sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A esperança


Há dias que temos a impressão de que chegamos no fim do caminho. Olhamos para frente e não vislumbramos mais saída. Não há uma luz no fim do túnel, e não há também nenhuma possibilidade de volta.
Parece que todos os nossos projetos, nossos objetivos, foram levados para bem distante, e estamos sem possibilidade de alcançá-los.
Parece mesmo que o outono da existência fez com que secassem as nossas esperanças e o vento forte do inverno varresse das nossas mãos todos os sonhos acalentados.
A morte vem e arrebata os afetos da nossa alma deixando-nos o coração dilacerado.
Sentimo-nos perdidos. Não sabemos que rumo tomar. Ficamos atônitos.
Sentimo-nos como uma árvore ressecada, sem folhas, sem brilho, sem motivo para viver. É a desesperança.
De repente, como acontece com a natureza, a primavera muda toda a paisagem. As árvores secas enchem-se de brotos verdes, e logo estão cobertas de folhas e flores.
O tom acinzentado cede lugar às cores verdes de tonalidades mil. É a esperança.
Os entes caros, que nos antecederam na viagem de retorno à Pátria Espiritual, um dia estarão novamente junto aos nossos corações saudosos, num abraço de carinho e afeição.
Tudo em a natureza volta a sorrir. A relva verde fica bordada de flores de variados matizes, as borboletas bailam no ar, os pássaros brindam-nos com suas sinfonias harmoniosas. Tudo é vida.
Assim, quando a chama da esperança reacende em nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são substituídos por outros anseios. Nossos objetivos se modificam e o entusiasmo nos invade a alma.
Jesus, o Sublime Galileu, falou-nos da esperança no Sermão da Montanha, com o suave canto das bem-aventuranças.
Exemplificou-a nos Seus ditos e feitos. Enfim, toda Sua mensagem é de esperança.
Se formos visitados por qualquer dissabor e o desespero nos tomar de assalto, busquemos o nosso Amigo Maior, Jesus, através da oração.
Predispondo-nos pela prece, a ajuda chegará certamente, como suave bálsamo a penetrar nas fibras mais íntimas do nosso ser, dando-nos alento e tranquilidade.
Se a desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer: Meu fardo é leve, meu jugo é suave.
Se Seu jugo é suave, por que não O aceitamos?
Se Seu fardo é leve por que não O conduzimos?
Consideremos que o rigor do inverno pode ser o resultado da nossa falta de cuidado, submetendo-nos ao jugo da mentira, da ambição desmedida, do pessimismo,das queixas sem fim...
Ou talvez a desesperança resulte da nossa própria insensatez, carregando o pesado fardo dos prazeres inferiores, do orgulho, do egoísmo, da ganância, dos vícios de toda ordem, e de outros tantos fardos inúteis que nos sobrecarregam os ombros destroçando-nos as forças.
Dessa forma, em qualquer circunstância, deixemos que a esperança nos invada a alma, confiantes em Deus, que sempre nos dá oportunidades novas para refazermos caminhos, buscando a nossa redenção.
A esperança deve ser uma constante em nossas vidas.
Esperança de melhores dias;
esperança de realizações superiores;
esperança de paz.
* * *
Narra-se que um monge que vivia da mendicância, sem abrigo, recolheu-se numa gruta para o repouso noturno em bela paisagem banhada de luar.
Adormeceu, veio um bandido e lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho.
O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, aproximou-se da entrada da gruta e, emocionando-se com o que viu, exclamou:
Que bom que o ladrão não me furtou a lua!
E sorrindo, pôs-se a meditar.
Desesperar, nunca!
Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

COMPROMISSO COM A CONSCIÊNCIA



Compromisso exige responsabilidade.
Responsabilidade solicita equilíbrio moral.
Equilíbrio moral decorre da disciplina.
Disciplina sugere autoconhecimento.
Autoconhecimento resulta de educação.
Educação recorda preparo para a vida.
Vida é patrimônio divino que ninguém pode malbaratar inconsequentemente.
A vida é ensejo abençoado para os labores da evolução, criados em nome do Amor.
Ações produzem reações e todo impulso gera respostas na ordem das coisas.
Por essa razão, o equilíbrio é conquista ideal em face das circunstâncias e realizações humanas.
Compromisso com a consciência - ordem na conduta.
Conduta cristã - conquista de paz.
Não adie de forma alguma os compromissos de enobrecimento. Cada minuto na vida tem valor expressivo, pois significa ensejo de ajudar e ascender com a consciência ilibada.

Marco Prisco / Médium Divaldo Franco - Livro: Momentos de Decisão (extrato) - Ed. LEAL

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Coma os morangos da vida



Talvez, ao me ouvir falar em felicidade, você se pergunte se eu não tenho problemas, se tudo dá sempre certo para mim, se nunca passei por uma grande dificuldade que me tenha deixado marcas, como ocorre com a maioria das pessoas.
É claro que sim, sou como todo mundo. Tenho angústias, fico estressado, as pessoas às vezes me traem, mas eu procuro comer os morangos da vida.
Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco havia um urso imenso querendo devorá- lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente. Embaixo, prontas para engolí-lo, quando caísse, estavam nada mais nada menos do que seis onças tremendamente famintas.
Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando. Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas dos seus pés. As onças embaixo querendo comê- lo e o urso em cima querendo devorá- lo.
Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas refletindo o sol. Num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango.
Quando pôde olhá- lo melhor, ficou inebriado com sua beleza. Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento.
Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso.
Deu para entender?
Talvez você me pergunte: "Mas, e o urso?"
Dane-se o urso e coma o morango!
"E as onças?"
Azar das onças, coma o morango! Se ele não desistir, as onças ou o urso desistirão. . .
Às vezes, você está em sua casa no final de semana, com seus filhos e amigos, comendo um churrasco. Percebendo seu mau humor, sua esposa ou seu marido lhe diz: "Meu bem, relaxe e aproveite o Domingo!"
E você, chateado, responde: "Como posso curtir o Domingo se amanhã vai ter um monte de ursos querendo me pegar na empresa?"
Relaxe e viva um dia por vez: coma o morango.
Problemas acontecem na vida de todos nós, até o último suspiro.
Sempre existirão ursos querendo comer nossas cabeças e onças a arrancar nossos pés. Isso faz parte da vida e é importante que saibamos viver dentro desse cenário.
Mas nós precisamos saber comer os morangos, sempre. A gente não pode deixar de comê- los só porque existem ursos e onças.
Você pode argumentar: "Eu tenho muitos problemas para resolver."
Problemas não impedem ninguém de ser feliz.O fato de ter que conviver com chatos não é motivo para você deixar de gostar de seu trabalho. O fato de sua mulher estar com tensão pré-menstrual ou seu marido irritado com o dia-a-dia não os impede de tomar sorvete juntos.
O fato de seu filho ir mal na escola não é razão para não dar um passeio pelo campo.
Coma o morango, não deixe que ele escape. Poderá não haver outra oportunidade de experimentar algo tão saboroso. Saboreie os bons momentos.
Sempre existirão ursos, onças e morangos. Eles fazem parte da vida.
Mas o importante é saber aproveitar o morango. Coma o morango quando ele aparecer. Não deixe para depois. O melhor momento para ser feliz é agora.
O futuro é uma ilusão que sempre será diferente do que imaginamos.
As pessoas vêem o sucesso como uma miragem. Como aquela história da cenoura pendurada na frente do burro que nunca a alcança.
As pessoas visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas não trouxeram felicidade.
Então, continuam avançando e inventam outras metas que também não as tornam felizes. Vivem esperando o dia em que alcançarão algo que as deixará felizes. Elas esquecem que a felicidade é construída todos os dias.
Lembre- se: A felicidade não é algo que você vai conquistar fora de você. . ."

Roberto Shinyashiki

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A postura do Pai

Jesus tinha o hábito de ministrar ensinamentos por parábolas.
São pequenas histórias que contêm grandes lições.
O povo rude da época não possuía condições de compreender a amplitude das ideias do Mestre Divino.
Por isso, Ele sabiamente vestiu Suas ideias com uma capa de alegoria.
Cada qual identifica nessas histórias um ensinamento de acordo com seu nível de entendimento.
O Espiritismo lança luzes sobre uma série de questões que, por muito tempo, permaneceram incompreensíveis.
É interessante refletir sobre as parábolas tendo em mente princípios espíritas, como a reencarnação e as Leis de Liberdade e de Causa e Efeito.
A parábola do Filho Pródigo é emblemática, pelas graves reflexões que suscita.
Dentre elas, chama a atenção a postura do pai.
Ele é instado por um dos filhos a lhe fornecer recursos para sair pelo mundo.
Generosamente, atende o pedido do filho.
Quando esse retorna, em triste estado, não o recrimina.
Ao contrário, recebe-o com festas e presentes.
Perante o outro filho, que se revela ciumento, também sua conduta é generosa e compreensiva.
Vai até o mancebo e o exorta a se alegrar pelo retorno do irmão que estivera perdido.
Ele compreende as fraquezas de seus rebentos e não se agasta, não recrimina e nem afasta nenhum deles.
É possível vislumbrar na figura desse pai sábio e amoroso a representação da Divindade.
Deus fornece recursos para que Seus filhos se lancem no mundo.
Ele dota todos os Espíritos de variados talentos e permite que façam o que desejam.
Essa postura atesta a Lei de Liberdade que vigora no Universo.
Todos são livres para escolher o modo como desejam viver.
Entretanto, é necessário arcar com as consequências das opções feitas.
Deus não pune ninguém, pois não se ofende com os erros de Suas criaturas.
Ele fornece tantas oportunidades quantas sejam necessárias para que cada Espírito aprenda suas lições.
As reencarnações se sucedem, enquanto o Espírito constrói em si o respeito às Leis Divinas e se pacifica.
O pai de braços abertos ao filho pródigo simboliza a eterna boa vontade de Deus para com todos os Espíritos.
Ele não se cansa de esperar e jamais deixa de amar, por longas que sejam a rebeldia ou a ilusão.
Afinal, sabe que sempre chegará o momento de glória da paz conquistada e da harmonia construída no íntimo do ser.
A conduta do pai perante o filho enciumado contém o ensinamento da Lei de Fraternidade que deve reger as relações humanas.
Ele exorta o rapaz a se alegrar pelo resgate do irmão.
Tem-se aí a lição de que não é suficiente obedecer regras e viver retamente.
A plenitude da evolução só se dá quando o Espírito lança um olhar generoso ao seu próximo e lhe estende as mãos.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MECANISMOS DA EVOLUÇÃO


As conjunturas difíceis que vives fazem parte do processo evolutivo de todas as criaturas. Enfermidades, incompreensões, problemas do lar, limites orgânicos, dificuldades econômicas são os mecanismos de que se utilizam as Leis soberanas para estimular-te ao avanço, à conquista de mais elevados pisos.
Mesmo os triunfos aparentes, a fama transitória, a saúde, a tranquilidade doméstica tornam-se, as vezes, motivo de aflição.
Milton, o grande poeta inglês, afirmava que a Fama é a espora que eleva o espírito iluminado, a fim de que ele mais se desdobre e mais trabalhe, e quando, finalmente, pense em gozá-la, as Fúrias cindem o seu êxito e a vida fragilmente tecida.
O brilho da fama é visitado constantemente pela treva da inveja, que a tenta empanar ou mesmo apagá-la, levando a calúnia a tiracolo para o empreendimento nefasto.
As pessoas que aparentam felicidade e transitam no carro do triunfo, também experimentam dores e sofrem ansiedades, depressões.
Não te iludas com a vã esperança de lograres felicidade sem esforço e paz sem lágrimas.
A terra é a Escola dos aprendizes em fase de imperfeição e ignorância.
Alguns, bem intencionados, esforçando-se; outros, preguiçosos, criando embaraços para o próximo e para eles mesmos; diversos, distraídos e atrasados; raros, com aproveitamento louvável, mesmo assim vivendo as condições e peripécias da sua humanidade.
Também és estudante algo negligente, equivocando-te, envolvendo-te em pugnas mesquinhas, gerando animosidade, perdendo tempo útil.
Ghandhi afirmava que se me não matarem, terei fracassado na campanha da não-violência.
Raros os apóstolos do bem que não sofreram a perseguição dos próprios correligionários, transformados em competidores e difamadores cruéis.
Muitas vezes, o amigo solidário de agora se transmuda em adversário de mais tarde.
Não foram os inimigos que atraiçoaram e negaram Jesus; mas, Seus amigos invigilantes.
A ti cabe a honrosa tarefa de enfrentar os problemas e solucioná-los; de trabalhar a enfermidade e recuperar a saúde; de lutar e adquirir a paz íntima em qualquer situação a que te vejas conduzido.
No desequilíbrio que predomina em toda parte, sê tu quem permanece com serenidade.
No vozerio das acusações, seja o teu silêncio a forma de defesa.
Na urdidura de qualquer mal, a tua se torne a presença do bem.
Nunca abandones a trilha da fé, nem te apartes dos deveres sacrificiais, porque sofres ou defrontas dificuldades.
Facilidade, improvisação, sorte são expressões que não existem no dicionário dos códigos Divinos. Tudo 
são conquistas arduamente conseguidas.
Fiel ao ideal que abraças e à vida que te exorna a marcha, não temas, não recues e não te desesperes nunca.
A felicidade virá e permanecerá contigo a partir do momento próprio.

(Obra: Desperte e Seja Feliz - Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PAZ EM NÓS



A paz em nós não resulta de circunstâncias externas e sim da nossa tranquilidade de consciência no dever cumprido e é preciso anotar que o dever cumprido é fruto da compreensão.
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Compreender significa, na essência, desculpar as pessoas que nos cercam, nas oposições que nos façam e esquecer as ocorrências que nos mostrem adversas, a fim de que nos mantenhamos fiéis à tarefa que se nos indica.
Não te conturbem a censura ou a crítica dos outros no desempenho das obrigações que a vida te assinala, porquanto se aceita os próprios compromissos no bem geral, esses compromissos dizem respeito a ti mesmo e não aos que te observam, nem sempre com lógica e segurança.
Em qualquer atividade edificante, convém lembrar que ideias e palavras, ações e atitudes dos outros pertencem a eles e não a nós.
No critério de reciprocidade, é justo recordar que não nos sé lícito violentar essa ou aquela pessoa com opiniões e medidas tendentes a sufocar-lhes a personalidade.
As discussões auxiliam em muitos casos de assuntos obscuros ou de companheiros desinformados, mas servir aos semelhantes, doando-lhes, o melhor de nós, é o argumento decisivo para clarear os agentes de solução a qualquer problema.
Para colaborar no interesse do bem de todos, é imperioso olvidar-nos naquilo que as induções ao egoísmo nos impulsionem a titubear, ante as obrigações que a vida nos traça.
Ainda que todos o elementos exteriores se te revelem contrários à ação que desenvolves, é perfeitamente possível guardar a própria serenidade, desde que saibas entender pessoas e situações, deixando-as onde se coloquem e seguindo para a frente com o trabalho que te compete.
A paz em nós — repitamos — nasce da compreensão em serviço e a compreensão em serviço é mantida pela tolerância para com os erros alheios e até pela auto-aceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los sem tumulto e perda de tempo.
Em suma, enquanto não soubermos perdoar, não seremos livres para submeter-nos à prática do bem, segundo as Leis de Deus.

(De “Calma”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

DIANTE DE TUDO



Diante de tudo, estabelece Jesus para nós todos, uma conduta básica, de que todas as providências exatas se derivam para a solução dos problemas no caminho da vida.
Sombra - Caridade da luz.
Ignorância - Caridade do ensino.
Penúria - Caridade do socorro.
Doença - Caridade do remédio.
Injúria - Caridade do silêncio.
Tristeza - Caridade do consolo.
Azedume - Caridade do sorriso.
Cólera - Caridade da brandura.
Ofensa - Caridade da tolerância.
Insulto - Caridade da prece.
Desequilíbrio - Caridade do reajuste.
Ingratidão - Caridade do esquecimento.
Diante de cada criatura, exerçamos a caridade do serviço e da bênção.
Todos somos viajores na direção da Vida Maior.
Doemos amor a Deus, na pessoa do próximo, e Deus, através do próximo, dar-nos-á mais amor.

Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. - Livro: Caminho Espírita.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Jesus veio


“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” - PAULO - (Filipenses, 2:7.)

Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra.
Entretanto, tais reclamações não são justas.
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo.
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.
Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra.
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo. No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões.
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.
Recorda a demonstração do Mestre Divino.
Para vir a nós, aniquilou a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.

Livro: Caminho, Verdade e Vida

Francisco Cândido Xavier

Ditado pelo Espírito Emmanuel

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

DEUS TE GUARDE



Deus te guarde, alma querida e boa,
Pela dor que não dizes,
Quando a injúria te induz a suportar
Os problemas e os atos infelizes.
Deus te compense a tolerância
Quando olvidas o mal, Interpretando aquele que te agride
Por doente mental.
Deus te ilumine a frase de humildade
Ante o verbo agressor,
Quando te apagas para garantir
A presença do amor.
Deus te engrandeça o gesto de renúncia,
Onde a ambição, às tontas, se compraz,
Quando saber perder conforto e benefício
Em proveito da paz.
Deus proteja o silêncio em que te esforças
Na compreensão que te sustém,
Quando toleras golpe ou desafio
Sem ferir a ninguém.
Por tudo o que há de bom que nos ofertas
Na jornada de luz que te bendiz,
Pelo perdão constante em que te nutres,
Deus te guarde, alma irmã,
Deus te faça feliz

Maria Dolores / F. C. Xavier - Livro: A vida Conta

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Prece de Gratidão



Senhor, muito obrigado, pelo que me deste, pelo que me dás!
pelo ar, pelo pão, pela paz!
Muito obrigado, pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que contemplam o céu cor de anil, e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!
Pela minha faculdade de ver, pelos cegos eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na multidão, por eles eu oro e a Ti imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, numa outra vida, eles enxergarão!
Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro.
Ouvidos que ouvem a música do povo, que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais que a gente ouve uma vez e não se esquece nunca mais.
Diante de minha capacidade de ouvir,
pelos surdos eu te quero pedir, pois eu sei, que depois desta dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!
Muito obrigado Senhor, pela minha voz!
Mas também pela voz que canta, que ensina, que consola.
Pela voz que com emoção, profere uma sentida oração!
Pela minha capacidade de falar, pelos mudos eu Te quero rogar, pois eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!
Muito obrigado Senhor, pelas minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, que semeiam, que agasalham.
Mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos.
Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que numa noite fria, cuida ou lava louça numa pia.
Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.
Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.
E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar.
Porque eu vejo na Terra amputados, deformados, aleijados...e eu posso bailar!!...
Por eles eu oro, e a ti imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação,
eles também bailarão.
Por fim Senhor, muito obrigado pelo meu lar!
Pois é tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, uma casa no caminho, um bangalô, seja lá o que for!
O importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor!
O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...
De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!
Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar, ou alguém para desabafar..., não reclamarei, não lastimarei, nem blasfemarei.
Porque eu tenho a Ti!
Então muito obrigado porque eu nasci!
E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão por nós,
Muito obrigado Senhor!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A caridade desconhecida



A conversação em casa de Pedro versava, nessa noite, sobre a prática do bem, com a viva colaboração verbal de todos. Como expressar a compaixão, sem dinheiro? por que meios incentivar a beneficência, sem recursos monetários? Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna material eram invocados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os poderosos da Terra se encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando o Mestre interferiu, opinando, bondoso: — Um sincero devoto da Lei foi exortado por determinações do Céu ao exercício da beneficência; entretanto, vivia em pobreza extrema e não podia, de modo algum, retirar a mínima parcela de seu salário para o socorro aos semelhantes. Em verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas palavras e gestos pessoais de conforto e estímulo a quantos se achavam em sofrimento e dificuldade; porém, magoava-lhe o coração a impossibilidade de distribuir agasalho e pão com os andrajosos e famintos à margem de sua estrada. Rodeado de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que lhe absorvia o suor. Reconheceu, todavia, que, se lhe era vedado o esforço na caridade pública, podia perfeitamente guerrear o mal, em todas as circunstâncias de sua marcha pela Terra. Assim é que passou a extinguir, com incessante atenção, todos os pensamentos inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contato com pessoas interessadas na maledicência, retraia-se, cortês, e, em respondendo a alguma interpelação direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima ausente; se alguém, diante dele, dava pasto à cólera fácil, considerava a ira como enfermidade digna de tratamento e recolhia-se à quietude; insultos alheios batiam-lhe no espírito à maneira de calhaus em barril de mel, porquanto, além de não reagir, prosseguia tratando o ofensor com a fraternidade habitual; a calúnia não encontrava acesso em sua alma, de vez que toda denúncia torpe se perdia, inútil, em seu grande silêncio; reparando ameaças sobre a tranquilidade de alguém, tentava desfazer as nuvens da incompreensão, sem alarde, antes que assumissem feição tempestuosa; se alguma sentença condenatória bailava em torno do próximo, mobilizava espontâneo, todas as possibilidades ao seu alcance na defesa delicada e imperceptível; seu zelo contra a incursão e a extensão do mal era tão fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via pública, para que não oferecessem perigo aos transeuntes. Adotando essas diretrizes, chegou ao termo da jornada humana, incapaz de atender às sugestões da beneficência que o mundo conhece. Jamais pudera estender uma tigela de sopa ou ofertar uma pele de carneiro aos irmãos necessitados. Nessa posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde o servidor humilde compareceu receoso e desalentado. Temia o julgamento das autoridades celestes, quando, de improviso, foi aureolado por brilhante diadema, e, porque indagasse, em lágrimas, a razão do inesperado prêmio, foi informado de que a sublime recompensa se referia à sua triunfante posição na guerra contra o mal, em que se fizera valoroso empreiteiro.

Fixou o Mestre nos aprendizes o olhar percuciente e calmo e concluiu, em tom amigo: — Distribuamos o pão e a cobertura, acendamos luz para a ignorância e intensifiquemos a fraternidade aniquilando a discórdia, mas não nos esqueçamos do combate metódico e sereno contra o mal, em esforço diário, convictos de que, nessa batalha santificante, conquistaremos a divina coroa da caridade desconhecida.



Livro: Jesus no Lar

Francisco Cândido Xavier/Espírito Neio Lúcio

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A lição do acuçar



Um certo dia, um pastor foi em uma escola falar de Deus.
Chegando lá, perguntou se as crianças conheciam a Deus, e elas responderam que sim.
Continuou a perguntar e elas disseram:
"- Deus é o nosso pai. Ele fez a terra, o mar e tudo que está nela; nos fez como filhos dele."
O pastor se impressionou com a resposta dos alunos e foi mais longe:
- Como vocês sabem que Deus existe, se nunca o viram?
A sala ficou toda em silêncio, mas Pedro, um menino muito tímido, levantou a mãozinha e disse:
- A minha mãe me disse que Deus é como o açúcar no meu leite que ela faz todas as manhãs. Eu não vejo o açucar que está dentro da caneca no meio do leite, mas se ela tira, fica sem sabor. Deus existe, e está sempre no meio de nós, só que não o vemos, mas se Ele sair de perto, nossa vida fica... sem sabor.
O homem sorriu, e disse:
- Muito bem, Pedro, eu agora sei que Deus é o nosso açúcar e que está todos os dias adoçando a nossa vida.
Orou, deu a benção e foi embora da escola surpreso com a resposta daquela criança.
Não esqueçam de colocar açúcar em suas vidas...
(Autor Desconhecido)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

INSEGURANÇA



Há momentos em que se imiscuem, no sentimento do combatente, emoções desconcertantes.
Ressaibo do atavismo ancestral, que remanesce em contínuas investidas, logra vencer quantos lhe dão guarida, estimulados pela auto piedade e pela presunção.
Porque se espalha a agressividade, tens a impressão de que lhe serás a próxima vítima.
Diante das incertezas que decorrem da beligerância generalizada, absorves o vapor deletério que se expressa em forma de insegurança.
Tem cuidado com esse tipo de fobia em relação ao presente, ao futuro, e aos que te cercam.

Há os que se armam, pensando em reagir, quando agredidos.
Outros se condicionam para a agressão em primeiro passo, como mecanismo de defesa.
Diversos revestem-se de falsa condição de superioridade, evitando os contatos humanos que lhes parecem desagradar.
Desarma-te desses vãos atavios.
Ergue-te em pensamento a Deus e n’Ele confia.
Somente acontece o que é necessário para o progresso do homem, exceto quando ele, irresponsavelmente, provoca situações e acontecimentos prejudiciais, por imprevidência e precipitação.
Cultivando o otimismo e a paz, avançarás no teu dia-a-dia, vencendo o tempo e poupando-te aos estados de insegurança íntima, porque estás sob o comando de Deus.

(De “Episódios diários”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Tire o pó se precisar


Tire o pó se precisar.
Não deixe suas panelas brilharem mais do que você!!!!
Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério! Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela! Uma casa só vai virar um lar quando você for capaz de escrever "Eu te amo" sobre os móveis! Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso "alguém aparecesse para visitar" - mas depois descobri que ninguém passa "por acaso" para visitar - todos estão muito ocupados passeando, se divertindo e aproveitando a vida! E agora, se alguém aparecer de repente? Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém... ...as pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiquei fazendo o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida... Caso você ainda não tenha percebido: A VIDA É CURTA... APROVEITE-A!!! Tire o pó... se precisar... Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, assar um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas sementinhas? Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR ! Tire o pó... se precisar... Mas você não terá muito tempo livre... Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com os cachorros, ouvir música e ler livros, cultivar os amigos e aproveitar a vida!!! Tire o pó... se precisar... Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente.... - Pense bem, este dia não voltará jamais!!! Tire o pó... se precisar... mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa não será mais tão fácil de fazer como agora... E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também vai virar pó!!! Ninguém vai se lembrar de quantas contas você pagou, nem de sua casa tão limpinha, mas vão se lembrar de sua amizade, de sua alegria e do que você ensinou. AFINAL: "Não é o que você juntou, e sim o que você espalhou que reflete como você viveu a sua vida."

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Caridade segundo o apóstolo Paulo


Ainda que eu fale todas as línguas dos homens e dos anjos, ainda que eu fale todas as línguas dos anjos e dos homens, se eu não tiver amor, serei apenas um bronze que ressoa, um sino que retine.
Ainda que eu possua o dom das profecias, saiba todas as ciências, ainda que eu possua um tamanho grau de fé que me permita remover montanhas, se eu não tiver amor eu não nada serei.
Ainda que eu distribua os meus bens entre os pobres, e deixe então o fogo consumir meu corpo, nenhum proveito tiro, se eu não tiver amor.
O AMOR, É PACIENTE, O AMOR É BONDOSO, NÃO É NADA EXIGENTE, ARROGANTE, ORGULHOSO, JAMAIS É DESCORTÊS, NUNCA INTERESSEIRO. O AMOR NÃO SE IRRITA, NÃO GUARDA RANCOR NO CORAÇÃO, TUDO DESCULPA, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA. O AMOR NÃO TERÁ FIM. AS PROFECIAS, SIM.
As línguas se calarão. As Ciências tem seu termo. Imperfeito, é o nosso conhecimento e também as profecias.
MAS QUANDO VIER O QUE É PERFEITO, O QUE IMPERFEITO DESAPARECERÁ.
Quando eu era criança, brincava como criança, pensava como criança, como criança raciocinava. Homem feito me despojei dos atributos de criança.
POR ENQUANTO ENXERGAMOS DEUS ATRAVÉS DE UM ESPELHO. MAS UM DIA TEREMOS A VISÃO DE DEUS DE FACE A FACE. POR ENQUANTO CONHEÇO APENAS UMA PARTE, MAS LOGO O CONHECEREI, COMO SOU POR ELE CONHECIDO.
TEMOS AGORA A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR!
MAS DOS TRÊS, O MAIS EXCELENTE É O AMOR.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

CADA MÃE É UMA FLOR


Cada mãe é uma flor, no Mundo criado por Deus
Seu ventre, o paraíso, para o filho que concebeu
Consciência e amor, para nos preparar lhe deu
Todos os puros sentimentos, para gerar os filhos Seus
Para todas deu Grandezas, para a Seus filhos conceber
Tratá-los como fez Maria, para como Jesus Cristo ser
Em todos os momentos da vida, dar amor e proteger
Amar e dar bom exemplo, antes e depois de nascer
Ensinar toda Verdade, falar de um Deus de Amor
Que não castiga nem vinga, sempre a todos perdoou
Está sempre de braços abertos, perdoando quem errou
Infinitamente bom e justo, nunca a Seus filhos vingou
És como o Pai Eterno, que acompanha nossos passos
Que perdoa e espera de volta, até os filhos ingratos
Os que saíram do caminho, e não voltam para Seus braços
Até os últimos momentos da vida, Ele fica a esperá-los
És um Ser infinitamente perfeito, és o símbolo do Amor
És igual a Natureza, resistes o destruidor
És as vidas abandonadas, acolhes e dás calor
Não recusas em ajudar, o coração sofredor
Ninguém pode avaliar, o quanto Deus ama seus filhos
De todas as crianças que nascem, Ele é o Pai Divino
Cuida e ama todo tempo, desde quando concebidos
Para que cumpram as missões, como está no predestino
Durante a gravidez, te ajuda todo tempo
Para tratares como um messias, para ajudar com bom exemplo
Para ser feliz e alegre, e ter só bons pensamentos
Para não sair do bom caminho, e dos males ficares isento

Jôe Luiz - Espírito de Luz
Psicografada Pelo Médium Rui Souza

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Os olhos do Amor


Capítulo 15, item 6 (ESE)

“Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens, e mesmo a língua dos anjos, se não tivesse caridade não seria senão como um bronze sonante...”“... A caridade é paciente; é doce e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária e precipitada; não se enche de orgulho; não é desdenhosa; não procura seus próprios interesses; não se melindra e não se irrita com nada...”(Capítulo 15, item 6.)
Quando Paulo de Tarso definiu a verdadeira caridade, deixando implícito ser a “reunião de todas as qualidades do coração”, isto é, o “amor”, diferenciou-a completamente da prestação de serviços aos outros, da distribuição de esmolas, da assistência social, da ajuda patológica aos dependentes afetivos, de compensações de baixa estima, ou de tudo que se referia a atitudes exteriores, sem qualquer envolvimento do amor verdadeiro. Reforçou seu conceito acrescentando que: “E quando tivesse distribuído meus bens para alimentar os pobres, e tivesse entregue meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso não me serviria de nada”.
Muitas vezes, “doamos coisas” ou “favorecemos pessoas”, a fim de proporcionar a nós esmos, temporariamente, uma sensação de bem-estar, de poder íntimo ou de vaidade pessoal, como que compensamos nossos desajustes emocionais e complexos de inferioridade.
São sentimentos transitórios e artificiais que persistem entre as criaturas, que, por não se encontrarem satisfeitas consigo mesmas, trazem profunda desconsideração e desgosto, e super valorizou-se fazendo “algo para o próximo”, para provar aos outros que são boas, importantes e merecedoras de atenção. Na realidade, caridade é amor, e amor é a divina presença de  Deus em nós. Raio com que Ele modela tudo, o amor é considerado a real estrutura da vida e a base de toda a Lei Universal.
É imprescindível esclarecermos que há inúmeras formas de focalizar a caridade, e nós nos reportaremos a ela como o “amor-essência” - energias que emergem de nossa natureza mais profunda: a Onipresença Divina que habita em tudo. Minerais, vegetais, animais e seres humanos, ao mesmo tempo que vibram também recebem essa “vitalidade amorosa”, num fenômeno de trocas incessantes. Um mineral de rocha permanecera como tal, enquanto a “atração” e a “tendência” de seus átomos e moléculas se mantiverem atraídos e integrados uns aos outros. Tais “atrações” constituem os primeiros estágios dessa energia do amor nos seres primitivos. Semelhante “poder atrativo” prospera e se movimenta em cada fase da vida, de conformidade com o grau evolutivo em que se encontram os elementos e as criaturas em ascensão. Observemos a Natureza: propensões, gostos e identificações com as quais se particularizam cada ser do Universo, inclusive a própria criatura humana, são movimentações dessa “força de predileção”, nomeada comumente por “aspiração amorosa”. Segundo o apóstolo João, “Deus é Amor: aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele”. (1) Consequentemente, nós, herdeiros e filhos Dele, somos Amor, criados por esse plasma divino; portanto, somos oriundos do “Amor Incomensurável”, que sustenta e dirige suas criaturas e criações universais.
Todos nós estamos nos descobrindo no processo dinâmico da evolução, que se assemelha a um gradativo despetalar de camadas e mais camadas; inicia-se pelas mais densificadas até atingir “o cerne” - nosso âmago amoroso. “Deus fez os homens à sua imagem e semelhança” (2) e, dessa forma, somente conheceremos o verdadeiro sentido da caridade como amor criativo, integrador e generoso, quando tivermos uma clara consciência de nós mesmos.
No momento em que passamos a identificar nos outros a mesma essência de amor da qual eles e nós somos feitos, seremos capazes de discernir o que é o sentimento de caridade. Seja jovens, velhos, crianças, sadios ou doentes, seja homens ou mulheres, se passarmos a amá-los incondicionalmente, como nos exemplificou Jesus, Nosso Mestre e Senhor, aí estaremos completamente integrados na caridade.
Caridade não consiste em assumir e comandar sentimentos, decisões, bem-estar, problemas, evolução e destino das pessoas, aquilo, enfim, que elas podem e devem fazer por si mesmas, porque quando tentamos reduzir as dificuldades delas, responsabilizando-nos por seus atos, estamos também impedindo seu real crescimento e amadurecimento, somente alcançados através das experiências que precisam enfrentar. Assim, distorcemos a genuína mensagem da caridade, do amor ou da doação verdadeira.
Encontramos ainda na1a Epístola de João: “Não escrevo um novo mandamento, mas sim aquele que tivemos desde o princípio: que amemos uns aos outros”. (3) Quanto mais limitada e particularizada for a maneira de viver o amor, menor será nossa consciência de que todos os seres humanos têm uma capacidade ilimitada de amar ao mesmo tempo muitas pessoas. Quanto mais o amor for compartilhado com os outros, mais nos desenvolveremos e nos plenificaremos na vida.
Olhar os outros com os olhos do amor é a grande proposta da caridade. O verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus, era: “Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas”. (4) Caridade é amor, e não há amor onde não houver “profundo respeito” aos seres humanos. Se substituirmos na conceituação de perdão” por Jesus as palavras “benevolência”, “indulgência e “amor-respeito”, compreenderemos realmente esse sentimento incondicional do Mestre por todas as criaturas.
“Amor-respeito para com todos”, “Amor-respeito para com as imperfeições alheias”, “Amor-respeito aos ofensores”: aqui estão as regras básicas da conduta do Cristo. Não olvidemos, porém, que respeitar os outros não quer dizer “ser conivente” ou “manter cumplicidade”.
Concluímos ajustando o texto de Paulo ao nosso melhor entendimento: “Ainda que eu falasse a língua dos homens e também a dos anjos; ainda que eu tivesse o dom da profecia e penetrasse todos os mistérios; ainda que eu dominasse a ciência e tivesse uma fé tão grande que e movesse montanhas, tudo isso não me serviria de nada se não tivesse amor-respeito aos seres humanos”.

(1) 1º João 4:16. - (2) Gênesis 1:26. - (3) 1º João 3:11. - (4) Questão 886, O Livro dos Espíritos.
Renovando Atitudes (Francisco Do Espírito Santo – Espírito Hammed)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

COM SIMPLICIDADE E AFEIÇÃO



Diante das pessoas muito feridas por graves dores morais, mantém-te comedido.
Não será o excesso verbal que suavizará a dor.
Procura sentir a origem da aflição, afim de auxiliares com proveito.
Em certas ocasiões, o silêncio e a afeição pelo aflito realizam milagres de renovação. Em outras, a palavra gentil e esclarecedora produz resultado.
Nem a mudez incômoda, nem o expressar de opiniões complexas e de difícil assimilação.
Para cada caso, um comportamento próprio.
Não intentes resolver, num momento, problemas que se vem agravando há muito tempo, nem subestimes o estado angustiante do teu próximo.
As dores nem sempre são o que representam, mas o que lhes atribuem aqueles que as sofrem.
Cada um vê um problema pela ótica pessoal.
O que te é insignificante, para outrem é grave. Muitas outras coisas que te parecem importantes, para outras pessoas nada valem.
A vida são as experiências de cada criatura, segundo seu grau de evolução e seus interesses.
Portanto, age com simplicidade e afeição.

Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco - Livro: Roteiro de Libertação (extrato) - Ed. LEAL

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Oração de Chico Chavier




Que eu continue a acreditar no outro mesmo sabendo de alguns valores tão esquisitos que permeiam o mundo;

Que eu continue otimista, mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre;

Que eu continue com a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida;

Que eu permaneça com a vontade de ter grandes amigos(as), mesmo sabendo que com as voltas do mundo, eles(as) vão indo embora de nossas vidas;

Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar esta ajuda;Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que os desafios são inúmeros ao longo do caminho;

Que eu exteriorize a vontade de amar, entendendo que amar não é sentimento de posse, é sentimento de doação; Que eu sustente a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo, escurecem meus olhos;

Que eu retroalimente minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria;

Que eu atenda sempre mais à minha intuição, que sinaliza o que de mais autêntico possuo; Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses;

Que eu não perca o meu forte abraço, e o distribua sempre;

Que eu perpetue a beleza e o brilho de ver, mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos;

Que eu manifeste o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia;

Que eu acalente a vontade de ser grande, mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena; E, acima de tudo...Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós!E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!

Chico Xavier