quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O AUTOCASTIGO

Deus não castiga o suicida, pois é o próprio suicida quem se castiga. A noção do castigo divino é profundamente modificada pelo ensino espírita. Considerando-se que o Universo é uma estrutura de leis, uma dinâmica de ações e reações em cadeia, não podemos pensar em punições de tipo mitológico após a morte. Mergulhado nessa rede de causas e efeitos, mas dotado do livre arbítrio que a razão lhe confere, o homem é semelhante ao nadador que enfrenta o fatalismo das correntes de água, dispondo de meios para dominá-las.
Ninguém é levado na corrente da vida pela força exclusiva das circunstâncias. A consciência humana é soberana e dispõe da razão e da vontade para controlar-se e dirigir-se. Além disso, o homem está sempre amparado pelas forças espirituais que governam o fluxo das coisas. Daí a recomendação de Jesus: “Orai e vigiai”. A oração é o pensamento elevado aos planos superiores – a ligação do escafandrista da carne com os seus companheiros da superfície – e a vigilância é o controle das circunstâncias que ele deve exercer no mergulho material da existência.
O suicida é o nadador apavorado que se atira contra o rochedo ou se abandona à voragem das águas, renunciando ao seu dever de vencê-las pela força dos seus braços e o poder da sua coragem, sob a proteção espiritual de que todos dispomos. A vida material é um exercício para o desenvolvimento dos poderes do Espírito. Quem abandona o exercício por vontade própria está renunciando ao seu desenvolvimento e sofre as consequências naturais dessa opção negativa. Nova oportunidade lhe será concedida, mas já então ao peso do fracasso anterior.
Cornélio Pires, o poeta caipira de Tietê, responde à pergunta do amigo através de exemplos concretos que falam mais do que os argumentos. Cada uma de nossas ações provoca uma reação da vida. A arte de viver consiste no controle das nossas ações (mentais, emocionais ou físicas) de maneira que nós mesmos nos castigamos ou nos premiamos. Mas mesmo no autocastigo não somos abandonados por Deus, que vela por nós em nossa consciência.

(Obra: Astronautas do Além - Chico Xavier/Herculano Pires)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ser Feliz

“... Assim, pois, aqueles que pregam ser a Terra a única morada do homem, e que só nela, e numa só existên­cia, lhe é permitido atingir o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os escutam...” (Capítulo 5, item 20.)
As estradas que nos levam à felicidade fazem parte de um método gradual de crescimento íntimo cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a verdadeira fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior.
Ser feliz não é uma questão de circunstância, de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos outros, porém de uma atitude comportamental em face das tarefas que viemos desempenhar na Terra.
Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo, tomar consciência de que os momentos felizes ou infelizes de nossa vida são o resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso caminho.
No entanto, por acreditarmos que cabe unicamente a nós a responsabilidade pela felicidade dos outros, acabamos nos esquecendo de nós mesmos. Como conseqüência, não ad­ministramos, não dirigimos e não conduzimos nossos próprios passos. Tomamos como jugo deveres que não são nossos e assumimos compromissos que pertencem ao livre-arbítrio dos outros. O nosso erro começa quando zelamos pelas outras pes­soas e as protegemos, deixando de segurar as rédeas de nossas decisões e de nossos caminhos.
Construímos castelos no ar, sonhamos e sonhamos irrealidades, convertemos em mito a verdade e, por entre ilusões românticas, investimos toda a nossa felicidade em relacionamentos cheios de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a decepções crônicas.
Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que regemos o nosso destino. Assim sendo, sucessos ou fracassos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou destrutivas.
A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos criados para desfrutar a felicidade como efetivo patrimônio e direito natural.
O ser psicológico está fadado a uma realização de plena alegria, mas por enquanto a completa satisfação é de poucos, ou seja, somente daqueles que já descobriram que não é necessário compreender como os outros percebem a vida, mas sim como nós a percebemos, conscientizando-nos de que cada criatura tem uma maneira única de ser feliz. Para sentir as primeiras ondas do gosto de viver, basta aceitar que cada ser humano tem um ponto de vista que é válido, conforme sua idade espiritual.
Para ser feliz, basta entender que a felicidade dos outros étambém a nossa felicidade, porque todos somos filhos de Deus, estamos todos sob a Proteção Divina e formamos um único re­banho, do qual, conforme as afirmações evangélicas, nenhuma ovelha se perderá.
É sempre fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou uma situação pela insatisfação de nossa alma, porque pensa­mos que, se os outros se comportassem de acordo com nossos planos e objetivos, tudo seria invariavelmente perfeito. Esque­cemos, porém, que o controle absoluto sobre as criaturas não nos é vantajoso e nem mesmo possível. A felicidade dispensa rótulos, e nosso mundo seria mais repleto de momentos agradáveis se olhássemos as pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa forma de pensar ocorresse de modo independente e se avaliássemos cada indivíduo como uma pessoa singular e distinta.
Nossa felicidade baseia-se numa adaptação satisfatória ànossa vida social, familiar, psíquica e espiritual, bem como numa capacidade de ajustamento às diversas situações vivenciais.
Felicidade não é simplesmente a realização de todos os nossos desejos; é antes a noção de que podemos nos satisfazer com nossas reais possibilidades.
Em face de todas essas conjunturas e de outras tantas que não se fizeram objeto de nossas presentes reflexões, considera­mos que o trabalho interior que produz felicidade não é, obvia­mente, meta de uma curta etapa, mas um longo processo que levará muitas existências, através da Eternidade, nas muitas mo­radas da Casa do Pai.

LIVRO: RENOVANDO ATITUDES
FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO
DITADO PELO ESPÍRITO HAMMED

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

VIDA E MORTE

        A teimosa insistência negativa dos conceitos humanos, em torno das legítimas realidades da vida, faz que se conserve o verbete “morte” como sendo a expressão capaz de traduzir o aniquilamento do ser, no estágio posterior ao da decomposição orgânica.
        Em verdade, porém, a desencarnação de forma alguma pode ser conceituada como o fim da vida.
        Do lado de cá pululam seres que se localizam felizes ou inditosos em regiões compatíveis com o seu estado mental, em que a vida se lhes manifesta conforme o que trazem da jornada fisiológica, na qual edificaram propósitos e realizações, fixando ideais, plasmando objetivos, que defrontam depois do traspasse orgânico.
        A perda do envoltório carnal não os santificou, não os desgraçou, não os extinguiu. Situou-os na dimensão em que cada um preferiu, mantendo os hábitos de prazer ou de renúncia com que se agraciaram, mediante as realizações contínuas que vitalizaram pelo pensamento.
        Multiplicam-se, povoadas de dores, as paisagens de sombras e as províncias de angústias, como se sucedem os panoramas de bênçãos e os painéis de luz, sustentados pelos valores pessoais intransferíveis, que identificam os viandantes recém-chegados da Terra...
        Há, todavia, se assim desejarmos, um estágio espiritual que pode ser tido, transitoriamente, como um estado de morte: é o da consciência obliterada para a verdade, anatematizada pelos remorsos infelizes e pelos arrependimentos tardios; o da razão vencida pela revolta contumaz e pela toxicidade do ódio demoradamente conservado; o da inteligência gasta na inutilidade e no comércio do prazer fugaz...
        Para tais Espíritos há um demorado estado de morte, porque a perda do roteiro interior atira-os num Dédalo onde não defrontam a luz nem encontram a esperança, terminando por anestesiarem os centros do discernimento longamente.
        E não é por outra razão, conforme se refere o Mestre, que Deus não é o Senhor dos mortos, mas, sim, dos vivos.
        Libertemo-nos das vendas que impedem a visão espiritual e dos vapores dos vícios que anestesiam, a fim de que a consciência livre nos enseje vida e sempre vida abundante.

(De “Intercâmbio Mediúnico”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DAR RAZÃO

        Contraditórios muitas vezes, estamos teimosos contra nós mesmos, quando incapazes de ceder a benefício real dos outros
        Capitulamos diante de sacrifícios e despesas que sobrecarregam de inquietações o tempo e a vida, unicamente para desfrutar atenções louvaminheiras e dificilmente nos rendemos em mesquinhas questões do ponto de vista, apenas para que não sintamos diminuída a nossa reputação num milímetro só.
        Raramente importam os prejuízos advindos da negligência ou da ostentação que adotemos, desde que a vaidade se nos hipertrofie no coração, propiciando-nos sensações de falso conforto e quase nunca nos dignamos examinar as consequências infelizes da resistência ou da rebeldia que esposamos arruinando ou comprometendo realizações da comunidade cuja tranquilidade ou rendimento esperam por nós.
        Decidamo-nos a perder nos prélios da opinião, desde que a lógica e o interesse geral nos peçam isso, tanto quanto é preciso assegurar firmeza de atitude na preservação dos valores essenciais das causas e das cousas.
        Sobretudo, mantenhamos serenidade e desprendimento em todos os sucessos, nos quais a nossa pessoa se encontre em cheque de maneira exclusiva.
        Desculpemos as injúrias de natureza individual, sem a menor indagação, do mesmo modo que é necessário garantir integridade de ação na defesa do bem de todos.
        Abracemos de bom-humor as observações alheias que nos auxiliem a tomar rumo certo. Enderecemos um sorriso de paz aos que enunciem raciocínios mais claros que os nossos.
        Condescendência para as medidas e palavras que nos ajudem a manter a felicidade comum é qualidade que nos torna mais dóceis e mais valiosos nas mãos de Cristo para a edificação do Mundo Melhor.
        Nós que nos interessamos em adestrar os braços na repartição do alimento e do agasalho, do remédio e do socorro, aos que necessitam deles, aprendamos também a ciência de gastar a nós mesmos — a ciência de dar razão.

(De “Sol nas Almas”, de Waldo Vieira, pelo Espírito de André Luiz).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A GRANDE PERGUNTA

E por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?
- Jesus. (LUCAS, 6:46) 

Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo.
Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz.
É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros.
Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças.
Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.
Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.
É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime.

(Obra: Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier/Emmanuel)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

TÓPICOS DAS DIFICULDADES REDENTORAS


I - Somos de parecer que todos nós devemos prosseguir em nossos estudos, preparando a melhoria do campo de ação funcional, pois, embora o sacrifício que nos custa semelhante preparo, tais serviços de ordem intelectual representam uma fuga e um descanso de nós mesmos, porquanto, há casos, em que o aumento da atividade é o meio de repousar o cérebro quanto aos choques mais íntimos, determinantes de maiores cansaços.
II - O caminho é esse mesmo - lutas por vencer e dificuldades como preço da redenção.Guardemos, pois, a nossa fé, certos de que as mãos de Jesus estão sobre as nossas. Confiemos sempre!
III - Embora o coração se nos desfaça no peito, como taça de lágrimas, nas dolorosas circunstâncias em que a renúncia e o nosso carinho são colocados à prova, não esmoreçamos em nossa fé. Continuemos amorosos e abnegados, ajudando e amando, porque a mão do Senhor é o nosso apoio na dor e na alegria, na paz e na tempestade.
IV - Estamos na atualidade terrena como quem se desvencilha da sombra noturna para clarear o coração na luz de novo dia. Imprescindível conservarmos a fé viva em Jesus por lâmpada acesa e prosseguirmos adiante.
V - Com relação às nossas dificuldades redentoras, continuemos na aceitação das circunstâncias difíceis, em que presentemente nos achamos, na certeza de que, seguindo as Suas próprias palavras na Redenção Divina, Ele, nosso Amado Jesus, continuará caminhando conosco, em nosso jornadear para a Vida Imperecível. Confiemos Nele, o Senhor, hoje e sempre.
VI - Deixemos que a serenidade nos garanta a calma precisa. Nossos corações nunca estão desamparados. Reanimem-nos firmes no otimismo, amparando a cada um dos nossos, segundo as suas necessidades.VII - Na estrada redentora, seremos sempre assistidos espiritualmente. Jesus nunca falha! Busquemos o Senhor, em nossas dificuldades, para que o Seu pensamento em nosso pensamento nos ampare as soluções. Confiemos!
VIII - No círculo de nossas lutas redentoras, continuemos oferecendo o melhor de nós mesmos para que o melhor se faça no auxílio aos que amamos. A dor é a nossa benção na luta que é sempre a nossa escola. Confiemos em Jesus, e esperemos por Ele, o nosso Divino Mestre, sempre e sempre.
IX - Confiemos na Proteção Divina e esperemos a manifestação da assistência do Alto pelos canais competentes, por onde transitam os assuntos que referem à nossa luta redentora. Dentro de nossos recursos, tudo devemos fazer no sentido de recuperar a tranquilidade de que necessitamos para o desempenho de nossas tarefas. Jesus nos fortaleça e abençoa!X - Na Redenção Edificante em que se encontram, nossos irmãos permanecem amparados por diversos amigos da espiritualidade, esperando nós que a fé prossiga brilhando como luz nas sombras, na certeza de que as nossas esperanças e abnegações encontrarão com Jesus a vitória almejada.
XI - A luta prossegue, entretanto, a Misericórdia Divina é sempre maior!

(De “Apelos cristãos”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Bezerra de Menezes)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

MAS DEUS...

Há muita gente que te ignora.
Entretanto, Deus te conhece.
Há quem te veja doente.
Deus, porém, te guarda a saúde.
Companheiros existem que te reprovam.
Mas Deus te abençoa.
Surge quem te apedreje.
Deus, no entanto, te abraça.
Há quem te enxergue caindo em tentação.
Deus, porém, sabe quanto resistes.
Aparece quem te abandona.
Entretanto, Deus te recolhe.
Há quem te prejudique.
Mas Deus te aumenta os recursos.
Surge quem te faça chorar.
Deus, porém, te consola.
Há quem te fira.
No entanto, Deus te restaura.
Há quem te considere no erro.
Mas Deus te vê de outro modo.
Seja qual for a dificuldade.
Faze o bem e entrega-te a Deus.

Do Livro “COMPANHEIRO” – PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Irritação


Ao sair do lar, defrontas os problemas da condução e do trânsito,
na busca da tua oficina de trabalho.
Transportes abarrotados, pessoas rudes, multidões apressadas,
violência pela disputa de lugares, ruas e avenidas movimentadas...
                                                 *
Se chove, emperra o trânsito e as dificuldades se ampliam.
Se faz sol, o calor produz mal-estar e as reclamações promovem
aborrecimento.
Se dispões de veículo próprio, não te podes mover conforme
gostarias, pelas vias de acesso, em congestionamento crescente.
                                               *
Todos têm que chegar a tempo.
O relógio não pára.
Os que se atrasaram pretendem recuperar os minutos perdidos
e atropelam os que estão ao lado ou à frente...
                                             *
A irritação chega e se instala, perturbando-te e levando-te a
competir também com os agressivos.
As buzinas produzem bulha, os semáforos te interrompem a
marcha, e tudo parece estar contra os teus propósitos.
                                           *
Mantém a calma.
Amanhã, propõe-te a sair de casa mais cedo.
A tranqüilidade de todo um dia merece o teu investimento de
alguns minutos.
Não te irrites, portanto, evitando os perigos da ira, que instala
desequilíbrios graves que podes evitar.

Divaldo Pereira Franco - Episódios Diários - Pelo Espírito Joanna de Ângelis

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

JESUS TE ESCUTA

 
Afirmas absoluta solidão ...
Dizes não existir um só coração que te afague os sentimentos belos, que o alimentem de nobres sonhos ...
Perguntas aos vãos da tua morada: com quem compartilhar os planos do amanhã e as realizações do agora ?
Onde uma mão amiga a estender-se para pensar tuas enfermidades ?
Adiantando o porvir, reclamas uma alma que te acompanhe as últimas horas na jornada física ...
Dores do teu valoroso coração que se não perdem nos ventos da Terra ...
Se crês no amor, acalma teus anseios e ausculta nas cortinas do teu próprio Ser, uma luz que vela tua caminhada, como serena chama em noite tempestuosa, a te falar blandícias e consolações, sem que atines na sua ação.
Tal Luz é o Cristo, que padecendo contigo as tuas provações, acompanha-te no teu calvário de iluminação, reservando-te o jugo da ínfima parte do teu madeiro redentor.
 
   Meimei / F. C. Xavier

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

QUANDO


- Senhor! - rogou o discípulo, emocionado - quando identificarei a plenitude da paz e da felicidade, jornadeando neste mundo torvo, atribulado, de enfermidades e violências?


O compassivo Mestre penetrando-o com a magia do seu encantamento, respondeu:


- Quando puderes ver com a suavidade do meu olhar as mais graves ocorrências, sem precipitares julgamentos, remontando às causas; quando lograres ouvir com a paciência da minha compreensão generosa; quando puderes falar auxiliando, sem acusação nem desculpismo; quando agires com misericórdia, mesmo sob as mais árduas penas e prosseguires intimorato na senda do bem entre abrolhos pontiagudos, confiando nos objetivos superiores, já não serás tu, mas sim eu quem vive em ti, e, identificado comigo, fruirás de felicidade e paz.


O aprendiz ouviu, meditou, e, levantando-se, partiu pela estrada do serviço ao próximo, intentando conjugar o verbo amar, sem cansaço, sem ansiedade, sem receio.






(De “No longe do jardim”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Eros)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

VITÓRIA DO AMOR

Enquanto vicejarem os sentimentos controvertidos da atual personalidade humana estereotipada nos clichês do imediatismo devorador; enquanto os impulsos sobrepujarem a razão nos choques dos interesses do gozo insensato; enquanto houver a predominância da natureza animal sobre a espiritual; enquanto as buscas humanas se restringirem aos limites estreitos do hoje e do agora, sem compreensão das conseqüências do amanhã e do depois, o ser humano arrastará a canga do sofrimento, estorcegando-se nas rudes amarras do desespero.
Assim mesmo, nesse ser primário que rugia na Terra em convulsão enquanto olhava sem entender os círios luminíferos que brilhavam no firmamento, o amor despontava. Esse lucilar que o impulsionou à saída da caverna, à conquista das terras pantanosas e das florestas, levando-o à construção das urbes, é o influxo divino nele existente, propelindo-o sempre para a frente e para o infinito.
Daquele ser grotesco, impulsivo, instintivo, ao homem moderno, tecnológico, paranormal, da atualidade, separa um grande pego.
Não obstante esse desenvolvimento expressivo, o rugir das paixões ainda o leva à agressão injustificável, tornando-o, não poucas vezes, belicoso e perverso, ou empurra-o para a insensatez dos gozos exacerbados dos sentidos mais grosseiros, nos quais se exaure e mais se perturba, dando curso a patologias físicas e emocionais variadas.
A marcha da evolução é lenta e eivada de escolhos.
Avança-se e recua-se, de forma que as novas conquistas se sedimentem, criando condicionamentos que transformem os atavismos vigentes em necessidades futuras, substituindo os impulsos automáticos por aspirações conscientes, para que tenha lugar o florescer da harmonia que passará a predominar em todos os movimentos humanos.
A insatisfação que existe em cada indivíduo é síndrome do nascimento de novos anseios que o conduzirão à plenitude, qual madrugada que vence de forma suave e quase imperceptivelmente a noite em predomínio...
Esse amanhecer psicológico é proporcionado pelo amor, que é fonte inexaurível de energias capazes de modificar todas as estruturas comportamentais do ser humano.
Sentimento existente em germe em todos os impulsos da vida, adquire sentido e expande-se no campo da emotividade humana, quando a razão alcança a dimensão cósmica, tornando-se fulcro de vida que se irradia em todas as direções.
Presente nos instintos, embora de forma automatista, exterioriza-se na posse e defesa dos descendentes, crescendo no rumo dos interesses básicos, para tornar-se indimensional nas aspirações do belo, do nobre, do bem.
Variando de expressão e de dimensão em todos os seres, é sempre o mesmo impulso divino que brota e se agiganta, necessitando do direcionamento que a razão oferece, a fim de superar as barreiras do ego e tornar-se humanista, humanitarista, plenificador, sem particularismo, sem paixão, livre como o pensamento e poderoso quanto à força da própria vida.

(De “Amor, imbatível amor”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SANTIFICAÇÃO MATERNAL

Quando percebeste as sublimes vibrações da maternidade no teu seio, foste tomada pela aflição, considerando-se a magnitude do evento para o qual não te sentias preparada.
Não desejavas um filho, nem esperavas que o incidente sexual de que participaste, resultasse na concepção...
De imediato surgiu-te a ideia infeliz do aborto criminoso como solução para o que se te apresentava como problema desafiador.
Anelavas por um futuro rico de oportunidades e de triunfos, o que então se tornaria difícil em razão da presença do filhinho não programado e que nasceria em circunstâncias desfavoráveis.
Quando comunicaste ao companheiro responsável pela tua gravidez, de maneira cruel e cínica, ele escusou-se a qualquer responsabilidade, informando que eras adulta e conhecias os métodos impeditivos da concepção, havendo-te permitido a fecundação com intenções secundárias  e infamantes...
A seguir, desapareceu da tua existência, deixando-te abatida e insegura, dominada pelo medo de enfrentar a família e a sociedade que te não compreenderiam a conduta.
Felizmente, na circunstância aflitiva, resolveste buscar refúgio na oração em que leniste a alma sofrida, tomando a decisão de prosseguir corajosamente.
Aqueles eram dias de muita hipocrisia e intolerância.
Nada obstante, aceitaste o desafio, pagando o preço da atitude impensada, quando te facultaste a comunhão sexual irresponsável, e enfrentaste todos os empecilhos que se te apresentaram...
...E renasceu nos teus braços o anjo filial que santificou a tua maternidade.
Embora as dificuldades que advieram, os sacrifícios que te impuseste na condição de mãe solteira e solitária, conseguiste avançar com decisão, amparando o filhinho amado que se transformou na razão mais nobre da tua atual existência.
Transformaste as noites insones ao seu lado febril em experiências de iluminação, entregue ao desvelo e à meditação.
Acompanhaste todos os teus passos inseguros e tentativas de crescimento, oferecendo-lhe ternura, autoconfiança e amor.
O tempo transcorreu lento, mas feliz.
Hoje, quando recordas a jornada vivenciada, emocionas-te e agradeces a Deus haver-te concedido a bênção da maternidade, que soubeste santificar através do amor e da abnegação.
Nunca te arrependeste da decisão de tornar-te mãe.
Aureolada pelos júbilos do dever cumprido, sorris, jubilosamente, e, ditosa, bendizes o filhinho que se transformou em cidadão e ao teu lado está construindo o mundo novo de esperanças e realizações edificantes pelo qual todos lutamos.
Deus te abençoe, mãe abnegada e feliz!
A maternidade, em qualquer circunstância em que se apresente, é dádiva sublime do amor de Deus para todas as criaturas.
Por mais perversa apresente-se a situação em que se concebeu, jamais se permita o aborto criminoso, ceifando a vida do ser inocente que necessita experienciar a oportunidade de crescimento para Deus e para si mesmo.
Ser mãe é tornar-se cocriadora com a Divindade, em sublime oportunidade de santificação.
Viver, portanto, a maternidade em todas as suas expressões, é conquista sublime da criatura humana no seu processo antropopsicológico da evolução.

(Psicografia recebida em 04.03.2011 - Divaldo Franco/Amélia Rodrigues)

EXPERIMENTE HOJE

         Agradecer a Deus os benefícios da vida e valorizar os recursos do próprio corpo.
        Trabalhar e servir além do próprio dever, quanto lhe seja possível.
        Observar, ainda mesmo por instantes, a beleza da paisagem que lhe emoldura a   presença.
        Nada reclamar.
        Comentar unicamente os assuntos edificantes.
        Refletir nas qualidades nobres de alguma pessoa com a qual os seus sentimentos ainda não se afinem.
        Falar sem azedume e sem agressividade na voz.
        Ler algum trecho construtivo.
        Praticar, pelo menos, uma boa ação, sem contar isso a pessoa alguma.
        Cultivar tolerância para com a liberdade dos outros sem atrapalhar a ninguém.
        Atendamos diariamente a semelhante receita de atitude e, em breve tempo, realizaremos a conquista da paz.

(André Luiz)

(De “Busca e acharás”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Emmanuel e André Luiz).

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Vigilância

O amigo dizia para outro amigo:
— Não, não creio na necessidade de qualquer defesa contra o mal. Onde a providência de Deus, se formos obrigados a fazer isso?
— Entretanto, — disse o interlocutor, quando nos exortou a orar e vigiar para não cairmos em tentação...
— A vigilância da palavra do Cristo era amor, simplesmente amor...
Devemos unicamente amar, entregando a Deus qualquer problema de defensiva...
Longo silêncio se fez entre ambos.
Alcançando farmácia vizinha, o companheiro que recusava a prudência, em matéria de auto preservação, solicitou vacina contra varíola que passava em distrito próximo.
Depois de sofrer a respectiva picada, o outro observou com largo sorriso:
— Amigo, se você não aprova a vigilância contra o mal, como consegue admitir o poder da vacina?

(De “Endereços da Paz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Semeadores

"Eis que o semeador saiu a semear." - Jesus. (MATEUS. 13:3.)

Todo ensinamento do Divino Mestre é profundo e sublime na menor
expressão. Quando se dispõe a contar a parábola do semeador, começa com
ensinamento de inestimável importância que vale relembrar.
Não nos fala que o semeador deva agir, através do contato com
terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear.
Transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos
imperativos de renovação convidam os obreiros da boa-vontade à santificante
lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho
é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.
É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para
nos devotarmos ao serviço do próximo.
Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu",
excursionaremos através do grande continente denominado "interesse geral".
E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra das almas", sufocada de
espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de
pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.
Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz,
iniciando a celeste missão do auxílio entre humildes tratadores de animais e
continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos
fariseus palavrosos e dos pescadores simples, dos justos e dos injustos,
ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e
crianças...
Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que
se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revelação e
aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se para que nos
exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse
brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de
mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a
"sair para semear".


(De "Fonte Viva", de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel).

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

NUNCA É DEMAIS

“Sede, na oração, perseverantes.”
(Paulo – Romanos – 12:12)

        Diretamente convidado a uma decisão, no tumulto dos conflitos complexos, busque a inspiração superior através da prece.
        Um momento de prece dirime problemas largamente cultivados.
*
        Instado por dificuldade à rebeldia e ao desequilíbrio, faça uma pausa para a prece.
        A prece não apenas aponta rumos quanto tranquiliza interiormente.
        Açodado pelas paixões inferiores e vencido na psicosfera negativa do ambiente em que vive, erga-se à prece edificante.
        A prece não somente sustenta o bom ânimo como também luariza os sentimentos.
        Tombado por falta de apoio e aturdido nos melhores propósitos acalentados, tente o convívio da prece antes de desertar.
        A prece não é só uma ponte que o leva a Deus, porém uma alavanca a impeli-lo para sair do desânimo que o prostra.
*
        Atordoado por informações infelizes e vitupérios; apedrejado por incompreensões indevidas, mergulhe a mente na prece antes do revide.
        A prece não constitui um paliativo exclusivo, sendo, também, inexaurível e abençoada fonte de renovação e entusiasmo.
*
        Examinando o problema imenso que se avulta, aquietado pelas complexas engrenagens das decisões, estugue o passo, faça uma prece.
        A prece tem o poder de clarificar os horizontes e içar o homem do abismo às cumeadas libertadoras.
        Concluída a tarefa em que recolheu bênçãos e júbilos, não se esqueça da prece.
        A prece não lhe constitua um instrumento de rogativa e solicitação incessantes, tornando-se, também, um telefone para expressar o reconhecimento e a gratidão com que você exporá os sentimentos renovados ao Pai Celestial.
*
        Não se trata de beatice, nem tampouco de pieguismo emocional.
        Se lhe é justo permitir-se o pessimismo e o desaire, conservando a negação e o dissabor, a prece contituir-lhe-á  bastão de apoio, medicamento reconfortante, pão nutriente porquanto cada um sintoniza com aquilo em que pensa e vibra.
        Orando, você, naturalmente, haurirá nas fontes inesgotáveis da Divina Providência as energias necessárias para o êxito dos seus cometimentos.
        Não se deixe vencer pelos que o abordam com ceticismo e preferem a manifestação cínica diante do seu estado de prece e de confiança.
        Uma prece a mais nunca é demais.
                                              
(De “Momentos de Decisão”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Marco Prisco)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

PONTOS ESSENCIAIS PARA OS CÔNJUGES

         Reconhecer que o outro é um espírito por si, com ideais e tendências diversas.
Em tempo algum abandonar o outro aos próprios deveres e lutas, sob o pretexto de que possui tarefas diferentes.
Socorrer o outro em suas esperanças, empenhando esforço e carinho para que as realize.
Afastar do outro quaisquer assuntos tendentes a turvar-lhes a confiança recíproca.
Abolir o ciúme.
Aceitar a importância do problema sexual de um para o outro.
Entender que o amor inclui o respeito, a cortesia, a afabilidade e a discrição.
Fugir do relaxamento e do desperdício.
Adaptar-se ao nível econômico e social em que se encontram, embora cientes de que melhoria, através da existência correta, é obrigação.
Evitar rixas e discussões.
Nunca selar compromissos fora de casa sem ouvir a opinião do outro.
Tratar os filhos com equilíbrio, sem reduzi-los à condição de bonecas.
Não obrigar os filhos a estudos, linhas determinadas de trabalho, distrações ou hábitos, para os quais não sintam vocação.
Observar que os filhos precisam de educação, disciplina e bons exemplos e não de castigo ou caprichos satisfeitos.
Não enganar os filhos dando respostas ociosas às indagações que façam.
Manter entendimento e cooperação na solução das dificuldades que surjam nas famílias um do outro.
Jamais sacrificar a harmonia e a segurança do lar sob a desculpa de exigências religiosas ou sociais.
Amparar e respeitar as amizades do outro.
Não perder tempo com futilidades.
Compreender que o matrimônio é uma escola e que os cônjuges tudo precisam fazer nos domínios do possível para que não seja modificado
o programa trazido à Terra por eles mesmos, na lei da reencarnação, alterando o plano de serviço com separações reconhecidamente desnecessárias.

         (De  “Sol nas Almas”, de Waldo Vieira, pelo Espírito André Luiz)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DESPERTAMENTO PARA A PERSEVERANÇA

 Para perseverar na boa luta, faz-se necessário manter profunda união com os ensinamentos de Jesus Cristo. O mundo terreno, tal como se apresenta, em todas as chances para dominar os que só vêem montanhas à frente dos caminhos; para desesperar a quem só enxerga violências nas estradas onde caminha; para desestimular os que identificam como opositores todos os que encontram pela frente,  seguindo trilhos que não são os seus; para tirar o prazer de quem só conhece dores
ao seu redor; para chumbar no leito da acomodação ao que se sente frágil, invariavelmente, para qualquer atitude diante da existência. Somente quando a  pessoa se der conta de que o  Cristo deve ser a mais lúcida inspiração para a alma terrestre,  começará a sentir forças novas  para superar óbices em seus caminhos; para alimentar esperanças de paz e harmonia; para saber ouvir reais adversários, extraindo o verdadeiro e o útil dos seus arrazoados;  para aproveitar as chances de  alegria  pelo entendimento do significado espiritual do sofrimento,  onde ele apareça; para erguer-se a cada manhã, com boa disposição de fortificar-se com o elixires do trabalho e da fé, certo de que, conforme enunciou o Mestre Nazareno, só o que perseverar até o fim salvar-se-á.
 
(Obra: Em Serviço Mediúnico - J. Raul Teixeira/Hans Swigg)

NECESSÁRIO ACORDAR

 "Desperta, ó tu que dormes, levanta-te
dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá."
- Paulo Efésios 5:14


Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridade nos textos, outros protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.
Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha  atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão  dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoal, a fim de que o Cristo as esclareça.

(De “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)



ORAI SEMPRE

Filhos, não vos esqueçais de orar sempre.
A oração possibilita ao homem abrandar os próprios sentimentos.
Quem se habitua a orar não se entrega ao desespero e à revolta.
A prece jamais é um monólogo... Pelo recolhimento íntimo na oração, a criatura conversa com o Criador, que não a deixa sem resposta.
Ato de fé solitário, a prece exterioriza a sinceridade do filho que, reconhecendo a própria insignificância, recorre aos préstimos do Pai, que tudo pode.
Jesus orava com freqüência.
Sem este contato pessoal com Deus, a crença do homem não passa de uma aparente manifestação de religiosidade.
Os que oram nunca se fragilizam diante das lutas que faceiam.
Orai no silêncio de vossas reflexões; orai com a vossa mente e com o vosso coração.
Buscai forças no Alto para os embates inevitáveis do caminho, repleto de urzes e de pedras.
Orai com as vossas mãos mergulhadas na caridade; que as vossas petições sejam referendadas pelas vossas atitudes no bem dos semelhantes...
A persistência da fé remove obstáculos intransponíveis.
A oração modifica o tônus espiritual de quem, por vezes, não enxerga saída para os impasses da existência.
Quem não ora será sempre uma presa fácil da obsessão e do desequilíbrio oriundo de si mesmo.
Filhos, abençoai as vossas provas! Afagai o madeiro que vos pesa nos ombros e, sob o sol causticante de vossas dificuldades, não vos afasteis do oásis aconchegante da oração.
A prece é o ato de humildade que mais engrandece o espírito!
Sede homens de fé e de oração.
Quanto maior o desafio lançado à vossa crença, mais devereis vos curvar à necessidade de orar.
"Pedi e obtereis" - exortou-nos o Senhor, em suas palavras jamais pronunciadas em vão.


A CORAGEM DA FÉ -  BEZERRA DE MENEZES /  CARLOS A. BACELLI

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Lições da Vida

Há alguns anos, nas Olimpíadas Especiais de Seattle,nos Estados Unidos, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram não  exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e vencer.
Todos correram com exceção de um garoto que tropeçou na pista, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então, eles viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse:
“PRONTO, AGORA VAI SARAR”.
Em seguida, os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram
vários minutos. As pessoas, que estavam naquele dia no estádio, continuam repetindo essa história até hoje. Talvez os atletas fossem deficientes mentais. Mas, com certeza, não eram deficientes de sensibilidade…
POR QUE? Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho; o que importa é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso.
Esse conto foi enviado pelo jornalista AILTON FERNANDES, diretor da 4E ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA EDUCAÇÃO DE EXCEPCIONAIS.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RECONHECIMENTO

"Verdadeiramente, este homem era justo"  - Lucas, cap. 23 - v.47

 
Somente após Jesus ter expirado no lenho é que o centurião reconheceu que ele
era um homem justo !
Assim, não esperemos pelo aplauso do mundo. Busquemos, antes, a aprovação
da consciência.
Semeemos sem pressa de colher, porque a semente cultivada não se antecipa à
época que lhe é assinalada para produzir.
Ninguém nos usurpará o próprio valor.
Esperar pela gratidão de alguém é permanecer na expectativa do que nem JESUS teve.
O espírito, aonde vai, ostenta o mérito intransferível de seus esforços.
Não nos aflijamos pelo reconhecimento alheio. Existem pessoas que, emocionalmente,
se mostram descompensadas, porque, superestimando o que fazem, criam exagerada
expectativa no que tange ao retorno por parte das pessoas a quem beneficiam.
A rigor, não estamos dando nada a ninguém; simplesmente, estamos devolvendo o que,
de uma maneira ou outra, lhe tomamos...
Não nos coloquemos nunca na condição de benfeitores - isto ainda é tola pretensão  de
quem se arrasta no solo do Planeta !
Deus é o Dispensador de todas as bênçãos, que apenas vamos repassando, exercitando a
nossa capacidade de amar.
Quantos não se deprimem porque não sabem tomar a iniciativa de amar, sem cogitar de
serem amados ?
Como a fonte que, ao dessedentar, não sente sede, quem ama não carece de ser amado,
porque o amor que gera em si mesmo lhe basta a qualquer carência de afeto.
 
   (Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VINGANÇA ALIENANTE

Remanesce, como vestígio do primarismo, em a natureza humana, o mórbido costume da vingança. Presença do rancor nos sentimentos asselvajados, programa o desforço e aguarda o momento para desferir o golpe certeiro contra quem não espera o atentado vil. Cavilosamente, o vingador maquina a agressão, comprazendo-se, antecipadamente, com a surpresa dorida de que será objeto aquele a quem detesta. Quando se sente superior em força e oportunidade, esmaga o adversário, cortando-lhe o passo de acesso a qualquer libertação. Se é fraco - e todo aquele que se vinga, é doente e frágil - urge com falsidade a trama que envolverá o desafeto, ferindo-lhe o mais profundo do ser. Às vezes fica, a distância, usufruindo o gozo, ante o sofrimento daquele a quem odeia. Em circunstâncias diferentes, desnuda o caráter e revela-se ao
tombado, informando-lhe haver produzido o desastre, por tal ou qual motivo, que traz à tona, alegrando-se com a amargura que vê estampada na face do vencido.
-*-
A vingança se manifesta, no entanto, de várias outras formas sutis, não, porém, menos danosas. Impossibilitada de eliminar o rival diretamente, apunhá-la-lhe a alma com a calúnia, que ao outro infelicita as horas, trazendo-lhe amargura e dor; abre-lhe abismos, mediante a cizânia que o arroja ao poço da vergonha e da aflição; prepara armadilhas morais que lhe arruínam a dignidade e lhe envilecem a conduta; inspira suspeitas que lhe corroem a estrutura do comportamento, deixando-o com insegurança e mal-estar;
espreita-lhe o passo e não perde ocasião de o humilhar ou de levá-lo ao ridículo, sempre encontrando forma de malsinar-lhe as horas...
-*-
A vingança é alta expressão de covardia moral, compreensível e desculpável por ser reflexo de morbidez e alienação mental, inspirando piedade em razão dos danos que sobre si mesmo acumula o seu agente. O vingador é um ser sempre infeliz e atormentado. Mesmo quando logra o seu intento não se satisfaz, porque se descobre vazio e sem objetivos.
-*-
Envolve-te na luz da caridade e espraia-a até aqueles que se vingam, evitando também derrapares, quando ferido, na treva densa da vingança onde o ódio se homizia e aguarda.

(De "Luz da Esperança", de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de
Ângelis)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Perdão e Liberdade

Aprendamos a perdoar, conquistando a liberdade de servir.
E imprescindível esquecer o mal para que o bem se efetue.
Onde trabalhas, exercita a tolerância construtiva para que a tarefa não se
escravize a perturbações...
Em casa, guarda o entendimento fraterno, a fim de que a sombra não te algeme
o espírito ao desespero...
Onde estiveres e onde fores, lembra-te do perdão incondicional, para que o
auxílio dos outros te assegure paz à vida.É
indispensável que a compreensão reine hoje entre nós, para que amanhã não
estejamos encarcerados na rede das trevas.
A morte não é libertação pura e simples.
Desencarnar-se a alma do corpo não é exonerar-se dos sentimentos que lhe são
próprios.
Muitos conduzem consigo, além-túmulo, uma taça de fel envenenado com que
aniquilam os melhores sonhos dos que
ficaram na Terra, e muitos dos que ficam na Terra conservam consigo no
coração um vaso de fogo vivo com que
destroem as melhores esperanças dos que demandam o cinzento portal do
túmulo.
Não procures para tua alma o inferno invisível do ódio.
Acomoda-te com o adversário ainda hoje, procurando entendê-lo e servi-lo,
para que amanhã não te matricules em
aflitivas contendas com forças ocultas.
Transferir a reconciliação para o caminho da morte é atormentar o caminho da
própria vida.
Desculpa sempre, reconhecendo que não prescindimos da paciência alheia.
Nem sempre somos nós a vítima real, de vez que, por atitudes imanifestas,
induzimos o próximo a agir contra nós
convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores,
intelectuais dos delitos que passamos a lamentar
indebitamente diante dos outros.
Toda intolerância é violência.
Toda dureza espiritual é crueldade.
Quase sempre, a crítica é corrosivo do bem, tanto quanto a acusação
habitualmente, é um chicote de brasas.
E sabendo que encontraremos na estrada a projeção de nós mesmos, conservemos
o perdão por defensor de nossa
liberdade, ajudando agora para que não sejamos desajudados depois.

Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Trevo de Idéias" -EDIÇÃO GEEM

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

EM REGIME DE FÉ

        O Universo vive em regime de fé.
        Em semelhante sistema, a Terra gira sobre si mesma e avança, a pleno Espaço Cósmico, através de ciclos perfeitos de movimento e vida.
        Automaticamente, os átomos efetuam as transformações que lhes são peculiares, sustentando a economia da natureza.
        De maneira mecânica, a planta se desenvolve na direção do Sol.
        O animal promove a formação do próprio ninho, valendo-se de princípios da inteligência.
        Claramente possível classificar a gravitação como sendo confiança sabiamente orientada; a atração definindo a confiança magneticamente dirigida; o heliotropismo expressando a confiança no impulso, e a inteligência rudimentar exprimindo-se em grau determinado da confiança instintiva.
*
        Paradoxalmente, apenas o homem por vezes se declara sem fé; no entanto, mesmo sem fé, , ele pensa, confiando nos implementos do cérebro; fala, confiando nas cordas vocais; pratica o artesanato, confiando nas mãos; alimenta-se, confiando no engenho gastrintestinal; caminha, confiando nos pés; viaja, confiando naqueles que lhe orientam as máquinas; estuda, confiando nos professores; traça programas de ação, confiando em horários.
        Tudo na vida se harmoniza em recursos de confiança.
*
        Atualmente, porém, a Doutrina Espírita vem acordar as criaturas para a fé raciocinada, que não dispensa a lógica e o discernimento precisos, a fim de que a consciência humana se eduque suficientemente, sem a ingenuidade que a tudo se submete e sem a violência que a tudo aspira dominar.

(De “RUMO CERTO’, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)