve para
continuar fazendo o que não deve.
Sim, é verdade que somos imperfeitos, mas não podemos sê-lo para sempre.
Não recriminemos, pois, nos outros, atitudes que, em nós, costumam ser piores.
A falsa moralidade é mais difícil de ser detectada que a absoluta ausência de moral.
Existem intenções no bem que não passam de aparência.
Não sejamos como as pessoas dissimuladas que pensam poderem enganar a Deus.
De alguém muito solícito ao nosso lado pode vir o golpe da traição.
Prefiramos as pessoas que se mostram com os seus defeitos àquelas que se
escondem debaixo de virtudes que não têm.
 
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

VINGANÇA ALIENANTE

      Remanesce, como vestígio do primarismo, em a natureza humana, o mórbido costume da vingança.
        Presença do rancor nos sentimentos asselvajados, programa o desforço e aguarda o momento para desferir o golpe certeiro contra quem não espera o atentado vil.
        Cavilosamente, o vingador maquina a agressão, comprazendo-se, antecipadamente, com  a surpresa dorida de que será objeto aquele a quem detesta.
        Quando se sente superior em força e oportunidade, esmaga o adversário, cortando-lhe o passo de acesso a qualquer libertação.
        Se é fraco — e todo aquele que se vinga, é doente e frágil — urge com falsidade a trama que envolverá o desafeto, ferindo-lhe o mais profundo do ser.
        Às vezes fica, a distância, usufruindo o gozo, ante o sofrimento daquele a quem odeia.
        Em circunstâncias diferentes, desnuda o caráter e revela-se ao tombado, informando-lhe haver produzido o desastre, por tal ou qual motivo, que traz à tona, alegrando-se com a amargura que vê estampada na face do vencido.
        A vingança se manifesta, no entanto, de várias outras formas sutis, não, porém, menos danosas.
        Impossibilitada de eliminar o rival diretamente, apunhá-la-lhe a alma com a calúnia, que ao outro infelicita as horas, trazendo-lhe amargura e dor;
        abre-lhe abismos, mediante a cizânia que o arroja ao poço da vergonha e da aflição;
        prepara armadilhas morais que lhe arruínam a dignidade e lhe envilecem a conduta;
        inspira suspeitas que lhe corroem a estrutura do comportamento, deixando-o com insegurança e mal-estar;
        espreita-lhe o passo e não perde ocasião de o humilhar ou de levá-lo ao ridículo, sempre encontrando forma de malsinar-lhe as horas...
        A vingança é alta expressão de covardia moral, compreensível e desculpável por ser reflexo de morbidez e alienação mental, inspirando piedade em razão dos danos que sobre si mesmo acumula o seu agente.
        O vingador é um ser sempre infeliz e atormentado.
        Mesmo quando logra o seu intento não se satisfaz, porque se descobre vazio e sem objetivos.
        Envolve-te na luz da caridade e espraia-a até aqueles que se vingam, evitando também derrapares, quando ferido, na treva densa da vingança onde o ódio se homizia e aguarda.
 
(De “Luz da Esperança”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Laços Eternos

A reencarnação estreita os vínculos do amor, tornando-os laços eternos,
pelo quanto faculta de experiência na área da afetividade familiar.
Enquanto as ligações de sangue favorecem o egoísmo, atando as criaturas
às algemas das paixões possessivas, a pluralidade das existências ajuda,
mediante a superação das conveniências pessoais, a união fraternal.
Os genitores e nubentes, os irmãos e primos, os avós e netos de uma
etapa trocarão de lugar no grupo de companheiros que se afinam,
permanecendo os motivos e emulações da amizade superior.
O desligamento físico pela desencarnação faz que se recomponham, no
além-túmulo, as famílias irmanadas pelo ideal da solidariedade, ensaiando os
primeiros passos para a construção da imensa família universal.
Quando a força do amor vigilante detecta as necessidades dos corações
que mergulharam na carne, sem egoísmo, pedem aos programadores
espirituais das vidas que lhes permitam acompanhar aqueles afetos que os
anteciparam, auxiliando-os nos cometimentos encetados, e reaparecem na
parentela corporal ou naquela outra, a da fraternidade real que os une e faculta
os exemplos de abnegação, renúncia e devotamento.
*
Este amigo que te oferece braço forte; esse companheiro a quem estimas
com especial carinho; aquele conhecido a quem te devotas com superior
dedicação; estoutro colega que te sensibiliza; essoutro discreto benfeitor da tua
vida; aqueloutro vigilante auxiliar que se apaga para que apareças, são teus
familiares em espírito, que ontem envergaram as roupagens de um pai
abnegado ou de uma mãe sacrificada, de um irmão zeloso ou primo generoso,
de uma esposa fiel e querida ou de um marido cuidadoso, ora ao teu lado,
noutra modalidade biológica e familiar, alma irmã da tua alma, diminuindo as
tuas dores, no carreiro da evolução e impulsionando-te para cima, sem
pensarem em si...
Os adversários gratuitos que te sitiam e perturbam, os que te buscam
sedentos e esfaimados, vencidos por paixões mesquinhas, são, também,
familiares outros a quem ludibriaste e traíste, que agora retornam, necessitados
do teu carinho, da tua reabilitação moral, a fim de que se refaça o grupo
espiritual, que ascenderá contigo no rumo da felicidade.
*
Jesus, mais de uma vez, confirmou a necessidade dessa fusão dos
sentimentos acima dos vínculos humanos, exaltando a superior necessidade
da união familiar pelos laços eternos do espírito. A primeira, fê-lo, ao exclamar,
respondendo à solicitação dos que lhe apontavam a mãezinha amada que O
buscava, referindo-se: — “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos, senão
aqueles que fazem a vontade do Pai?” Posteriormente, na cruz, quando
bradou, num sublime testemunho, em resposta direta à Mãe angustiada que O
inquirira: — “Meu filho, meu filho, que te fizeram os homens?” elucidando-a e
doando-a à Humanidade: — “Mulher, eis aí teu filho” — “Filho, eis aí tua mãe”,
entregando-o ao seu cuidado, através de cuja ação inaugurou a Era da
fraternidade universal acima de todos os vínculos terrenos.
 
Obra: SOS Família
Joanna de Ângelis / Divaldo Pereira Franco

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O OLHAR DE JESUS


     Recordemos o olhar compreensivo e amoroso de Jesus, a fim de esquecermos a viciosa preocupação com o argueiro que, por vezes, aparece no campo visual dos nossos irmãos de experiência.
    O Mestre Divino jamais se deteve na faixa escura dos companheiros de caminhada humana.
    Em Bartimeu, o cego de Jericó, não encontra o homem inutilizado pelas trevas, mas sim o amigo que poderia tornar a ver, restituindo-lhe, desse modo, a visão que passa, de novo, a enriquecer-lhe a existência.
    Em Maria de Magdala, não enxerga a mulher possuída pelos gênios da sombra, mas sim a irmã sofredora e, por esse motivo, restaura-lhe a dignidade própria, nela plasmando a beleza espiritual renovada que lhe transmitiria, mais tarde, a mensagem divina da ressurreição.
    Em Zacheu, não identifica o expoente da usura ou da apropriação indébita, e sim o missionário do progresso enganado pelos desvarios da posse e, por essa razão, devolve-lhe o raciocínio à administração sábia e justa.
    Em Simão Pedro, no dia da negação, não se refere ao cooperador enfraquecido, mas sim ao aprendiz invigilante, a exigir-lhe compreensão e carinho, e por isso transforma-o, com o tempo, no baluarte seguro do Evangelho nascente, operoso e fiel até o martírio e a crucificação.
    Em Judas, não surpreende o discípulo ingrato, mas sim o colaborador traído pela própria ilusão e, embora sabendo-o fascinado pelas honrarias terrestres, sacrifica-se, até o fim, aceitando a flagelação e a morte para doar-lhe o amor e o perdão que se estenderiam pelos séculos, soerguendo os vencidos e amparando a justiça das nações.
Busquemos algo do olhar de Jesus para nossos olhos e a crítica será definitivamente banida do mundo de nossas consciências, porque, então, teremos atingido o Grande Entendimento que nos fará discernir em cada companheiro do caminho, ainda mesmo quando nos mais inquietantes espinheiros do mal, um irmão nosso, necessitado, antes de tudo, de nosso auxílio e de nossa compaixão.
 
                         (De “Viajor”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quando a compreensão estiver conosco

        Quando a compreensão estiver em nossos olhos, fixaremos na cicatriz do próximo a dificuldade respeitável de um irmão.
*
        Quando a compreensão morar em nossos ouvidos, receberemos a injúria e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que ainda lavram no espírito daqueles que nos observam, sem exato conhecimento.
*
        Quando a compreensão se nos aninhar no próprio verbo, o falso julgamento surgirá, junto de nós, por enfermidade lamentável, de quem nos procura, e saberemos fazer o silêncio bendito com que se possa, tanto quanto possível, impedir a extensão do mal.
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        Quando a compreensão se nos associar ao raciocínio, identificaremos nos pensamentos infelizes a deplorável visitação da sombra, diante da qual acenderemos a luz da fé para a justa resistência.
*
        Quando a compreensão clarear-nos o sentimento, a rigidez espiritual jamais encontrará guarida em nós outros, porque o calor da benevolência irradiar-se-nos-á do espírito, estimulando a alegria dos bons e reduzindo a infelicidade dos companheiros que ainda se confiam à ignorância.
*
        Quando a compreensão brilhar em nossas mãos, a preguiça não nos congelará a boa vontade e aproveitaremos as mínimas oportunidades do caminho para as tarefas do amor que o Mestre nos legou.
*
        “Bem-aventurados os limpos de coração!” — proclamou o Excelso Amigo.
        Sim, bem-aventurados os que esposam o bem para sempre, porque semelhantes trabalhadores da luz sabem converter a treva em claridade, os espinhos em flores, as pedras em pães e a própria derrota em vitória, criando invariavelmente o Céu onde se encontram e apagando os variados infernos que a ignorância inflama na Terra para tormento da vida.
 
(De “Luz e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Todos são importantes

Somos iguais perante a seara, porque somos todos iguais perante o Senhor da Seara. Deus não faz acepção de pessoas, nem de posições e muito menos de instituições. O item 5 do capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo estabelece esta condição essencial: “Felizes os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse e movidos apenas pela caridade”. Emmanuel conclui a sua mensagem lembrando “que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus”.
Querer que não haja discordâncias entre os que trabalham na divulgação e na sustentação da Doutrina seria acalentar quimeras. Cada consciência humana, como ensina Hubert, é um ponto na correnteza da duração. Cada um de nós está colocado num ângulo determinado do eterno fluir da realidade. Cada qual, portanto, tem a sua maneira própria de ver as coisas.
O Espiritismo nos ensina que nos completamos uns aos outros pelas nossas diferenças. Mas se diferimos nos acessórios, concordamos sempre no essencial. Por isso mesmo a caridade – que é o amor em ação – deve eliminar as arestas do nosso personalismo, ensinando-nos que todos somos importantes na busca e na conquista da verdade.
Claro que não devemos concordar com tudo e tudo aprovar em silêncio, pois a tolerância de acomodação equivale a cumplicidade com o erro. A crítica maldosa e orgulhosa, que condena tudo o que é feito pelos outros, é a negação da caridade. Mas ai de nós se suprimirmos a crítica do meio espírita! Porque é ela, quando sensata e sincera, a prática da vigilância que Jesus ensinou e Paulo exemplificou. Como utilizar o “crivo da razão”, de que nos fala Kardec, se abdicarmos do direito de pensar, que mais do que um direito é um supremo dever do espírito?
Quando Emmanuel diz: “Guiar-se pela misericórdia e não pela crítica” está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. O lema “valorizar o esforço alheio” não implica a valorização dos erros e dos enganos do próximo, mas o reconhecimento dos esforços feitos por todos a favor da causa comum. Todos precisamos de misericórdia, mas a misericórdia, como Deus nos mostra em sua lei de ação e reação, não é a aprovação de erros e ilusões – e sim a correção e o esclarecimento.
 
   (Obra: Astronautas do Além - Chico Xavier / J. Herculano Pires)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

UM DIA

Um dia, verás a ti mesmo em plano diferente.
Parecer-te-á, então, haver acordado de um sono profundo e, por isso mesmo, tudo te surpreenderá. Amigos que não vias, há muito tempo, se aproximarão de ti, estendendo-te as mãos. Perguntarás a vários deles: onde estavas que não mais te encontrei? Por que te distanciaste de mim? Todos te abraçarão, com a alegria a lhes fulgurar nos olhos, Fitarás as árvores carinhosamente podadas, formando corações que palpitarão de vida, plantas outras, mostrando as frondes entrelaçadas, lembrando mãos que se tocam afetuosamente. Respirarás profundamente, reconhecendo, assim, as qualidades nutrientes do no ambiente em que te virás...
Naquela festa de almas, porém, um homem de olhar manso desce de um torreão brilhante e caminha na direção dele.
Em vão, o recém-chegado tenta retirar dele os olhos magnetizados pelo amor que o desconhecido irradia. Ele caminha serenamente a fixá-lo com bondade, com a familiaridade de quem o conhecia.

- “Ah! – pensou o recém-vindo decerto que este amigo me conhece, de longo tempo”.

A custo, venceu a própria indecisão, e indagou do companheiro mais próximo:

- “Quem é este homem que está chegando até nós”?.

- “É o Mensageiro da Vida”.

Não houve tempo para outras inquirições.
Efetivamente, aquela simpática e estranha personagem lhe endereçou saudações fraternas e segurando-lhe a destra, qual se nela conseguisse ler todas as minudências da sua vida, não lhe perguntou pelo próprio nome, nada argüiu quanto à família a que pertencera ou à posição que exercera... Apenas pousou nele demoradamente os olhos azuis e perguntou-lhe:

-“Amigo, o que fizeste?”
 
(Obra: A Semente de Mostarda - Chico Xavier/Emmanuel)

terça-feira, 19 de junho de 2012

COMPROMISSO ESPÍRITA

Eu vos saúdo em nome de Nosso Senhor Jesus - Cristo !
Todos vós, obreiros da Era Nova, não vos equivoqueis ! Chegado é o momento
da definição resoluta e terminante, no que tange a responsabilidades íntimas e
intransferíveis no campo do Senhor da Vida Total.
Aquinhoados, abundantemente, com a comunicação do Mundo Espiritual, sabeis
que o túmulo é porta de reingresso na vida, quanto o berço é clausura na jornada
da carne para refazer e para edificar.
Convocados ao ministério sublime da mediunidade socorrista, recebestes a semente de luz para a plantação no solo do futuro, com vistas à Humanidade melhor do amanhã.
Se o óbice tenta obstacular-vos o avanço, não desanimeis; se o empeço arma difíceis sedições pelo caminho, em forma de revolta íntima ou de revolta alheia, prossegui intimoratos; se a impiedade zurze a chibata da incompreensão e semeia a vossos pés o cardo, a urze e o pedregulho, não desanimeis; se vos ferirem, bendizei a oportunidade de resgatar, considerando que poderíeis ser os criminosos que provocam dores; se a noite de sombras espessas ameaçar o santuário da vossa fé, colocando cúmulos que dificultem o discernimento nas telas da vossa mente, acendei a lâmpada clarificadora da prece para, que a luz da compaixão e da misericórdia vos aponte rumos de segurança !
Em qualquer circunstância, amai ! Em qualquer situação, servi ! Em todo momento, crede !
O Senhor da Vida não nos abandona hora alguma e a sua misericórdia não nos deixa nunca, fazendo que entesouremos, nos depósitos sublimes da alma, as moedas luminescentes da felicidade total.
Dobrai-vos sobre as necessidades redentoras, marchai enxugando lágrimas com as mãos suadas e envolvendo o coração na "lã do Cordeiro de Deus", confiai em que a senda pavimentada com as pedras da humildade legítima vos conduzirá ao oásis refazente da paz, em que a linfa cristalina e nobre do Evangelho estará cantando a melodia do reconforto para vossas almas.
Exorando a Ele, o Excelso Benfeitor de todos nós, que nos abençoe e conduza, suplicamos que nos não deixe nunca a sós, na obra com que nos dignifica a oportunidade e nos enseja a ocasião de redenção interior !
 
(Obra: Depoimentos Vivos - Divaldo P.Franco/Eurípedes Barsanulfo)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

TÓPICOS DAS DIFICULDADES REDENTORAS

I - Somos de parecer que todos nós devemos prosseguir em nossos estudos, preparando a melhoria do campo de ação funcional, pois, embora o sacrifício que nos custa semelhante preparo, tais serviços de ordem intelectual representam uma fuga e um descanso de nós mesmos, porquanto, há casos, em que o aumento da atividade é o meio de repousar o cérebro quanto aos choques mais íntimos, determinantes de maiores cansaços.
 
II - O caminho é esse mesmo - lutas por vencer e dificuldades como preço da redenção.
Guardemos, pois, a nossa fé, certos de que as mãos de Jesus estão sobre as nossas.
Confiemos sempre!
 
III - Embora o coração se nos desfaça no peito, como taça de lágrimas, nas dolorosas circunstâncias em que a renúncia e o nosso carinho são colocados à prova, não esmoreçamos em nossa fé.
Continuemos amorosos e abnegados, ajudando e amando, porque a mão do Senhor é o nosso apoio na dor e na alegria, na paz e na tempestade.
 
IV - Estamos na atualidade terrena como quem se desvencilha da sombra noturna para clarear o coração na luz de novo dia. Imprescindível conservarmos a fé viva em Jesus por lâmpada acesa e prosseguirmos adiante.
 
V - Com relação às nossas dificuldades redentoras, continuemos na aceitação das circunstâncias difíceis, em que presentemente nos achamos, na certeza de que, seguindo as Suas próprias palavras na Redenção Divina, Ele, nosso Amado Jesus, continuará caminhando conosco, em nosso jornadear para a Vida Imperecível.
Confiemos Nele, o Senhor, hoje e sempre.
 
VI - Deixemos que a serenidade nos garanta a calma precisa. Nossos corações nunca estão desamparados. Reanimem-nos firmes no otimismo, amparando a cada um dos nossos, segundo as suas necessidades.
 
VII - Na estrada redentora, seremos sempre assistidos espiritualmente.
Jesus nunca falha! Busquemos o Senhor, em nossas dificuldades, para que o Seu pensamento em nosso pensamento nos ampare as soluções. Confiemos!
 
VIII - No círculo de nossas lutas redentoras, continuemos oferecendo o melhor de nós mesmos para que o melhor se faça no auxílio aos que amamos.
A dor é a nossa benção na luta que é sempre a nossa escola.
Confiemos em Jesus, e esperemos por Ele, o nosso Divino Mestre, sempre e sempre.
 
IX - Confiemos na Proteção Divina e esperemos a manifestação da assistência do Alto pelos canais competentes, por onde transitam os assuntos que referem à nossa luta redentora. Dentro de nossos recursos, tudo devemos fazer no sentido de recuperar a tranquilidade de que necessitamos para o desempenho de nossas tarefas. Jesus nos fortaleça e abençoa!
 
X - Na Redenção Edificante em que se encontram, nossos irmãos permanecem amparados por diversos amigos da espiritualidade, esperando nós que a fé prossiga brilhando como luz nas sombras, na certeza de que as nossas esperanças e abnegações encontrarão com Jesus a vitória almejada.
 
XI - A luta prossegue, entretanto, a Misericórdia Divina é sempre maior!
 
 (De “Apelos cristãos”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Bezerra de Menezes)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

LEMBRANÇA DE AMIGO

Não acredites em facilidades. 
Muitas aflições nos fustigam o espírito, diante de nossos próprios caprichos desatendidos. 
Não aguardes dinheiro farto ou mesmo excessivo para que te sintas feliz. 
Agradece aos Céus a possibilidade de trabalhar, porquanto o trabalho te garantirá a subsistência e a subsistência 
daqueles corações que se te fazem queridos. 
Não esperes a felicidade para que possas realizar os próprios desejos. 
A saciedade talvez seja a véspera da penúria, a cujas provações possivelmente não conseguirás resistir.  
Não creias que uma personalidade humana, colocada nos píncaros do poder, disponha de recursos para solucionar todos 
os problemas que te enxameiam a existência. 
É provável que essa pessoa, merecidamente importante, esteja carregando um fardo de tribulações mais pesado do que o teu. 
Se pretendes viver fora das inquietações do cotidiano, não exijas dos outros aquilo que os outros ainda não possuem 
para dar. 
Se queres viver nas alegrias da consciência tranqüila, auxilia ao próximo o quanto puderes, trabalha sempre e confia em 
Deus.  
 
Espírito: EMMANUEL 
Médium: Francisco Cândido Xavier 
Livro: "Hora Certa" - EDIÇÃO GEEM

quinta-feira, 14 de junho de 2012

HOJE OU MAIS ALÉM

No ciclo das existências terrenas, muitas vezes teremos o coração ferido
pelas provas do caminho, à maneira de espinhos ferindo a alma.
Para alguns, são os conflitos familiares;
Outros carregam enfermidades difíceis;
Não faltam, ainda, aqueles que padecem perturbações espirituais, escravos
de obsessões pertinazes.
Seja qual for a prova que te assinala a existência, não te afastes de Jesus.
O Evangelho é fonte de água viva, para quem tem sede de consolação, e luz,
para quem busca vencer as sombras da estrada.
Apóia-te na fé e segue adiante, fazendo o melhor ao teu alcance.
Não desanimes, não reclames e não prejudiques ninguém.
Se permaneceres com Jesus, nada poderá te impedir de alcançar a paz,
hoje ou mais além, coroando-te os esforços e a perseverança cristã.
 
(Obra: Novas Mensagens - Clayton B. Levy/Scheilla)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

PILATOS

“Mas entregou Jesus à vontade deles.” — Lucas, 23:25
 
        Pilatos hesitava. Seu coração era um pêndulo entre duas forças poderosas...
        De um lado, era a consciência transmitindo-lhe a vontade superior dos Planos Divinos, de outro, era a imposição da turba ameaçadora, encaminhando-lhe a vontade inferior das esferas mais baixas do mundo.
*
        O infortúnio do juiz romano foi entregar o Senhor aos desígnios da multidão mesquinha.
        Na qualidade de homem, Pôncio Pilatos era portador de defeitos naturais que nos caracterizam a quase todos na experiência em que o nobre patrício se encontrava, mas como juiz, naquele instante, seu imenso desejo era de acertar.
*
        Queria ser justo e ser bom no processo do Messias Nazareno, entretanto, fraquejou pela vontade enfermiça, cedendo à zona contrária ao bem.
*
        Examinando o fenômeno, todavia, não nos move outro desejo senão de analisar nossa própria fragilidade.
        Quantas vezes agimos até ontem, ao modo de Pilatos, nas estradas da vida? Imaginemos  o tribunal de Jerusalém transportado na osso foro íntimo.
*
        Jesus não se punha contra o nosso exame, mas, esperando pela nossa decisão, aí permanece conosco a Sua ideia Divina e Salvadora.
*
        Qual aconteceu ao juiz, nosso coração transforma-se em pêndulo, entre as exortações da consciência eterna e as requisições dos desejos inferiores.
*
        Quase que invariavelmente, entregamos o pensamento de Jesus às zonas baixas, onde sofre a mesma crucificação do Mestre.
        Vemos assim que Pilatos converteu-se em profundo símbolo para a caminhada humana.
 
(De “Alma e Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

terça-feira, 12 de junho de 2012

AGRADECIMENTO

Na vida terrestre, bem podemos entender que toda a relação entre os seres e o Criador da Vida é demarcada pelo fenômeno do agradecimento.
A natureza sabe ser grata pelas ofertas do Criador, dando aos humanos sublimados exemplos nesse sentido.
O solo costuma agradecer ao Pai do Céu pela confiança do lavrador, quando guarda em seu seio as sementes prenhes dos recursos potencializados do futuro vegetal. O agradecimento do solo, assim, é a promoção da germinação da semente aninhada sob sua calidez.
O vegetal agradece a DEUS enfeitando-se de flores, muitas vezes detentoras de raros perfumes e de cores exóticas. As flores, por sua vez, agradecem a ramagem que as sustenta, homenageando a vida com a oferta de seus frutos.
A brisa rende graças ao Senhor por poder movimentar-se, celeremente, em todo lugar, e, por isso beija as florações, refrescando-as, carinhosamente. As florações são agradecidas à brisa refrescante embalsamando-a com seu perfume.
A corrente fluvial agradece pelo leito em que se estira, no seu rumo para o mar, fertilizando as suas margens, que se tornam áreas abençoadas pela fertilidade.
As aves são gratas à vida e, por isso, emitem seu mavioso canto, enchendo de sonora harmonia seus espaços.
O Sol é reconhecido ao Criador por sua natureza estelar, e, por esse motivo, além de projetar seu brilho sobre o corpo lunar, opaco, tornando-o formidável lâmpada que derrama prata sobre a imensidão, esparge sementes de vida por todos os planetas que se lhe tornaram satélites.
A lua se mostra agradecida ao Supremo Pai e coopera grandemente para os movimentos das marés, que, agitando a enorme massa líquida, contribui para o equilíbrio planetário.
Como bem podemos ver, é verdade que tudo se une em agradecimento ao nosso Pai Maior. Cada coisa ou cada ser, a seu modo, sabe ser penhorado.
Pense, então, a respeito das suas relações com a vida e sobre o modo como tem se mostrado grato a DEUS. Importante é que, muito embora possamos orar a DEUS, com entusiasmo ou com tristeza n'alma, no cerne da nossa oração possamos não apenas pedir, mas, também, louvar e agradecer ao Dispensador Absoluto, através de uma existência rica de belezas, plena de construções nobilitantes, para que se estabeleça em cada um de nós a sonhada ventura, patrimônio inalienável de quem aprende a
agradecer pelas bênçãos que recebe a cada momento, contribuindo com os projetos do Pai pelos caminhos do mundo.

(Mensagem psicografada em 25.12.2002 - Niterói - RJ - Raul
Teixeira/Rosângela)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

SEMEIA E SEMEIA

        Ei-los, em esfuziante alegria, permutando sorrisos num festival de juventude, que lhes parece não ter fim. Folgazões, transitam de cidade em cidade espairecendo, caçando prazeres, renovando emoções. Quase esvoaçantes, coloridos, recordam bandos de aves arrulhando nas florestas da vida.
        Embriagados pelo licor da frivolidade passam gárrulos e ligeiros, sem pousos certos, alongando-se pelas estradas vastas das férias intermináveis.
        Ao lado deles trabalham aqueloutros que os invejam e lhes exploram a loucura, quais formigas diligentes que acumulam para si, ceifando a plantação alheia, receosas da escassez hibernal. São gentis a preço de ouro e vendem cortesia,  detestando-os quase, em silêncio, reprochando-lhes o comportamento leviano, sentindo-se magoados por não poderem fazer o mesmo.
        Aqueles vêm para cá buscando o sol e estes saem daqui procurando as temperaturas brandas. Uns sobem as montanhas e outros as descem, agitados, todos, a buscarem nada.
        Perderam a paz íntima e não sabem, talvez não desejem saber.
        Anestesiam-se com a ilusão e fogem da realidade, enlouquecendo paulatina, irreversivelmente.
***
        Dizes que conheces as nascentes da água lustral do bem e da harmonia. Gostaria de ofertá-las, a cântaros cheios, ou abrindo, com as mãos da ternura, sulcos profundos por onde jorrassem filetes a se transformarem em rios de abundância a benefício de todos.
        Eles, porém, os sorridentes e os corteses que defrontas, recusam a tua oferenda.
        Falas sobre o amor e zombam.
        Cantas a verdade e promovem balbúrdia.
        Emocionas-te ante a dor e os irritas.
        Apresentas Jesus e desertam, ansiosos, tentando novas expressões de fuga, desinteressados e belicosos contra ti.
        Não te entristeças ante os panoramas sombrios do momento. Logo mais, na estação própria, haverá luz e cor, reverdecendo a paisagem cinza, florindo-a, perfumando-a.
        Possivelmente, já transitaste em rotas semelhantes e por essa razão sentes o amargor tisnar teus lábios, vendo-os e ouvindo-os, sabendo que este ludíbrio não dura indefinidamente. Eles despertarão sim, como já despertaste para outra realidade que agora te abrasa a vida e dá-te forças para avançar.
***
        Hoje, todos estes estão fugindo de si mesmos. Ontem, porém, quando estavas com eles, fugias também, conduzindo as armas da guerra e do crime, que alguns já têm nas mãos e que outros irão tomá-las com avidez.
        Considera, então, o quanto macerou ao imensurável Rabi, vê-los, assim, sanguinários e irresponsáveis, tendo-O ao lado sem O desejarem, ouvindo-O sem O quererem entender... Longa para o Mestre foi a via dolorosa, enquanto com eles e com nós todos, até hoje, que ainda não O sabemos amar  nem servi-Lo.
        Afeiçoa-te, por tua vez, à lavoura do amor e semeia, conquanto escasseiem ouvidos abertos e mentes acessíveis à semente de luz.
        O Colégio Galileu reuniu apenas doze, ao chamado de Jesus, e não obstante a deserção de um discípulo equivocado, outro foi eleito para o seu lugar, ao tempo em que a palavra de vida eterna se espalhava como pólen fecundo penetrando, desde então, milhões de vidas que se felicitaram com a Verdade, alargando as avenidas da esperança para a Humanidade inteira.
        Assim, semeia e semeia.
                                       Joanna de Ângelis
 
(De “Sol de Esperança”, de Divaldo P. Franco, - Diversos Espíritos)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

DISCERNIR E AGIR




        O tirocínio para discernir o bem do mal, dá a medida do conceito filosófico que cada um abraça; no entanto, só a vivência do bem por eleição espontânea caracteriza o progresso moral do homem.
        Medeia um espaço largo de conduta moral  entre saber e vivenciar.
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        Conhecer ou discernir o que é de acordo com as leis de Deus daquilo que lhe é contrário, representa uma grande conquista intelectual, cultural; sem embargo, a aplicação do conhecimento na conduta,  expressa a verdadeira aquisição desse valor.
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        Em todas as criaturas existe, mesmo que em estado embrionário, o lampejo do que é certo em detrimento daquilo que é errado, exceção feita somente aos portadores de doenças mentais graves.
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        Nas faixas mais primitivas, o homem, por instinto, elabora o seu código de ética, em que os princípios morais constituem a regra básica da sua conduta, do seu bem viver.
        Quanto mais avançado em progresso moral o indivíduo, em consequência, mais civilizado se faz.
        Não nos referimos à civilidade decorrente dos hábitos adquiridos formalmente, mas daqueles que são conforme as leis do amor, as leis naturais, portanto, as leis de Deus.
        Eles se expressam mediante o respeito à vida em todas as suas manifestações, à natureza e à criatura, como efeito compreensível do respeito a Deus, essencial e primeiro em toda e qualquer cogitação.
        Quem assim procede torna-se homem de bem, a quem repugna o mal, tudo fazendo por evitá-lo, e, quando não o consegue, minora-lhe os resultados infelizes.
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        Se já podes desculpar o ofensor, estás melhor do que ele.
        Desde que perdoas o agressor, te encontras em situação mais confortável do que a dele.
        Como procedes com natural correção, enquanto enxameiam as oportunidades do vício e da insensatez possuis a condição moral do bem.
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        Constrangido à luta, porem agindo com benignidade, logras a conduta superior.
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        Repartindo os dons da bondade e expressando-a em forma de generosa cooperação, mediante moedas, esforços pessoais e abnegação desinteressada, já desfrutas da condição intrínseca do bem.
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        O bem não pode ser uma posição decorativa, um adorno da personalidade, e sim uma posição dinâmica, otimista, que muda as estruturas e o comportamento pernicioso que conspira e atua contra as forças vivas e pulsantes da vida.
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        Não te refugies no descuramento infeliz, em relação à tua permanência no mal.
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        Combate com firme decisão o estacionamento no erro, no orgulho, na paixão.
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        Conquista virtudes, mas vence os vícios.
        O tempo é precioso contributo para a evolução, que não pode ser malbaratado pela acomodação, nas complexas engrenagens do mal a que te aferras.
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        Sabendo discernir o bem do mal, não relaciones os erros alheios; age com acerto.
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        O problema da consciência é individual. Quando esta se banha da claridade do amor sob a inspiração do bem, faz-se rigorosa para consigo mesma, desculpando os outros, que não dispunham dos valores para o crescimento conforme já ela os possuía, não aplicando a força moral para se promover na escala dos valores legítimos.
*
        Identifica, portanto, o bem, vivendo-o e liberando-te do mal.

(De “Viver e amar”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

TUDO SÃO ESPERANÇAS

        Quando os jovens se encontram imantados de saúde, quando os seus lares lhes oferecem todo o conforto necessário, quando a posição dos seus pais lhes assegura uma garantia na sociedade, esses jovens têm grandes esperanças e alimentam tais disposições em tudo o que fazem e vivem, chegando ao ponto de fazerem inveja aos outros, que com eles vivem, nos encontros, nos trabalhos e mesmo nas ruas, quando se sabe de seus arrojados planos para o futuro.
        Tudo neles é esperança: saúde, dinheiro, posição. Entretanto, não tanto assim a realidade: mesmo a esperança deve ser educada, para que não tenha vida transitória e cheia de ilusões.
        A Esperança verdadeira é o sinal da vida que cresce, com a Fé se expandindo ao infinito. Porém, mesmo a Fé deve ser segura, para encarar, frente a frente, todos os obstáculos, e vencê-los.
        Não devemos deixar a abundância do ouro desvirtuar nossas qualidades, ou nossas tendências para o bem. Não devemos permitir que as posições de mando interrompam os nossos dons de servir. Não devemos aquiescer a que o conforto material nos impeça de trabalhar, sempre, na Caridade, pelos processos do Amor. Sabemos e confirmamos que a Esperança é força, sublimada em flor. Não obstante, ela tem que ser dignificada em Cristo para não esperdiçar as suas qualidades, seus valores materiais.
        Quase sempre, o espírito encarnado, no momento das duras provas por que todos passam, se permite acometer pelas sombras da dúvida, acerca da continuidade da vida. O temor, geralmente, assoma a sua mente, colocando-a na posição de Pedro, ao negar o próprio Mestre. É por isso que o Senhor recomendou, a todos os seus discípulos, que vigiassem e orassem, pois, em sendo o espírito forte, na carne há fraqueza. O fato é que o reencarnado se encontra cego e surdo, e no meio de vibrações negativas, permanentemente.
        Não deves, por conseguinte, alimentar ideias vacilantes a respeito da perpetuidade da vida, ou questionando a Bondade e o Amor de Deus. Estás, meu filho, rodeado de tantos companheiros espirituais, que ser-te-ia difícil de crer; muito mais do que és capaz de imaginar. São testemunhas do que fazes na vida, e cooperadores, senão cireneus do Amor, que te ajudam, em todos os momentos. E nos sofrimentos, muito mais.
        Crê que tudo na vida é esperança, se queres fazê-la florir. Os pensamentos são realidades. O que pensas, todos os dias, transmutar-se-á em realidade. As tuas ideias, como as nossas, no Plano Espiritual, acabam materializando tuas aspirações. É comum se falar que bebemos nossos pensamentos e comemos as nossas ideias. E ainda mais: respiramos as nossas emoções. Procura sentir essa verdade e modificar o que pensas, planejas e sentes, para que o Chão de Rosas apareça em teus caminhos.
        Com Jesus, tudo é esperança, tudo é paz.
 
(De “Chão de Rosas”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Scheilla)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Simplesmente um sentido

       “... Admira-se, por vezes, que a mediunidade seja concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela...”
       “... a mediunidade se prende a uma disposição orgânica da qual todo homem pode estar dotado, como a de ver, de ouvir, de falar...”
(Capítulo 24, item 12.)
 


Mediunidade é uma percepção mental por meio da qual a alma sutiliza, estimula e aguça seus sentidos, a fim de penetrar na essência das coisas e das pessoas. E uma das formas que possuímos para sentir a vida, é o “poder de sensibilização” para ver e ouvir melhor a excelência da criação divina.
Faculdade comum a todos, é nosso sexto sentido, ou seja, o sentido que capta, interpreta, organiza, percebe e sintetiza os outros cinco sentidos conhecidos.
Nossa humanidade, à medida que aprende a desenvolver suas impressões sensoriais básicas, automaticamente desenvolve também a mediunidade, como conseqüência. Também conhecida como intuição ou inspiração, é ela que define nossa interação com o mundo físico-espiritual.
As reflexões direcionadas para as áreas morais e intelec­tuais são muito importantes, pois abrem contatos como “perceber” ou com o “captar”, o que nos permite ouvir amplamente as “sono­ridades espirituais” que existem nas faixas etéreas, das diversas di­mensões invisíveis do Universo.
Por outro lado, a mediunidade nunca deverá ser vista como “láurea” ou “corretivo”, mas unicamente como “receptor sensório” - produto do processo de desenvolvimento da natureza humana.
Foram imensos os tempos da ignorância, em que a ela atri­buíam o epíteto de “dádiva dos deuses” ou “barganha demoníaca”; na atualidade, porém, está cada vez mais sendo vista com maior naturalidade, como um fenômeno espontâneo ligado a predispo­sições orgânicas dos indivíduos.
Ver, todos nós vemos, a não ser que tenhamos obstrução dos órgãos visuais; já as formas de ver são peculiares a cada sensi­tivo. Escutar é fenômeno comum; no entanto, a capacidade de ouvir além das aparências das coisas e das palavras articuladas é fator de lucidez para quem já desenvolveu o “auscultar” das profundezas do espírito.
Além do mais, a facilidade de comunicação com outras di­mensões espirituais não é dada somente aos chamados “agraciados” ou “dignos”, conforme nossa estreita maneira de ver. Como a Na­tureza Divina tem uma visão igualitária, concedendo a seus filhos, sem distinção, as mesmas oportunidades de progresso, é autêntica a sábia assertiva: “Deus não quer a morte do ímpio”, (1) mas que ele cresça e amadureça dispondo da multiplicidade das faculdades comuns a todos, herança divina do Criador para suas criaturas.
Por isso, encontramo-la nos mais diferentes patamares evolutivos, das classes sociais e intelectivas mais diferenciadas até as mais variadas nacionalidades e credos religiosos. Embora com denominações diferentes, a mediunidade sempre esteve presente entre as criaturas humanas desde a mais remota primitividade.
A propósito, não precisamos ter a preocupação de “desenvolver mediunidade”, porque ela, por si só, se desenvolve­rá. É imprescindível, entretanto, aperfeiçoá-la e esmerá-la quan­do ela se manifestar espontaneamente. Nunca forçá-la a “acon­tecer”, porque, ao invés de deixarmos transcorrer o processo natural, nós iremos simplesmente “fazer força”, ou melhor, “agir improdutivamente”.
Em vista disso, treinamentos desgastantes para despertar em nós “dons naturais” é incoerente. Saber esperar o amadureci­mento dos órgãos infantis é o que nos possibilitou ver, falar, an­dar, ouvir, sentir, saborear ou preferir. Por que então a mediuni­dade, considerada uma aptidão ontogenética do organismo huma­no, necessitaria de tantas implicações e imposições para atingir a plenitude?
Aprofundando nossas apreciações neste estudo, encon­tramos, no “dia de Pentecostes”, (2) uma das maiores afirmações de que são espontâneas as manifestações mediúnicas e de que é natur­al seu despertar junto aos homens, quando foram desenvolvidas repentinamente as possibilidades psicofônicas dos apóstolos ao pousar “línguas de fogo”, isto é, “mentes iluminadas” sobre suas cabeças, sem que eles esperassem ou invocassem o fenômeno.
A sensibilização progressiva da humanidade é uma realidade. Ela se processa, nos tempos atuais, de maneira indiscutí­vel, pois, em verdade, “o Espírito é derramado sobre toda a carne”, (3) tomando os efeitos espirituais cada vez mais eloqüentes, incon­testáveis e generalizados.

(1) Ezequiel 33:11.
(2) Atos 2:1 ao 8.
(3)Atos 2:17.
 
RENOVANDO ATITUDES - FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO
DITADO PELO ESPÍRITO HAMMED

segunda-feira, 4 de junho de 2012

COMEÇAR DE NOVO

Erros passados, tristezas contraídas, lagrimas choradas, desajustes crônicos!...
As vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se
mostram cerradas a necessária renovação!...
Esqueces-te, porem, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se
refaça cada amanha.
Começar de novo e o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante
solar.
Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a
corrente do desencanto. Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais solidas, e
torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forcas novas.
O fracasso visitou-nos em algum tenta-me de elevação, mas isso não e motivo
para desgosto e autopiedade, porquanto, frequentemente, o malogro de nossos anseios
significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo e o caminha para o
êxito desejado.
Temos sido desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão;
no entanto, e perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da
simpatia, oferecendo bondade e compreensão aqueles que nos cercam.
Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo,
por isso, que venhamos a cair em desanimo.
O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades
autenticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as
provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.
Desfaçamos de pensamentos amargos, das cargas de angustia, dos
ressentimentos que nos alcancem e das magoas requentadas no peito! Descerremos as
janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa intima.
Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e de
aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.
Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e
tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e
reassumi-las, mas nunca tarde demais.

(Obra: Alma e Coração - Chico Xavier / Emmanuel)