sábado, 28 de abril de 2012

TERAPIA DA PACIÊNCIA

        A paciência é o passo inicial para o êxito da ação caridosa junto aos sofredores.
        Socorros que se precipitam, sob imposições caprichosas, convertem-se em rebeldias e insensatezes naqueles a quem são dirigidos.
        Esclarecimentos com imperativos apaixonados, e palavras carregadas de reproche, assemelham-se a ácido colocado em feridas abertas em chaga viva.
        A paciência é a grande modeladora dos caracteres.
        O vento e a chuva, incessantemente e através dos tempos, modificam a paisagem terrestre. Trabalham a rocha, modelam as formas variadas, e enquanto o rio silencioso corre abrindo vales e aprofundando o leito, o planeta se altera na sucessão dos milênios.
        A paciência para com os irmãos irritados, vitimados pela perturbação e pela rebeldia, é indispensável para atingir-lhes o âmago da alma.
        Ela constitui um trabalho transformador no terapeuta que se encarrega do esclarecimento, e medicamento abençoado no necessitado que teima por ignorá-la.
        Na ação caridosa de despertamento dos irmãos sofridos do além-túmulo, não seja esquecida a paciência, que sabe trabalhar em favor dos resultados imediatos que sempre cabem a Deus.

(De “Suave Luz nas Sombras”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

SITUAÇÕES E OP0RTUNIDADE

        Conquanto a sua vida lhe pareça um torvelinho incessante de dificuldades, considere o impositivo da reencarnação e aproveite a oportunidade.
        As piores provações se agravam quando são ignoradas suas causas.
*
        Embora os empeços para a sua vitória no palco social, insista nos deveres nobres.
        Os mais sérios insucessos são os que atingem o espírito.
*
        Apesar da família problema com que você se vê a braços, tal é o clã necessário à sua revelação.
        Familiares difíceis — dívidas em cobrança de urgência.
*
        Embora as enfermidades incessantes que o visitam, confie na saúde e mentalize-a.
        Doente, em verdade, é todo aquele que como tal se considera.
*
        Com os pés atados à pobreza e de mãos amarradas pelas constrições do dia-a-dia, não desanime.
        Hoje difícil — amanhã abençoado.
*
        Não considerado no ambiente social em que se encontra, esforçando-se para fazer-se respeitar, evite o agastamento.
        Muitas vezes o desdouro que lhe atiram é homenagem a valores que você possui e eles ignoram.
*
        Penetre-se pelas lições com que a fé viva e racional lhe chama a atenção, deixando-se incorporar, de modo que você supere obstáculos e limitações, descobrindo os tesouros inalienáveis do seu próprio espírito e usando-os a benefício da sua harmonia íntima.
        Opiniões valem a consideração que lhes damos.
        Pessoas significam as lições que desejemos aprender.
*
        Identificado à opinião evangélica e conduzido por Jesus, afigurar-se-á preciosa a atual reencarnação, valorizando-a e dando-se integralmente ao seu aproveitamento.
Marco Prisco

(De “Sementeira da Fraternidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

VIDA EM FAMÍLIA

        Os filhos não são cópias xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo biológico.
        As heranças e parecenças físicas são decorrências dos gametas, no entanto, o caráter, a inteligência e o sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.
        Atados por compromissos anteriores, retornam, no lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas...
        Cobradores empedernidos surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes, se complicam as situações, por indisposição dos consortes...
        Adversários reaparecem como membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da antipatia e da animosidade...
        A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.
        Irmãos que se amam, ou se detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam uns filhos em detrimento de outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a encenação da peça em que fracassaram, no passado.
        A vida é incessante, e a família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a família universal.
*
        Abençoa, desse modo, com a paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.
        Compreende com ternura o genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.
        Desculpa o esposo irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.
        Não o retenhas com amarras de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel, no posto, e amando...
*
        Não te creias responsável direto na provação que te abate ante o filho limitado, física ou mentalmente.
        Tu e ele sois comprometidos perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.
        O teu corpo lhe ofereceu os elementos com que se apresenta, porém, foi ele, o ser espiritual, quem modelou a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.
        Ante o filhinho deficiente não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos, preenchendo os vazios que ele experimenta.
        Suas carências são abençoados mecanismos de crescimento eterno.
        Faze por ele, hoje, o que descuidaste antes.
        A vida em família é oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.
*
        Com muita propriedade e irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:
        “Ninguém entrará no reino dos céus, se não nascer de novo.”
        E a Doutrina Espírita estabelece com segurança:
        “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre — tal é a lei. Fora da Caridade não há salvação.”

(De “Otimismo”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O “cisco” e a “trave”

“Por que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso olho? Ou como dizeis ao vosso innão: Deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso? Hipócritas, tirai primeiramente a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão.” (Capítulo 10, item 9.)

       Os indivíduos em plenitude não negam suas emoções; permitem que elas venham à tona, e, como elas estão sob seu controle, reconhecem o que estão lhes mostrando sobre seus sentimentos, suas inclinações e suas relações com as pessoas.
       As emoções devem ser “integradas”, ou seja, primeira­mente, devemos nos permitir “senti-las”; logo após, devemos julgá­las e “pensar” sobre nossas necessidades ou desejos; e, a partir disso, “agir” com nosso livre-arbítrio, executando ou não, confor­me nossa vontade achar conveniente.
       O mecanismo de nos “consentir”, de “raciocinar” e de “in­tegrar” emoções determinará nossos êxitos ou nossas derrotas nas estradas de nossa existência.
       Emoções são muito importantes. Através delas é que nos individualizamos e nos diferenciamos uns dos outros. Ninguém sen­te, pois, exatamente igual, isto é, com a mesma potência e inten­sidade, seja no entusiasmo em uma situação prazerosa, seja na frustração ao observar uma meta perdida.
       Podemos pensar igual aos outros, mas para um mesmo pensamento criaturas diversas têm múltiplas reações emocionais.
       Assim considerando, emoções não são certas ou erradas, boas ou impróprias, mas apenas energias que dependem do direcionamento que dermos a elas. Reconhecê-las ou admiti-las não significa, de modo algum, que vamos sempre agir de acordo com elas.
       Quando negadas ou reprimidas, não desaparecem como por encanto; ao contrário, sendo energias, elas se alojarão em de­terminados órgãos e congestionarão as entranhas mais íntimas da estrutura psicossomática dos indivíduos.
       Ao abafarmos as emoções, podemos gerar uma grande variedade de doenças autodestrutivas. Abafá-las pode também nos levar a reações muito exacerbadas ou à completa ausência de reações, a apatia.
       Portanto, quando tomamos amplo contato com nosso lado emocional, começamos a reconhecer vestígios a respeito de nós mesmos, que nos proporcionarão autodescoberta, auto-preservação, segurança íntima e crescimento pessoal.
       Ora, se o Poder Divino, através de sua criação, pelo próprio mecanismo da Natureza, delegou as emoções a todos os seres vivos, conforme seu grau de evolução, não poderemos simplesmente negá-las, como se não servissem para nada. Triste­za, alegria, raiva ou medo são emoções básicas e deveremos usá-las como bússolas que nos nortearão os caminhos da vida.
       Elas estão conectadas a nosso sistema de pensamento cognitivo” - atividades psicológicas superiores, tais como: a percep­ção, a intuição, a memória, a linguagem, a atenção e os demais processos intelectuais e espirituais.
       Ao ignorarmos nossas reações emocionais, não investigan­do sua origem em nós mesmos, teremos sempre a tendência de projetá-las nos outros. Além do que, seremos seres psicologicamente claudicantes, por não integrarmos nossas emoções aos nossos cinco sentidos, que nos facilitam a análise das pessoas e de nós mesmos.
       A tendência que certos indivíduos têm de atribuir falhas e erros a outras pessoas ou coisas, não enxergando e não admitindo como sendo suas, denomina-se “projeção”.
       As vezes, tentamos fazer nossas emoções desaparecer, porque as tememos. Reconhecer o que realmente sentimos exigiria ação, mudança e decisão de nossa parte, e muitas vezes seríamos colocados face a face com verdades inadmissíveis e inconcebíveis por nós mesmos; e assim, tentamos projetá-las como sendo emoções não nossas, mas dos outros.
       “Não sinta isso, é feio” - essa é uma das muitas velhas mensagens que ecoam em nossa mente desde a mais tenra infância; com o passar do tempo, julgamos não mais senti-las, porque as escondemos da recriminação dos adultos.
       Em razão disso, certos indivíduos condenam com veemên­cia os “ciscos” nos outros, pois vêem em tudo luxúria e perversão, desonestidade ou ambição. É possível que esses mesmos indivíduos estejam reprimindo o reconhecimento de que eles próprios trazem consigo emoções sexuais e perversidades mal resolvidas, ou, em outros casos, emoções desmedidas de fama e de dinheiro projetadas sobre todos os que são por eles denominados ambicio­sos e desonestos.
       Na indagação “ou como dizeis ao vosso irmão: deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vos­so?”, Jesus reconhecia a universalidade desse processo psicológico, “a projeção”, e, como sempre, asseverava a necessidade da busca de si mesmo, para não transferirmos nossos traços de personali­dade desconhecidos às coisas, às situações e aos outros.
       O Mestre nos inspirava ao mergulho em nossa própria inti­midade, a fim de que pudéssemos enxergar o “lado obscuro” de nossa personalidade. Ao tomarmos esse contato imprescindível com nossas “sombras”, a consciência se torna mais lúcida, crítica e responsável, descortinando amplos e novos horizontes para o seu desenvolvimento e plenitude espiritual.
       Finalizando, atentemos para a análise: “as condutas alheias que mais nos irritam são aquelas que não admitimos estar em nós mesmos” “os outros nos servem de espelho, para que realmente possamos nos reconhecer”
LIVRO: RENOVANDO ATITUDES - FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO - DITADO PELO ESPÍRITO HAMMED

terça-feira, 24 de abril de 2012

Ao redor do dinheiro

Efetivamente, perante a visão da Esfera Espiritual, o homem afortunado na
Terra surge sempre à feição de alguém que enorme risco ameaça.
Operários da evolução, a quem se confiou a mordomia do ouro, aqueles
que detêm a finança comum afiguram-se-nos companheiros constantemente
afrontados pelas perspectivas de desastre iminente, assim como os
responsáveis pela condução da energia elétrica, em contacto com agentes de
alta tensão, ou, ainda, como os especialistas de laboratório, quando impelidos
a manusear certa classe de vírus ou de venenos, com vistas à preservação e ao
benefício do povo.

Considerando, porém, as inconveniências e desvantagens que assinalam a
luta dos que foram chamados a transportar semelhantes cruzes amoedadas, é
forçoso convir que o coração voltado para Jesus pode sustentar-se, nesse
círculo de incessantes inquietações, na tarefa sublime da paz e da luz, da
ascensão e da liberdade.

Isso porque, se o dinheiro nas garras da usura pode agravar os flagícios
da orfandade e os tormentos da viuvez, nas mãos justas do bem converte o
pauperismo em trabalho e o sofrimento em educação.

Se a riqueza entesourada sem o lucro de todos pode gerar o colapso do
progresso, o centavo movimentado ao impulso da caridade é o avivamento do
amor na Terra, por transformar-se, a cada minuto, no remédio ao enfermo
necessitado, no livro renovador das vítimas do desânimo, no teto endereçado
aos que vagueiam sem rumo e na gota de leite que tonifica o corpo subnutrido
da criancinha sem lar.

Ninguém tema, desse modo, a grave responsabilidade da posse efêmera
entre as criaturas humanas, mas que toda propriedade seja por nós recebida
como empréstimo santo, cujos benefícios é preciso estender em proveito geral,
atentos à lei de que a felicidade só é verdadeira felicidade quando respira na
construção da felicidade devida aos outros.

Assim, pois, compreendamos, com a segurança da lógica e com a
harmonia da sensatez, que, em verdade, não se pode servir a Deus e a
Mamon, mas que é nossa obrigação das mais simples colocar Mamon a
serviço de Deus.

RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS - Francisco Cândido Xavier - DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

segunda-feira, 23 de abril de 2012

FAMÍLIA

Há, pois, duas espécies de família: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente, já na existência atual. Do item 8, no Cap. XIV, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo". De todas as associações existentes na Terra excetuando naturalmente a Humanidade - nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a constituição da família. De semelhante agremiação, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos vínculos do afeto, surge o lar, garantindo os alicerces da civilização. Através do casal, aí estabelecido, funciona o princípio da reencarnação, consoante as Leis Divinas, possibilitando o trabalho executivo dos mais elevados programas de ação do Mundo Espiritual. Por intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais amplos créditos da Vida Superior.
Daí, as fontes de alegria que se lhes rebentam do ser com as tarefas da procriação. Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do Mundo Maior, de vez que todos nós integramos grupos afins. Na arena terrestre, é justo que determinada criatura se faça assistida por outras que lhe respiram a mesma faixa de interesse afetivo. De modo idêntico, é natural que as inteligências domiciliadas nas Esferas Superiores se consagrem a resguardar e guiar aqueles companheiros de experiência, volvidos à reencarnação para fins de progresso e burilamento. A parentela no Planeta faz-se filtro da família espiritual sediada além da existência física, mantendo os laços preexistentes entre aqueles que lhe comungam o clima. Arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a compõem, a família terrestre é formada, assim, de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos. Para os ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino.
Apesar disso, importa reconhecer que o clã familiar evolve incessantemente para mais amplos conceitos de vivência coletiva, sob os ditames do aperfeiçoamento geral, conquanto se erija sempre em educandário valioso da alma. Temos, dessa forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor.

Livro: VIDA E SEXO - Ditado pelo espírito EMMANUEL - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 19 de abril de 2012

MÃOS LIMPAS

“E Deus, pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.” - (ATOS, 19:11)

        O Evangelho não nos diz que Paulo de Tarso fazia maravilhas, mas que Deus operava maravilhas extraordinárias por intermédio das mãos dele.
        O Pai fará sempre o mesmo, utilizando todos os filhos que apresentarem mãos limpas.
        Muitos espíritos, mas convencionalistas que propriamente religiosos, encontraram nessa notícia dos Atos uma informação sobre determinados privilégios que teriam sido concedidos ao Apóstolo.
        Antes de tudo, porém, é preciso saber que semelhante concessão não é exclusiva. . A maioria dos crentes prefere fixar o Paulo santificado sem apreciar o trabalhador militante.
        Quanto custou ao Apóstolo a limpeza das mãos?
        Raros indagam relativamente a isso.
        Recordemos que o amigo da gentilidade fora rabino famoso em Jerusalém, movimentara-se entre elevados encargos públicos, detivera denominadoras situações; no entanto, para que o Todo-Poderoso lhe utilizasse as mãos, sofreu todas as humilhações e dispôs-se a todos os sacrifícios pelo bem dos semelhantes. Ensinou o Evangelho sob zombarias e açoites, aflições e pedradas. Apesar de escrever luminosas epístolas, jamais abandonou o tear humilde até a velhice do corpo.
        Considera as particularidades do assunto e observa que Deus é sempre o mesmo Pai, que a misericórdia divina não se modificou, mas pede mãos limpas para os serviço edificantes, junto à Humanidade. Tal exigência é lógica e necessária, pois o trabalho do Altíssimo deve resplandecer sobre os caminhos humanos.

(De “Caminho, Verdade e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ADVERSÁRIOS ESPIRITUAIS

A ação do bem provoca, inevitavelmente, uma reação de violência naqueles que se comprazem no clima da viciação.
        O esforço desprendido em favor da mudança emocional e psicológica das criaturas desperta um sentimento de revolta em muitos que se demoram nas licenças perniciosas.
        Porque há tentativas em prol de um mundo menos infeliz, surgem movimentos que pretendem manter o estado vigente.
***
        Há mentes que conspiram contra a tua dedicação e fidelidade ao ideal do bem.
        Não te causem estranheza as dificuldades que se apresentam ante as tuas disposições de serviço edificante.
        São inspiradas e promovidas pelos adversários ocultos, que se atribuem o direito de malsinar e perseguir.
        Eles crivam a alma dos que lhe caem em desagrado com as farpas do ódio, gerando, em sua volta, cizânia, mal-estar e antipatia.
        Promovem inveja de curso perigoso e estabelecem mal-entendidos de efeitos desagradáveis.
        Excitam uns e adormecem outros, enquanto expõem o bom e o belo.
        Recorrem a expedientes desonestos, desde que te desanimem o esforço.
        Atrevem-se à agressão e armam os insensatos que convivem na mesma faixa vibratória, desejando paralisar-te o trabalho.
        São os Espíritos imperfeitos, os impiedosos, que se alimentam, que se alimentam dos pensamentos mais sórdidos, vivendo uma psicosfera densa, onde estabelecem o seu campo de ação e aí se movimentam, que se fazem adversários gratuitos.
        Respeita-os, sem os recear.
        Não sintonizes com os seus ardis, nem reajas pela revolta ou mágoa, a fim de que não sincronizes psiquicamente com eles ou os que se lhes fazem dóceis instrumentos.
        O bem dá-te uma couraça de resistência e defesa.
***
        Jesus, por todos os títulos, o Amigo Excelente, foi por eles visitado e, na ignorância em que se debatiam, não tergiversaram em intentar dificultar-Lhe o superior ministério. Como nada podiam conseguir diretamente, não desistiram: insuflaram invejas, ódios, perseguições e desequilíbrios contra o Senhor, que os venceu com o amor transcendente e sublime de que era dotado.

Joanna de Ângelis - (De “Roteiro de Libertação”, de Divaldo P. Franco, ditado por Diversos Espíritos)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Anencefalia

Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.
                           * * * * * *
É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozóide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
... E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…
                      * * * * * *
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.

Joanna de Ângelis - (Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

SUBJUGAÇÃO

6ª. A subjugação corporal, levada a certo grau, poderá ter como consequência a loucura?
         “Pode, a uma espécie de loucura cuja causa o mundo desconhece, mas que não tem relação alguma com a loucura ordinária.” O LIVRO DOS MÉDIUNS — Cap. XXIII — Item 254.
[....]...................................................................................
        “Não poucas vezes nos admiramos de como algumas frágeis criaturas sobrevivem sob cargas de penosas agonias, sem desfalecerem; de outras que resistem a alucinantes situações; de muitas que exalam paz, embora o coração estiolado pelas conjunturas da adversidade... Todas elas haurem, através da prece, a vitalidade que as sustenta e mantém pelo concurso da oração, através do recolhimento na meditação, ampliando os processos de captação pelas antenas psíquicas que recebem as respostas divinas, jamais atrasadas.
        “Sofrem, sem dúvida, por estarem em recuperação, mas não exsudam pessimismo nem enfermidade. Onde se encontram, luze a esperança e a alegria se faz presente, qual atestado inequívoco da sua comunhão com Deus.
        “Não foi por outra razão que o Senhor recomendou nos amássemos, orando uns pelos outros, particularmente pelos nossos adversários como pelos que nos perseguem.
        “A prece intercessória não apenas alcança a quem se destina como beneficia aquele que a realiza. Telefônio com os avançados Centros do Amor Divino produz ligação de contínuo intercâmbio.” ....................................................................................[...]

(De “Grilhões partidos”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

VINTE SERVIÇOS QUE O ESPIRITISMO FAZ POR VOCÊ

1 - Integra você no conhecimento e sua posição de criatura eterna e responsável, diante da vida.
2 - Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.
3 - Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte, provando que ela não existe.
4 - Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.
5 - Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito.
6 - Tranquiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.
7 - Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da Presença Divina é a consciência.
8 - Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.
9 - Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.
10 - Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.
11 - Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.
12 - Traça-lhe providências para o combate ou para a cura da obsessão.
13 - Concede-lhe o direito à fé raciocinada.
14 - Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.
15 - Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo.
16 - Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.
17 - Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.
18 - Ensina você a considerar adversários por instrutores.
19 - Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.
20 - Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.
Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor.  Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.

ANDRÉ LUIZ - ( Página recebida pelo médium Waldo Vieira, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã em 22-10-65, em Uberaba, Minas.)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sábias Decisões

A grandeza da alma se reflete na ação das pequenas coisas.
Quanto mais desce para servir, mais se eleva na realização.
Nem sempre os heróis são aqueles que se revelaram nos graves momentos da Humanidade, pela atuação decisiva.
Existem incontáveis lidadores que impulsionam o homem e a sociedade no rumo do grande bem, através de contínuos sacrifícios que passam ignorados e, sem os quais, o caos se estabeleceria dominador.
Os discutidores inoperantes consideram em demasia o valor das palavras, perdendo o tempo útil que poderia ser aplicado nas ações relevantes.
Nos debates estéreis dizem o que não amadureceram pensando, quando poderiam agir bem, assim melhor ensinando.
Quem não pode revelar-se numa grande realização, sempre dispõe de meios para manifestar-se nas pequenas ações.
Se não possui recursos para acabar com a fome geral, pode atendê-la em uma pessoa necessitada; se não consegue resolver o problema das enfermidades, deve socorrer um doente; não logrando acabar com a miséria, dispõe-se a minorá-la naqueles que defronta e padecem-lhe a injunção.
Não é imprescindível estar presente nos grandes momentos da História, todavia, é importante facilitá-los para os outros, desde hoje, com a sua contribuição.
Jesus não quis vencer no mundo, antes, porém, venceu o mundo repleto de paixões amesquinhantes.

FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Renovação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Paciência


A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu. Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 9. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A Lição Inesquecível

Hilda, menina abastada, diariamente dirigia más palavras à pequena vendedora de doces que lhe batia humildemente à porta da casa.
- Que vergonha! De bandeja! de esquina a esquina! Vai-te daqui! - gritava, sem razão.
A modesta menina se punha pálida e trêmula. Entrementes, a dona da casa, tentando educar a filha, vinha ao encontro da pequena humilhada e dizia, bondosa:
- Que doces tão perfeitos! Quem os fez assim tão lindos?
A mocinha, reanimada, respondia, contente:
- Foi a mamãe.
A generosa senhora comprava sempre alguma coisa e, em seguida, recomendava à filha:
- Hilda, não brinques com o destino. Nunca expulses o necessitado que nos procura. Quem sabe o que sucederá amanhã? Aqueles que socorremos serão provavelmente os nossos benfeitores.
A menina resmungava e, à noite, ao jantar, o pai secundava os conselhos maternos, acrescentando:
- Não zombes de ninguém, minha filha! o trabalho, por mais humilde, é sempre respeitável e edificante. Por certo, dolorosas necessidades impelirão uma criança a vender doces, de porta em porta.
Hilda, contudo, no dia seguinte, fustigava a vendedora, exclamando:
- Fora daqui! Bruxa! bruxa!...
A mãe devotada acolhia a pequena descalça e repetia à filha as advertências carinhosas da véspera.
Correu o tempo e, depois de quatro anos, o quadro da vida se modificara.
O paizinho de Hilda adoeceu e debalde os médicos procuraram salvá-lo. Morreu numa tarde calma, deixando o lar vazio.
A viúva recolheu-se ao leito extremamente abatida e, com as despesas enormes, em breve a pobreza e o desconforto invadiram-lhe a residência. A pobre senhora mal podia mover-se.
Privações chegaram em bando. A menina, anteriormente abastada, não podia agora comprar nem mesmo um par de sapatos.
Aflita por resolver a angustiosa situação, certa noite Hilda chorou muitíssimo, lembrando-se do papai. Dormiu, lacrimosa, e sonhou que ele vinha do Céu confortá-la. Ouviu-o dizer, perfeitamente:
- Não desanimes, minha filha! vai trabalhar! Vende doces para auxiliar a mamãe!...
Despertou, no dia imediato, com o propósito firme de seguir o conselho.
Ajudou a mãezinha enferma a fazer muitos quadrinhos de doce de leite e, logo após, saiu a vendê-los. Algumas pessoas generosas compravam-nos com evidente intuito de auxiliá-la; entretanto, outras criaturas, principalmente meninos perversos, gritavam-lhe aos ouvidos:
- Sai daqui! Bruxa de bandeja!...
Sentia-se triste e desalentada, quando bateu à porta de uma casa modesta. Graciosa jovem atendeu.
Ah! que surpresa! era a menina pobre que costumava vender cocadas noutro tempo. Estava crescidinha, bem vestida e bonita.
Hilda esperou que ela a maltratasse por vingança, mas a jovem humilde fitou nela os grandes olhos, reconheceu-a, compreendeu-lhe a nova situação e exclamou, contente:
- Que doces tão perfeitos! Quem os fez assim tão lindos?
A interpelada lembrou os ensinamentos maternos de anos passados e informou:
- Foi a mamãe.
A ex-vendedora comprou quantos quadrinhos restavam na bandeja e abraçou-a com sincera amizade.
Desse dia em diante, a menina vaidosa transformou-se para sempre. A experiência lhe dera inesquecível lição.

XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada Cristã. Pelo Espírito Neio Lúcio. FEB

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Reciprocidade

Ação e reação Conseqüente integram inderrogável lei da vida.
Procure ouvir a esperança e você encontrará a certeza da vitória.
Detenha-se no bem e obterá o lado melhor das pessoas e circunstâncias.
Auxilie a alguém e esse alguém se fará canal de auxílio em seu apoio.
Promova a tranqüilidade alheia e a paz virá em seu encontro.
Aproveite seu tempo construindo elevação e o tempo lhe trará maravilhas.
Abençoe a vida e a vida lhe abençoará a existência.
Busque servir e o seu próprio trabalho lhe oferecerá a orientação de que você necessita.
Ame aos semelhantes e os semelhantes retribuirão a você com medidas transbordantes de afeto.
Plante isso ou aquilo e você colherá dos recursos que semeou; alguém poderá dizer que isso é óbvio; entretanto, ligados no bem de todos, tranfiramo-nos da palavra à vivência e decerto que surpresas iluminadas de alegrias virão fatalmente a você se você experimentar.

XAVIER, Francisco Cândido. Respostas da Vida. Pelo Espírito André Luiz. IDEAL. Capítulo 18

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Revolta

"192. a) - Pode ao menos o homem na vida presente, preparar com segurança, para si, uma existência futura menos prenhe de amarguras"?
"Sem dúvida. Pode reduzir a extensão e as dificuldades do caminho. Só o descuidoso permanece sempre no mesmo ponto." O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Indiscutivelmente, defrontas a revolta em toda a Terra, carregando uma máscara de mil faces com que se apresenta, dominadora.
Revolta da pobreza que não se pode adornar de ouro frio nas competições infrenes do luxo...
Revolta da fortuna porque não pode conquistar o mundo, cavalgando as consciências honradas...
Revolta da vaidade que não logra sobrepor-se à dignidade alheia...
Revolta de quem não pode disseminar a perversão moral...
Revolta daqueles que não souberam preservar a saúde...
Revolta de quantos tombaram nos testemunhos à virtude, resvalando nos lamaçais do vicio...
Revolta da ignorância por não envenenar a cultura que lhe desvela a cegueira...
Revolta do mal por não dispor de recursos para instaurar a anarquia no mundo...
Revolta da ambição dos que muito possuem e não estão satisfeitos, fazendo-se, eles mesmos, escravos do que ainda não têm, e revolta da ambição dos que nada têm, atormentando-se, eles próprios, na grilheta da posse que ainda não lhes chegou às mãos, olvidando, todos eles, o aproveitamento dos bens disponíveis para a disseminação da alegria e da felicidade nos corações...
Revolta dos que não têm fé, atirando-se nos cipoais do desespero, longe da disposição de aprimoramento da alma, e revolta dos que receberam o chamado da fé, mas não foram poupados aos necessários resgates das velhas dívidas, comprometendo-se, ainda mais, nos espinheiros da reclamação injusta, em flagrante desrespeito às sábias Leis que regem a vida...
Há, porém, uma revolta mais lamentável: aquela que surge na inconformação do homem esclarecido pela consoladora Doutrina de Cristo e que se embrutece na violência do prazer ultrajante, porque não consegue imprimir aos caprichos soezes um cunho superior, esmagando na posse quantos se negam a compactuar-lhe as fraquezas e indignidades, esquecido de que o caminho da paz é pavimentado de renúncia e humildade, embora a aflição que corrói e gasta.
Liberta-te da revolta de qualquer espécie e busca examinar, através do amor total, os recursos ao teu alcance, desdobrando esforços para a utilização justa do tempo e da dor, convertido em experiência primorosa, em favor da tua integração nas tarefas a que te propões, a benefício de ti mesmo, porque "só o descuidoso permanece sempre no mesmo ponto".

FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 5

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Maternidade e Aborto

Mulheres, filhas de Deus,
São todas irmãs da gente;
No entanto, ao fazer-se mãe,
A mulher é diferente.
(Gil amora)

Aqueles que estão nascendo ou que vão nascer são nossos próprios irmãos, porque todos somos parcelas da Humanidade, a Família de Deus.
(Maria Máximo)

Filho que nasça no mundo
Será sempre, onde vier,
Uma esperança de Deus,
No coração da mulher.
(Marcelo Gama)

Um filho, por mais trabalho que reclame, é sempre uma bênção da vida.
(Anália Franco)

Envolto em luz doce e branda,
O berço é um recanto em flor,
Guardando alguém que o céu manda
Para a oficina do amor.
(Auta de Souza)

O aborto, em muitos casos, está na raiz de grande número das moléstias de etiologia obscura que arrasam o corpo feminino.
(André Luiz)

Mãe de filho que se aflora
No máximo desconforto,
Humilha-te, sofre e chora,
Mas não pratiques o aborto.
(Mariana Luz)

É possível hajas praticado o aborto sem conhecer-lhe as conseqüências. Se acordastes para a responsabilidade, quanto a isso esforça-te para transformar o próprio arrependimento em socorro às crianças infelizes.
(Antônio Xavier e Oliveira)

Em verdade dura e clara,
Sob lógica segura,
Aborto é um tapa na cara
Do filho que te procura.
(Leandro Gomes de Barros)

Se Deus te concedes um filho é porque em tua capacidade de amá-la e protegê-lo.
(Clélia Rocha)

Se no aborto te endividas
Usa pílula e zelos,
Deixa as crianças queridas
Para as mães que saibam te-las.
(Jair Presente)

Como deixar um filho sem benefício da corrigenda, se te esmeras tanto em educar as plantas do teu jardim?
(Batuíra)

Escuta, irmã... Se recusas
O amor dos filhinhos teus,
Usa as pílula confusas
E segue a vida com Deus.
(Augusto Cézar)

A família, seja ela qual for, é um instituto de aprimoramento espiritual.
(Felipe Purita)

Mãe, exulta de alegria
Teu filhinho nascituro
É benção que o céu te envia
Para guardar-te o futuro.
(Oscar Batista)

Não há diferença entre arrancar a vida de uma criança na rua ou arranca-la no ventre materno.
(Amália Ferreira)

Mãe no aborto obrigatório,
Não digas que a vida é má.
Não chores. Deus não te esquece.
Teu filhinho voltará.
(Meimei)

O aborto calculado, bastas vezes, é a entrada infeliz da mulher nas tramas da obsessão.
(Hilário Silva)

Mãe que asseguras o lar
Com tuas benfazejas,
O céu te aponta, cantando:
- Sê feliz!... Bendita sejas!...
(Múcio Teixeira)

Se perdeste esse ou aquele filhinho no aborto involuntário, não te incrimines, nem te lastimes. Muitos espíritos, por força de circunstância criadas por eles mesmos, chegam até a limiar da reencarnação, necessitando voltar à Espiritualidade a fim de se preparem com mais segurança para usufruirem, com êxito, a concessão de nova existência no mundo.
(Meimei)

Não menospreze o ensejo de criar uma epopéia de amor em torno de teu nome. A dor é uma luz no apoio da evolução.
Não te afirmes incapaz, nem te digas inútil, auxilie como puderes.
Autor: Diversos

XAVIER, Francisco Cândido. Praça da Amizade. Espíritos Diversos. CEU.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Esperança

"Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança." - Paulo. (ROMANOS, 15:4.)

A esperança é a luz do cristão.
Nem todos conseguem, por enquanto, o vôo sublime da fé, mas a força da esperança é tesouro comum.
Nem todos podem oferecer, quando querem, o pão do corpo e a lição espiritual, mas ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança.
A dor costuma agitar os que se encontram no "vale da sombra e da morte", onde o medo estabelece atritos e onde a aflição percebe o "ranger de dentes", nas "trevas exteriores", mas existe a luz interior que é a esperança.
A negação humana declara falências, lavra atestados de impossibilidade, traça inextricáveis labirintos, no entanto, a esperança vem de cima, à maneira do Sol que ilumina do alto e alimenta as sementeiras novas, desperta propósitos diferentes, cria modificações redentoras e descerra visões mais altas.
A noite espera o dia, a flor o fruto, o verme o porvir... O homem, ainda mesmo que se mergulhe na descrença ou na dúvida, na lágrima ou na dilaceração, será socorrido por Deus com a indicação do futuro.
Jesus, na condição de Mestre Divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor.
Imensas têm sido, até hoje, as nossas quedas, mas a confiança do Cristo é sempre maior. Não nos percamos em lamentações. Todo momento é instante de ouvir Aquele que pronunciou o "Vinde a mim ..."
Levantemo-nos e prossigamos, convictos de que o Senhor nos ofereceu a luz da esperança, a fim de acendermos em nós mesmos a luz da santificação espiritual.

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 75.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Maneira de Orar

O dever primordial de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar a sua volta à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase todos vós orais, mas quão poucos são os que sabem orar! Que importam ao Senhor as frases que maquinalmente articulais umas às outras, fazendo disso um hábito, um dever que cumpris e que vos pesa como qualquer dever?
A prece do cristão, do espírita, seja qual for o seu culto, deve ele dizê-la logo que o Espírito haja retomado o jugo da carne; deve elevar-se aos pés da Majestade Divina com humildade, com profundeza, num ímpeto de reconhecimento por todos os benefícios recebidos até àquele dia; pela noite transcorrida e durante a qual lhe foi permitido, ainda que sem consciência disso, ir ter com os seus amigos, com os seus guias, para haurir, no contacto com eles, mais força e perseverança. Deve ela subir humilde aos pés do Senhor, para lhe recomendar a vossa fraqueza, para lhe suplicar amparo, indulgência e misericórdia. Deve ser profunda, porquanto é a vossa alma que tem de elevar-se para o Criador, de transfigurar-se, como Jesus no Tabor, a fim de lá chegar nívea e radiosa de esperança e de amor.
A vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogailhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. Não digais, como o fazem muitos: "Não vale a pena orar, porquanto Deus não me atende." Que é o que, na maioria dos casos, pedis a Deus? Já vos tendes lembrado de pedir-lhe a vossa melhoria moral? Oh! não; bem poucas vezes o tendes feito. O que preferentemente vos lembrais de pedir é o bom êxito para os vossos empreendimentos terrenos e haveis com freqüência exclamado: "Deus não se ocupa conosco; se se ocupasse, não se verificariam tantas injustiças." Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da vossa consciência, quase sempre depararíeis, em vós mesmos, com o ponto de partida dos males de que vos queixais. Pedi, pois, antes de tudo, que vos possais melhorar e vereis que torrente de graças e de consolações se derramará sobre vós. (Cap. V, n. 4.)
Deveis orar incessantemente, sem que, para isso, se faça mister vos recolhais ao vosso oratório, ou vos lanceis de joelhos nas praças públicas. A prece do dia é o cumprimento dos vossos deveres, sem exceção de nenhum, qualquer que seja a natureza deles. Não é ato de amor a Deus assistirdes os vossos irmãos numa necessidade, moral ou física? Não é ato de reconhecimento o elevardes a ele o vosso pensamento, quando uma felicidade vos advém, quando evitais um acidente, quando mesmo uma simples contrariedade apenas vos roça a alma, desde que vos não esqueçais de exclamar:Sede bendito, meu Pai?! Não é ato de contrição o vos humilhardes diante do supremo Juiz, quando sentis que falistes, ainda que somente por um pensamento fugaz, para lhe dizerdes: Perdoai-me, meu Deus, pois pequei (por orgulho, por egoísmo, ou por falta de caridade); dai-me forças para não falir de novo e coragem para a reparação da minha falta?!
Isso independe das preces regulares da manhã e da noite e dos dias consagrados. Como o vedes, a prece pode ser de todos os instantes, sem nenhuma interrupção acarretar aos vossos trabalhos. Dita assim, ela, ao contrário, os santifica. Tende como certo que um só desses pensamentos, se partir do coração, é mais ouvido pelo vosso Pai celestial do que as longas orações ditas por hábito, muitas vezes sem causa determinante e às quais apenas maquinalmente vos chama a hora convencional. - V. Monod. (Bordéus, 1862.)

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.