sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Oportunidade


"Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo está pronto." - (JOÃO, capítulo 7, versículo 6.)

O mau trabalhador está sempre queixoso. Quando não atribui sua falta aos instrumentos em mão, lamenta a chuva, não tolera o calor, amaldiçoa a geada e o vento.
Esse é um cego de aproveitamento difícil, porqüanto somente enxerga o lado arestoso das situações.
O bom trabalhador, no entanto, compreende, antes de tudo, o sentido profundo da oportunidade que recebeu. Valoriza todos os elementos colocados em seus caminhos, como respeita as possibilidades alheias. Não depende das estações. Planta com o mesmo entusiasmo as frutas do frio e do calor. É amigo da Natureza, aproveita-lhe as lições, tem bom ãnimo, encontra na aspereza da semeadura e no júbilo da colheita igual contentamento.
Nesse sentido, a lição do Mestre reveste-se de maravilhosa significação. No torvelinho das incompreensões do mundo, não devemos aguardar o reino do Cristo como realização imediata, mas a oportunidade dos homens é permanente para a colaboração perfeita no Evangelho, a fim de edificá-lo.
Os cegos de espírito continuarão queixosos; no entanto, os que acordaram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta, não passou, nem está por vir. É o dia de hoje, é o ensejo bendito de servir, em nome do Senhor, aqui e agora...
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 73.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os dias graves do Senhor

Estes são os dias, os dias graves do Senhor!
É necessário que as criaturas humanas abramo-nos ao Evangelho restaurado e nos permitamos ser instrumentos do Condutor de Vidas, para que possamos aplainar os caminhos que a Sua Misericórdia vem percorrer.
Espíritas!
Assumistes um compromisso antes do berço. Firmastes no Além um documento de responsabilidade para proclamar o Reino de Deus na Terra, no momento das grandes aflições.
Pedistes o testemunho e o sofrimento para respaldarem a qualidade da vossa tarefa.
Não recalcitreis, pois, ante o espinho do testemunho.
Permanecei solidários para que não experimenteis solidão.
Cantai um hino de louvor e de bem-aventuranças, para que as vossas não sejam as lágrimas do remorso, ao contrário, sejam as da gratidão.
Não postergueis o momento da renovação interior.
Se colheis, por enquanto, os cardos e se sorveis a taça da amargura que preparastes antes, semeai paz, alegria e amor para a colheita do futuro.
O Espiritismo é Jesus voltando de braços abertos e trazendo no Seu séquito os corações afetuosos que vos anteciparam na viagem de volta ao Grande Lar, e que, numa canção de júbilo, agradecem a Deus a honra de participarem da Era Nova do Espírito imortal.
Tornai-vos sábios na simplicidade, na cordura, na gentileza e ricos na compaixão.
O amor cobre a multidão dos pecados e a compaixão coroa o amor de ternura.
Começando por agora, aqui, o trabalho de lapidação do caráter para melhor, conseguireis, como estamos tentando conseguir, a palma da vitória.
Nada que vos atemorize. Que mal podem fazer aqueles que caluniam, que mentem, que perseguem, se tudo quanto fizerem perde o seu sentido no túmulo?
Jornaleiros da Imortalidade, avançai cantando Jesus para os ouvidos moucos do mundo, e apresentando-O para os que se ocultaram nas furnas da loucura, das sensações e do despautério.
Hoje é o momento sublime de construir e, em breve, o momento de ser feliz.
Muita paz, meus filhos. Com todo carinho, o servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final da Conferência pública, realizada no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 26 de agosto de 2010.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Em Louvor da Verdade

Em Louvor da Verdade
... relevai-nos a sugestão de trabalho, embora rogueis a luz sem esforço.
.. o Espiritismo que indaga simplesmente deu lugar, há muito tempo, ao Espiritismo que estende os braços.
...atravessais verdadeira floresta, onde os caminhos de volta ao campo da Luz Divina parecem intransitáveis.
Pensamentos de egoísmo, de incompreensão, de discórdia, vaidade e orgulho se entrechocam, à maneira de projéteis invisíveis ao redor de vossa personalidade, e se faz imperiosa a coragem para os óbices multiplicados não nos vençam os labores recíprocos.
...efetivamente, a vossa procura é nobre e edificante.
... bem-aventurados aqueles que demandam a verdade e que anseiam por passagem libertadora no rumo da claridade eterna!
...não comeceis o empreendimento da própria iluminação, ao modo de um homem que iniciasse a construção de uma casa pelo teto.
...soletrai, antes de tudo, o alfabeto da bondade.
Sem as primeiras letras do amor, nunca entenderemos o sagrado poema da vida.
... é indispensável abrir o coração, vaso destinado às sementes do Céu, convertendo-nos em instrumentos do bem ativo e incessante.
...não iluminaremos a mente sem purificar os olhos, tanto quanto ninguém alcança o discipulado do Senhor, sem mobilizar as mãos na obra redentora da terra.
...encetemos a reestruturação dos próprios destinos, compreendendo-nos mutuamente.
...que lição recolheremos na visita de benfeitores que residem à distância, se não aprendemos a fraternidade primária com o próximo?
...ouçamos a mensagem das necessidades que nos cercam.
Há dor e ignorância, treva e indiferença, na estrada em que pisais: estendamos, através dela, o nosso sentimento cristão, imitando o lavrador que não desampara a terra lodosa do charco.
...não esperemos o paraíso, quando ainda nem mesmo auxiliamos no trato do chão que operamos.
...espíritos endividados, perante a Bondade Divina que nos deu ouvidos para registrar os ensinamentos da vida, olhos para surpreender a luz, braços para erguer o castelo de nossa própria felicidade e recursos imensos para dilatarmos o nosso próprio engrandecimento espiritual, guardemos a fé, servindo e auxiliando, corrigindo a nós mesmos e amando a todos, em louvor da verdade.
...nossa vida é um campo aberto.
Nosso coração é uma fonte.
Cada um de nossos atos é mensagem viva.
Que nossa alma se afeiçoe ao bem supremo, sob a inspiração de Jesus, a fim de que o mundo se transforme em Seu Reino.

 Bezerra de Menezes
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 28 de agosto de 2012

PARTICIPAÇÃO NA FELICIDADE



                        Quando alguém chora acoimado por este ou aquele problema, fácil é participares do seu drama, dilatando esforços para diminuir-lhe o padecimento.

        Ante a fome ou a enfermidade experimentas o apelo aos elevados sentimentos que te concitam à ajuda automática e rápida.
        Sem dúvida todo socorro que se oferta a alguém que sofre é de relevante significação.
        Caridade, sim, a dádiva material e o gesto moral de solidariedade.
        Indispensável, porém, não te deteres na superfície da realização.
        Há os que são solidários na dor, assumindo a posição de benfeitores, em lugar de realce com o que se realizam interiormente.
        Todavia, quando defrontam amigos em prosperidade, companheiros em evidência, conhecidos em situação de relevo, deixam-se ralar por mágoa injustificável, transformando-se em fiscais impenitentes e acusadores severos que não perdoam a ascensão do próximo.
        Ressentimentos se acumulam nas paisagens íntimas, e, azedos, referem-se ao êxito alheio, vencido por torpe inveja.
        Não sabem o preço do triunfo de qualquer procedência, quando na Terra.
Ignoram os contributos que deve doar todo aquele que se alça a situação de destaque.
        Farpas de maledicência e doestos do ciúme, perseguição sistemática disfarçada de sorrisos, ausência de amigos legítimos tornam as ilusórias horas douradas do homem de relevo em momentos difíceis de ser vencidos.
        Assume posição diferente.
Sem que te faças interessado no que ele tem ou é, rejubila-te com o progresso de quem segue contigo.
        Quando alguém se eleva, com ele se ergue toda a Humanidade. Quando cai é prejuízo na economia moral do planeta.
        Solidário na dificuldade do teu irmão, participa dos júbilos do teu próximo para que a ingestão do veneno do despeito e do tóxico da animosidade não te destrua a alegria de viver.
        Ser feliz com a felicidade alheia é também forma de caridade cristã.

(De “Leis Morais da Vida”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

PENSAMENTOS


“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.” — Paulo. (FILIPENSES, CAPÍTULO 4, VERSÍCULO 8.)

Todas as obras humanas constituem a resultante do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental quê os produziu, nos movimentos incessantes da vida.
O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se
renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessidade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos. Não será tão-somente com os primores intelectuais da Filosofia que o discípulo iniciará seus esforços em realização desse teor. Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista.
Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades que o homem não consegue alcançar sem trabalho e sacrifício do coração.
É por isso que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensamentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências redentoras, encontram, de novo, análogas
perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.
Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.
O conselho de Paulo aos Filipenses apresenta sublime conteúdo. Os discípulos que puderem compreender-lhe a essência profunda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, terão encontrado a divina equação.

Francisco C. Xavier (Emmanuel) Pão Nosso

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Falando ao Trabalhador

"O progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou re- tardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade." O CÉU E O INFERNO 1ª parte - Capítulo 3º - Item 7.
Trabalhador da vida persevera agindo no bem.
As criaturas na Terra, de certo modo, se parecem com matérias brutas antes de serem trabalhadas.
Diante do solo que te não pode oferecer argila para a olaria ou leiras para a sementeira, evita a blasfêmia.
Trabalha a terra, dando-lhe o amor que te escorre abundante e amparando-a com a dádiva da linfa vivificante.
Ante a montanha não amaldiçoes as pedras.
Trabalha-as e arrancarás formas preciosas.
Frente à árvore retorcida não lhe desprezes os galhos.
Trabalha o lenho, retirando tábuas e mourões que ensejem agasalhos e utilidades.
Face ao ferro envelhedio e gasto não o injuries. Trabalha nele com o auxílio do fogo e aplica-o em variados usos.
Defrontando o lodo não o insultes.
Trabalha, drenando-o, e conseguirás aí abençoada seara que se cobrirá, oportunamente, de flores e frutos.
Há muitos corações, igualmente assim, na estrada dos homens.
Espíritos difíceis de entender, empedernidos na indiferença, retorcidos pelo ódio, envelhecidos no erro, perdidos na inutilidade, comprazendo-se na ignorância e na crueldade.
Não reclames nem os desprezes.
Abre os braços e socorre-os em nome do amor. Quanto te seja possível trabalha junto a eles e neles, confiante no Divino Trabalhador.
Possivelmente os resultados não virão logo nem o êxito do trabalho surgirá de imediato.
Muitas vezes sangrarão tuas mãos na execução da obra e dilacerarás o próprio coração.
De início a dificuldade, o esforço e a perseverança no trabalho.
Mais tarde a assistência carinhosa e o zelo cuidadoso.
Por fim surpreenderás, feliz, a vitória do trabalho paciente, sorrindo como flores na lama, saudando a beleza e a glória da vida em nome de Jesus, o Obreiro da felicidade de nós todos.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 39.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TRATAMENTO E DESTINO

        Que o destino pode ser tratado, não há dúvida. E com palavras resumidas, ser-nos-á possível encontrar a chave de semelhante providência, nos exemplos simples da vida.
*
        No processo curativo, o campo doente para mostrar-se recuperado solicita a renovação das células.
*
        Na higiene, o foco enfermiço deve ser extinto, em auxílio à saúde geral.
*
        Na área das construções, esse ou aquele trecho comprometido reclama completo refazimento.
*
        Em agricultura, o escalracho será erradicado para que a lavoura nobre venha a surgir.
*
        Igualmente na vida, êxito e melhoria nascem de comportamento e rumo, tanto quanto rumo e comportamento para o bem e para a felicidade dependem de nossos pensamentos.
*
        Pensamentos positivos em matéria de consciência tranquila, limpeza de intenções, reajuste de maneiras e supressão de hábitos inferiores são suportes indispensáveis para a edificação de vida melhor.
*
        Pense e fará o que pensa.
        Faça e você será aquilo que faz.
André Luiz
(De “Busca e acharás”, de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

LUZ ÍNTIMA

         Dispostos ao trabalho de iluminação, não meçamos esforços na ação da caridade.
        A caridade moral, profunda e de alto significado, consiste em libertar as almas da ignorância.
Quando se transmitem instruções, apresentam-se diretrizes; quando se educa, criam-se hábitos;
Quando se evangeliza, abrem-se horizontes infinitos para que se os penetrem com sabedoria.
Em nosso ministério de amor, instruímos, educamos, mas, se não evangelizarmos o espírito, ele permanecerá na ignorância da vida transcendente.
        Estigmatizado pela dor, desejando libertar-se, aceita a medicação da palavra, porém, para que se desenvolva, é necessário insculpir a luz da verdade no comportamento, e, mudando de atitude mental, voltar-se para o bem.
        Somos todos sofredores, os que ainda mourejamos na face do planeta, e por isso, em nosso socorro fraternal aos desencarnados, falemos-lhes a linguagem do coração e da mente, contribuindo para que, em se evangelizando, encontrem a luz íntima que nunca mais se apagará.
 
(De “Suave luz nas sombras”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vontade

Comparemos a mente humana – espelho vivo da consciência lúcida – a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.
Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução
e da cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem
os investimentos da alma.
Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.
A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.
Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.
A eletricidade é energia dinâmica.
O magnetismo é energia estática.
O pensamento é força eletromagnética.
Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.
A Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.
O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo
causas que comandam os problemas do destino.
Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.
Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina
sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.
 
Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - pelo Espírito Emmanuel

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

AM0R A DOIS

O amor é assunto sagrado para os homens, tanto quanto é o instinto de vida para os animais e a lei para as coisas que nos servem. Ninguém vive sem amar. As criaturas têm carência de afetividade, tanto ou muito mais que de alimento para o corpo físico, pois ele é alimento dos mais qualificados para a alma.

No entanto, as suas divisões são inúmeras, de acordo com as necessidades.
Aqui, tratamos mais acentuadamente do amor a dois. É justo que esse amor seja um pouco diferente do amor universalizado, do amor de pais com filhos e filhos com pais, do amor às plantas e do amor aos animais. E, assim,
sucessivamente.

No amor a dois, tem que existir um pouco de egoísmo, mas aquele tão fraco que perde seu significado comum, porque cede um pouco para o dever.
Assemelha-se, nesse caso, à água para matar a sede: quente, é insuportável; solidificada, não serve; fria, é adequada. No amor a dois, tem de haver um pouco de ciúme, mas aquele que não escandaliza, que não se faz acompanhar pelo ódio e pela vingança, que não maltrata, que não perturba. Aquele em que a ponderação faz perder a ferocidade e alivia a tensão, sendo, apenas, vigilância. Ele é como todos os alimentos: com excesso, fazem-nos mal. Todos os venenos são medicamentos, muitas vezes indispensáveis, dependendo da dosagem que se toma.

Não pode existir amor no lar, quando os dois não querem amor e terminou o interesse de um pelo outro. O mais evoluído tem a grande saída da renúncia, desde que essa renúncia não esteja salpicada do insulto, das reclamações, das vibrações de rancor, alimentando a vingança enjaulada no coração, para que um dia solte a fera, a devorar a pequena paz que ainda reste.
 Essa renúncia também passa a perder o seu nome sagrado e toma a forma de egoísmo prepotente.

É bom que nos certifiquemos de uma coisa: estamos, encarnados e desencarnados, viajando na Terra, fazendo um curso nela. E ainda não é tempo de gozarmos a felicidade que, por enquanto, não construímos.
Podereis encontrar em vossa esposa uma inimiga do passado, pessoa a quem deveis bastante, ou por quem tenhais sido prejudicado.
Reunidos como cônjuges em um lar, é a melhor oportunidade de saldardes as dívidas, tranquilizando as consciências.

O vosso dever é fazer a vossa parte. Sendo amado ou não, amai com sinceridade. Se o vosso amor está mal interpretado pela vossa companheira, modificai-o de modo a agradá-la. Ele é qual o líquido que toma a forma da vasilha. E, se as bênçãos de Deus vos deu uma esposa, ou um esposo, coerente em tudo que se refere à vida a dois, aperfeiçoai esse amor, purificai-o, fazendo dos corações reatores divinos, para que possais, em outra dimensão, estendê-los aos filhos, parentes e companheiros, e por vezes à humanidade.
 Ganhai tempo, pelo tempo que vos deram e enriqueçais no beneplácito do amor, compreendendo que somente ele libera as criaturas da prisão da ignorância.

Não exijais compreensão da pessoa que vive convosco. Emprestai a vossa. Em todos os lances da vida, o exemplo é nota harmoniosa em qualquer instrumento humano. Sede útil à pessoa que amais sem quererdes anunciar vossos feitos, procurando gratidão. Isso é troca que não condiz com a caridade. Não vos impacienteis de trabalhar em silêncio, em favor dos outros, principalmente de quem vos pertence pelo amor. Nada que se faz fica escondido. No entanto, se tilintar o gazofilácio da vaidade, podereis perder o vosso trabalho valioso, porque desfigurais a dignidade da beneficência.

Se ainda temeis fazer o bem, sem que os outros saibam, é porque não confiais nos preceitos do Mestre, nas leis de Deus. Tende fé, meu filho, alimentai a confiança, e nunca percais a alegria de ser útil, principalmente àqueles que vivem convosco. O amor a dois, quando correspondido e firmado pelo tempo, é a porta pela qual poderemos entrar para a verdadeira felicidade do futuro. É ele que carimba o nosso amor para a universalidade.
 
(Fonte: “Horizontes da Mente”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

ANJO DA GUARDA

Todos temos um desses gênios tutelares que nos inspira nas horas difíceis e
nos dirige pelo bom caminho.
Daí a poética tradição cristã do Anjo da Guarda.
Não há concepção mais grata e consoladora.
Saber que temos um amigo fiel e sempre disposto a nos socorrer, de perto
como de longe, nos influenciando a grandes distâncias ou se conservando
junto de nós nas provações; saber que ele nos aconselha por intuição e nos
aquece com seu amor, eis uma fonte inapreciável de força moral.
O pensamento de que testemunhas benévolas e invisíveis vêem todos os nossos
atos, regozijando-se ou entristecendo-se, deve inspirar-nos mais sabedoria e
circunspeção.
É por essa proteção oculta que se fortificam os laços de solidariedade que
ligam o mundo celeste à Terra, o Espírito livre ao homem, Espírito
prisioneiro da carne.
É por essa assistência contínua que se criam, de um a outro lado, as
simpatias profundas, as amizades duradouras e desinteressadas.
O amor que anima o espírito elevado vai pouco a pouco se estendendo a todos
os seres sem cessar, revertendo tudo para Deus, pais das almas, foco de todas as potências efetivas.

   (Obra: Depois da Morte - Léon Denis)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

AMOR E TEMOR

"O perfeito amor lança fora o temor".(I JOÃO, 4:18.)
 
Para que nossa alma se expanda sem receio, através das realizações que o Senhor
nos confia, não basta o imperfeito Amor que estipula salários de gratidão ou que se isola
na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio.
É necessário rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende
sem distinção.
O imperfeito Amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros, é quase
sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para
atormentá-las sob múltiplas formas de temor, quais sejam a exigência e o ciúme, a
crueldade e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e da frustração.
O perfeito Amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traçou caminhos infinitos
para a evolução e aprimoramento das almas, que a felicidade não é a mesma para todos
e que amar significa entender e ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações
queridos, no degrau de luta que lhes é próprio.
Para que te libertes, assim, das algemas do medo, não basta te acolhas no anseio
de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposições do Amor
incompleto.
É indispensável saibas amar, com abnegação e ternura, entre a esperança
incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, sob a tutela dos quais viverás
sempre amando, segundo o Amor equilibrado e perfeito pela força Divina que nos ergue
triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz.
 
Palavras da Vida Eterna
Emmanuel / Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PERANTE OS AMIGOS

O amigo é uma bênção que nos cabe cultivar no clima da gratidão.
Quem diz que ama e não procura compreender e nem auxiliar, nem amparar e nem servir, não saiu de si mesmo ao encontro do amor em alguém.
A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim.
Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a ajudar aos entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual entendem eles, deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de nossa própria felicidade.
Em geral, pensamos que os nossos amigos pensam como pensamos, no entanto, precisamos reconhecer que os pensamentos deles são criações originais deles próprios.
A ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Assim como espero que os amigos me aceitem como sou, devo de minha parte, aceitá-los como são.
Toda vez que buscamos desacreditar esse ou aquele amigo, depois de havermos trocado convivência e intimidade, estaremos desmoralizando a nós mesmos.
Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante, e, por vezes, a mudança das pessoas que amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.
Quanto mais amizade você der, mais amizade receberá.
Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.
 
Sinal Verde pelo Espírito de André Luiz
Psicografado por Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 14 de agosto de 2012

COMEÇA A LUTA


        A luta começa cedo, nas hostes da juventude, e, em muitos casos, as pessoas que a cercam não percebem o que se passa na sua intimidade, principalmente das jovens em crescimento.
        A mulher conserva o resguardo das suas emoções, como apanágio da natureza feminina. São os princípios da moral, que se irradiam na sua personalidade, e somente a mãe é capaz de vislumbrar alguns segredos que as filhas alimentam, na cidade do coração. Às mães, pois, compete ajudar às adolescentes, no campo emocional, de forma que o tempo possa solidificar os seus ideais na sublimidade do Amor.
        O lar é a primeira escola para o enobrecimento das aspirações. Se nesse lar falta harmonia, como buscar onde os filhos possam experimentar e sentir a segurança que devem vivenciar? É nesse sentido que falamos sobre o valor do Culto do Evangelho no lar. Tal valor é extraordinário, no campo da sabedoria espiritual e na educação dos impulsos, traçando meios, mostrando diretrizes capazes de fortalecer a fé revestindo os participantes da certeza do que deve ser buscado para a sua paz interna, combinando a inteligência com o coração, resultando no Amor.
        O Amor tudo pode. Ele é o vencedor de todas as lutas, porque sabe condicionar seus poderes espirituais na flora divina da alma. Eis porque os lares em formação não deveriam esquecer  o Culto do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, expressão do Seu Amor, de sorte a respirar-lhe a atmosfera de luz. Ele é a força renovadora dos pensamentos, ensinando como formar ideias, dando diretrizes superiores às palavras.
        É nesse sentido que falamos aos jovens, oferecendo-lhes o incentivo para começar as lutas, que se estendem por todo o imenso campo da alma.
        Há milhões de anos que o Espírito se empenhou em trabalhar, com muita luta, em prol das conquistas exteriores. Alguns já compreendem que devem tomar outros rumos, não cessando as lidas, mas, modificando-as. Vêem que os inimigos estão mais próximos do que pensavam: eles moram dentro de nós, como instintos inferiores, a torcerem as verdades espirituais, a turvarem as consciências, nas suas mais altas aspirações de Amor. E passam a batalhar consigo mesmos, em busca da verdade, de modo a se tornarem livres, como cidadãos universais.
        Jovens, falamos-te para começares cedo as tuas pelejas, a fim de que não percas a juventude em coisas vãs. Não isoles as tuas faculdades de servir, não alimentes ilusões. Que os teus sentimentos busquem, no quotidiano da vida, a felicidade, pelos processos naturais, que te são inspirados pelas leis divinas.
        Se, por acaso, não encontras no lar a segurança de que falamos e de que precisas, existem outros recursos: na amizade, nos livros bem orientados, na oração e, enfim, na confiança em Deus. Apela para Ele, que Jesus não te deixará sem resposta.
Todos, sem exceção, temos nossos  guias espirituais, mesmo nós, do plano do Espírito. Ser-nos-á dado o que pedimos com sinceridade e que imploramos com dignidade no coração. No entanto, não abandones o lar, quinhão sagrado, que sempre tem algo que se pode aproveitar, na multiplicação dos talentos da vida. Basta saber selecionar, na presença do Amor.
        Jovem! Começa a lutar, desejando o melhor. Ama a teus pais, que o amor verdadeiro é um multiplicador de conceitos elevados e é semente, cujos frutos a vida jamais se esquecerá de devolver a quem semeou.
        Não reclames por teres nascido nesse ou naquele lar. Estás onde o Senhor achou mais conveniente para o teu progresso. Luta aí, buscando o teu aprimoramento e fazendo da vida um cântico de fraternidade. Para os jovens é mais fácil o perdão, a alegria, e mesmo o amor. Esforça-te para essa conquista, que as mãos de Jesus nunca faltarão, em teu favor.
 (Do livro “Chão de Rosas”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Scheilla)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ante a calúnia

        É inevitável ser vítima da calúnia, que faz parte do orçamento moral de muitas pessoas, a fim de ser apresentada no mercado da leviandade humana.
       Muitos se comprazem em urdi-la e desferi-la, por inveja, ciúme ou, simplesmente, por doença moral.
       Outros se encarregam de divulgá-la, alegrando-se em fazê-lo, porque também atormentados.
*
       Não sintonizes com aqueles que vivem nessa faixa.
       Igualmente, não te permitas atingir pelas farpas caluniosas que te arrojam.
       Vive de tal forma, que o caluniador fique desmoralizado por falta de provas.
       Cada dia é lição que se transforma em vida, ao longo do teu caminho eterno.
       Diariamente surgem episódios de calúnia, intentando alcançar alguém.
       Assim, perdoa o caluniador. Ele não fugirá de si mesmo.
*
       Contam que uma caluniadora buscou o seu confessor e narrou, arrependida, a sua insensatez.
       Pedindo a absolvição para o triste delito, perguntou ao ouvinte atento qual era a sua penitência.
       Aquele reflexionou, pediu-lhe que fosse ao lar e trouxesse uma almofada de plumas, subisse à torre da igreja dali as espalhasse ao vento com o máximo cuidado e, após, viesse receber a competente liberação.
       Tão logo terminou de fazê-lo, a confessa retornou e perguntou:
       — E agora?
       — Volta lá — respondeu o sacerdote —, recolhe todas as plumas e refaze a almofada.
       A calúnia são plumas ao vento que vão sempre adiante para a amargura do caluniador.
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(De “Episódios Diários”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ORAÇÃO PELO PEQUENINO

        Jesus!
        Abra-me os braços para que meu coração afague todas as avezinhas da infância, espalhadas no caminho da minha vida. Ainda implumes e tombadas do ninho a rés-do-chão, aguardam ternura e socorro imediato.
        Deixe que em meu seio o amor construa um teto para albergar todos esses pequeninos sem nome, cujo grande lar é o infortúnio nos caminhos desertos e cujo leito é a estrada malsinada por onde trafegam os incautos.
        Tome das minhas mãos e ajude-me a fixar caracteres na argila frágil das suas mentes, modelando com os instrumentos do meu sacrifício a forma delicada do dever, traçando linhas de conduta cristã que lhes exorne o espírito nos dias do amanhã. Bem sei que os homens do futuro são as criancinhas de agora e cuidar delas é construir o mundo novo.
        Imponha à minha alma, agora, o respeito por esses cidadãos do porvir.
        Ajude-me a dilatar a débil capacidade do meu querer, fazendo-o rescender como um perfume de jasmim, a fim de que sendo:
        — Mãe, eu lhe ofereça o bisturi para que o meu peito seja rasgado, se necessário, e dele jorre a seiva do encantamento maternal que os fortifique e  engrandeça na via do crescimento.
        — Mestra, eu tenha a voz mansa, os olhos serenos e a mão cariciosa, no instante do afago ou da reprimenda, à hora da alfabetização ou no momento punitivo.
        —  Esposa, eu O conduza comigo, para que, se meu ventre negar-se ao ministério sagrado da procriação, eu possa encontrar, nos filhos de outras mães, a continuação da vida que a carne não me pode propiciar.
        — Irmã, eu seja possuidora da boa palavra na hora oportuna e do silêncio compreensivo no instante  azado.
        — Amiga, eu me conduza de tal forma que na amizade sintetize toda a pureza de mãe, a sabedoria de mestra, a nobreza de esposa, a bondade de irmã e a obrigação de amiga fiel, porque a infância, Jesus, é o grande solo donde será arrancada a Humanidade nova para a exaltação gloriosa do Evangelho.
 
Amélia Rodrigues
(De “Crestomatia da Imortalidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aprendendo a perdoar

       “Se perdoardes aos homens as faltas que eles fazem contra vós, vosso Pai celestial vos perdoará também vossos pecados, mas se não perdoardes aos homens quando eles vos ofendem, vosso Pai, também, não vos perdoará os pecados.”
(Capítulo 10, item 2.)
 
       Nosso conceito de perdão tanto pode facilitar quanto limi­tar nossa capacidade de perdoar.
       Por possuirmos crenças negativas de que perdoar é “ser apático” com os erros alheios, ou mesmo, é aceitar de forma passiva tudo o que os outros nos fazem, é que supomos estar perdoando quando aceitamos agressões, abusos, manipulações e desrespeito aos nossos direitos e limites pessoais, como se nada tivesse acontecendo.
       Perdoar não é apoiar comportamentos que nos tragam dores físicas ou morais, não é fingir que tudo corre muito bem quando sabemos que tudo em nossa volta está em ruínas. Perdoar não é“ser conivente” com as condutas inadequadas de parentes e ami­gos, mas ter compaixão, ou seja, entendimento maior através do amor incondicional. Portanto, é um “modo de viver
       O ser humano, muitas vezes, confunde o “ato de perdoar” com a negação dos próprios sentimentos, emoções e anseios, repri­mindo mágoas e usando supostamente o “perdão” como desculpa para fugir da realidade que, se assumida, poderia como conseqüência alterar toda uma vida de relacionamento.
       Uma das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real é manter-nos a uma certa “distância psíquica” da pessoa-­problema, ou das discussões, bem como dos diálogos mentais que giram de modo constante no nosso psiquismo, porque esta­mos engajados emocionalmente nesses envolvimentos neuróticos.
Ao desprendermo-nos mentalmente, passamos a usar de modo construtivo os poderes do nosso pensamento, evitando os “deveria ter falado ou agido” e eliminando de nossa produção imaginativa os acontecimentos infelizes e destrutivos que ocorreram conosco.
Em muitas ocasiões, elaboramos interpretações exagera­das de suscetibilidade e caímos em impulsos estranhos e desequili­brados, que causam em nossa energia mental uma sobrecarga, fazendo com que o cansaço tome conta do cérebro. A exaustão ínti­ma é profunda.
A mente recheada de idéias desconexas dificulta o per­dão, e somente desligando-nos da agressão ou do desrespeito ocorrido é que o pensamento sintoniza com as faixas da clareza e da nitidez, no processo denominado “renovação da atmosfera mental”.
É fator imprescindível, ao “separar-nos” emocionalmente de acontecimentos e de criaturas em desequilíbrio, a terapia da prece, como forma de resgatar a harmonização de nosso “halo mental”. Método sempre eficaz, restaura-nos os sentimentos de paz e serenidade, propiciando-nos maior facilidade de harmoni­zação interior.
A qualidade do pensamento determina a “ideação” cons­trutiva ou negativa, isto é, somos arquitetos de verdadeiros “qua­dros mentais” que circulam sistematicamente em nossa própria ór­bita áurica. Por nossa capacidade de “gerar imagens” ser fenome­nal, é que essas mesmas criações nos fazem ficar presos em “mono-idéias”. Desejaríamos tanto esquecer, mas somos forçados a lembrar, repetidas vezes, pelo fenômeno “produção-conseqüência”.
Desligar-se ou desconectar-se não é um processo que nos torna insensíveis e frios, como criaturas totalmente imper­meáveis às ofensas e críticas e que vivem sempre numa atmos­fera do tipo “ninguém mais vai me atingir ou machucar”. Des­ligar-se quer dizer deixar de alimentar-se das emoções alheias, desvinculando-se mentalmente dessas relações doentias de hip­noses magnéticas, de alucinações íntimas, de represálias, de desforras de qualquer matiz ou de problemas que não pode­mos solucionar no momento.
Ao soltar-nos vibracionalmente desses contextos com­plexos, ao desatar-nos desses fluidos que nos amarram a essas crises e conflitos existenciais, poderemos ter a grande chance de enxergar novas formas de resolver dificuldades com uma visão mais generalizada das coisas e de encontrar, cada vez mais, instrumentos adequados para desenvolvermos a nobre tarefa de nos compreen­der e de compreender os outros.
Quando acreditamos que cada ser humano é capaz de resolver seus dramas e é responsável pelos seus feitos na vida, aceitamos fazer esse “distanciamento” mais facilmente, permitindo que ele seja e se comporte como queira, dando-nos também essa mesma liberdade.
Viver impondo certa “distância psicológica” às pessoas e às coisas problemáticas, seja entes queridos difíceis, seja com­panheiros complicados, não significa que deixaremos de nos importar com eles, ou de amá-los ou de perdoar-lhes, mas sim que viveremos sem enlouquecer pela ânsia de tudo compreender, padecer, suportar e admitir.
Além do que, desligamento nos motiva ao perdão com maior facilidade, pelo grau de libertação mental, que nos induz a viver sintonizados em nossa própria vida e na plena afirmação positiva de que “tudo deverá tomar o curso certo, se minha mente estiver em serenidade”.
Compreendendo por fim que, ao promovermos “desco­nexão psicológica”, teremos sempre mais habilidade e dispo­nibilidade para perceber o processo que há por trás dos compor­tamentos agressivos, o que nos permitirá não reagir da maneira como o fazíamos, mas olhar “como é e como está sendo feito” nosso modo de nos relacionar com os outros. Isso nos leva, con­seqüentemente, a começar a entender a “dinâmica do perdão”.
Uma das mais eficientes técnicas de perdoar é retomar o vital contato com nós mesmos, desligando-nos de toda e qualquer “intrusão mental”, para logo em seguida buscar uma real empatia com as pessoas. Deixamos de ser vítimas de forças fora de nosso controle para transformar-nos em pessoas que criam sua própria realidade de vida, baseadas não nas críticas e ofensas do mundo, mas na sua percepção da verdade e na vontade própria.
 
Renovando Atitudes
Hammed / Francisco do Espirito Santo

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

COMECEMOS HOJE

Não diga que você pratica as lições do Evangelho só por debater-lhe os problemas.
 
A palavra edificante é uma Bênção do Céu, mas há sonâmbulos do verbo notável, sem serem loucos. Falam de maneira brilhante, embora dormindo.
 
E todos podemos sofrer de tal calamidade.
 
Em nosso testemunho de aplicação com Jesus é preciso fazer algo.
 
Acorde, pois, trabalhando.
 
O próximo espera seu auxílio.
 
Mexa-se, de algum modo, para ajudar.
 
Guie um cego, na praça pública.
 
Garanta a higiene, onde você estiver.
 
Costure para os necessitados.
 
Dê um café aos filhos do infortúnio.
 
Destine a roupa supérflua ao andrajoso.
 
Não creia que o barulho de fora nos desperte. Entretanto, o ruído de nossas próprias mãos no trabalho construtivo renova-nos a mente.
 
Hoje, você enriquece o serviço do Senhor com alguma coisa. Amanhã, o serviço do Senhor será tesouro crescente, em seu caminho.
 
 
André Luiz / Médium Chico Xavier Livro: Mãos Marcadas

terça-feira, 7 de agosto de 2012

SE SOUBESSES...

        Se soubesses quão venenoso é o conteúdo de fel a tisnar o cálice da aversão, decerto compreenderias que todo golpe de crueldade não é senão desafio à tua capacidade de entendimento.
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        Se soubesses a trama de sombra que freme, perturbadora, em torno da palavra infeliz que proferes, na crítica à luta alheia, preferirias amargar no silêncio as feridas de tua mágoa, esperando que o tempo lhes ofereça a necessária medicação.
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        Se soubesses a quantidade dos crimes, oriundos da revolta e da queixa, escolherias padecer toda sorte de sofrimento antes que reclamar consideração e justiça em teu próprio favor.
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        Se soubesses a multidão de males que  a vingança provoca, esquecerias sem custo os braseiros de dor que a calúnia te arremessa à existência.
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        Lembra-te de que o ódio é o grande fornecedor das prisões e de que a cólera é responsável pela maior parte das moléstias que infelicitam a vida e guarda o coração na grande serenidade, se te propões conservar em ti mesmo o tesouro da paz e a bênção da segurança.
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        Ainda mesmo que alguém te ameace com o gládio da morte, desculpa e segue adiante, porque as vítimas ajustadas aos marcos do Bem Eterno elevam-se de nível, enquanto que os ofensores, ainda mesmo os aparentemente mais dignos, descem aos precipícios do tempo para o acerto reparador.
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        De qualquer modo, se a aflição te procura, cala e perdoa sempre, porque se o Mestre nos exortou ao amor pelos inimigos, também nos advertiu que a mão erguida à delinquência da espada, agora, hoje ou amanhã, na espada fenecerá.
 
(De “Alma e Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)