quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A Folha Amassada - Mensagem Narrada


Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação.
Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou-me uma folha de papel lisa e me disse:
Amasse-a!

Com medo , obedeci e fiz com ela uma bolinha.
- Agora, deixe-a como estava antes. Voltou a dizer-me.
Óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.
O professor me disse, então:
- O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente.
Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado.
A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.
Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais...
Alguém já disse, certa vez:
- Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio.
Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.
Acredite, principalmente em seus sentimentos!

Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos, nunca se esqueça.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A Águia de Asas Partidas


Ele possuía muitas riquezas. Tinha as arcas abarrotadas de ouro e gemas preciosas.

A juventude lhe sorria e os amigos sempre se faziam presentes nos banquetes.

Habituara-se a dormir em seu leito de ébano e marfim. Dormir e sonhar.

Em seus sonhos, misturava-se a realidade das tantas vitórias que lhe enriqueciam os dias. E um desejo de paz que ainda não fruía.

Ele amava as corridas de bigas e quadrigas. Recentemente comprara cavalos árabes, fogosos. E escravos o haviam adestrado durante dias.

Tudo apontava para a vitória nas próximas corridas no porto de Cesareia.

Mas os momentos de tristeza se faziam constantes.

A felicidade não era total. Faltava algo. Ao mesmo tempo, ele temia perder a felicidade que desfrutava.

Por isso, ouvindo falar daquele Homem singular que andava pelas estradas da Galileia, o procurou.

Bom mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna?

Desejava saber. Como desejava. A resposta veio sonora e clara:

Por que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: "Cumpre os mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe."

Tudo isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta. Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem. Falta-me algo!

Então - propõe-lhe a Luz - vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-Me!

A ordem, a meiguice daquele Homem ecoava em seu Espírito. Ele era uma águia que desejava alcançar as alturas. E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para voar mais alto.

Pela mente em turbilhão do jovem, passam as cenas das glórias que conquistaria. Os amigos confiavam nele.

Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com seu triunfo.

Sim, ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados...?

Seria necessário renunciar a tudo?

A águia desejava voar mas as asas estavam partidas...

Recorda-se o jovem que os amigos o esperam na cidade para um banquete previamente agendado. Num estremecimento, se ergue:

Não posso! - Murmura. Não posso agora. Perdoa-me.

E afastou-se a passos largos. Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se deteve. Olhou para trás. Vacilou ainda uma vez.

A figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. A Luz parece chamá-lo uma vez mais.

Indecisa, a alma do moço parece um pêndulo oscilante. A águia ainda tenta alçar o voo. O peso do mundo a retém no solo.

Ele se decide. Com passos rápidos, quase a correr, desaparece na noite.

Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem de como o jovem se retirou triste e pesaroso.

Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs do mundo.

* * *

O Divino Amigo nos chama, diariamente, para a conquista do reino de paz.

Alguns ainda somos como o moço rico. Deixamos para mais tarde, presos que ainda estamos a muitas questões e vaidades pessoais.

É bom analisar o que vale mais: a alegria efêmera do mundo ou a felicidade perene que tanto anelamos. Depois, é só optar.

Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Valorize o seu dia - Raul Teixeira


Valorize o seu dia!

Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias.

Assim, quando desperte, dirija ao Infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as indispensáveis bênçãos para o período iniciante.

Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do progresso.

Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.

À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume.

Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.

Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que possa, sem revolta nem desespero.

Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.

Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do apóstolo Paulo para que demos graças a Deus por todas as coisas da vida.

Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros.

A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.

Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme estômago em tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe provocar disfunções hepáticas.

Afaste-se das pseudo-necessidades alcoólicas. O álcool que você precisa para a digestão a Divindade já fez constar do seu programa de produção orgânica.

Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a saúde aos poucos.

Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades.

Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades.

Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de alegrias.

E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação.

Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor.

E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério.

Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia-a-dia, a própria felicidade, a sua própria luz.

Valorize o seu dia.

Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar das lutas e limitações que carregue.

Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue crescendo em busca do encontro consigo mesmo.

Pelo Espírito Joanes, psicografado por Raul Teixeira.

domingo, 25 de setembro de 2016

A Outra Janela


A menina, debruçada na janela, trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor, causado pela morte do seu cão de estimação.
Com pesar, observava atenta o jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a num abraço e falou-lhe com serenidade: Triste a cena, não é verdade?
A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância.
No entanto, o avô, que sinceramente desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu até uma janela opostamente localizada na ampla sala.
Abriu as cortinas e permitiu que ela visse o imenso jardim florido à sua frente, e lhe perguntou carinhosamente: Está vendo aquele pé de rosas amarelas, bem ali à frente? Lembra-se de que me ajudou a plantá-lo? Foi num dia de sol como o de hoje, que nós dois o plantamos.
Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje... Veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas!
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso.
Mostrou as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre uma e outra e as tantas rosas de variados matizes, que enfeitavam o jardim.
O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto: Veja, minha filha, a vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza, sem que possamos alterar-lhe o quadro, voltemo-nos para outra, e certamente nos depararemos com uma paisagem diferente.

* * *
Tantos são os momentos felizes que se desenrolam em nossa existência. Tantas oportunidades de aprendizado nos visitam no dia-a-dia, que não vale a pena chorar e sofrer diante de quadros que não podemos alterar.
São experiências valiosas das quais devemos tirar as lições oportunas, sem nos deixar tragar pelo desespero e pela revolta, que só infelicitam e denotam falta de confiança em Deus.
A nossa visão do mundo ainda é muito limitada, não temos a capacidade de perceber os objetivos da Divindade, permitindo-nos momentos de dor e sofrimento.
Mas Deus tem sempre objetivos nobres e uma proposta de felicidade a nos aguardar.

* * *
Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem outras tantas janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.
Não se permita contemplar a janela da dor. Aproveite a lição e siga em frente com ânimo e disposição.
O sofrimento que hoje nos parece eterno, não resiste a força das horas que a tudo modifica.
A luz sempre vence as trevas, basta que tenhamos disposição íntima e coragem de voltar-nos para ela.
Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor agradável de viver, e saber que Deus nos ampara em todos os momentos da nossa vida.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Crianças abandonadas - Visão Espírita


No Brasil existem milhares de crianças abandonadas que vivem em abrigos esperando pela adoção.Existe algum tipo de consequência espiritual para os pais que abandonam os filhos na rua? Veja o que o estudioso espírita André Marouço diz sobre este assunto.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Quem é o Verdadeiro Espirita?


O verdadeiro espírita é aquele que pratica a reforma íntima e, então, ilumina o mundo ao seu redor. Não impõe sua crença. Não divide o mundo entre nós e eles. Vive de fé raciocinada. De amor e caridade. Impregna seu trabalho com essa verdade. E escreve as linhas da história do novo homem.
O desafio que se impõe é grande.
Eis a flotilha e os corajosos remadores que não conhecem o oceano à frente, mas são os pioneiros que anseiam por descobrir, no erro e no acerto, como será o mundo regenerado que bate à nossa porta.
Usam câmeras, microfones, palavras. Suor e lágrimas.
Antes de ser um audiovisual espírita que se forma e esbarra na fraqueza dos adjetivos limitadores, que seja então o espírita no audiovisual.
O espírita de verdade capaz de impregnar sua arte eterna, de navegar em todos os mares, de falar todas as línguas, contar todas as histórias, cantar todas as músicas e, enfim, imaginar e criar um mundo melhor dentro de si e à sua volta, anunciando-o então com humildade e alegria.
Parabéns a Fundação Espírita André Luiz pelo trabalho de amor que realiza.
Que seja ele sempre uma semente diária na proclamação desses novos tempos, desta nova história cujo protagonista é um só.
Em nome de Deus.

Wagner Assis - diretor e roteirista do filme Nosso Lar

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Como combater a ansiedade


As mãos suam, o corpo treme, a respiração fica ofegante, uma sensação de náusea e aquela palpitação inegável no coração.
Todos estes são sinais de um dos males modernos: a ansiedade.
A vida, nos dias de hoje, é repleta de cobranças: no trabalho, na família, nas relações sociais.
A cada dia estamos mais cheios de tarefas, compromissos, pendências. Uma lista enorme de coisas a fazer. E nem sempre o tempo é suficiente.
Vem então a sensação desagradável de ter de fazer mais coisas do que damos conta.
É comum ouvirmos as pessoas se queixando: Tenho tanto a fazer e gostaria apenas de dormir.De ficar com minha família, de assistir a um bom filme, de brincar com meus animais de estimação...
Por outro lado, as exigências da vida moderna nos obrigam a fazer cursos, aperfeiçoar os conhecimentos. É a era da informação.
Como conciliar tudo isso com o natural desejo de se instruir, melhorar de vida, aproveitar oportunidades, evoluir?
O caminho do equilíbrio é a solução.
É natural desejar o progresso e o aperfeiçoamento, tanto nos campos ético-moral, como intelectual.
É da natureza humana estar em permanente aprendizado, adquirindo conhecimento e agregando valor à sua bagagem cultural.
Mas o grande problema de nossos dias é a ausência de limites. Estamos cada vez mais comandados pelas pressões externas, subjugados pelas imposições dos diversos grupos sociais.
Raras vezes pensamos por nós. Não costumamos refletir sobre o que realmente nos interessa.
Em geral, tomamos decisões sob extrema pressão. Resultado: desejamos fazer de tudo um pouco. Queremos ler tudo, não desejamos a pecha de desinformado.
E a consequência imediata é o stress. O corpo não suporta tanta pressão: adoece.
Nossa reação a esse mundo globalizado deveria ser serena: Vou aprender o que puder, quando puder e no meu ritmo, sem forçar minha natureza.
Vou trabalhar no limite de minhas forças, fazendo o melhor que puder, mas sem a obrigação de provar coisas a chefes e colegas de trabalho.
A tradução disso tudo? Estar no comando da própria vida.
Uma frase de Jesus é bastante significativa para os nossos dias: Não vos preocupeis com o que haveis de comer ou de beber. Não é o corpo mais que a veste?
* * *
Se você acredita em Deus, tenha em mente que você jamais estará desamparado.
Todas as coisas estarão bem se você estiver em paz. Pois a paz vai gerar saúde do corpo. Com isso, você poderá trabalhar, sustentar a família, adquirir os bens que deseja.
Apenas seja cauteloso: não se deixe envolver a tal ponto no turbilhão do mundo, de maneira que o mundo o arraste para o olho desse furacão de stress.
Vigie suas reações. Monitore seus planos de vida. Pergunte-se: Para que, realmente, quero isso?
Faça a diferença entre o supérfluo e o necessário e verifique se a sua opção não está contaminada pelos excessos.
No final, você verá que, em um processo inteiramente natural, a ansiedade irá, aos poucos, desaparecer.
Redação do Momento Espírita.

domingo, 18 de setembro de 2016

Pão, Ouro e Amor


Aquele diz: - “Isto é meu”.
Outro afirma: - “Guardo o que me pertence”.
Entretanto, só Deus é o legítimo Senhor de Tudo.
Rejubilas-te com a nutrição...
Contudo foi Ele quem promoveu a sustentação da semente para que a semente, convertida em pão, te assegure o equilíbrio.
Orgulhas-te do dinheiro que te garante a aquisição das utilidades imprescindíveis à segurança e ao conforto...
No entanto, foi Ele, quem te angariou indiretamente os recursos precisos para que te não faltassem saúde e raciocínio, disposição e inteligência na tarefa em que te sorri a fortuna.
Regozijas-te com o lar...
Todavia, foi Ele quem te situou nos braços maternais que te acalentaram os vagidos primeiros, aproximando-te dos afetos que te enriquecem os dias...
Lembra-te de Deus, o Todo Misericordioso que nos confia os tesouros da existência, a fim de que aprendamos a buscar-Lhe o Paterno Seio...
E reparte com teu irmão do caminho os talentos que Ele te empresta, na certeza de que somente ao preço da fraternidade infatigável e pura, subirás para a Glória Divina, em que Deus te reserva a imortalidade da vida, entre as fulgurações da Sabedoria Imperecível e as bênçãos do Amor Eterno.

Chico Xavier - Scheilla

sábado, 17 de setembro de 2016

Você está Acamado?

voce esta acamado

Todos reconhecem o desconforto da prisão no leito, no entanto, a irritação piora qualquer doença.

- A dor sufoca-lhe as esperanças?
O consolo da prece é medicamento para todos os males.

- A confiança na cura foge-lhe ao coração?
Nem médicos ou familiares podem garantir-lhe a melhora que nasce, espontânea, no íntimo de você mesmo.

- A revolta envenena-lhe a alma?
A Terra só é vale de lágrimas para os olhos do pessimismo.

- A morte ronda-lhe os pensamentos?
Passagem para a Espiritualidade, caminho de todos.

- O destino dos filhos ensombra-lhe as horas?
A herança mais valiosa é o exemplo do amor à Providência Divina, através das obrigações cumpridas.

- Saudades aflitivas laceram-lhe a memória?
A mente é a nossa primeira farmácia.

- Sente remorso, à vista de antigos passos?
Homem algum na Terra pode gabar-se de santo.

- Seus lábios já não mais sabem sorrir?
Recorde que os enfermos otimistas e alegres amparam caridosamente quem os visita, estimulando-lhes a coragem.

Guarde a certeza de que se a luz do Evangelho é força no coração e brilho na consciência, a saúde está perto e todos os prognósticos são favoráveis ante o Grande Futuro.

narração Paulo Goulart

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Cena inesquecível da novela "Além do Tempo" que abordou as consequências dos atos cometidos em outras encarnações.


Cena inesquecível da novela "Além do Tempo" que abordou as consequências dos atos cometidos em outras encarnações. Os personagens se encontravam sob diferentes condições com o intuito de repararem os erros cometidos da vida anterior. Melissa (Paolla Oliveira), depois de tanto perturbar a vida de algumas pessoas, cansada e arrependida dos erros, pergunta a sua mãe o porquê de suas privações e limitações, o porquê da felicidade do ex-marido Felipe (Rafael Cardoso) com sua rival Lívia (Aline Moraes). A mãe, Dorotéia (Julia Lemertz), com poucas palavras, mas dotada da sabedoria que as mães possuem responde a filha.

"Mãe por que aqueles dois tem tanta sorte e eu não tenho?
- Que tal você começar adiando menos e amando mais, porque o ódio volta pra pessoa e o amor também."

Fonte: Facebook Diário Espírita

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A lição do Amor


Muitas obras já foram escritas a respeito do ódio entre pessoas, famílias ou comunidades.

A literatura celebrizou romances como Romeu e Julieta. A tragédia de um amor com o pano de fundo do ódio de duas famílias.

As telas cinematográficas e as novelas da televisão vitalizam, com cores muito vivas, dramas em que o ódio passa de geração a geração.

O que quer dizer que a criança, ao nascer, passa a ser alimentada com a informação da necessidade de odiar aquele ou aqueles que seus avós e pais odeiam.

Apesar de vivermos o início do Terceiro Milênio, tais fatos não se passam somente nos teatros, filmes ou novelas.

Observa-se que, no cotidiano, existe muito ódio sendo alimentado e transmitido de pai para filho.

Não é de se estranhar, assim, que haja tanta guerra, desentendimento, discórdia entre os povos. Pois tudo vem do berço.

Desde a gestação, o Espírito que anima o corpo do bebê em formação passa a ser sufocado com as emanações do ódio de que se nutrem os familiares. Pai e mãe em especial.

Seria tão mais digno dos que nos dizemos cristãos que, se não conseguimos perdoar o desafeto, não repassássemos aos nossos filhos tal problema.

Se a problemática é nossa, nós a devemos resolver e jamais passá-la adiante. Mesmo porque, na sequência do tempo, o que era motivo de ódio mortal se dilui.

Por vezes, até os que dizem odiar não recordam com exatidão porque assim procedem. E se desculpam dizendo que são motivos graves, de épocas anteriores à sua, que a questão é familiar, etc.

Recentemente, pudemos observar um caso que nos emocionou. Um jovem de família abastada, casou-se com uma jovem pobre e sem nome de família expressivo.

Contrariada, a mãe do rapaz o deserdou e ele partiu para outras paragens para refazer sua vida.

Construiu seu lar sobre bases de honestidade e trabalho e repassou tais valores para sua filha. Morrendo muito jovem, deixou a viúva com poucos recursos.

Ela, por sua vez, não se intimidou. Trabalhou e educou a filha.

Certo dia, a avó as procurou desejando ver a neta. Receosa, temia que a nora houvesse envenenado a menina contra ela. Qual não foi sua surpresa ao ser abraçada pela neta de oito anos, e ouvir da sua boca:

Vovó, que bom que a senhora veio! Queria tanto conhecer você. Minha mãe sempre diz que a senhora é uma pessoa muito boa, como meu pai.

Durante anos, a mãe simplesmente passara para a garota a lição do amor, consciente de que as questões que diziam respeito a ela e seu marido não deveriam prosseguir no tempo.

A lição de amor comoveu a velha avó, que retornou ao seu lar após a visita, para repensar a própria atitude.

* * *

Os pais são responsáveis pelos Espíritos dos filhos.

Assim, se eles vierem a falir, por culpa dos pais, esses terão que prestar contas a Deus.

A maternidade e a paternidade são das missões mais grandiosas que Deus confia aos homens.

Por isso vale a pena empregar todos os esforços para merecer a confiança do Criador.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

O Paradoxo do Sacrifício


Na oferta de um copo d’água a um sedento na via pública, sacrifique o orgulho de só servir de modo grandioso.

Na doação de vulto a uma Causa em que acredite, sacrifique o apego aos bens materiais, enriquecendo seu Espírito.

Na dedicação de seu tempo livre a uma atividade voluntária, sacrifique o capricho de só investir as horas de repouso e lazer em si mesmo(a) e seus gostos particulares.

No devotamento de seu coração e sua vida a um Ideal humanitário, sacrifique o egoísmo e o narcisismo que lhe exigem viver em função de seus interesses e objetivos pessoais.

Sim, Jesus citou o profeta Oseias, e lhe confirmou a revelação Divina: “Misericórdia quero e não sacrifício”. Todavia, ao mesmo passo, sacrificou-Se integralmente a benefício de todos os componentes da humanidade terrena, até Seu suplício final na crucificação.

O paradoxo é diluído, porém, quando se compreende que nada de importante, valioso ou duradouro se conquista, na vida mundana mesma, sem sacrifício.

Esse princípio do sacrifício, entrementes, como moeda de troca para grandes realizações, no que tange ao domínio espiritual, não prescinde do espírito de alegria, gratidão e livre escolha, com o que se alcança a essência do exercício sacrificial, remetendo-nos à origem etimológica grega do termo, que implica a sacralização de quem ou daquilo que é sacrificado.

Autor desconhecido

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O Orgulho e a Humildade (O Evangelho Segundo O Espiritismo)


Aos pobres Espíritos que outrora viveram na Terra, Deus concede a missão de vir esclarecer-vos. Bendito seja pela graça que nos dá, de podermos, ajudar o vosso adiantamento. Que o Espírito Santo, me ilumine, me ajude a tornar compreensível a minha palavra, e me conceda a graça de pô-la ao alcance de todos. Todos vós, encarnados, que estais sob a pena e procurais a luz, que a vontade de Deus venha em minha ajuda, para fazê-la brilhar aos vossos olhos!

A humildade é uma virtude bem esquecida, entre vós. Os grandes exemplos que vos foram dados são tão pouco seguidos. E, no entanto, sem humildade, podeis ser caridosos para o vosso próximo? Oh! não, porque esse sentimento nivela os homens, mostra-lhes que, são irmãos, que devem ajudar-se mutuamente, e os encaminha ao bem.

Sem a humildade, enfeitai-vos de virtudes que não possuís como se vestísseis um hábito para ocultar as deformidades do corpo. Lembrai-vos d'Aquele que nos salva; lembrai-vos da sua humildade, que o fez tão grande e o elevou acima de todos os profetas, O orgulho é o terrível adversário da humildade.

Se o Cristo prometeu o Reino dos Céus aos mais pobres, foi porque os grandes da Terra imaginavam que os títulos e as riquezas eram a recompensa de seus méritos, e que a sua essência era mais pura que a do pobre. Acreditavam que essas coisas lhes eram devidas, e, por isso, quando Deus as retira, acusam-no de injustiça. Oh! irrisão e cegueira! Deus, acaso, estabeleceu entre vós alguma distinção pelos corpos? O invólucro do pobre não é o mesmo do rico?

O Criador fez duas espécies de homens? Tudo quanto Deus fez é grande e sábio. Não lhe atribuais as idéias concebidas por vossos cérebros orgulhosos. Oh rico! Enquanto dormes em teus aposentos suntuosos, ao abrigo do frio, não sabes quantos milhares de irmãos, iguais a ti, jazem na miséria? O desgraçado faminto não é teu igual?

Bem sei que o teu orgulho se revolta com estas palavras. Concordarás em lhe dar uma esmola; nunca, porém, em lhe apertar fraternalmente a mão. Que! exclamarás: Eu, nascido de sangue nobre, um dos grandes da Terra, ser igual a esse miserável estropiado? Vã utopia de pretensos filósofos! Se fôssemos iguais, por que Deus o teria colocado tão baixo e a mim tão alto? É verdade que vossas roupas não são nada iguais, mas, se vos despirdes a ambos, qual a diferença que então haverá entre vós?

A nobreza do sangue, dirás. Mas a química não encontrou diferenças entre o sangue do nobre e o do plebeu, entre o, do senhor e o do escravo. Quem te diz que também não foste miserável como ele? Que não pediste esmolas? Que não a pedirás um dia a esse mesmo que hoje desprezas? As riquezas são por acaso eternas? Não acabam com o corpo, invólucro perecível do Espírito?

Oh! debruça-te humildemente sobre ti mesmo! Lança, enfim, os olhos sobre a realidade das coisas desse mundo, sobre o que constitui a grandeza e a humilhação no outro; pensa que a morte não te poupará mais do que aos outros; que os teus títulos não te preservarão dela; que te pode ferir amanhã, hoje, dentro de uma hora; e se ainda te sepultas no teu orgulho, oh! então, eu te lamento, porque serás digno de piedade!

Orgulhosos! Que fostes, antes de serdes nobres e poderosos? Talvez mais humildes que o último de vossos servos. Curvai, portanto, vossas frontes altivas, que Deus as pode rebaixar, no momento o mesmo em que as elevais mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus.

Todos os Espíritos são da mesma essência, e todos os corpos foram feitos da mesma massa. Vossos títulos e vossos nomes em nada os modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos; a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza.

Pobre criatura! Es mãe, e teus filhos sofrem. Estão com frio. Têm fome. Vais, curvada ao peso da tua cruz, humilhar-te para conseguir um pedaço de pão. Oh! eu me inclino diante de ti! Como és nobre, santa e grande aos meus olhos! Espera e ora; a felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos, que nele confiam, Deus concede o Reino dos Céus.

E tu, que és moça, pobre filha devotada ao trabalho, entregue às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que chorar? Que teus olhos se voltem, piedosos e serenos, para Deus: às aves do céu Ele dá o alimento. Confia nele, que não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres mundanos, faz bater-te o coração. Querias também enfeitar de flores a fronte e misturar-te aos felizes da Terra.

Dizes que poderias, como as mulheres que vês passar, estouvadas e alegres, ser rica também. Oh! cala-te, filha! Se soubesses quantas lágrimas e dores sem conta se ocultam sob esses vestidos bordados, quantos suspiros se asfixiam sob o ruído dessa orquestra feliz, preferirias teu humilde retiro e tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu anjo da guarda volte para Ele, escondendo o rosto sob as asas brancas, e te deixe com os teus remorsos, sem guia, sem apoio, neste mundo em que estarias perdida, esperando a punição no outro.

E todos vós que sofreis as injustiças dos homens, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, lembrando que vós mesmos não estais sem manchas: isso é caridade, mas é também humildade. Se suportais calúnias, curvai a fronte diante da prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se vossa conduta é pura, Deus não pode vos recompensar? Suportar corajosamente as humilhações dos homens, é ser humilde e reconhecer que só Deus é grande e todo-poderoso.

Oh! meu Deus, será preciso que o Cristo volte novamente à Terra, para ensinar aos homens as tuas leis, que eles esquecem? Deverá Ele ainda expulsar os vendilhões do templo, que maculam tua casa, esse recinto de orações? E, quem sabe? Ó homens, se Deus vos concedesse essa graça agora, se não o renegaríeis, de novo, como outrora? Se não o acusaríeis de blasfemo, por vir abater o orgulho dos fariseus modernos? Talvez, mesmo, se não o faríeis seguir de novo o caminho do Gólgota?

Quando Moisés subiu ao Monte Sinai, para receber os mandamentos da Lei de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus. Homens e mulheres entregaram suas jóias e seu ouro, para a fabricação de um ídolo que adoraram. Homens civilizados, fazeis, entretanto, como eles. O Cristo vos deixou a sua Doutrina, vos deu o exemplo de todas as virtudes, mas abandonastes exemplos e preceitos. Cada um de vós, carregando as suas paixões, fabricou um deus de acordo com a sua vontade: para uns, terrível e sanguinário; para outros, indiferente aos interesses do mundo. O deus que fizestes é ainda o bezerro de ouro, que cada qual apropria aos seus gostos e às suas ideias.

Despertai, meus irmãos, meus amigos! Que a voz dos Espíritos vos toque o coração. Sede generosos e caridosos, sem ostentação. Quer dizer: fazei o bem com humildade. Que cada um vá demolindo aos poucos os altares elevados ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos, e atingireis o reino da verdade. Não duvideis mais da bondade de Deus, agora que Ele vos envia tantas provas. Vimos preparar o caminho para o cumprimento das profecias. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais esplendente da sua clemência, que o enviado celeste vos encontre reunidos numa grande família; que os vossos corações, brandos e humildes, sejam dignos de receber a palavra divina que Ele vos trará; que o eleito não encontre em seu caminho senão as palmas dispostas pelo vosso retorno ao bem, à caridade, à fraternidade; e então o vosso mundo se tornará um paraíso terreno.

Mas, se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos, enviados para purificar e renovar a vossa sociedade civilizada, rica em conhecimentos e não obstante tão pobre de sentimentos, ah! nada mais nos restará do que chorar e gemer a vossa sorte. Mas, não, assim não acontecerá. Voltai-vos para Deus, vosso pai, e então nós todos, que trabalhamos para o cumprimento da sua vontade, entoaremos o cântico de agradecimento Senhor, por sua inesgotável bondade, e para O glorificar por todos os séculos. Assim seja.

ESE, cap. VII

(O Evangelho Segundo O Espiritismo)
Autor desconhecidoos.

domingo, 11 de setembro de 2016

Quando me Tornei Invisível (Difícil não ir as lágrimas com essa História)


Já não sei em que datas estamos, nesta casa não há folhinhas, e na minha memória tudo está revolto. As coisas antigas foram desaparecendo.E eu também fui apagando sem que ninguém se desse conta.
Quando a família cresceu, trocaram-me de quarto. Depois, passaram-me para outro menor ainda acompanhada das minhas netas, agora ocupo o anexo, no quintal de trás.
Prometeram-me mudar o vidro partido da janela, mas esqueceram-se. E nas noites, que por ali sopra um ventinho gelado aumentam mais as minhas dores reumáticas.
Um dia à tarde dei conta que a minha voz desapareceu. Quando falo, os meus filhos e netos não me respondem. Conversam sem olhar para mim, como se eu não estivessem com eles. Ás vezes digo algo, acreditando que apreciarão os meus conselhos, mas não me olham, nem me respondem, então retiro-me para o meu canto, antes de terminar a caneca de café. Faço isso para que compreendam que estou triste e para que me venham procurar e me peçam perdão...
Mas ninguém vem . No dia seguinte disse lhes:
- Quando eu morrer, então sim vocês irão sentir a minha falta.
E meu neto perguntou:
- Estás viva avó? (rindo)
Estive três dias a chorar no meu quarto, até que numa certa manhã, um dos netos entrou para guardar umas coisas velhas. Nem bom dia me deu , foi então que me convenci de que sou invisível.
Uma vez os netos vieram dizer-me que iriamos passear ao campo. Fiquei muito feliz, fazia tanto tempo que não saía!
Fui a primeira a levantar, quis arrumar as coisas com calma, afinal nós velhos somos mais lentos, assim arranjei-me a tempo de não atrasá-los. Em pouco tempo, todos entravam e saíam correndo da casa, atirando bolas e brinquedos para o carro.
Eu já estava pronta e muito alegre, parei na porta e fiquei à espera. Quando se foram embora, compreendi que eu não estava convidada, talvez porque não cabia no carro. Senti que o coração encolhia e o queixo tremia, como alguém que tinha vontade de chorar. Eu os entendo, são jovens, riem, sonham, se abraçam, se beijam e eu e eu.... Antes beijava os meus netos, adorava tê-los nos braços, como se fossem meus. E até cantava canções de embalar que tinha esquecido. Mas um dia...
Um dia a minha neta que acabava de ter um bebê me disse que não era bom que os velhos beijassem os bebês por questões de saúde. Desde então, não me aproximo mais deles, tenho tanto medo de contagia-los! Eu não tenho magoa deles , eu perdoo a todos , porque que culpa têm eles, de que eu tenha me tornado invisível?

Texto original - " El dia que me volvi invisible "
Autora - Silvia Castillejon Peral
Cidade do México - 2002

sábado, 10 de setembro de 2016

Convívio conjugal - Divaldo Franco



O que é preciso fazer para que um relacionamento consiga superar as adversidades? Existe algum segredo? E se não funcionar mais?

O orador Divaldo Pereira Franco fala sobre o tema, trazendo palavras de luz e esclarecimento:

"... toda vez que nós dilaceramos o sentimento de alguém, assumimos um carma. Podemos separarmos, mas não podemos dilacerar a afetividade do outro."

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O Choro da Estrela - Reflexão Espírita


Conta uma lenda que, certo dia, caminhava Deus, sossegadamente, pelo Universo.

Contemplava a Sua criação, verificando se tudo estava correndo bem.

Em certo ponto de Sua caminhada, deparou com uma estrela, num choro convulsivo.

Aproximou-se e com Seu carinho de Pai, perguntou: Por que você chora, minha filha?

A estrela, em pranto, mal conseguia falar:

Sabe, meu Pai, estou triste. Não consigo achar uma razão para a minha existência. O sol, com todo o seu brilho, fornece calor, luz e energia. Serve especialmente ao planeta azul e as pessoas ali o esperam todos os dias, alegrando-se com o seu surgimento.

As estrelas cadentes alimentam os sonhos dos românticos que as contemplam, maravilhados.

Os cometas geram dúvidas e mistérios, movimentando cientistas de todo lugar para os estudar e analisar. Todos são importantes. Todos, menos eu. Eu fico aqui parada, sem utilidade nenhuma.

Deus ouviu tudo atentamente. Com paciência, decidiu explicar para a estrela os porquês de sua existência.

Porém, nesse instante, uma voz interrompeu o diálogo. Era uma voz que vinha de longe, uma voz infantil.

Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos planetas da região.

A criança dizia: Veja, mamãe! O dia já vai nascer!

A mãe ficou um tanto confusa. Como podia uma criança que mal sabia as horas, saber que o sol logo nasceria, se tudo ainda estava escuro?

Como você sabe disso, meu filho?

E a criança alegre respondeu: Veja aquela estrela, mamãe! Papai me disse que ela anuncia o novo dia.

Ela sempre aparece um pouco antes do sol, e aponta o lugar de onde o sol vai sair.

Ouvindo aquilo, a estrela se pôs a chorar. Mas de emoção.

Não era mais preciso que Deus lhe explicasse o motivo da sua existência. Como tudo o que Ele criou, ela também tinha uma razão de ser.

Era a estrela que anunciava o novo dia. E com o novo dia, se renovam sempre as esperanças, os sonhos.

Ela servia para orientar os homens, indicando-lhes o caminho a percorrer.

Quando a vissem, eles poderiam ter certeza que logo mais o sol surgiria, abrilhantando tudo, espancando a escuridão da noite, secando as estradas da chuva torrencial das horas anteriores, aquecendo as manhãs frias.

A estrela, sentindo-se imensamente útil, encheu-se de felicidade e brilhou com mais intensidade.

Descobrira, enfim, como ela era importante e indispensável ao ciclo da vida.

* * *

Todos temos uma razão para existir, mesmo que ainda não a tenhamos descoberto.

Alguns nascem para ser estrela de outras vidas, orientando-as na caminhada.

Outros nascem para iluminar estradas, conduzir mentes, acalentar corações.

Muitos nascem para ser o suporte de outros, em sua trajetória de glórias e sucessos.

Se você ainda não descobriu porque está na Terra, eleja a si próprio estrela de luz e comece a semear amor e espalhar alegrias ao seu redor.

Assim, você iluminará a sua própria vida, iluminando todos que estão à sua volta.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A Casa Mental


Nossa mente é como uma casa. Pode ser grandiosa ou pequenina, suja ou cuidadosamente limpa. Depende de nós.

Você já observou como agimos com relação aos pensamentos que cultivamos?

Em geral, não temos com a mente o cuidado que costumamos dispensar aos ambientes em que vivemos ou trabalhamos.

Quem pensaria em deixar sua casa ou escritório cheio de sujeira, acumulando lixo ou tomado por ratos e insetos?

Certamente ninguém.

No entanto, com a casa mental somos menos atenciosos. É que permitimos que pensamentos infelizes e maus sentimentos encontrem morada em nosso coração.

E como fazemos isso?

Agimos assim quando permitimos que tenham livre acesso às nossas mentes os pensamentos de revolta, inveja, ciúme, ódio.

Ou quando cultivamos desejo de vingança, rancor e infelicidade.

Nesses momentos, é como se enchêssemos de sujeira a mente. Uma pesada camada de pó cobre a alegria e impede que estejamos em paz.

Além da angústia que traz, a mente atormentada influencia diretamente o corpo, acarretando doenças e sofrimentos desnecessários.

E pior: contribui para o isolamento.

Sim, porque as pessoas percebem quando não estamos bem espiritualmente.

O azedume de nossas palavras, o rosto contraído, tudo faz com que os outros desejem se afastar de nós, agravando nossa infelicidade.

E o que fazer para impedir que isso aconteça?

A resposta foi dada por Jesus: Orar e vigiar.

A vigilância é essencial para quem deseja a mente saudável.

Nossa tarefa é observar cada pensamento que se infiltra, analisar a natureza dos sentimentos que surgem.

E, principalmente, estar alerta para arrancar como erva daninha tudo o que possa nos prejudicar.

Dado esse primeiro passo que é a vigilância, é importantíssimo estar atento para a segunda recomendação de Jesus: a oração.

Quando identificamos dentro de nós os feios sentimentos, as más palavras e os pensamentos desequilibrados, sempre podemos recorrer à oração.

A prece é um pedido de socorro que dirigimos ao Divino Pai. Quando nos sentimos frágeis para combater os pensamentos infelizes, é hora de pedir auxílio a Deus.

É tempo de falar a Ele sobre a fraqueza que carregamos ou a tristeza que nos abate. É o momento de pedir força moral.

E o Pai dos Céus nos enviará o auxílio necessário.

Mas... de nossa parte, é importante não haver acomodação. É preciso trabalhar para ser merecedor da ajuda que Deus nos manda.

Como fazer isso? Contrapondo a cada mau pensamento os vários antídotos que temos à nossa disposição: as boas atitudes, o sorriso, a alegria, as boas leituras.

Em vez da maledicência, a boa palavra, as conversas saudáveis.

No lugar da crítica ácida, optar pelo elogio ou pela observação construtiva.

Se surgir um pensamento infeliz, combatê-lo com firmeza.

* * *

Não se deixe escravizar.

Se alguém o ofender ou fizer mal, procure perdoar, esquecer. E peça a Deus a oportunidade de ser útil a essa pessoa.

Não esqueça: todo dia é excelente oportunidade para iniciar a limpeza da casa mental. Comece agora mesmo.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Luz do Mundo


Jesus, o Mestre dos mestres, tinha sempre palavras de estímulo aos que O seguiam.

Ninguém como Ele utilizou de forma tão excelente os vocábulos de incentivo a quem pretendesse estar com Ele.

É assim que nos credencia a herdeiros do Universo, pois que somos filhos do Pai que tudo criou, bem como nos chama Filhos da Luz, ramos da videira, aqueles que podem fazer tudo o que Ele fez e muito mais.

De forma amiúde, ficamos nos questionando a respeito de algumas de Suas afirmativas.

Por nos considerarmos tão pequenos, tão distantes da grandeza de que Se reveste o Mestre de Nazaré, indagamo-nos se Ele estaria certo ao nos ofertar tais credenciais.

Filhos da Luz? Nós, que nos sentimos ainda tateando em sombras densas?

Andar no mundo como Filhos da Luz, enquanto temos luz? De que luz dispomos? De que intensidade é nossa luz?

Então, nos lembramos do valor de um fósforo em plena escuridão.

Quando o breu se faz porque a energia elétrica sofre uma pane, como a luz débil de um fósforo faz a grande diferença!

Disse alguém que nos podemos considerar como um fósforo aceso.

Sim, a chama não ilumina grande distância, mas faz a diferença entre a escuridão total e uma pequena claridade.

Claridade que nos retira, por breves segundos, embora, da insegurança total das trevas.

Claridade que nos permite ver o outro, perceber que não estamos sós, que mais alguém compartilha conosco daquela situação. E nos darmos as mãos.

Claridade que nos permite ir em busca de uma lanterna, de uma vela, de um lampião.

Ou, se nada disso se tiver, acender um outro fósforo. E outro, e mais outro.

Quem sabe, fazer um clarão maior, enquanto a energia elétrica não se restaura.

Em se tratando da sociedade, podemos imaginar o mesmo valor dessa pequena luz.

Se somos um fósforo de dignidade que se acende quando a corrupção anda à solta, fazemos a diferença.

Porque a nossa chama mostra a outros o nosso valor e motiva a que os demais resolvam acender a sua própria chama.

Se, em meio à indiferença geral, somos o fósforo que aquece a alma e a vida de quem sofre; se em meio à covardia moral, mostramos a luz da correta conduta; se, enfim, somos a pequenina chama da amizade, da justiça, da fé, quanta luz espalharemos por onde passarmos?

Tinha, portanto, toda razão Jesus ao nos estimular a andar no mundo como Filhos da Luz, andar enquanto tivermos luz.

A luz ilumina onde se apresente e mostra cores, onde somente havia trevas;

Mostra pessoas onde somente havia solidão; acena esperança onde grassa a infelicidade.

Pensemos nisso e atendamos ao incentivo do Mestre de Nazaré.

Não nos preocupemos com a chama pequena, oscilante ou de duração efêmera.

Mostremos nossa luz. Mesmo que somente seja para acender outra luz.

Será a nossa contribuição para o mundo de alegrias, risos e cores que todos desejamos para nós, para nossos filhos, para as gerações futuras.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Não Deixe para Depois


O pai de família chegou em casa e se sentou à mesa com as contas do mês a pagar, e algumas já vencidas, quando seu filhinho, cheio de alegria, entrou correndo na sala e disse com entusiasmo:
Feliz aniversário, papai! Mamãe disse que você está completando cinquenta e cinco anos hoje, por isso eu vou lhe dar cinquenta e cinco beijos, um para cada ano.
O garoto começou a fazer o que prometera, quando o pai exclamou:
Oh! Filho, agora não! Estou tão ocupado!
O menino fez silêncio imediato. Mas o seu gesto chamou a atenção do aniversariante.
Olhando-o, o pai percebeu que havia lágrimas em seus grandes olhos azuis.
Desculpando-se, disse ao filho: Você pode terminar amanhã.
O menino não respondeu e não foi capaz de disfarçar o seu desapontamento, enquanto se afastava.
Naquela mesma noite o pai lhe falou: Venha cá e termine de me dar seus beijos agora, filho.
Ou ele não ouviu ou não estava mais com vontade, pois não atendeu ao pedido.
Dois meses depois, um acidente levou o garoto. Seu corpo foi sepultado num pequeno cemitério, perto do lugar onde ele gostava de brincar.
Aquele pai constantemente se sentava ao lado do túmulo do seu pequeno e, observando a natureza, pensava consigo mesmo:
O canto do sabiá não é mais doce que a voz do meu filho, e a rolinha que canta para os seus filhotes não é tão gentil como o menininho que deixou de completar a sua declaração de amor.
Ah! Se eu pudesse ao menos lhe dizer como me arrependo daquelas palavras impensadas, e como o meu coração está doendo agora por causa de minha falta de delicadeza.
Hoje eu fico aqui sentado, pensando em como pude não retribuir seu afeto, e entristeci seu pequeno coração, cheio de ternura.

* * *

Às vezes, por motivos banais, deixamos passar oportunidades únicas, que jamais se repetirão em nossas vidas.
São momentos em que uma distração qualquer nos afasta do abraço afetuoso de um ser querido...
Um compromisso, que poderíamos adiar, nos impede de ficar um pouco mais com alguém que nos deixará em breve...
Depois, como aconteceu ao pai que recusou os beijos do filho, só resta a dor do arrependimento.
E essa dor é como um fogo que queima sem consumir.
E não é necessário que a pessoa a quem negamos nossa atenção seja arrebatada pela morte, para que sintamos o desconforto do arrependimento.
Quantos filhos deixam de procurar os pais, por falta de atenção, e se vão, em busca de alguém que ouça seus desabafos ou responda suas perguntas.
Quantas esposas se fecham no mutismo, depois de várias tentativas de diálogo com o companheiro indiferente ou frio.
Quantos esposos se isolam, após tentativas frustradas de entendimento.
Por todas essas razões, vale a pena prestar atenção nos braços que se distendem para um abraço, os lábios que se dispõem para um beijo, as mãos que se oferecem para um carinho.

* * *

Um gesto de ternura deve ser sempre bem recebido, mesmo que estejamos sobrecarregados, cansados, sem vontade de atender.
Uma demonstração de amor é sempre bem-vinda, para dar novo colorido às nossas horas, ao nosso dia a dia, às nossas lutas.
O amor, quando chega, dissipa as trevas, clareia o caminho, perfuma o ambiente e refaz o ânimo de quem lhe recebe a suave visita.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita

sábado, 3 de setembro de 2016

Divino Farol


Conta-se que um capitão, ainda bastante jovem, tinha acabado de se formar na Escola de Oficiais da Marinha e estava servindo num grande navio de guerra.

Sua frota estava fazendo exercícios num arquipélago, em meio a milhares de ilhas. Eles já estavam chegando ao final do dia, o tempo estava péssimo, com névoa densa e a visibilidade muito ruim.

Em certo momento, o vigia avisou ao comandante que havia uma luz piscando do lado direito. O comandante perguntou se a luz estava constante ou em movimento, e o vigia confirmou que a luz estava parada e num curso de colisão.

O comandante mandou uma mensagem para o suposto navio informando que ele estava numa rota de colisão e que seria necessário mudar seu curso em vinte graus, imediatamente.

Recebeu a seguinte mensagem: É melhor vocês mudarem seu percurso imediatamente.

O capitão pensou que a tripulação do outro navio não sabia quem ele era e transmitiu outra mensagem: Eu sou um capitão, por favor, mude seu percurso em vinte graus. Veio outra mensagem:

Eu sou marinheiro de segunda classe, senhor, e estou alertando que é preciso mudar o curso do seu navio, senhor.

O comandante ficou enfurecido e enviou sua mensagem final: Estou no comando da mais importante nau da frota. Não podemos manobrar tão rápido. Mude seu curso imediatamente. Isto é uma ordem!

Então, o comandante recebeu a mensagem final: Senhor, é impossível mudar nossa rota. Isto aqui é um farol. E eu, sou apenas o faroleiro.

* * *

Ao longo da sua trajetória evolutiva, não foram poucas as vezes que homens, investidos de cargos importantes ou em posições de destaque, têm se deixado levar pela soberba e pela vaidade, a ponto de não perceber a realidade que os cerca.

A história registrou inúmeras dessas situações, mas a mais célebre foi a ocorrida com Jesus.

Quando o Mestre de Nazaré Se posicionou diante dos doutores da lei, dos poderosos, dos que se julgavam acima do bem e do mal, qual farol iluminando a noite escura dos corações, foi crucificado.

Aqueles homens não admitiam que um simples carpinteiro, sem títulos nem riquezas materiais pudesse lhes indicar o rumo que deveriam seguir para evitar o naufrágio na escuridão das próprias trevas.

Investidos dos poderes transitórios e das glórias terrenas, fecharam os olhos para a Grande Luz que veio à Terra para iluminar consciências e perfumar corações.

Enceguecidos pelo brilho do ouro, desdenharam o maior tesouro já conferido à Humanidade.

Pseudossábios, iludidos pela prepotência do falso saber, desprezaram Aquele que foi e continua sendo o maior sábio de que se tem notícias.

Cegos pelo preconceito de raça, de casta e de religião, não aceitaram a orientação do Sublime Farol que veio a este mundo de misérias para conduzi-lo, como nau desorientada, ao porto seguro de um reinado diferente, que Ele próprio exemplificou.

E, não obstante todas as resistências oferecidas pelos poderosos daquele tempo e por alguns da atualidade, o Divino Farol continua orientando todos os que, cansados de se debater na noite escura dos sofrimentos e nas tempestades geradas pela ignorância, desejam chegar a um porto seguro.

E assim prosseguirá, até que todas as ovelhas do aprisco voltem ao Seu redil... Até o final dos tempos, conforme Ele mesmo afirmou.

* * *

Jesus é estrela de primeira grandeza.

Fez-Se, na Terra, um humilde carpinteiro para Se achegar aos corações doridos daqueles que estavam dispostos a saciar a sede de esperança e seguir Seus passos luminosos.

E, embora desprezado por muitos, continua sendo o Divino Farol a indicar o caminho que conduz ao Pai, através dos Seus luminosos ensinamentos.

Redação do Momento Espírita