sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Deus não tem pressa


Você já se deu conta de que Deus não tem pressa?
A pressa é um dos maiores males dos tempos modernos. É como se a Humanidade desejasse acelerar os acontecimentos num período de tempo muito curto.
E a educação das nossas crianças não foge à regra.
Quando nosso filho procede com infantilidade aos cinco anos de idade, por exemplo, dizemos: Por que não se comporta como um homenzinho?
Qualquer pessoa sensata sabe que ele não é um homenzinho. Mas queremos que a criança aja como adulto, não porque seja bom para ela, mas porque é conveniente para nós. Talvez não porque achemos isso certo, mas porque estamos impacientes.
Roubamos os nossos filhos quando os fazemos atravessar às pressas a infância. Também a nós logramos porque perdemos a oportunidade de nos deixar contagiar pela sua inocência, sua curiosidade espontânea, sua admiração natural, sua alegria sem restrições.
Muitas vezes, a nossa impaciência impede o desenvolvimento de grandes inteligências e de grandes almas, porque esquecemos de que a assimilação do bem é um processo lento.
Certa vez, um pai perguntou ao Diretor de uma Universidade se o Currículo Escolar não poderia ser simplificado para que seu filho pudesse ir por um caminho mais curto.
Sem dúvida, respondeu o educador. Tudo depende, porém, do que o senhor queira fazer do seu filho. Quando Deus quer fazer um carvalho, por exemplo, leva cem anos. Quando quer fazer uma abóbora, precisa apenas de três meses.
É comum nos esquecermos de que as engrenagens das nossas vidas estão interligadas com as do Criador. Assim sendo, como os dentes das engrenagens dos planos de Deus são mais fortes do que os das nossas, quando aceleramos mais que Deus, as nossas se quebram. E por essa razão, cansamo-nos, despedaçamo-nos.
A natureza nos oferece muitas indicações de que o nosso ritmo alucinado não é normal.
Quando saímos dos lugares superlotados, fugimos dos horários e andamos por entre as árvores que crescem devagar e as montanhas silenciosas que parecem estar sempre tranquilas, absorvemos um pouco da serenidade e da calma da natureza.
No entanto, não devemos confundir paciência com passividade, inércia, e esperar que tudo seja feito por nós. Paciência é determinação de começar cedo a empregar o tempo para realizar coisas úteis.
A melhor ilustração de tudo isso pode ser o caso da menina que disse à mãe, logo depois que uma senhora de cabelos brancos saiu de sua casa: Se eu pudesse ser uma velha assim, tão simpática e tão boazinha, não me importaria de envelhecer.
Está muito bem, respondeu a mãe. Se você quer ser uma velha assim, convém começar desde já, pois ela não ficou assim às pressas.
* * *
O Sol leva todo o tempo que lhe é necessário para nascer e se pôr. Não é possível apressá-lo.
O gelo no lago se derreterá quando a temperatura do ar for apropriada.
As aves migratórias chegarão e partirão quando estiverem prontas para isso.
Até as invenções, sobre as quais o homem aparentemente exerce absoluto controle, só chegam no tempo próprio, quando a oportunidade amadureceu e a cultura está pronta para recebê-las.
Uma vez mais o Mestre de Nazaré tinha razão ao dizer: Primeiro a erva, depois a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga.
Quis com isso dizer que tudo vem a seu tempo, sem pressa nem desespero.
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A TRILOGIA BENDITA



Em tempos remotos, o Senhor vinha ao mundo frequentes vezes entender-se com as criaturas. Certa vez, encontrou um homem irado e mau, que outra coisa não fazia senão atormentar os semelhantes. Perseguia, feria e matava sem piedade. Quando esse espírito selvagem viu o Senhor, aproximou-se atraído pela luz dEle, a chorar de arrependimento. O Cristo, bondoso, dirigiu-lhe a palavra:
— Meu filho, porque te entregaste assim à perversidade? Não temes a justiça do Pai? Não acreditas no Celeste Poder? A vida exige fraternidade e compreensão.
O malfeitor, que se mantinha prisioneiro da ignorância, respondeu em lágrimas:
— Senhor, de hoje em diante serei um homem bom.
Alguns anos passaram e Jesus voltou ao mesmo sítio. Lembrou-se do infeliz a quem havia aconselhado e buscou-o. Depois de certa procura, foi achá-lo oculto numa choça, extremamente abatido. Interpelado quanto à causa de tão lamentável transformação, o mísero respondeu:
— Ai de mim, Senhor! Depois que passei a ser bom, ninguém me respeitou! Fiz-me escárnio da rua... Tenho usado a compaixão e a generosidade, segundo me ensinaste, mas em troca recebo apenas o ridículo, a pedrada e a dilaceração...
O Mestre, porém, abençoou-o e falou.
— O teu lucro na eternidade não será pequeno com o sacrifício. Entretanto, não basta reter a bondade. É necessário saber distribuí-la. Para bem ajudar, é preciso discernir. Realmente é possível auxiliar a todos.
Contudo, se a muita gente devemos ternura fraterna, a numerosos companheiros de jornada devemos esclarecimento enérgico. Estimularemos os bons a serem melhores e cooperaremos, a benefício dos maus, para que se retifiquem. Nunca observaste o pomicultor? Algumas árvores recebem dele irrigação e adubo; outras, no entanto, sofrerão a poda, a fim de serem convenientemente amparadas. O Senhor retirou-se e o aprendiz retomou luta para conquistar o conhecimento. Peregrinou através de muitos livros, observou demoradamente os quadros da vida e recebeu a palma da ciência. Os anos correram apressados, quando o Cristo regressou e procurou-o, novamente. Dessa vez, encontrou-o no leito, enfermo e sem forças. Replicando ao Divino Amigo, explicou-se:
— Ai de mim, Senhor! Fui bom e recebi injustiças, entesourei a ciência e minhas dificuldades cresceram de vulto. Aprendi a amar e desejar em sã consciência, a idealizar com o plano superior, mas vejo a ingratidão e a discórdia, a dureza e a indiferença com mais clareza. Sei aquilo que muita gente ignora e, por isto mesmo, a vida tornou-se-me um fardo insuportável...
O Mestre, porém, sorriu e considerou:
—A tua preparação para a felicidade ainda não se acha completa. Agora, é preciso ser forte. Acreditas que a árvore respeitável conseguiria viver e produzir, caso não soubesse tolerar a tempestade? A firmeza interior, diante das experiências da vida, conferir-te-á o equilíbrio indispensável. Aprende a dizer adeus a tudo o que te prejudica na caminhada em direção da luz divina e distribuirás a bondade, sem preocupações de recompensa, guardando o conhecimento sem surpresas amargas. Sê inquebrantável em tua fé e segue adiante! O aprendiz reergueu-se e nunca mais experimentou a desarmonia, compreendendo, enfim, que a bondade, o conhecimento e a fortaleza são a trilogia bendita da felicidade e da paz.

(Obra: Alvorada Cristã - Chico Xavier/Neio Lúcio)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Anjos Guardiães


Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre. Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis. Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação. Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão. Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta. São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo. Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade. Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução. Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha. Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam. Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica. Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião. Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora. Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante. Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres. Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio. Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras. Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração. O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem. O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo. Imana-te a ele. Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade. Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.

Divaldo Pereira Franco, . Da obra: Momentos Enriquecedores. - Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

FAMILIARES INCOMPREENSIVOS


Quando aceites os princípios que te renovam, é possível que a mesma compreensão não te alcance, de pronto, os familiares queridos. Conservas, talvez, a provocação de rentear com entes amados que te recusam a fé ou tudo fazem por arredar-te da senda de luz que hoje palmilhas. Às vezes, entristece-te por semelhante motivo, a ponto de te ameaçares com desânimo e frustração. É forçoso, porém, vejas no lar o educandário primeiro de tua fé. A lavoura mais próximo começou na coleção de sementes. A missão mais alta entre os homens, sem dúvida, principia nos testemunhos pequeninos de serviço e abnegação no círculo estreito em que se forma a personalidade. Teu lar, tua escola. Aí dentro, será professor e aluno ao mesmo tempo. Erguer-te-ás na cátedra do dever cumprido e transmitirás o ensinamento vivo do bom exemplo aos que te acompanham. Por outro lado, ouvirás, talvez, aí nesse abençoado cenáculo de aperfeiçoamento moral, frases agressivas ou conceitos ferinos que desconheces na vida pública, a fim de que aprendas paciência e humildade, no trato da purificação. As manifestações de desagrado ou corrigenda que aguardaste inutilmente dos teus maiores adversários provavelmente recolherás, em casa, dos seres que mais amas. Entretanto, exercita o devotamento e prossegue adiante, no cultivo de tua fé. Não te lastimes, nem discutas. O embate palavroso deixa o coração encharcado de fel. A opinião dos outros a teu respeito é construída ou retificada à custa de tuas próprias demonstrações de tolerância e bondade. Se a incompreensão te rodeia, serve sempre. Se sofres injúria ou perseguições, serve ainda. Se tudo parece contrariar-te aspirações e desígnios, serve mais. Não descreias de Deus, que te segue e te vê. Pela força do exemplo, vencerás.

(De “No portal da luz”, de Francisco Cândido Xavier – Espírito de Emmanuel)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

PREGAÇÃO



A pregação não resulta de simples operação verbal.
Nossa vida está “falando sem palavras” em todas as circunstâncias.
Você dá testemunhos do próprio íntimo, em toda parte.
Em casa — no seu modo de agir.
Junto da multidão — no seu trato com os outros.
No serviço comum — no uso da posição em que se encontra.
Nas manifestações da fé — em seus propósitos.
Na alegria — através da conduta.
No sofrimento — na capacidade de resistir.
Na luta — por intermédio da perseverança.
Na dificuldade — no poder de concentrar-se na direção do êxito.
No estudo — no aproveitamento.
No ideal — na aplicação à atividade.
Nas profundezas do coração — pelo autodomínio.
Cada dia é uma oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação “falamos seguidamente” de nós mesmos.
Lembre-se, porém, de que muita gente se vale dos recursos da ação, da habilidade, do encargo, da persistência, da concentração, da cultura intelectual e da relativa independência, pregando o triunfo isolado da inteligência para reinar sobre os interesses da carne, durante alguns dias. Os aprendizes de Jesus, entretanto, usam semelhantes poderes, na renovação do próprio espírito, aprendendo com a renúncia, com o trabalho, com a tolerância fraterna e com o sacrifício deles mesmos a governar os impulsos da vida inferior, no trânsito pela Terra, adquirindo a verdadeira luz para a glória real da Vida Sem Fim.

André Luiz
(De “Nosso Livro”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A alegria dos outros


Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:
Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.
Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?
Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.
O que me falta, Chico?
O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:
Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a "alegria dos outros"! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...
A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.
É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a "alegria dos outros".
* * *
Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas, que transitam pela Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?
Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?
Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.
Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.
Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.
É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.
Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.
Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.
É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.
Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido: É este o caminho... Continue...
* * *
Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.
Sejamos os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.
E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A casa sobre a rocha


O chamado Sermão do Monte de Jesus é a maior declaração de amor que a Humanidade recebeu, ao longo das eras. O conteúdo, a forma, a estrutura da Carta Magna do bem são perfeitos, irretocáveis. O homem-paz, Mahatma Gandhi, foi capaz de dizer que se fossem perdidos todos os textos sacros da Humanidade, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido. Sábia observação pois, realmente, está ali o mais seguro guia de conduta de que se tem notícia. Não só pelas nove bem-aventuranças que cantam esperança, mostrando um futuro feliz para os corações sedentos de orientação e consolo mas, também, pela postura perante a lei antiga, mostrando que teve seu tempo, sua validade, no entanto, precisava de reforma, de melhoria. Precisava dar o próximo passo. São muitas orientações, algumas brandas, outras enérgicas. É no Sermão do Monte que Jesus fala que não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte, conclamando-nos a fazer brilhar a luz interior que todos temos. É ali que fala do amor aos inimigos, jamais pensado, jamais considerado antes por alguém. Uma proposta revolucionária e de beleza inigualável pelas nuances intrínsecas. Foi do alto daquele monte que nos ensinou a orar, primeiro recomendando que a oração fosse realizada em nosso quarto interno. Depois, orientando-nos a evitar o palavreado excessivo, tornando o ato de falar com Deus uma conversa amiga, desprovida de ritos ou pomposidades. Por fim recita o Pai nosso... Como esquecer aquela oração, aquele roteiro, aquele poema de luz! Quantas almas, ao longo das eras, já se libertaram de seus sofrimentos atrozes, nas asas de um Pai nosso, feito de coração! Quantas almas... Em seguida, fala dos tesouros do céu, mostrando que são os únicos que levamos daqui, os únicos verdadeiramente reais para nossa vida espiritual. Olhai as aves do céu... Não semeiam, nem ceifam... E vosso Pai celestial as alimenta... Que consolo aos de vida material sofrida, aos que padecem a falta do necessário saber que alguém os cuida com carinho... Do alto da montanha ainda diz Jesus: Pedi e vos será dado. Buscai e encontrareis. Batei e será aberto para vós. Fez-nos deuses das possibilidades, das realizações através de uma vontade pulsante no íntimo. Termina o grande poema de forma majestosa e didática:
Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos; precipitaram-se contra aquela casa, mas não desabou.
* * *
Construir nossa casa sobre a rocha é buscar a prática dos ensinos do Cristo em nossa vida diária. De nada vale conhecer as palavras, os conteúdos, se eles não nos fazem homens e mulheres melhores, se não nos transformam em pessoas de bem. Construir nossa casa sobre a rocha é perguntar sempre: Qual o comportamento cristão nesta circunstância?
Em cada decisão, questionar: Qual a decisão que me leva ao bem do meu próximo? Que me transforma em farol de luz sobre os alqueires do mundo atual?
É tempo de construir essa nova casa, nos dias de hoje, finalmente, sobre a rocha.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A dor do abandono


Era uma manhã de sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura.
De quem se trata? Quase ninguém sabe.
Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas.
Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.
Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo do asilo, onde aquela mulher havia passado boa parte da sua vida, a moça responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações.
Eram anotações sobre a dor...
Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos...
Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafado em algumas frases:
Onde andarão meus filhos?
Aquelas crianças ridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão?
Estarão tão ocupadas, talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe?
Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão...
Se ao menos eu pudesse andar... Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão.
Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...
Os dias passam... e com eles a esperança se vai...
No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei...
Mas, agora... como esquecer que fui esquecida?
Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia?
Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo.
Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima...
Queria saber dos meus filhos... dos meus netos...
Será que ao menos se lembram de mim?
A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim.
Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim...
É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria...
Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... que eu vivo... que eu sinto...
Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso. E esse alguém voltou para provar isso, mesmo depois de ter sido crucificado e sepultado...
E essa é a única esperança que me resta...
Sinto que a minha hora está chegando...
Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse.
E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam...
Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado...
***
A data assinalada ao final da última anotação, foi a data em que aquela mãe, esquecida e só, partiu para outra realidade.
Talvez tenha seguido para aquele jardim dos seus sonhos, onde jovens afetuosos e gentis a conduzem pelos caminhos floridos, como filhos dedicados, diferentes daqueles que um dia ela embalou nos braços, enquanto estava na terra.

Autor:
Equipe de Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dividir com amor



A miséria socioeconômica, que entulha as avenidas do mundo, mistura-se à de natureza moral, que atulha os edifícios e residências de luxo como os guetos da promiscuidade libertina.
O que podes fazer, parece-te quase sem sentido ou significação, tão grande e volumoso é o problema. Apesar disso, não te escuses de auxiliar.
Se não consegues ir à causa do problema, minimiza-lhe os efeitos.
Desde que não podes erradicar, de um golpe, a fome, a enfermidade, a ignorância, contribui com a tua quota de amor, por mínima que seja.
Sempre podes dividir do que possuis, com aquele que nada tem.
Quando repartes com amor, multiplicas a esperança, favorecendo a alegria.
Menos tem, aquele que se nega a doar algo.
*
Afirma-se que esse gesto de amor gera o paternalismo, promove o vício...
Não têm razão, os que assim informam.
Muitos males, e alguns crimes, são abordados quando uma atitude amor interrompe o passo do infeliz que padece fome, desespero e dor...
Somente quem aprende a abrir a mão, descerra o bolso, terminando por oferecer o coração.
Faze o que te esteja ao alcance, e a vida fará o resto

(De “Episódios diários”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

AGORA, NÃO DEPOIS



Nem cedo, nem tarde.
O presente é hoje.
O passado está no arquivo.
O futuro é uma indagação.
Faze hoje mesmo o bem a que te determinaste.
Se tens alguma dádiva a fazer, entrega isso agora.
Se desejas apagar um erro que cometeste, consciente ou inconscientemente, procure sanar essa falha sem delongas.
Caso te sintas na obrigação de escrever uma carta, não relegues semelhante dever ao esquecimento.
Na hipótese de idealizares algum trabalho de utilidade geral, não retardes o teu esforço para trazê-lo à realização.
Se alguém te ofendeu, desculpa e esquece, para que não sigas adiante carregando sombras no coração.
Auxilia os outros, enquanto os dias te favorecem.
Faze o bem agora, pois, na maioria dos casos, "depois" significa "fora de tempo", ou tarde demais.

(De “Hora Certa”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pão, Ouro e Amor

Aquele diz: - “Isto é meu”.
Outro afirma: - “Guardo o que me pertence”.
Entretanto, só Deus é o legítimo Senhor de Tudo.
Rejubilas-te com a nutrição...
Contudo foi Ele quem promoveu a sustentação da semente para que a semente, convertida em pão, te assegure o equilíbrio.
Orgulhas-te do dinheiro que te garante a aquisição das utilidades imprescindíveis à segurança e ao conforto...
No entanto, foi Ele, quem te angariou indiretamente os recursos precisos para que te não faltassem saúde e raciocínio, disposição e inteligência na tarefa em que te sorri a fortuna.
Regozijas-te com o lar...
Todavia, foi Ele quem te situou nos braços maternais que te acalentaram os vagidos primeiros, aproximando-te dos afetos que te enriquecem os dias...
Lembra-te de Deus, o Todo Misericordioso que nos confia os tesouros da existência, a fim de que aprendamos a buscar-Lhe o Paterno Seio...
E reparte com teu irmão do caminho os talentos que Ele te empresta, na certeza de que somente ao preço da fraternidade infatigável e pura, subirás para a Glória Divina, em que Deus te reserva a imortalidade da vida, entre as fulgurações da Sabedoria Imperecível e as bênçãos do Amor Eterno.

Chico Xavier - Scheilla

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Que...



Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre
Encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira
De momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna
Que os teus olhos sejam dois sóis
Olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas
De tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da
Amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço,
Esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa E se transforma,
Quando a alma é Grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente,
Para que tu percebas a ternura invisível,
Tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalento te acompanhe,
Na terra ou no espaço, e por onde
Quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores,
O teu viver e a tua passagem pela vida,
Sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente
No Centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz,
A tua tristeza em celebração, e
Os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças
Da presença que está em ti e em
Todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Meu Pai



Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos.
Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada.
Se fecharmos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor.
Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira.
Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tivemos pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podemos sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada.
Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto?
Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens.
Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: fundamental, ensino médio, vestibular, faculdade.
E quando chegamos à adolescência? Quantos cuidados! Quem são os seus companheiros?Com quem você vai sair? Aonde vai?
Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de trânsito.
É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite?
Filho, respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se decidir a trabalhar?
Garoto, vou lhe cortar a mesada.
Olhando as rugas estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições!
Lições que hoje repassamos para os nossos próprios filhos e, sem nos darmos conta, vamos repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há sessenta, setenta anos renasceu e um dia se tornou nosso pai.
Olhamos nossos filhos e, lembrando de como a generosidade de nosso pai, os seus cuidados nos fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios rebentos.
Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância.
* * *
As mensagens repassadas às crianças calam profundamente em suas almas. Embora o tempo, a distância, as circunstâncias mais adversas, tudo o que as aninhou e animou nos anos infantis repercute pela vida afora.
Eis porque a infância tem um caráter de primordial importância ao ser humano. É nesse período de repouso para o Espírito, que se prepara para as lutas do mundo, que o ser se abastece de energias, vigor, valores reais que são, em verdade, as únicas heranças autênticas que os pais legam aos filhos.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 13 de agosto de 2013

EXAMES



A dor é agente de fixação, expondo-nos a verdadeira fisionomia moral.
O sofrimento é fotógrafo oculto. Deslinda os mais íntimos aspectos da personalidade e aclara os menores impulsos do coração, deixando ambos a descoberto.
Em razão disso, cada problema que te procura, radiografa-te certas zonas do ser, de modo a verificar-lhes o equilíbrio.
Cada provação testa-te ideias e sentimentos, para definir-lhes a sanidade.
A vida, expressando a Sabedoria Divina, observa cada um de nós, diariamente, examinando-nos o possível valor, a fim de valorizar-nos.
Cultura nobre granjeia tarefas enobrecidas.
Virtude alcança merecimento.
Quem aprende pode ensinar.
Quem semeia o melhor adquire o melhor.
Quem ajuda sem recompensa colhe apoio espontâneo.
Sê fiel ao bem para que o bem te revele através dos outros.
Cada um exporá a luz que guarda em si toda vez que chamado a exame, na hora da crise.

Emmanuel / Médium Chico Xavier - Livro: Justiça Divina (extrato) - Ed. FEB

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Perante os Amigos



O amigo é uma bênção que nos cabe cultivar no clima da gratidão.
Quem diz que ama e não procura compreender e nem auxiliar, nem amparar e nem servir, não saiu de si mesmo ao encontro do amor em alguém.
A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.
Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a ajudar aos entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual entendem eles, deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de nossa própria felicidade.
Em geral, pensamos que os nossos amigos pensam como pensamos, no entanto precisamos reconhecer que os pensamentos deles são criações originais deles próprios.
A ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Assim como espero que os amigos me aceitem como sou, devo, de minha parte, aceitá-los como são.
Toda vez que buscamos desacreditar esse ou aquele amigo, depois de havermos trocado convivência e intimidade, estaremos desmoralizando a nós mesmos.
Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante e, por vezes, a mudança das pessoas que amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.
Quanto mais amizade você der, mais amizade receberá.
Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.

André Luiz / Francisco Cândido Xavier
Livro: Sinal Verde

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Que mundo maravilhoso

Eu vejo arvores verdes, rosas vermelhas também
Eu vejo elas florescerem pra mim e você
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso
Eu vejo o céu azul e nuvens brancas
O dia iluminado abençoado, a noite escura sagrada
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão lindas no céu
Também estão nos rostos das pessoas passando
Eu vejo amigos apertando as mãos, dizendo "como vai?"
Eles estão realmente dizendo "Eu amo você"
Eu ouço bebês chorando, eu os assisto crescer
Eles vão aprender muito mais do que eu vou saber
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso
Sim, e eu penso comigo, que mundo maravilhoso
Eu vejo arvores verdes, rosas vermelhas também
Eu vejo elas florescerem pra mim e você
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Confie sempre em Deus


Confie sempre em Deus, pois ele é a rocha firme na qual você pode se apoiar. Faça do Senhor o seu apoio em todos os momentos da vida.
Nos momentos mais difíceis, Jesus segura sua mão e o conduz pelo caminho certo.
Sozinhos, não vamos muito longe, porque fraque­jamos, mas, apoiados na graça e na misericórdia de Deus, somos capazes de caminhar a passos largos, com coragem e cheios de entusiasmo, até alcançarmos a meta desejada.
Procure colocar sua esperança e confiança em Deus, e não nas pessoas. "E esta é a confiança que te­mos em Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve" (jo 5,14).
O ser humano pode nos decepcionar; Deus, ao contrário, nos conhece e nos ama profundamente e sabe o que é melhor para nós.
Lembre-se: mesmo que as montanhas mudem de lugar, o amor de Deus por você não muda jamais! Deus é um Pai misericordioso e  não nos julga pelas faltas e pecados.
Para Deus, somos preciosos e ele quer a nossa felicidade.

Rosemary de Ross

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Compromisso com a Consciência


Você certamente já leu ou ouviu, algum dia, a notícia de roubo, incêndio, naufrágio ou explosão de algum bem móvel ou imóvel que pertencia a alguém, não é mesmo?
No entanto, ninguém jamais ouviu ou leu uma manchete com os dizeres:
Foi roubada a coragem dessa ou daquela pessoa. Foi extraviada grande porção de otimismo.Quem a encontrar favor devolver no endereço citado.
Ou então, Incêndio consumiu toda a fidelidade de Fulano ou Naufragou a honestidade de Beltrano.
Enfim, nunca se ouve falar que as virtudes de alguém tenham sofrido assaltos ou outro dano qualquer.
Todavia, isso acontece diariamente quando as negociatas indignas põem por terra a honestidade e a honradez deste ou daquele cidadão, que sucumbe ante grandes quantias em dinheiro ou favorecimentos de toda ordem.
No entanto, as virtudes que se deixam arrastar por interesses próprios, não são virtudes efetivas, são ensaios de virtudes.
Quem verdadeiramente conquista uma virtude, jamais a perde.
Contou-nos um amigo, jovem advogado que labora num órgão público que, em certa ocasião, estava com uma pilha de processos sobre a mesa, quando seu superior entrou na sala, tomou dois daqueles processos e pôs de lado, dizendo-lhe:
Quero que você arquive estes processos.
O advogado perguntou por que razão deveria arquivá-los e o diretor respondeu simplesmente: Porque os acusados são meus amigos e me pediram esse favor.
O moço, que tinha compromisso sério com a própria consciência, fez com que os processos seguissem seu curso, sem interferir.
Tempos depois, os acusados tiveram que arcar com as custas do processo e indenizar vários cidadãos, aos quais haviam prejudicado de alguma forma.
Quando questionado por seu superior sobre o ocorrido, o advogado argumentou que o fato de os acusados serem seus amigos não era suficiente para isentá-los da responsabilidade de seus atos.
Se o jovem advogado não tivesse firmeza de caráter poderia ter dado ocasião a que fosse registrada em sua ficha espiritual a seguinte anotação:
Este Espírito sofreu, em tal data, um assalto da corrupção e da prepotência e teve seus bens mais preciosos, que são a fidelidade e a honestidade, roubados.
Felizmente isso não aconteceu.
* * *
Toda vez que permitimos que nosso patrimônio ético-moral seja comprado ou roubado, ficamos mais pobres espiritualmente.
Quando aplaudimos a corrupção e a ganância dos outros, somos coniventes com essas misérias morais, e empobrecemos.
Pense nisso, e considere que vale a pena preservar esse bem tão valioso que é o seu patrimônio moral.
Redação do Momento Espírita, com base em fato.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Conselhos Fraternais de Emmanuel


Meu amigo, muita paz! Enquanto não se converte o homem no herdeiro divino, em plena posse das riquezas eternas e dons imperecíveis do espírito, instituindo o Reino do Senhor na Terra, o clima do cristão constituir-se-á de lutas acerbas. Indispensável prosseguir, nas leiras da fé viva, arando e semeando para o futuro sem prender a atenção no passado. Transforma as pedras em flores, os obstáculos em estímulos. Todo o trabalho humano – serviço nosso na obra do Cristo – não pode apresentar características de perfeição absoluta. O Mestre, porém, aceita-nos a boa vontade no esforço da cooperação sincera e estende-nos mão forte, sempre que a perseverança na luz e no bem vibre em nossas atitudes. Continuemos, desse modo, atentos aos nossos deveres. A sombra é um desafio à nossa capacidade de brilhar ao Sol do Divino Amor que tudo converte em bênçãos de realização sublime com a Boa Nova. A incompreensão representa forte apelo ao nosso entendimento, a fim de que testemunhando, em silencio, a nossa fé, possamos aplicar todas as nossas oportunidades no abençoado serviço da redenção. O desprezo é uma convocação à revelação das nossas possibilidades de amar como Jesus nos amou. O caminho é longo e a missão é complexa. Exigem desassombro e serenidade, confiança e otimismo, compreensão e fraternidade. Não te esqueças de semelhantes armas em teu ministério. Dissemina a boa semente, edifica no Espírito Eterno, ergue o teu santuário interior para o Mestre e atende às obrigações edificantes que te foram confiadas. É sempre fácil sorrir perante o céu azul e ensinar nos dias dourados, plenos de tranqüilidade e de sol. É por isso que raros aprendizes sabem servir sob a noite tormentosa e ao logo das horas repletas de dores e dificuldades de toda sorte. A escola, entretanto, não é outra. Peçamos ao Divino Amigo nos conceda força para negarmos a nós mesmos, olvidando quanto possa constituir remanescentes de nosso passado delituoso e energia para nos glorificarmos em nossa cruz de cada dia, talhada nos testemunhos de trabalho, a que fomos convocados na hora presente. Somente assim, meu irmão, poderemos seguir a Luz dos Nossos Destinos, transformando-nos em viva mensagem de seu Infinito Amor a beneficio da Terra de paz e fraternidade com o Reino dos Céus, nos bem aventurados dias que virão.

Chico Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Quem são os regenerados?



“Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes, a alma que se arrepende neles encontra a calma e o repouso, acabando de se depurar. Sem dúvida, nesses mundos, o homem está ainda sujeito às leis que regem a matéria...” (Capítulo 3, item 17.)

Regenerados são todos aqueles que aprenderam a compartilhar deste mundo, contribuindo sempre para a sua manutenção e continuação, e que ao mesmo tempo, por perceberem que recebem à medida que doam, sustentam com êxito esse fenômeno de ―trocas incessantes. São os homens que descobriram que todos estamos ligados por inúmeras formas de vida, desde o micro ao macrocosmo, e que os ciclos da natureza é que vitalizam igualmente plantas, animais e eles próprios. Portanto, respeitam, cooperam e produzem, não pensando somente em si mesmos, mas na coletividade. Sabem que ao mesmo tempo, sozinhos ou juntos, somos todos viajantes nas estradas da vida universal, em busca de crescimento e perfeição. Voltaram-se para si mesmos e descortinaram a presença divina em sua intimidade e, em vista disso, agora não buscam somente a exterioridade da vida, mas a abundância da vida íntima, fazendo quase sempre uma jornada cósmica para dentro do seu universo interior, na intimidade da própria alma. Regenerados são os seres humanos que notaram que não podem modificar o mundo dos outros, mas apenas o seu próprio mundo. Que os indivíduos, lugares e ambientes não podem ser mudados, e que as únicas coisas que podem e devem ser alteradas são suas atitudes pessoais, reações e atos relacionados a esses mesmos indivíduos, lugares e ambientes de sua vida. Conseguiram angariar sabedoria em decorrência das vivências anteriores. Diferenciam o que lhes cabe fazer e, por conseguinte, o que são deveres dos outros. Só fazem, portanto, autojulgamento, deixando a cada um realizar sua própria avaliação. Na realidade, trazem certas competências e destrezas alicerçadas no poder de observação, por já possuírem uma considerável ―coleta de dados. São consideradas criaturas sábias, por seus constantes ―insights, isto é, compreensões súbitas diante de decisões e resoluções da vida. São homens que adquiriram a habilidade de resolver suas dificuldades com recursos novos e criativos, usando maneiras inovadoras de solucionar os acontecimentos do cotidiano. Reconhecem que a vida é uma sucessão de ocorrências interdependentes, por possuírem a capacidade de observar as relações existenciais. Sempre lançam mão dos fatos passados e os entrelaçam aos atuais, chegando à profunda compreensão das situações e de seus problemas. Descortinaram horizontes novos, porque reservaram no dia-a-dia algum tempo para se conhecer melhor, anotando ideias e sensações a fim de esclarecer para si próprios o porquê de sentimentos desconexos, emoções variáveis e ações contraditórias, visto que tal conhecimento os ajudará a viver de forma mais serena e previsível. Obtiveram transformações íntimas, surpreendentes, pois conseguiram se ver como realmente são. Retiram máscaras, que inicialmente lhes davam um certo conforto e segurança, já que depois, eles mesmos reconheceram que elas os aprisionavam por entre grilhões e opressões. Aprenderam que não vale a pena representar inúmeros papéis, como se a vida fosse um grande teatro, mas sobretudo assumir sua própria missão na Terra, porque constataram que cada um tem uma quota própria de contribuição perante a Criação, e que não nasce no Planeta nenhuma criatura cuja tarefa não tenha sido predeterminada. Regenerados são os reabilitados à luz das verdades eternas. Adotaram Jesus como o ―Sábio dos Sábios e, por seguirem Seus passos, fazem sempre o seu melhor. Reconheceram que o erro nunca será motivo de abatimento e paralisação e sim de estímulo ao aprendizado. Por isso, seguem adiante, pacientes consigo mesmos e com os outros, ganhando cada vez mais autonomia e discernimento ante as leis de amor que regem o Universo.

Francisco Do Espírito Santo Neto - Ditado por Hammed - Livro: Renovando Atitudes

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Quando tudo da errado.


O que se faz naquele dia em que tudo parece dar errado?
Há quem diga: Levantei com o pé esquerdo.
Entende-se que quem assim fala, acredita que um pé é mais valioso do que outro.
Esquece-se de que ambos os pés são preciosos, pois que a base sobre a qual recai o peso do corpo, sustentado pelas pernas.
De toda forma, nesse dia em que tudo deve dar errado, porque começou errado, o que fazer?
Primeiro: repelir a idéia de uma perseguição de Deus aos Seus filhos.
As coisas não dão errado porque Deus quer.
Dão errado porque nós, os Seus filhos, agimos errado.
Vejamos. Você levantou pela manhã atrasado? De quem é a culpa?
Não é do despertador, que não soou o alarme, ou soou mais tarde.
A questão é sua, porque quem programa as funções do aparelho é você.
Portanto, não há porque se zangar. O que acontece, em seguida, para o melhor ou para o pior, é sua decisão.
Você pode levantar de um pulo, pôr-se em pé, sair às tontas do quarto e... se bater na porta, em um móvel.
Pensasse que nada traria de volta os minutos passados, levantaria com calma e faria tudo com mais vagar.
Quando você está com pressa e tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, tem muita probabilidade de algo desagradável acontecer.
O leite transborda, sujando o fogão, você se corta ao fazer a barba, o botão da camisa cai, pela violência que você usa, tentando abotoá-lo.
Enfim, a lista é quase interminável. E a culpa, com certeza, não é de Deus.
Faça tudo com calma. O carro não dá partida?
Verifique o porquê e resolva, se possível, sem se estressar.
Perdeu o horário do ônibus?
Lembre que a sua ansiedade ou a sua irritação não fará o próximo se adiantar. Espere.
Se preciso, avise seu superior, sua chefia, seu cliente, do atraso.
Se perderá uma aula, uma prova, já perdeu. De que adianta gritar, se zangar? Nada trará de volta os minutos perdidos.
A palavra já diz: perdidos.
O trânsito está congestionado? Não faça tolices, não viole as regras do bom motorista.
Tenha sempre à mão um livro, uma revista e aproveite o tempo.
A chuva o surpreendeu no caminho? Aguarde um pouco. Tudo passa. A chuva também passa.
Aguardar um pouco não lhe deve causar maior preocupação.
Enfim, em tudo seja responsável e pense que em suas mãos está permitir que tudo ande nos eixos, ou não ande.
Tudo se resolva, a pouco e pouco, ou não.
Por fim, pense: não vale a pena perder minutos preciosos da vida por estresse, irritação ou impaciência.
Deus quer a sua felicidade. Colabore com Ele nesta conquista.
* * *
Tudo no Universo traduz harmonia, precisão. Os planetas obedecem às suas trajetórias e cada qual se enquadra, na linha do dever que lhe é própria.
Os astros giram, as estrelas lançam sua luz ao espaço. Tudo obedece ao Grande Pai de todos nós.
Não sejamos diferentes. Harmonizemo-nos.
Colaboremos com nossa própria felicidade.
E pensemos a cada dia: Hoje tudo vai dar certo. Perfeitamente certo.
Eu farei o possível para tudo acontecer acertadamente.

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Enfrentando a depressão

Considerada pelos especialistas como o Mal do século XXI, a depressão já atinge cerca de 15% da população mundial. A depressão é um estado d'alma que tem como causa diversos fatores. Mas o principal deles, e muitas vezes ignorado pelos especialistas, está radicado no cerne do Espírito imortal. O Espírito eterno é herdeiro de si mesmo. Pela Lei de Causa e Efeito ele traz, ao nascer, as experiências acumuladas ao longo dos milênios. O que geralmente ocorre é que o Espírito que se reconhece culpado cria, inconscientemente, um mecanismo de autopunição. Sabe que infringiu as Leis Divinas e por isso não se permite ser feliz. Assim, nos porões da consciência, o que Freud chama ID, estão esses clichês mentais que muitas vezes são causadores de depressões graves. Por essa razão, nem sempre é possível reverter esse mal sem uma ação profunda e efetiva, nas raízes do problema. O que acontece, muitas vezes, é que, sem se aperceberem da gravidade da enfermidade, muitos pais fortalecem as bases da depressão nos primeiros anos de existência dos filhos, adotando um comportamento inadequado. Quando a educação se baseia principalmente em questões materiais, visando uma projeção social e a abastança financeira do ser, geralmente está se criando fortes bases para que a depressão possa se instalar. Um exemplo simples está no fato de pais e educadores massificarem a ideia de que o sucesso é de quem consegue um lugar de destaque na sociedade. E que vencer na vida significa ter um cargo importante e dinheiro sobrando. Desde pequena a criança aprende a fazer cálculos, ouve falar em investimentos financeiros, juros, aprende a comparar seus brinquedos com os do amigo, o carro do pai com o carro do vizinho, etc. É iniciada desde cedo num mundo de competições, de concorrências, de incentivo ao ter em detrimento do ser. Por tudo isso, quando essa criança se torna adulta e mergulha numa profissão, não está preparada para lidar com as emoções e fraquezas que trouxe consigo de outras eras. Saberá muito bem calcular o quanto seu colega ganha mais do que ele, mas não subtrair uma simples ofensa do companheiro de trabalho. Saberá lutar pela primeira posição na empresa, mas não tolerar a mínima frustração de um afeto não correspondido. Conseguirá traçar metas brilhantes para elevar os lucros da empresa, mas não vencer o abismo que o distancia dos entes queridos. Criará estratégias eficientes para elevar-se na hierarquia, galgando postos de relevância, mas não compartilha a mínima tarefa em equipe. Quando não consegue nenhuma dessas façanhas que julga importantes, frustra-se e acredita-se imprestável, impotente, inútil. E, no final de tudo, aparece a depressão. Esse mal que tem origem nas raízes do ser imortal e que é causa de muitas desgraças nos dias atuais. Outro ponto falho é deixar de passar às crianças a ideia de Deus como um Pai amoroso e justo, além de extremamente misericordioso. Se ele cresce com a certeza da existência de Deus e do Seu amor, saberá confiar e alimentar a esperança de dias melhores, mesmo tendo que enfrentar algumas noites sem estrelas. A criatura que crê em Deus jamais se desespera, mesmo sabendo-se devedora das leis que regem a vida, pois tem a certeza de que Deus não quer o castigo nem a morte daquele que dá um passo em falso. Sabe que Deus deseja, tão somente, que acertemos o passo no compasso das Suas soberanas leis.
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Se o seu coração lhe diz que você já tropeçou antes, e as feridas abertas em sua alma o impedem de ser feliz, é momento de parar um instante para refletir. É o momento de abrir a alma ao Criador, reconhecendo os atos insanos e rogar o Seu perdão em forma de oportunidades para refazer o caminho. Certamente ouvirá a resposta do Pai amoroso a lhe dizer com suavidade:
Filho, cada dia que amanhece é a renovação da Minha confiança na sua redenção, no seu aprendizado, no seu progresso, como filho da luz que é. E enquanto houver dias amanhecendo, você saberá que o convite do Criador está se repetindo ao seu coração de filho bem-amado.
Redação do Momento Espírita