quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Divino Semeador


Quando Jesus nasceu, uma estrela mais brilhante que as outras luzia, a pleno céu, indicando a manjedoura.

A princípio, pouca gente lhe conhecia a missão sublime.
Em verdade, porém, assumindo a forma duma criança, vinha Ele, da parte de Deus, nosso Pai Celestial, a fim de santificar os homens e iluminar os caminhos do mundo.
O Supremo Senhor que no-lo enviou é o Dono de Todas as Coisas. Milhões de mundos estão governados por suas mãos. Seu poder tudo abrange, desde o Sol distante até o verme que se arrasta sob nossos pés; e Jesus, emissário d'Ele na Terra, modificou o mundo inteiro. Ensinando e amando, aproximou as criaturas entre si, espalhou as sementes da compaixão fraternal, dando ensejo à fundação de hospitais e escolas, templos e instituições, consagrados à elevação da humanidade. Influenciou, com seus exemplos e lições, nos grandes impérios, obrigando príncipes e administradores, egoístas e maus, a modificarem programas de governo. Depois de sua vinda, as prisões infernais, a escravidão do homem pelo homem, a sentença de morte indiscriminada a quantos não pensassem de acordo com os mais poderosos, deram lugar à bondade salvadora, ao respeito pela dignidade humana e pela redenção da vida, pouco a pouco.
Além dessas gigantescas obras, nos domínios da experiência material, Jesus, convertendo-se em Mestre Divino das almas, fêz ainda muito mais.
Provou ao homem a possibilidade de construir o Reino da Paz, dentro do próprio coração, abrindo a estrada celeste à felicidade de cada um de nós.
Entretanto, o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
Viveu num lar humilde e pobre, tanto quanto ocorre a milhões de meninos, mas não passou a infância despreocupadamente. Possuiu companheiros carinhosos e brincou junto deles. No entanto, era visto diariamente a trabalhar numa carpintaria modesta. Vivia com disciplina. Tinha deveres para com o serrote, o martelo e os livros. Por representar o Supremo Poder, na Terra, não se movia à vontade, sem ocupações definidas. Nunca se sentiu superior aos pequenos que o cercavam e jamais se dedicou à humilhação dos semelhantes.
Eis porque o jovem mantido à solta, sem obrigações de servir, atender e respeitar, permanecer em grande perigo.
Filho de pais ricos ou pobres, o menino desocupado é invariavelmente um vagabundo. E o vagabundo aspira ao título de malfeitor, em todas as circunstâncias. Ainda que não possua orientadores esclarecidos no ambiente em que respira, o jovem deve procurar o trabalho edificante, em que possa ser útil ao bem geral, pois se o próprio Jesus, que não precisava de qualquer amparo humano, exemplificou o serviço ao próximo, desde os anos mais tenros, que não devemos fazer a fim de aproveitar o tempo que nos é concedido na Terra?
Pelo Espírito Neio Lúcio
XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. FEB. Capítulo 23.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ESCUTA E AGE



      Livra-te das amargas lembranças que te prendem aos escuros caminhos do passado.
       Não te detenhas a examinar a própria aflição, imbuído de pessimismo e invalidade.
       É inútil a água que repousa no lodo e ineficiente o trabalhador que não produz.
       Vale-te do ensejo e tempo disponível para aprofundar considerações otimistas de renovação e atividade.
       Não lamentes, afirmando: "Sou infeliz".
       Não anules o apelo, dizendo: "Quem sou eu para ajudar".
       Quem decreta a própria inutilidade se desconhece.
       Estás no lugar certo, no momento exato e com os recursos exigíveis. Movimenta o interesse paralisado e experimenta começar.
       Recupera a alegria e deixa que a esperança ilumine o céu sombrio de tua alma.
       Ninguém atingirá as Alturas Espirituais sem a movimentação do sacrifício, nem se justificará no fracasso apresentando a desculpa: "Eu não pude".
     
.Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A receita da felicidade



Tadeu, que era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova, em casa de Pedro, entusiasmara-se na  reunião, relacionando os imperativos da felicidade humana e clamando contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio. Tocado de indisfarçável revolta, dissertou largamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes no povo, situando-lhes a causa nas deficiências políticas da época, e, depois que expendeu várias considerações preciosas, em torno do assunto, Jesus perguntou-lhe:
- Tadeu, como interpreta você a felicidade?
- Senhor, a felicidade é a paz de todos.
O Cristo estampou significativa expressão fisionômica e ponderou:
- Sim, Tadeu, isto não desconheço; entretanto, estimaria saber como se sentiria você realmente feliz.
O discí­pulo, com algum acanhamento, enunciou:
- Mestre, suponho que atingiria a suprema tranquilidade se pudesse alcançar a compreensão dos outros. Desejo, para esse fim, que o próximo me não despreze as intenções nobres e puras. Sei que erro, muitas vezes, porque sou humano; entretanto, ficaria contente se aqueles que convivem comigo me reconhecessem o sincero propósito de acertar.
Respiraria abençoado júbilo se pudesse confiar em meus semelhantes, deles recebendo a justa consideração de que me sinta credor, em face da elevação de meu ideal. Suspiro pelo respeito de todos, para que eu possa trabalhar sem impedimentos. Regozijar-me-ia se a maledicência me esquecesse.
Vivo na expectativa da cordialidade alheia e julgo que o mundo seria um paraí­so se as pessoas da estrada comum se tratassem de acordo com o meu anseio honesto de ser acatado pelos demais. A indiferença e a calúnia doem-me no coração. Creio que o sarcasmo e a suspeita foram organizados pelos Espíritos das trevas, para tormento das criaturas.
A impiedade é um fel quando dirigida contra mim, a maldade É um fantasma de dor quando se põe ao meu encontro. Em razão de tudo isso, sentir-me-ia venturoso se os meus parentes, afeiçoados e conterrâneos me buscassem, não pelo que aparento ser nas imperfeições do corpo, mas pelo conteúdo de boa-vontade que presumo conservar em minha alma.
Acima de tudo, Senhor, estaria sumamente satisfeito se quantos peregrinam comigo me concedessem direito de experimentar livremente o meu gênero de felicidade pessoal, desde que me sinta aprovado pelo código do bem, no campo de minha consciência, sem ironias e críticas descabidas.
Resumindo, Mestre, eu queria ser compreendido, respeitado e estimado por todos, embora não seja, ainda, o modelo de perfeição que o céu espera de mim, com o abençoado concurso da dor e do tempo.
Calou-se o apóstolo e esboçou-se, na sala singela, incontido movimento de curiosidade ante a opinião que o Cristo adotaria.
Alguns dos companheiros esperavam que o Amigo Celeste usasse o verbo em comprida dissertação, mas o Mestre fixou os olhos muito lí­mpidos no discípulo e falou com franqueza e doçura:
- Tadeu, se você procura, então, a alegria e a felicidade do mundo inteiro, proceda para com os outros, como deseja que os outros procedam para com você. E caminhando cada homem nessa mesma norma, muito breve estenderemos na Terra as glórias do Paraí­so.

Jesus no Lar
Francisco Cândido Xavier / Espí­rito Neio Lúcio

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Desbravando mistérios


       “Então Jesus disse estas palavras: Eu vos rendo glória, meu Pai, Senhor do Céu e da Terra, por haverdes ocul­tado essas coisas aos sábios e aos prudentes, e por as haver revelado aos simples e aos pequeninos.” (Mateus, 11:25)
(ESE - Capítulo 7, item 7.)

       Vaie considerar que, quando Jesus afirmou que Deus havia ocultado os mistéiios aos sábios e aos prudentes e os tinha revelado aos simples e pequenos, em verdade observava que certos homens de cultura e intelectualidade achavam-se perfeitos eruditos, não pre­cisando de mais nada além do seu cabedal de instrução.
       Por sua vez, orgulhosos porque retinham vários títulos, acre­ditavam-se superiores e melhores que os outros, fechando assim as comportas da alma às fontes inspirativas e intuitivas do plano espiritual.
       Porém, os “pequenos e simples”, aos quais se reportava o Mestre, são aqueles outros que, devido à posição flexível em face da vida, descortinam novas idéias e conceitos, absorvendo desco­bertas e pesquisas de todo teor, selecionando as produtivas, para o seu próprio mundo mental. Por não serem ortodoxos, ou sej a, con­servadores intransigentes, e sim afeiçoados à reflexão constante das leis eternas e ao exercício da fé raciocinada, reúnem melhores con­dições de observar a vida com os “olhos de ver”.
        São conhecidos pela “maturidade evolutiva”, que é ava­liada levando-se em conta seus comportamentos nos mais varia­dos níveis de realização, entre diversos setores (físico, mental, emocional, social e espiritual) da existência humana.
Pelo modo como agem e como se comportam diante de pro­blemas e dificuldades, “os pequenos e os simples” têm uma noção exata de sua própria maturidade espiritual. Além disso, sentem uma sensação enorme de serenidade e paz pela capacidade, pela eficiên­cia e pelos atributos pessoais, e por se comportarem dentro do que esperavam de si mesmos.
Simples são os descomplicados, os que não se deixam en­volver por métodos extravagantes, supostamente científicos, e por critérios de análise rígida. Simples são os que sempre usam a lógica e o bom senso, que nascem da voz do coração.
São aqueles que não entronizam sua personalidade megalo­maníaca atrás de mesas douradas e que não penduram pergami­nhos para a demonstração pública de exaltação do próprio ego.
Os “sábios” a quem o Senhor se referia eram os domina­dores e controladores da mente humana, que desempenhavam pa­péis sociais, usando máscaras diversas segundo as situações convenientes. Estão a nossa volta: são criaturas sem originalidade e criatividade, porque não auscultam as vibrações uníssonas que des­cem do Mais Alto sobre as almas da Terra.
Não suportam a mais leve crítica - mesmo quando cons­trutiva - de seus atos, feitos, raciocínios e ideais; por isso, deixam de analisá-la para comprovar ou não sua validade. Por se consi­derarem “donos da verdade”, reagem e se irritam, esquecendo-se de que esses comentários poderiam, em alguns casos, proporcionar-lhes melhores reflexões com ampliação da consciência.
Vale considerar que esses “sábios” não se lançam em novas amizades e afeições, pois conservam atitudes preconceituosas de classe social, de cor, de religião e de outras tantas, amarrando-se aos exclusivismos egoísticos.
Não obstante, o Mestre Jesus se reportava às luzes dos céus, que agilizariam os simples a pensar com mais lucidez, a se expressar com maior naturalidade, para que pudessem desbravar os mistérios do amor e das verdades espirituais, transformando-se no futuro nos reais missionários das leis eternas.
“Simples” são os espontâneos, porque abandonaram a hipocrisia e aprenderam a se desligar quando preciso do mundo externo, a fim de deixar fluir amplamente no seu mundo interior as correntezas da luz; são todos aqueles que prestam atenção no “Deus em si” e entram em contato com Ele e consigo mesmo; são, enfim, aqueles que já se permitem escutar sua fonte interior de inspiração e, ao mesmo tempo, confiar nela plenamente.


Renovando Atitudes
Francisco do Espírito Santo Neto
Ditado pelo espírito Hammed

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OCIOSIDADE


Sorrateiramente se instala na casa mental, entorpecendo a vontade.
Disfarça-se de cansaço, sugerindo repouso.
Justifica-se como necessidade de refazimento de forças, exigindo, cada vez, maior soma de horas.
Apresenta-se como enfermidade, impondo abandono de tarefas.
Desculpa-se, em nome da exaustão das energias, que deseja recobrar.
Reage contra qualquer proposição de atividade que implique no inconveniente esforço.
A ociosidade é cruel inimigo da criatura humana e fator dissolvente que se insinua nas tarefas do bem, nas comunidades que laboram pelo progresso.
Após vencer aquele de quem se apossa, espalha o seu ar mefítico, contaminando quantos se acercam da sua vítima, que se transforma em elemento pernicioso, refugiando-se em mecanismos de evasão de responsabilidade sob a condição de abandonado pela fraternidade alheia.
* * *
O ocioso faz-se ególatra; termina impiedoso.
Solicita direitos, sem cumprir com os deveres que lhe dizem respeito.
Parasito social, é hábil na dissimulação dos propósitos infelizes que agasalha.
Dispõe de tempo para censurar os que trabalham e observa, nos outros refletidas, as imperfeições que de si transfere.
Sua palavra enreda os incautos, torpedeando os programas que exigem ação.
Quando não se demora anestesiado, mentalmente, pelos vapores tóxicos que emite e absorve, consegue exibir falsa compostura, atribuindo-se superioridade que está longe de possuir, no ambiente onde se encontra.
Escolhe serviços e especifica tarefas, que jamais cumpre integralmente, acusando os outros ou escusando-se por impedimentos que urde com habilidade.
É adorno de aparência agradável, que sugere valor ainda não conseguido.
Bom palestrante, conselheiral, cômodo, refugia-se na gentileza para atrair simpatias, desde que lhe não seja exigido esforço.
Sabe usar os recursos alheios e estimula as tendências negativas, insuflando, com referências encomiásticas, o orgulho, a vaidade, a insensatez.
Na enfermidade de que padece, não se dá conta da inutilidade que o caracteriza.
* * *
Teresa d'Ávila, atormentada por problemas artríticos e outros, na sua saúde delicada, exauria-se, silenciosa, nas tarefas mais cansativas do Monastério, embora portadora de excelentes dons espirituais.
Bernadette Soubirous, a célebre vidente de Lourdes, afadigava-se, enferma, nos trabalhos mais vigorosos, até a total impossibilidade de movimentos.
Allan Kardec, advertido pelo seu médico, Dr. Deméure, então desencarnado, para que poupasse as energias, prosseguiu ativo até o momento da súbita desencarnação.
E Jesus, que jamais se escusou ao trabalho, são lições que não podem nem devem ser ignoradas.
* * *
Se não gostas ou não queres trabalhar, sempre encontrarás justificativas para dissimular a ociosidade.
O progresso de que necessitas, porém, não te desculpará o tempo perdido ou mal empregado.
Volverás à liça, em condição menos afortunada, sendo-te indispensável o esforço para a sobrevivência.
Os membros, que se não movimentam na atividade edificante, atrofiam-se, perdem a finalidade, e apenas se recuperarão sob injunções mui dolorosas.
Oxalá te resguardes da ociosidade.
Melhor a exaustão decorrente do bem, vivenciado a cada instante, do que a agradável aparência, cuidada e rósea, mediante a exploração do esforço alheio e a nutrição da inutilidade ociosa.

(De “Otimismo”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

INDAGAÇÕES A NOS MESMOS

Que seremos na casa de nossa fé, em companhia daqueles que comungam conosco o mesmo ideal e a mesma esperança?
Uma fonte cristalina ou um charco pestilento?
Um sorriso que ampara ou um soluço que desanima?
Uma abelha laboriosa ou um verme roedor?
Um raio de luz ou uma nuvem de preocupações?
Um ramo de flores ou um galho de espinhos?
Um manancial de bênçãos ou um poço de águas estagnadas?
Um amigo que compreende e perdoa ou um inquisidor que condena e destrói?
Um auxiliar devotado ou um expectador inoperante?
Um companheiro que estimula as particularidades elogiáveis do serviço ou um censor contumaz que somente repara imperfeições e defeitos?
Um pessimista inveterado ou um irmão da alegria?
Um cooperador sincero e abnegado ou um doente espiritual, entrevado no catre dos preconceitos humanos, que deva ser transportado em alheios ombros, à feição de problema insolúvel?
Indaguemos de nós mesmos, quanto à nossa atitude na comunidade a que nos ajustamos, e roguemos ao Senhor para que o vaso de nossa alma possa refletir-lhe a Divina Luz.
 
    
(Obra: Correio Fraterno - Chico Xavier/André Luiz)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

APRENDER E RETIFICAR


Não há experiência sem preço.

Tudo na vida corresponde a certo resultado. Daí conhecermos os verbos aprender e retificar.
       A escolha determina o trabalho.
       O trabalho mede as qualidades do espírito.
       Um homem busca um diploma universitário que lhe faculte o exercício de profissão liberal, mas não atingirá a meta à custa de expectação e votos ardentes, e sim por estudo e atividade, atenção e disciplina.
       É isso verdadeiramente aprender.
       Se, porém, abusa do título para ferir outros, é justo assuma compromissos perante a vida que somente o labor da expiação conseguirá redimir.
       O reajuste, agindo, compele a retificação.
       Ante o sofrimento, esqueçamos a antiga noção de crime e castigo, pois a evolução não é gratuita.
       Refazimento é reequilíbrio. Toda educação pede renúncia e todo aprimoramento roga serviço.
       A paz verdadeira não é prêmio à ociosidade.
       Grandes realizações rogam por grandes lutas.
       É preciso saibamos escolher, com firmeza, o caminho do esforço máximo na exaltação do bem.
        

.Emmanuel / Médium Chico Xavier
Livro: Nascer e Renascer

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

NAS CONEXÕES



      Conforto físico exagerado – amolecimento de caráter.
        Hábito de mentira – disposição para calúnia.
       Pensar no mal – tropeçar no crime.
       Irresponsabilidade constante – caminho da insensatez.
       Remorso tardio – tormento prolongado.
       Renúncia ao prazer – fortalecimento espiritual.
       União com a verdade – independência e vida.
       Insistência no bem – realização de simpatia e elevação.
       Exercício do dever – disciplina do viver.
       Arrependimento com ação retificadora – vitória sobre o erro.
       Todo exercício no sentido da vida superior representa manifestação de crescimento espiritual. Conexão entre pensamento e ação.
       Mente na oração e mãos no trabalho geram alegria e renovação.
       Mente – liberdade ou cárcere.
       Ação – felicidade ou ruína.
       Pensar no Bem e agir bem é programa-roteiro de iluminação e eternidade.
        
.Marco Prisco / Médium Divaldo Franco

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

DEVER



       Dever é a série de lições, no livro da vida, a que fomos chamados pela Eterna Sabedoria.
       Superficialmente, por vezes, é uma coleção de serviços menos agradáveis, que nos induzem a pequeninas renúncias.
       Esses serviços, contudo, são vínculos espirituais que nos sustentam a ligação com a Paternidade de Deus, que no-los traça como providenciais a nosso próprio aperfeiçoamento.
       Aqui, é o lar convertido em ninho de inquietação... Ali, é a casa de trabalho, com determinadas ordenações...
       Além, é o esposo difícil ou a companheira incompreensiva...
       Acolá, é o filho que frustra as melhores esperanças ou o amigo que nos complica o trabalho.
       Mais além, é a humilhação a suportar ou a incompreensão alheia que nos cabe tolerar.
       O cristão é uma consciência na luminosa cruz dos deveres de cada dia. Amemo-los, porque, por trás deles, vive a mão amorosa do Senhor a guiar-nos das sombras do mundo para os domínios da Luz Espiritual.
       
.Emmanuel / Médium Chico Xavier

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

FALTAS



      O gesto impensado criou constrangimento.
       O gracejo impróprio pareceu um golpe.
       Não houve intenção de ferir, mas a desarmonia partiu de bagatela e agigantou-se.
       De outras vezes, ofendemos realmente.
       A cólera cega-nos e injuriamos.
       Pretendemos aconselhar e ferimos o coração de quem nos ouve.
       Criamos, assim, distância e aversão.
       Se a consciência te acusa, repara a falta enquanto é cedo.
       Chispa de fogo gera incêndio.
       Leve alfinetada prepara a infecção.
       Humildade é caminho.
       Entendimento é remédio.
       Perdão é profilaxia.
       Muitas vezes, loucura e crime, dispersão e calamidade nascem de pequeninos desajustes acalentados.
       Não hesites em rogar desculpas, a favor da concórdia. Na maioria dos casos de incompreensão, em que nos imaginamos vítimas, os reais culpados somos nós mesmos.

.Emmanuel / Médium Chico Xavier
Livro: Justiça Divina

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

AS FORÇAS DO AMANHÃ



"Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?" - Paulo (I Coríntios, 5:6)

Ninguém vive só.
Nossa alma é sempre núcleo de influência para os demais.
Nossos atos possuem linguagem positiva.
Nossas palavras atuam à distância.
Achamo-nos magneticamente associados uns aos outros.
Ações e reações caracterizam-nos a marcha.
É preciso saber, portanto, que espécie de forças projetamos naqueles que nos cercam.
Nossa conduta é um livro aberto. Quantos de nossos gestos insignificantes alcançam o próximo, gerando inesperadas resoluções.
Quantas frases, aparentemente inexpressivas, arrojadas de nossa boca estabelecem grandes acontecimentos.
Cada dia emitimos sugestões para o bem ou para o mal.
Dirigentes arrastam dirigidos.
Servos inspiram administradores.
Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?
Um pouco de fermento leveda a massa toda. Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.
Acautele-te, pois, com o alimento invisível que forneces às vidas que te rodeiam.
Desdobra-se-nos  o destino em correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam de nossa atividade voltarão ao centro de nossa atividade, amanhã.

(De “Segue-me!...”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

HUMANIDADE REAL



 
                             “...Eis o Homem!”- Pilatos. (João, 19:5.)

        Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre...
        Nem banquete, nem púrpura.
        Nem aplauso, nem flores.
        Jesus achava-se diante da morte.
        Terminava uma semana de terríveis flagelações.
        Traído, não se rebelara.
        Preso, exercera a paciência.
        Humilhado, não se entregou a revides.
        Esquecido, não se confiou à revolta.
        Escarnecido, desculpara.
        Açoitado, olvidou a ofensa.
        Injustiçado, não se defendeu.
        Sentenciado ao martírio, soube perdoar.
        Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.
        Mas, exibindo-o, diante do povo Pilatos não afirma: - Eis o condenado, eis a vítima!
        Diz simplesmente: - “Eis o Homem!”
        Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.
        Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas  morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real.

(De “Fonte Viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

AÇÃO — BONDADE


        A cobrança da gratidão diminui o valor da dádiva.
       O bem não tem preço, pois que, à semelhança do amor, igualmente não tem limite.
       Quando se faz algo meritório em favor do próximo, aguardando recompensa, eis que se apaga a qualidade da ação, em favor do interesse pessoal grandemente pernicioso.
       O Sol aquece e mantém o planeta sem qualquer exigência.
       A chuva abençoa o solo e o preserva rico, em nome do Criador, sustentando os seres, e se repete em períodos ritmados, não pedindo nada.
       O ar, que é a razão da vida, existe em tão harmonioso equilíbrio e discrição, que raramente as criaturas se dão conta da sua imprescindibilidade.
-o-
       Faze o bem com alegria e, no ato de realizá-lo, fruirás a sua recompensa.
       Ajuda a todos com naturalidade, como dever que te impões, a favor de ti mesmo, e te aureolarás de paz.
       Se estabeleces qualquer condição para ajudar, desmereces a tua ação, empalidecendo-lhe o valor.
       Une-te ao exército anônimo dos heróis e apóstolos da bondade. Ninguém te saberá o nome, no entanto, o pensamento dos beneficiados sintonizará com a tua generosidade, estabelecendo elos de ligação e segurança para a harmonia do mundo.
       Os que se destacam na ação comunitária e são aplaudidos, homenageados, sabem que, sem as mãos desconhecidas que os ajudam, coisa alguma poderiam produzir.
       Assim, os benfeitores verdadeiros são os da retaguarda e não os que brilham nos veículos da Comunicação.
       Aproveita o teu dia e vai semeando auxílios, esparzindo bondade de que esteja rica a tua vida, e provarás o licor da alegria na taça da felicidade de servir.
(De “Episódios Diários”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

IDEIAS PARA HOJE



Ninguém foge aos princípios de causa e efeito, mas ninguém está privado da liberdade de renovar o próprio caminho, renovando a si mesmo.
-o-
Cada um de nós, onde se encontre agora, permanece em meio da colheita daquilo que plantou, com a possibilidade de efetuar novas sementeiras.
-o-
Em nossas próprias tendências de hoje será possível entrar no conhecimento do que fazíamos ontem.
-o-
Achamo-nos todos presentemente no lugar certo, com as criaturas certas e com as obrigações exatas, a fim de realizarmos o melhor ao nosso alcance.

(De “Endereços da Paz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

PERANTE OS CAÍDOS


Tão fácil relegar ao infortúnio os nossos irmãos caídos!... Muitos passam por
aqueles que foram acidentados em terríveis enganos e nada encontram a fim de
oferecer-lhes, senão frases como estas: "eu bem disse", "avisei muito"...
No entanto, por trás da queda de nosso amigo menos feliz estão as lutas da
resistência, que só a Justiça Divina pode medir.
Este foi impelido a delinquência e faz-se conhecido agora por uma ficha no
cadastro policial; mas, até que se lhe consumasse a ruína, quanto abandono e quanta
penúria terá arrastado na existência, talvez desde os mais recuados dias da infância!...
Aquele se arrojou aos precipícios da revolta e do desanimo, abraçando o delírio da
embriaguez; contudo, até que tombasse no descrédito de si mesmo, quantos dias e
quantas noites de aflição terá atravessado, a estorcegar-se sob o guante da tentação
para não cair!... Aquela entrou pelas vias da insensatez e acomodou-se no poço da
infelicidade que cavou para si própria; todavia, em quantos espinheiros de necessidade e
perturbação ter-se-a ferido, ate que a loucura se lhe instalasse no cérebro
atormentado!... Aquele outro desertou de tarefas e compromissos em cuja execução
empenhara a vitoria da própria alma e resvalou para experiências menos dignas,
comprometendo os fundamentos da própria vida; no entanto, quantas lágrimas vertido,
até que a razão se lhe entenebrecesse, abrindo caminho a irresponsabilidade e a
demência!...
Diante dos companheiros apontados a censura, jamais condenes! Pensa nas
trilhas de provação e tristeza que haverão perlustrado até que os pés se lhes
esmorecessem, vacilantes, na jornada difícil! Reflete nas correntes de fogo invisível que
lhes terão requeimado a mente, ate que cedessem as compulsões terríveis das trevas!...
Então, e só então, sentiras a necessidade de pensar no bem, falar no bem,
procurar o bem e realizar unicamente o bem, compreendendo, por fim, a amorosa
afirmação de Jesus: "Eu não vim a Terra para curar os sãos".
 

(Obra: Alma e Coração - Chico Xavier / Emmanuel)