Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o
prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança
pelo espaço e entre em relação mais direta com os outros Espíritos. Questão Nr.
401 – “O Livro dos Espíritos”.
Quer
lembremos ou não da vivência espiritual durante o sono, podemos perfeitamente
definir a natureza de nossas experiências e contatos com o simples cuidado de
analisar nosso estado de ânimo ao retomar o corpo.
Como despertamos?
Em paz, alegres, saudáveis, descansados, harmonizados? — Ótimo! Estivemos
em boa companhia.
Acordamos “brigados com a Humanidade”, “chutando
latas”, nervosos, agressivos, infelizes, deprimidos, angustiados?
Cuidado! Estamos sendo mal influenciados.
***
Dizia o Padre Antônio Vieira:
“O sono é a imagem da morte, os sonhos são a imagem da vida. Cada um
sonha como vive. Os sonhos são uma pintura muda, em que a imaginação, a portas
fechadas e às escuras, retrata a vida e a alma de cada um, com as cores de sua
ação, dos seus propósitos e dos seus desejos.”
Vieira viveu dois séculos antes da codificação do Espiritismo. Não tinha
conhecimento das atividades do Espírito durante o sono físico, atribuindo suas
reminiscências à imaginação.
Mas, intuitivamente, exprimiu uma realidade. Nossos sonhos refletem uma maneira
de ser, interesses e ideais que nos marcam a existência, na medida em que
nossas experiências extrafísicas durante o sono relacionam-se intimamente com
nossas cogitações na vigília.
Por isso, se queremos bons sonhos e um despertar feliz, é imperioso que
cultivemos os valores do bem e da verdade. Assim, enquanto o corpo repousar
estaremos convivendo com amigos e mentores, aprendendo e servindo, como um
ensaio feliz para a transferência definitiva, quando a morte nos convocar.
(Referência: “Viver em plenitudes”, de Richard Simonetti
– Capítulo “Mergulho na Eternidade”)