terça-feira, 30 de setembro de 2014

Oração Refazente

..Almas da Terra!
Quando o fragor das inquietações estiver a ponto de estraçalhar-vos; se nas encruzilhadas não souberdes o caminho a seguir e todas as rotas vos parecerem acesso a abismos; quando insuportável desesperação vos houver arrastado a conclusões infelizes que vos pareçam ser a única solução; quando os infortúnios, em vos excruciando, tenderem a tornar-vos indiferentes ao próprio sofrimento — tendes o veículo da oração e dispondes do acesso à meditação remediadora! Talvez não vos sejam supressos os problemas, nem afastadas as dificuldades. No entanto, dilatareis a visão, para melhor e mais apurado discernimento; lobrigareis mais ampla compreensão da vida e das suas legítimas realidades; experimentareis a presença de forças ignotas, que vos penetrarão, vitalizando-vos; elevar-vos-eis a zonas psíquicas relevantes, donde volvereis saturados de paz, com possibilidades de prosseguirdes, não obstante quaisquer difíceis conjunturas existentes ou por existirem. Porque a prece apazigua e a meditação refaz; a oração eleva, enquanto a reflexão sustenta; o pensamento nobre, comungando com Deus, em Deus haure a vida, e dialogando, em conúbio de amor, extravasa as impurezas e se impregna com as sublimes vibrações da afetividade, que se converte em força dinâmica, para sustentar as combalidas potencialidades que, então, se soerguem e não mais desfalecem.
Não vos arrojeis desastradamente nas valas da ira irrefreável ou nas vagas da insensatez. Antes que vos assaltem os demônios do crime, erguei-vos do caos, pensando e orando.
Há ouvidos atentos que captarão vossos apelos e cérebros poderosos que emitirão mensagens-respostas, que não deveis desconsiderar.
Amores que vos precederam no além-túmulo vigiam e esperam por vós, amam e aguardam receptividade.
Não vos enganeis, nem vos desespereis vãmente. Tende tento! Falai ao Pai na prece calma e silenciai para O ouvirdes, através da inspiração clarificadora.
Nada exijais. Quem ora, não impõe. Orar é abrir a alma, externar estados íntimos, refugiar-se na divina sabedoria, a fim de abastecer-se de entendimento, penetrando-se de saúde interior...
E quando retornardes da incursão pela prece, exultai, apagando as sombrias expressões anteriores, superando as marcas das crises sofridas e espargindo alegrias, em nome da esperança que habitará em vós.
Trabalhando pelo bem, o homem ora.
Orando, na aflição ou na alegria, o homem trabalha. E orando conseguirá vencer toda tentação, integrar-se com plenitude no espírito da vida, que flui da Vida Abundante, com forças superiores para trabalhar e vencer...

Victor Hugo - Divaldo Pereira Franco

(Sublime Expiação, Victor Hugo – Ed. FEB, 7ª ed., 1992, pag. 145)
(Fonte: “A prece segundo os Espíritos — coletânea mediúnica ilustrada – Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos – Org. por Washington Luiz Nogueira Fernandes)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Borboleta e o Cavalinho


Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.
Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.

Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo. A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta,
Gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho. Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso.

Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso. Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso.
Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil. Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro.
Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto. E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela. Caminhou por toda a floresta a observar c ada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore.
Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali. -Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu. - Ah, é você então o famoso cavalinho? - Famoso, eu?
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos. - Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso? - Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice.
Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento. - Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo.
Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias? - Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver.
Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui.

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.
Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso, OU PERMITIU QUE FOSSE COLOCADO.
“ Espero que você possa aceitar as coisas como elas são... Sem pensar que tudo conspira contra você... Porque parte de nós é entendimento... a outra parte é aprendizado...
Que você possa ter forças para vencer todos os seus medos... Que no final possa alcançar todos os seus objetivos... Que tudo aquilo que você vê e escuta possa lhe trazer conhecimento....
Que essa escola possa ser longa e feliz...pois parte de nós é o que vivemos, a outra parte é o que esperamos...
Que durante a sua vida você possa construir sentimentos verdadeiros....
Que você possa aceitar que só quem soube da sombra, pode saber da luz...”
Para ser feliz não existe poção mágica. É preciso somente que tenha a alma limpa e desprovida de mágoas e rancores.
Quanto mais tempo ficarmos remoendo as dores mais tempo levaremos para cicatrizar as feridas.
Estamos aqui de passagem. Nada trouxemos e nada levaremos. Cada um é livre para cumprir a sua missão...
Agradeço, Senhor, os verdadeiros amigos, mesmo imperfeitos e limitados!
Muitas vezes decepciono-me, esquecida(o) de que sou eu quem erra quando espero deles uma perfeição e um perfeito amor o qual somente Vós possui e mesmo aqueles que Vos amam verdadeiramente, são falhos, porque são humanos.

Agradeço, Senhor, pela sua compaixão, pela sua graça, pela sua bondade, que estão sempre presentes, sustentando-me nos momentos mais difíceis.
Agradeço, Senhor, pela pessoa que sou.
E QUE MEUS AMIGOS(AS) PERDOEM-ME POR SER IMPERFEITO(A) Que Assim Seja....

Autor desconhecido

domingo, 28 de setembro de 2014

Os Girassóis


Você já viu um girassol?
Trata-se de uma flor amarela, muito grande, que gira sempre em busca do sol. E é por essa razão que é, popularmente, chamada de girassol.
Quando uma pequena e frágil semente dessa flor brota em meio a outras plantas, procura imediatamente a luz solar.
É como se soubesse, instintivamente, que a claridade e o calor do sol lhe possibilitarão a vida.
E o que aconteceria à flor se a colocássemos em uma redoma bem fechada e escura?
Certamente, em pouco tempo, ela morreria.
* * *
Assim como os girassóis, nosso corpo físico também necessita da luz e do calor solar, da chuva e da brisa, para nos manter vivos.
Mas não é só o corpo físico que precisa de cuidados para prosseguir firme. O Espírito igualmente necessita da Luz Divina para manter acesa a chama da esperança.
Precisa do calor do afeto, da brisa da amizade, da chuva de bênçãos que vem do alto.
Todavia, é necessário que façamos esforços para respirar o ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis que nos envolvem.
Muitos de nós permitimos que os vícios abafem a nossa vontade de buscar a luz, e definhamos dia a dia como uma planta mirrada e sem vida.
Ou, então, nos deixamos enredar nos cipoais da preguiça e do desânimo e ficamos a reclamar da sorte, sem fazer esforços para sair da situação que nos desagrada.
É preciso compreender os objetivos traçados por Deus para a elevação de Seus filhos, que somos todos nós.
E para que possamos crescer, de acordo com os planos divinos, o Criador coloca à nossa disposição tudo o de que necessitamos.
É o amparo da família, que nos oferece sustentação e segurança em todas as horas...
A presença dos amigos nos momentos de alegria ou de tristeza a nos amparar os passos e a nos impulsionar para a frente.
São as possibilidades de aprendizado, que surgem a cada instante da caminhada, tornando-nos mais esclarecidos e preparados para decidir qual o melhor caminho a tomar.
Mas, o que acontece conosco quando nos fechamos na redoma escura da depressão ou da melancolia e assim permanecemos por vontade própria?
É possível que, em pouco tempo, nossas forças esmoreçam e não nos permitam, sequer, gritar por socorro.
Por essa razão, devemos entender que Deus tem um plano de felicidade para cada um de nós e que, para alcançá-lo, é preciso buscar os recursos disponíveis.
É preciso imitar os girassóis. Buscar sempre a luz, mesmo que as trevas insistam em nos envolver.
É preciso buscar o apoio da família, nos momentos em que nos sentimos fraquejar.
É preciso rogar o socorro dos verdadeiros amigos quando sentimos as nossas forças enfraquecendo.
É preciso, acima de tudo, buscar a Luz Divina que consola e esclarece, ampara e anima em todas as situações.
* * *
Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro véu o horizonte de tuas esperanças, e o convite da depressão rondar-te a alma, imita os girassóis e busca respirar o ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis.
Quando as dificuldades e os problemas se fizerem insuportáveis, tentando sufocar-te a disposição para a luta, lembra-te dos girassóis e busca a Luz Divina através da oração sincera.
Redação do Momento Espírita

Autor: Momento Espírita

sábado, 27 de setembro de 2014

O Milagre do Amor


Percebendo as árduas lutas por que passam seus irmãos na face da Terra, um Espírito Benfeitor ditou uma mensagem que intitulou O milagre do amor, e diz mais ou menos assim:
Quando a dúvida lhe chegue, maliciosa, indague ao amor qual a conduta a seguir.
Quando a saudade avizinhar-se, tentando macerar-lhe o coração, refugie-se no amor e deixe que as recordações felizes iluminem a noite em que você se encontra.
Quando a aflição aturdir-lhe o íntimo, chame o amor, para que a calma e a confiança predominem nas suas decisões.
Quando a suspeita buscar aninhar-se em seu coração, dirija o pensamento ao amor e a paz dominará as paisagens dos seus sentimentos.
Quando a cólera acercar-se da sua emotividade, recorde-se do amor e suave balada de entendimento se lhe fará ouvida na acústica da alma.
Quando o abandono ameaçar estraçalhar-lhe os sonhos, ferindo-lhe a alma, busque o amor, que lhe dará fortaleza para prosseguir, embora a sós.
Em qualquer situação, dirija-se ao amor.
Só o amor possui o correto entendimento de todas as coisas e fala, em silêncio, a linguagem de todos os idiomas.
O brilho de um olhar...
Um sorriso de esperança...
Um gesto quase imperceptível...
Um movimento rítmico, um aceno...
A presença do ausente...
Um toque...
A música de uma palavra só o amor logra transformar em bênção.
Feito de pequenos nadas, o amor é a força eterna que embala o príncipe no leito dourado e o órfão na palha úmida.
O amor é o único mecanismo que conduz o fraco às tarefas gigantescas...
Que impulsiona o progresso real; que dá dignidade à vida; que impele ao trabalho de reverdecer o pantanal e o deserto...
Que concede alento, quando a morte parece dominar soberana...
O amor é vida, sem o qual esta perderia o sentido e a significação.
Quando se ama, a noite coroa-se de astros e o dia se veste de sorrisos.
O amor colore a palidez do sofrimento e o erradica.
Sem este milagre, que é o amor, não valeria a pena viver.
Em tudo está a presença do amor que provém de Deus e é Deus.
Descubra o amor, e ame.
Ame e felicite-se, colocando na estrada do amor sinais de luz, a fim de que nunca mais haja sombra por onde o amor tenha transitado a derramar claridade.
Por tais razões, Jesus Cristo reuniu toda a Lei e todos os Profetas num só mandamento, cuja estrutura comportamental e finalidade última é o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
* * *
O amor é de essência divina, e todos nós, do primeiro ao último, temos, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.
Portanto, não tenhamos medo de amar.

Redação do Momento Espírita

Autor: momento espírita

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Não há vitória sem luta...


"Deus, é muito pesada..."
"Por favor deixe eu cortar um pedacinho..."
"Deus, por favor só mais um pedacinho..."
"Eu serei capaz de carregá-la melhor..."
"Deus muito obrigado..."
"Hã?"
"Vamos usá-las como ponte para atravessar..."
"É pequena demais, não posso atravessar..."

Moral da história:

Nada nesta vida é por acaso!
Muitas vezes queremos nos livrar da "cruz" que nos é da

Mas para tudo tem um 'para que' e um 'por quê'...
Deus nunca nos manda algo que não possamos suportar...

E se formos abreviar estes caminhos, certamente teremos problemas!

Autor desconhecido

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Primavera


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Cecília Meireles

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Fica Proibido


Fica proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
Fica proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
Fica proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
Fica proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
Fica proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
Fica proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
Fica proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu PRESENTE.
Fica proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
Fica proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
Fica proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
Pablo Neruda

Autor: Pablo Neruda

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Um minuto apenas


Lúcia era uma mulher feliz. Como poucas, acreditava.
Casada com o homem por quem se apaixonara nos verdes anos da adolescência, vivia o sonho da mulher realizada. Um filho lhe viera coroar a felicidade.
Que mais ela poderia desejar?
Acordava pela manhã e saudava o dia cantarolando. Com alegria realizava as tarefas do lar, cuidava do filho, aguardava o marido.
Tudo ia muito bem. Até o dia em que descobriu que o homem que tanto amava, a traía. E não era de agora. O problema vinha tomando corpo de algum tempo.
Magoada, se dirigiu ao marido. Exigiu-lhe e falou-lhe de respeito.
A resposta foi brutal, violenta. O homem encantador tornou-se raivoso, briguento. Chegou a lhe bater.
Foi nesse dia que Lúcia teve a certeza de que seu casamento acabara. Era o cúmulo.
Não poderia prosseguir a viver com alguém que chegara à agressão física.
Então, acordou na manhã de tristeza, depois de uma noite de angústia e tomou uma séria decisão.
Iria se matar. Acabar com a própria vida. Mais do que isto. Ela desejava vingança.
Por isso, tomou o filho de quatro anos pela mão e decidiu que o mataria. Queria que o marido ficasse com drama de consciência.
Seu destino era o Farol da Barra, na cidade de Salvador, na Bahia, onde residia. Ela sabia que era um local onde o mar batia com violência no penhasco.
A rua por onde transitava era movimentada. Muitos carros. Enquanto aguardava para atravessar a rua, a criança lhe escapou das mãos e correu, entre os carros. Ela se desesperou.
Estranho paradoxo. Conduzia a criança pela mão e tencionava jogá-la do penhasco ao mar para que morresse.
Mas, quando a vê correr perigo, esquecida de si mesma, vai-lhe ao encontro, agarra-a, até um pouco raivosa. Puxa-­a pela mão.
Neste momento, a criança se abaixa, alheia a tudo que se passava, e recolhe do chão um papel.
Lúcia o arranca das mãos do pequeno e um título, em letras grandes, lhe chama a atenção: Um minuto apenas.
Ela lê: Num minuto apenas, a tormenta acalma, a dor passa, o ausente chega. O dinheiro muda de mão, o amor parte, a vida muda.
Vai andando, puxando a criança e lendo a página. Era uma página mediúnica que vinha assinada por um Espírito.
Ela terminou de ler. Passou o ímpeto. Em um minuto. Parou, olhou ao redor e verificou que tinha chegado ao seu destino. O penhasco estava próximo. Sentou-se e teve uma crise de choro.
O impulso de se matar havia desaparecido. Tornou a ler a mensagem. Ela se recordou de um senhor que era espírita e trabalhava no Banco, no mesmo onde seu marido trabalhava.
Foi para casa. Lembrou que um dia, jantando em casa dele, ele falara algo sobre Espiritismo. Algo que ela e o marido, por terem outra formação religiosa, rechaçaram de imediato.
Ela lhe telefonou, pediu-lhe orientação e ele a encaminhou a um Centro Espírita.
Atendida por companheiro dedicado, que lhe ouviu os gritos da alma aflita, passou a buscar na oração sincera, na leitura nobre, no passe reconfortante, as necessárias forças para superar a crise.
O marido, notando-lhe a mudança, a calma, no transcorrer dos dias, a seguiu em uma das suas saídas do lar. Desconfiado, adentrou ele também à Casa Espírita. Para descobrir uma fonte de consolo e esclarecimento.
Hoje, ambos trabalham na Seara Espírita. Reconstituíram sua vida, refizeram-se. Os anos rolaram. O garoto é um adolescente e mais dois filhos se somaram a ele.
* * *
Mudança de rumo. A vida muda. Em um minuto apenas. Em um minuto apenas Deus providencia o socorro.
Pode ser um coração atento, uma mão amiga ou um pedaço de papel impresso caído na calçada. Papel que o vento não levou para longe.
Um minuto apenas e o amor volta. A esperança renasce. Um minuto apenas e o sol rompe as nuvens, clareando tudo.
Não se desespere. Espere. Um minuto apenas. O socorro chega. O panorama se modifica. A vida refloresce.
Tenha paciência. Não se entregue à desesperança. Aguarde. Enquanto você sofre, Deus providencia o auxílio.
Aguarde. Um minuto apenas. Sessenta segundos. Uma vida.
Um minuto a mais...
* * *
Em um minuto apenas, a Misericórdia Divina se derrama, cheia de bênçãos, nas vielas escuras dos passos humanos. Corrige, saneia, repara, transformando-as em estradas luminosas no rumo da vida maior.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24 do livro O semeador de estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. Leal.
Disponível no CD Momento Espírita

Autor: Momento Espírita

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Um ponto Negro


Conta-se que um professor preparou sua aula estendendo um grande lençol branco numa das paredes da sala.
Na medida em que os alunos iam entrando, tinham sua curiosidade despertada por aquele objeto estranho estendido bem à sua frente.
O professor iniciou a aula perguntando a todos o que viam. O primeiro que se manifestou disse que via um pontinho negro, no que foi seguido pelos demais. Todos conseguiram ver o pontinho negro que fora colocado, de propósito, no centro do lençol branco.
Depois de perguntar a todos se o ponto negro era a única coisa que viam, e ouvir a resposta afirmativa, o professor lançou outra questão:
Vocês não estão vendo todo o resto do lençol? Vocês conseguem somente ver o pequeno ponto preto e não percebem a parte branca, que é muito mais extensa?
Naquele momento os alunos entenderam o propósito da aula: ensinar a ampliar e educar a visão, para perceber melhor o conjunto e não ficar atento somente aos pormenores ou às coisas negativas.
Essa é, na maior parte das vezes, a nossa forma de ver as pessoas e situações que nos rodeiam.
Costumamos dar um peso exagerado às coisas ruins e pouca importância ao que se realiza de bom.
Se um amigo sempre nos trata com cortesia, com afabilidade e atenção e, num determinado momento, nos trata de maneira áspera, pronto. Tudo o que ele fez até então cai por terra. Já nos indignamos e o conceito que tínhamos dele até então, muda totalmente.
É como se nossos olhos só pudessem ver o pequeno ponto negro.
Não levamos em conta a possibilidade de nosso amigo ou amiga estar precisando da nossa ajuda. Não nos damos conta de que talvez esteja com dificuldades e por isso nos tratou de forma diferente.
Temos sido tão exigentes com os outros!
Mas, se somos nós que estamos indispostos, todos têm que suportar nosso mau-humor, nossa falta de cortesia.
Um casal completava seus 60 anos de matrimônio, e uma das netas perguntou à avó: Vózinha, como é que a senhora aguentou o vovô até hoje? Ele é uma pessoa muito difícil de tolerar.
A vovó, com um sorriso de serenidade respondeu à neta:
É simples, minha filha. Eu sempre tive comigo uma balança imaginária. Colocava num dos pratos as coisas ruins que seu avô fazia. No outro prato da balança eu depositava as coisas boas. E o prato sempre pendia para o lado das coisas boas.
Nós também fazemos uso da balança imaginária. Mas, muitas vezes, o peso que atribuímos às coisas ruins é desproporcional e a balança tende a pender mais para esse lado.
Vez que outra é importante que façamos uma aferição na nossa balança, para verificar se ela não está desregulada, pendendo muito para o lado dos equívocos.
Saibamos valorizar as boas ações.
Não façamos como os alunos, que só viam o ponto negro no centro de um enorme lençol branco.
Eduquemos a nossa visão para perceber melhor as coisas boas da vida. Desenvolvamos a nossa capacidade de ver e valorizar tudo o que nos acontece de bom.
* * *
Os benfeitores da Humanidade recomendam que sejamos severos para conosco mesmos e indulgentes para com nosso próximo.
Contrariando tal recomendação, a maior parte das vezes somos indulgentes para conosco e muito severos para com os equívocos alheios.
Vale a pena meditar nos ensinos que nos chegam do Alto. Vale a pena que exercitemos o perdão aos semelhantes. E vale também a pena que sejamos mais exigentes conosco, buscando sempre melhorar nosso comportamento.
Redação do Momento Espírita

Autor desconhecido

sábado, 20 de setembro de 2014

Confiemos alegremente - Chico Xavier


Lembra-te das mercês que o Senhor te confere pelos braços do tempo e espalha gratidão e alegria onde estiveres...
Repara as forças da Natureza, a emergirem, serenas, de todos os cataclismos.
Corre a fonte cantando pelo crivo do charco...
Sussurra a brisa melodias de confiança após a ventania destruidora...
A árvore multiplica flores e frutos além da poda...
Multidões de estrelas rutilam sobre as trevas da noite...
E cada manhã, ainda mesmo que os homens se tenham valido da sombra para enxovalhar a terra com o sangue do crime, volve o Sol, em luminoso silêncio, acalentando homens e vermes, montes e furnas.
Ainda mesmo que o mal te golpeie transitoriamente o coração, recorda os bens que te compõem a riqueza da saúde e da esperança, do trabalho e do amor, e rejubila-te, buscando a frente.
Tédio é deserção. Pessimismo é veneno.
Encara os obstáculos de ânimo firme e estampa o otimismo em tua alma para que não fujas aos teus próprios compromissos perante a vida.
Serenidade em nós é segurança nos outros.
O sorriso de paz é arco-íris no céu de teu semblante.
"Regozijai-vos sempre"- diz-nos o apóstolo Paulo. E acrescentamos: - rejubilemo-nos em tudo com a Vontade de Deus, porque a Vontade de Deus significa Bondade Eterna.
Chico Xavier - Emmanuel

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Amor e Renúncia


A conversa informal, durante o café da manhã, foi mais uma oportunidade de aprendizado para os que ouviam aquela senhora de semblante calmo e cabelos embranquecidos pelas muitas primaveras já vividas.

Ela pôs o café e o leite na xícara e alguém lhe ofereceu açúcar. Mas a senhora agradeceu dizendo que não fazia uso de açúcar. Alguém alcançou rapidamente o adoçante, por pensar que deveria estar cumprindo alguma dieta.

Ela agradeceu novamente, dizendo que tomava apenas café com leite, sem açúcar, nem adoçante dietético.

Sua atitude causou admiração, pois raras pessoas dispensam o açúcar. Então ela contou a sua história.

Disse que, logo depois que se casara, havia deixado de usar açúcar. Imediatamente imaginamos que deveria ser para acompanhar o marido que, por certo, não gostava de doce.

Contudo, aquela senhora, que agora lembrava com carinho do marido já falecido há alguns anos, esclareceu que o motivo era outro.

Falou de como o seu jovem esposo gostava de açúcar, e falou também da escassez do produto, durante a Segunda Guerra Mundial.

Disse que, por causa do racionamento, conseguiam apenas alguns quilos por mês e que mal davam para seu companheiro.

Ela, que o amava muito, renunciou ao açúcar para que seu bem amado não ficasse sem.

Declarou que depois que a guerra acabou e a situação se normalizou, já não fazia mais questão de adoçar seu café e que havia perdido completamente o hábito do doce.

Hoje em dia, talvez uma atitude dessas cause espanto naqueles que não conseguem analisar o valor e a grandeza de uma renúncia desse porte.

Somente quem ama, verdadeiramente, é capaz de um gesto nobre em favor da pessoa amada.

Nos dias atuais, em que os casais se separam por questões tão insignificantes, vale a pena lembrar as heroínas e os heróis anônimos que renunciaram ou renunciam a tantas coisas para fazer a felicidade do companheiro ou da companheira.

Nesses dias em que raros cônjuges abrem mão de uma simples opinião em prol da harmonia do lar, vale lembrar que a vida a dois deve ser um exercício constante de renúncia e abnegação.

Não estamos falando de anulação nem de subserviência, de um ou de outro, mas, simplesmente, da necessidade de relevar ou tolerar os defeitos um do outro.

Não é preciso chegar ao ponto de abrir mão de algo que se goste, por mero capricho ou exigência do cônjuge, mas se pudermos renunciar a algo para que nosso amor seja feliz, essa será uma atitude de grande nobreza de nossa parte.

Afinal de contas, o verdadeiro amor é feito de renúncia e abnegação, senão não é amor, é egoísmo.

Se entre aqueles que optaram por dividir o lar, o leito e o carinho a dois, não existir tolerância, de quem podemos esperar tal virtude?

Se você ainda não havia pensado nisso, pense agora.

Pense que, quando se opta por viver as experiências do casamento, decide-se por compartilhar uma vida a dois e isso quer dizer, muitas vezes, abrir mão de alguns caprichos em prol da harmonia do lar.

Se você só se deu conta disso depois que já havia se casado, lembre-se de que a convivência é uma arte e um desafio que merece ser vivido com toda dedicação e carinho. Quando aprendermos a viver em harmonia dentro do lar, estaremos preparados para viver bem em qualquer sociedade.

* * *

O matrimônio é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos – Espíritos com os quais nos encontramos vinculados pelos processos e necessidades da evolução.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Avareza


“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui” - (LUCAS, 12:15).

Fujamos à retenção de qualquer possibilidade sem espírito de serviço.

Avareza não consiste apenas em amealhar o dinheiro nos cofres da mesquinhez.

As próprias águas benfeitoras da natureza, quando encarceradas sem preocupação de benefício, costumam formar zonas infecciosas.

Quem vive à cata de compensações, englobando-as ao redor de si, não passa igualmente de um avaro infeliz.

Toda avareza é centralização doentia, preparando metas de sofrimento.

Não basta saber pedir, nem basta à habilidade e à eficiência em conquistar, é preciso adquirir-las no clima do Cristo, espalhando os benefícios da posse temporária, para que a própria existência não constitua obstáculo à paz e à alegria dos outros.

Inúmeros homens, atacados pelo vírus da avareza, muito ganharam em fortuna, autoridade e inteligência, mas apenas conseguiram, ao termo da experiência, a perversão dos que mais amavam e o ódio dos que lhes eram vizinhos. Amontoaram vantagens para a própria perda. Arruinaram-se, envenenando, igualmente, os que lhes partilharam as tarefas no mundo.
Recordemos a palavra do Mestre Divino, gravando-a no espírito.

A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios do Supremo Senhor.

EMMANUEL
Livro: Vinha de luz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Os portões de chegada,


Cada abraço daqueles guarda uma história diferente...
Cada reencontro daqueles revela um outro mundo, uma outra vida, diversa da nossa, da sua...
Se você nunca teve a oportunidade de observar, por mais de cinco segundos, todas aquelas pessoas – desconhecidos numa multidão - esperando seus amigos, seus familiares, seus amores, não tenha medo de perceber da próxima vez, a magia de um momento, de um lugar.
Falamos dos portões de chegada de um aeroporto, um desses lugares do mundo onde podemos notar claramente a presença grandiosa do amor.
Invisível, quase imperceptível, ali ele está com toda sua sublimidade.
Nas declarações silenciosas de um olhar tímido. No calor ameno de um abraço apertado. No breve constrangimento ao tentar encontrar palavras para explicá-lo.
Na oração de três segundos elevada ao Alto - agradecendo a Deus por ter cuidado de seu ente querido que retorna.
Richard Curtis, que assina a produção cinematográfica de nome Love actually – traduzida no Brasil como Simplesmente amor, traz essas cenas com uma visão muito poética e inspirada.
O autor oferece na primeira e última cenas do filme exatamente a contemplação dos portões de chegada de um aeroporto e de seu belíssimo espetáculo representando a essência do amor.
Ouve-se um narrador, nos primeiros segundos, confessando que, toda vez que a vida se lhe mostrava triste, sem graça, cruel, ele se dirigia para o aeroporto para observar aqueles portões e ali encontrava o amor por toda parte.
Seu coração alcançava uma paz, um alívio, em notar que o amor ainda existia e que ainda havia esperança para o mundo.
Isso tudo pode parecer um tanto poético demais para os mais práticos, é certo.
Assim, a melhor forma de compreender a situação proposta é a própria vivência.
Sugerimos que faça a experiência de, por alguns minutos, contemplar essas cenas por si mesmo, seja na espera de aviões ou outros meios de transporte coletivos.
Propomos que parta de uma posição mais analítica, de início, com algumas pitadas de curiosidade:
Que grau de parentesco possuem aquelas pessoas? - Há quanto tempo não se veem? - De onde chegam?
Ou, quem sabe, sobre outros: Que histórias têm para contar! - O que irão narrar por primeiro ao saírem dali? Sobre a família, sobre a viagem, sobre a espera em outro aeroporto?
Ao perceber lágrimas em alguns olhos, questione: De onde elas vêm? - Há quanto tempo não se encontram? - Que felicidade não existe dentro da alma naquele momento!

Por fim, reflita:
Por quanto tempo aquele instante irá ficar guardado na memória! O instante do reencontro...
Tudo isso poderá nos levar a uma analogia final, a uma nova questão: não seria a Terra um imenso aeroporto? Um lugar de chegadas e partidas que não param, constantes, inevitáveis?
Pensando nos portões de chegada na Terra, lembramos dos bebês, que abraçamos ao nascerem, com este mesmo amor daqueles que esperam num aeroporto por seus amados.
Choramos de alegria, contemplando a beleza de uma nova vida, e muitas vezes esse choro é de gratidão pela oportunidade do reencontro.
É um antigo amor que, por vezes, volta ao nosso lar através da reencarnação.
Pensando agora nos portões de partida, inevitavelmente lembramos da morte, da despedida.
Mas esse sentir poderá ser também feliz!
Como o sentimento que invade uma mãe ou um pai que dá adeus a um filho que logo embarcará em direção a outro país, a fim de fazer uma viagem de aprendizagem, de estudo ou profissional.
Choram sim, de saudade, mas o sentimento que predomina no bom coração dos pais é a felicidade pela oportunidade que estão recebendo, pois têm consciência de que aquilo é o melhor para ele no momento.

* * *

Vivemos no aeroporto Terra.
Todos os dias milhares partem, milhares chegam.
Chegadas e partidas são inevitáveis.
O que podemos mudar é a forma de observá-las.

Redação do Momento Espírita com base no cap. Os portões de chegada,

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Você quer um milagre, então seja o milagre!


TRANSFORMAÇÃO



      O homem triste caminhava com lentidão, abatido, pela senda, embora a festa do Dia em som e cores deslumbrantes.

        Atraído por leve falena colorida, explodiu, em consideração queixosa:

        -  Tão insignificante quão frágil, todavia, tão bela!... Que fizeste para librar ditosa nas correntes aéreas?

        A borboleta, atraída pelo apelo, respondeu, sem rebuços:

        -    Transformei-me de lagarta rastejante em flor que vibra, flutuando na atmosfera.

        “ Suportei a limitação como verme, a dificuldade que me fazia asquerosa e perseguida, aguardando, confiante, o sono que viria e do qual Alguém me despertaria para a vida.

        Agora, superadas as aflições, sou feliz.”

        Diante disso, a alma sofredora compreendeu que a felicidade de planar acima do lodo e do pó somente é possível depois do milagre da hibernação.

        Sorriu e continuou, recordando-se de que, apesar da agonia que a tomava, acima de tudo, Deus vela. Da noite arranca o dia e da morte traz ressurreição luminosa, transformando a vida.



(De “No longe do jardim”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Eros)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Se Eu Soubesse o que Sei Agora


Conta-se que o dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua e lhe falou:
Sr.Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor conhece tão bem. Poderia redigir um anúncio para o jornal?
Olavo Bilac, muito solícito, apanhou um papel e escreveu:
Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão.
A casa, banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.
Meses depois, o poeta topa com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
Nem pensei mais nisso, disse o amigo. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha.
* * *
Às vezes, para que possamos reconhecer o valor dos tesouros que possuímos, é preciso que alguém nos abra os olhos.
E isso não acontece somente com relação aos bens materiais, mas também no campo afetivo.
Talvez motivados pela rotina ou pela acomodação, passamos a observar apenas as manias ou os pequenos defeitos daqueles que convivem conosco, esquecendo-nos das qualidades boas que eles possuem.
Não é raro alguém de fora nos surpreender com uma lista de virtudes dos nossos filhos, que passam despercebidas aos nossos olhos.
Ou, então, um colega que elogia nosso esposo ou esposa ressaltando qualidades que não estamos percebendo.
Esposas que criticam o marido porque ele não abre a porta do carro para ela, não puxa a cadeira para ela se sentar, esquece o aniversário de casamento, não lhe oferece flores no dia dos namorados...
Essas esposas não levam em conta que aquele mesmo homem é um pai carinhoso, dedicado, é trabalhador, honesto, e sempre que ela precisa, ele está por perto para ajudar.
Há maridos que desvalorizam suas esposas porque não estão em dia com a moda, porque os cabelos brancos não estão bem camuflados, porque não lhe dão atenção integral quando dela necessitam...
Esses esposos certamente não se dão conta do valor que essas mulheres têm. Não percebem quantas noites elas são capazes de passar acordadas, vigiando o filho doente, e enfrentar dias inteiros de trabalho exaustivo, sem reclamar.
Não se dão conta de que essas mulheres, tantas vezes, fazem verdadeiros malabarismos financeiros para poupar o marido de saber que o dinheiro do mês foi curto.
Mães e pais que criticam os filhos porque não atendem a todos os seus caprichos, ou porque nem sempre fazem as coisas como lhes determinam, esquecidos de que esses garotos e garotas têm muito valor.
São jovens que prezam pela fidelidade, que respeitam opiniões contrárias, que valorizam a família, que se dedicam a causas nobres, jovens saudáveis e cidadãos de bem.
Assim, não façamos como o comerciante que queria vender seu sítio, e ao ler o anúncio redigido por alguém de fora, mudou de ideia.
Tenhamos, nós mesmos, olhos de ver, ouvidos de ouvir e sensibilidade para sentir as boas qualidades e as virtudes daqueles que nos seguem mais de perto.
* * *
Existem pessoas que nem sempre conseguem demonstrar seus verdadeiros sentimentos.
Talvez por medo de uma decepção ou por timidez, escondem-se atrás de uma couraça de proteção que as faz sentirem-se mais seguras.
E essa forma de isolar-se, muitas vezes pode aparecer disfarçada de agressividade ou de comportamento antissocial.
É por essa razão que precisamos desenvolver nossa capacidade de penetrar os sentimentos das pessoas, um pouco além das aparências.

Redação do Momento Espírita

domingo, 14 de setembro de 2014

A Outra Janela


A menina, debruçada na janela, trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor, causado pela morte do seu cão de estimação.
Com pesar, observava atenta o jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a num abraço e falou-lhe com serenidade: Triste a cena, não é verdade?
A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância.
No entanto, o avô, que sinceramente desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu até uma janela opostamente localizada na ampla sala.
Abriu as cortinas e permitiu que ela visse o imenso jardim florido à sua frente, e lhe perguntou carinhosamente: Está vendo aquele pé de rosas amarelas, bem ali à frente? Lembra-se de que me ajudou a plantá-lo? Foi num dia de sol como o de hoje, que nós dois o plantamos.
Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje... Veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas!
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso.
Mostrou as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre uma e outra e as tantas rosas de variados matizes, que enfeitavam o jardim.
O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto: Veja, minha filha, a vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza, sem que possamos alterar-lhe o quadro, voltemo-nos para outra, e certamente nos depararemos com uma paisagem diferente.

* * *
Tantos são os momentos felizes que se desenrolam em nossa existência. Tantas oportunidades de aprendizado nos visitam no dia-a-dia, que não vale a pena chorar e sofrer diante de quadros que não podemos alterar.
São experiências valiosas das quais devemos tirar as lições oportunas, sem nos deixar tragar pelo desespero e pela revolta, que só infelicitam e denotam falta de confiança em Deus.
A nossa visão do mundo ainda é muito limitada, não temos a capacidade de perceber os objetivos da Divindade, permitindo-nos momentos de dor e sofrimento.
Mas Deus tem sempre objetivos nobres e uma proposta de felicidade a nos aguardar.

* * *
Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem outras tantas janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.
Não se permita contemplar a janela da dor. Aproveite a lição e siga em frente com ânimo e disposição.
O sofrimento que hoje nos parece eterno, não resiste a força das horas que a tudo modifica.
A luz sempre vence as trevas, basta que tenhamos disposição íntima e coragem de voltar-nos para ela.
Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor agradável de viver, e saber que Deus nos ampara em todos os momentos da nossa vida.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.

Autor desconhecido

sábado, 13 de setembro de 2014

Diário de uma criança que não nasceu


05 de outubro.
Hoje teve início a minha vida. Papai e mamãe não sabem. Eu sou menor que um alfinete, contudo, sou um ser individual.
Todas as minhas características físicas e psíquicas já estão determinadas. Terei os olhos de papai e os cabelos castanhos e ondulados da mamãe. E isso também é certo: eu sou uma menina.

19 de outubro.
Hoje começa a abertura de minha boca. Dentro de um ano poderei sorrir quando meus pais se inclinarem sobre meu berço.
A minha primeira palavra será Mamãe. Seria verdadeiramente ridículo afirmar que eu sou somente uma parte de minha mãe. Isso não é verdade, pois sou um ser individual.

25 de outubro.
O meu coração começou a bater. Ele continuará sua função sem parar jamais, sem descanso, até o fim dessa minha existência. De fato, é isso uma grande dádiva de Deus.

02 de novembro.
Os meus braços e as minhas perninhas começaram a crescer até ficarem perfeitas para o trabalho; isto requererá algum tempo, mesmo depois de meu nascimento. Assim que for possível, enroscarei meus bracinhos no pescoço da mamãe e lhe direi o quanto eu a amo.

20 de novembro.
Hoje, pela primeira vez, minha mãe percebeu, pelo seu coração, que me traz em seu seio. Acho que ela teve uma grande alegria.

28 de novembro.
Todos os meus órgãos estão completamente formados. Eu sou muito grande.

02 de dezembro.
Logo mais poderei ver, porém, meus olhos ainda estão costurados com um fio.
Luz, cor, flores... como deve ser magnífico! Sobretudo, enche-me de alegria o pensamento de que deverei ver minha mãe... Oh! Se não tivesse que esperar tanto tempo! Faltam ainda mais de seis meses.

12 de dezembro.
Crescem-me os cabelos e as sobrancelhas. Já imagino como minha mãe ficará contente com a sua filhinha!

24 de dezembro.
O meu coraçãozinho está pronto. Deve haver crianças que nascem com o coração defeituoso. Nesse caso, precisam sujeitar-se a delicada cirurgia para corrigir o defeito. Graças a Deus o meu coração não tem nenhuma anomalia, e serei uma menina cheia de vida e forças. Todos ficarão alegres com meu nascimento.

28 de dezembro.
Hoje minha mãe amanheceu diferente, está um pouco angustiada. Mas uma coisa é certa: nós vamos sair para um passeio.
Creio que ela quer se distrair um pouco, talvez comprar roupinhas para mim. É isso mesmo, estamos saindo para algum lugar.
Ih! Acho que estamos entrando em uma clínica. Deve ser para checar se a minha saúde vai bem. Que ótimo! Quando eu sair daqui, direi à minha mamãe o quanto lhe sou grata.

O médico está chegando...
Mas... esses instrumentos não são para um exame... Não, mamãe! Não o deixe se aproximar!
Ai, que horror! Esta é uma clínica de abortamento! Socorro! Deixem-me nascer!

... Ninguém escuta meus gritos!
E meus sonhos de felicidade...
Minha vontade de ver a luz, as flores, as cores...
Tudo acabado...
Sim... Hoje... Hoje minha mãe me assassinou...
* * *
A história é dramática e triste, mas, infelizmente, se repete diariamente nas clínicas de abortamento do nosso país ou em casas de pessoas que se alimentam com o dinheiro ganho com o sangue de vítimas indefesas.
Hoje já não se pode mais alegar que o feto não é um ser individual, distinto da mãe, pois a ciência afirma o contrário todos os dias.
Assim, tanto quem pratica o abortamento quanto quem o consente, deverá responder perante as Leis Divinas sobre esse crime.
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em texto

Autor: Momento Espírita

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Imortalidade em Versos


Caminheiro, que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a dormir em paz na solidão.

É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o gozar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre a selva lhe compôs.

Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.

Caminheiro! Do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.

Estes são versos da autoria de Castro Alves, o poeta dos escravos.
É um lamento de dor pela situação do negro, escravo de uma civilização que se denominava cristã, mas não se pejava em escravizar seus irmãos, sem piedade alguma.
Retirados à força do seu país natal, alguns deles chefes tribais, tinham desprezados todos os seus direitos.
Direito de ser tratado como ser humano, direito ao descanso, à família, à expressão do seu culto religioso, à dignidade.
O desejo de ser livre, de poder se expressar em seu próprio idioma, de cultuar seus deuses, tudo lhes era vedado.
A rebeldia era punida com castigos horrendos e a morte.
É a morte que, justamente, o poeta dos escravos exalta como a libertadora.

E em seus versos revela a verdade inconteste da Imortalidade.
Extinto o corpo, a alma estava liberta para andar pelos campos espirituais.
Como ser espiritual, imortal, poderia retornar aos ares do seu país natal, poderia reencontrar os amores que houvessem partido antes dele.

Embora muitos haja na Terra que, ainda, insistem em afirmar que nada existe para além da vida física, somos imortais.
Ninguém morre. Finda-se o corpo, mas a essência permanece.
Liberta do corpo, a alma retorna ao grande lar. Busca os amores, recompõe-se das lutas travadas durante a vida terrena e prossegue na conquista do progresso.
É assim que os que sofreram muito sobre a Terra encontram o restabelecimento das forças e as recompensas pelo bem sofrer.
A imortalidade é a grande porta que se abre para o reencontro dos que se amam e daqueles que ainda necessitam exercitar o amor uns pelos outros.
É o repouso das lutas, é o reabastecer de energias para novas etapas de progresso do ser que nunca morre e cujo destino final é a perfeição.

Redação do Momento Espírita, com versos da poesia A cruz da estrada, de autoria de Castro Alves.

Autor: momento espírita

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Felicidade


Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos. Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser. A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.

A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar. A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência tranquila. Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando no trabalho em favor dos semelhantes o processo de reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém. Estude a si mesmo, observando que o auto-conhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz. Amor é a força da vida e trabalho vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade.

Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova. Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Prece de Caritas


Deus, nosso Pai, que tendes Poder e Bondade,
dai a força aquele que passa pela provação,
dai a luz aquele que procura a verdade,
ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
DEUS! Dai ao viajor a estrela guia,
ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrependimento,
ao Espírito a verdade, à criança o guia,
ao órfão o pai.
Senhor! Que Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade, Senhor, para aqueles que Vos não conhecem,
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores,
derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
DEUS! Um raio, uma faísca do Vosso amor, pode abrasar a Terra;
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita,
e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmarão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós
Vos esperamos com os braços abertos,
oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição,
e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.
DEUS! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós,
dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão;
dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Santíssima Imagem.
Assim é, e assim será!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Se não houver amanhã


Sabe, eu que costumava deixar muitas coisas para amanhã, resolvi lhe dizer, hoje, o quanto você é importante para mim, porque quando acordei pela manhã, uma pergunta ressoava na acústica de minha alma: “e se não houver amanhã?”

Então hoje eu quero me deter um pouco mais ao seu lado, ouvir suas idéias com mais atenção, observar seus gestos mais singelos, decorar o tom da sua voz, seu jeito de andar, de correr, de abraçar.

Porque... se não houver amanhã... eu quero saber qual é sua comida preferida, a música que você mais gosta, a sua cor predileta...

Hoje eu vou observar seu olhar, descobrir seus desejos, seus anseios, seus sonhos mais secretos e tentar realizá-los.

Porque, se não houver amanhã... Eu quero ter gravado em minha retina o seu sorriso, seu jeito de ser, suas manias...

Hoje eu quero fazer uma prece ao seu lado, descobrir com você essa magia que lhe traz tanta serenidade, quero subir aos céus com você, pelos fios invisíveis da oração.

Hoje eu vou me sentar com você na relva macia, ouvir a melodia dos pássaros e sentir a brisa acariciando meu rosto, colado ao seu, em silêncio... E sem pressa.

Hoje eu vou lhe pedir por favor, agradecer, me desculpar, pedir perdão, se for necessário.

Sabe, eu sempre deixei todas essas coisas para amanhã, mas o amanhã é apenas uma promessa... o hoje é presente.

Assim, se não houver amanhã eu quero descobrir hoje qual é a flor que você mais gosta e lhe ofertar um belo ramalhete.

Quero conhecer seus receios, lhe aconchegar em meus braços e lhe transmitir confiança...

Hoje, quando você for se afastar de mim, vou segurar suas mãos e pedir para que fique um pouco mais ao meu lado.

Sabe, eu sempre costumo deixar as palavras gentis para dizer amanhã, carinhos para fazer amanhã, muita atenção para prestar amanhã, mas o amanhã talvez não nos encontre juntos.

Eu sei que muitas pessoas sofrem quando um ser amado embarca no trem da vida e parte sem que tenham chance de dizer o que sentem, e sei também que isso é motivo de muito remorso e sofrimento.

Por isso eu não quero deixar nada para amanhã, pois se o amanhã chegar e não nos encontrar juntos, você saberá tudo o que sinto por você e saberei também o que você sente por mim.

Nada ficará pendente...

Quero registrar na minha alma cada gesto seu.

Quero gravar em meu ser, para sempre, o seu sorriso, pois se a vida nos levar por caminhos diferentes eu terei você comigo, mesmo estando temporariamente separados.

Sabe, eu não sei se o amanhã chegará para nós, mas sei que hoje, hoje eu posso dizer a você o quanto você é importante para mim.

Seja você meu filho, minha filha, meu esposo ou esposa, um amigo talvez, você vai saber hoje, o quanto é importante para mim... Porque, se não houver amanhã...

..................................

Amanhã o sol será o mesmo mensageiro da luz, mas as circunstâncias, pessoas e coisas, poderão estar diferentes.

Hoje significa o seu momento de agir, semear, investir suas possibilidades afetivas em favor daqueles que convivem com você.

Hoje é o melhor período de tempo na direção do tempo sem fim...

domingo, 7 de setembro de 2014

Lágrimas: Palavras da Alma


Muitas vezes, na vida, vivenciamos situações em que a emoção é tamanha que nos faltam palavras para expressar nossos sentimentos.

Podemos considerar as lágrimas como as palavras de nossa alma.

Através delas, somos capazes de demonstrar incontáveis sentimentos.

As lágrimas, na maioria das situações, escorrem de nossos olhos sem que tenhamos controle sobre elas.

Em alguns momentos, elas contam histórias de dores, mas também têm na sua essência, algo de belo.

Quando elevamos o pensamento, sintonizando com a Espiritualidade maior, seja com nosso anjo protetor, com o amado amigo Jesus ou com Deus, sentimos os olhos marejados.

Observando a natureza, temos a oportunidade de presenciar alguns espetáculos que ela nos oferece. Emocionamo-nos percebendo a grandeza e a perfeição Divina na presença de um pôr-do-sol, de uma queda d'água ou de um arco-íris.

Diante do nascimento de uma criança, somente as lágrimas são capazes de traduzir e qualificar a magnitude desse instante Divino.

Quando estamos sensíveis, por vezes carentes de alguma manifestação de afeto, um simples aperto de mão ou um afago carregado de amor é suficiente para provocar nossas lágrimas.

Quando deixamos que o som de uma música elevada alcance nosso coração, somos capazes de chorar de emoção, pois sentimos a alma tocada e acariciada por aquela doce e vibrante melodia.

Tanto a dor emocional quanto a dor física nos chegam sem pedir licença, ocupando espaço considerável em nossa alma e em nosso corpo.

Lágrimas são derramadas pela dor da partida de um ente querido, pela dor da ausência e da saudade, pela dor do erro cometido e do arrependimento.

Ao constatarmos a dor do próximo, lágrimas jorram de nossos olhos. Deparamo-nos com tantas carências, tantas necessidades não atendidas, enfermidades, privações e abandono.

* * *

Cada lágrima derramada tem seu significado. Seja ela vertida pela dor ou pela alegria, nos diz que somos seres movidos pela emoção, capazes de exteriorizar os nossos sentimentos.

Demonstra que nos sensibilizamos em momentos simples e efêmeros, indicando que estamos sintonizados com o que há de belo na vida.

E, quando as lágrimas derramadas forem de dor, façamos com que o motivo que nos comove seja também o mesmo motivo que nos move.

Que o movimento seja no sentido da modificação íntima. Que seja impulso para olhar a vida sobre um novo ângulo, para trabalhar em nós mesmos a resignação, a paciência, a esperança, a fé e a confiança em Deus.

Redação do Momento Espírita.

sábado, 6 de setembro de 2014

Tudo começa com um Ponto dentro de Você


Quando você toma uma iniciativa, seja ela qual for,
o seu mundo parece que se transforma.
Você se sente mais confiante para fazer o que antes não tinha coragem.
Novas possibilidades se abrem e, de repente
aquele lugar que você sempre quis ir, já não fica mais tão longe.

Então a vida fica mais clara, ganha mais sentido.
E descobrir, agora é uma palavra constante no seu dia-a-dia.
Você descobre que o seu poder de decisão é muito mais forte do que imaginava
e que a palavra cuidado faz muito mais sentido quando você a transpõe para outras pessoas.

Descobre que cuidar de si, é a melhor forma de continuar cuidando das pessoas que você ama.
Descobre também, que se dar valor é, antes de tudo, dar valor à vida.
E quando você se conhece e acredita no seu potencial
os sonhos que antes pareciam inalcançáveis, podem se tornar surpreendentemente reais.

De repente, você olha para trás e nem acredita que conseguiu realizar tanta coisa.
Então descobre o melhor de tudo: realizar seus sonhos não comeca por coisas complicadas
não começa pelos outros. Começa por um ponto. Um ponto dentro de você chamado sonho.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Herdeiro de Deus - Divaldo Franco


Considerando-se a tua ascendência divina, já te destes conta de que és herdeiro de Deus?

Ele criou o Universo e a vida, enriqueceu a Sua Obra de sabedoria e beleza, colocando-te, por amor, como parte integrante dessas maravilhas e facultando-te fruí-las todas.

Por direito natural possuis tudo que é d'Ele, bastando somente que desenvolvas os dons em ti latentes, a fim de que possas desfrutar de toda essa opulência e grandeza.

Amado por Deus, és também herdeiro das idéias sublimes, que te proporcionam conquistar espaços, penetrar o mecanismo da vida e decifrar os enigmas desafiadores que te aguardam.

O teu dever é fazeres-te receptivo ao pensamento divino em tudo e em todos presente, de modo a captá-lo e pô-lo em ação à medida que o conquistes.

Dispões de todos os bens e poderes, que estão ao teu alcance. Todavia, são importantes, senão imprescindíveis para lográ-los, a confiança e a fé, bem como o esforço para desdobrares as capacidades adormecidas em ti, mediante as quais saberás usar esses tesouros com edificação e integridade.

Tudo que te falte, não é valioso, porquanto o essencial à vida é a sabedoria para conduzi-la, a fim de conseguires, não apenas coisas, senão lograres a plenitude e a abundância que o teu direito de herdeiro põe à tua disposição.

Se permaneces na infância espiritual não podes usufruir, por não saberes utilizar, de todos os bens; todavia, se adquires a maioridade, irás utilizando-te e felicitando-te com todos os tesouros da Criação, como filho de Deus, portanto, Seu herdeiro ditoso.

Divaldo Franco - Joanna de Ângelis

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ao meu filho


Hoje eu abri um livro. Não sei exatamente porque, dentre tantos de minha biblioteca, escolhi aquele.

Quando o abri, na primeira página, havia um desenho e o seu nome.

Recordei-me do dia em que comprei a obra. Era um lançamento e muito caro.

A capa encadernada, folhas de papel de primeiríssima qualidade, um autor famoso. Coloquei-o sobre a mesa da biblioteca, para ler um pouco mais tarde.

Lembro-me que, quando descobri que você escrevera ali o seu nome, o chamei. Eu estava muito zangado. O livro era meu e você escrevera seu nome nele e fizera um desenho.

Chamei-o para lhe dar uma grande bronca. Você veio sorrindo e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, vendo que eu segurava o livro em minhas mãos, me disse: E aí, papai, gostou do coração que eu desenhei no seu livro? É o meu coração, papai... para você.

E também coloquei meu autógrafo. Como os artistas fazem. Gostou, papai?

Você pulou no meu pescoço, beijando-me.

Pois é, naquele dia não houve bronca. Como poderia? Eu estava preocupado com um livro que comprara e era precioso.

Mas o meu bem mais precioso, você, tinha colocado nele a sua marca. Não por maldade, ou por desejar estragá-lo, mas para me dar um presente.

Hoje, tantos anos passados, quando você já constituiu sua família e está distante, ao abrir o livro, tudo aquilo brotou dos arquivos da memória.

Passei os dedos sobre aquelas garatujas que pretendiam ser um desenho do seu coração e seu nome. Você mal havia aprendido a escrever seu nome, em letras grandes.

Você está longe, há tempos não nos falamos. A vida é tão estranha.

Quantas vezes lhe disse para ficar quieto porque eu desejava ter um pouco de silêncio?

Sabe, meu filho, daria tudo que tenho para ouvir sua voz, hoje, em minha velhice, aqui, na sala em que me encontro.

Ter o seu abraço, outra vez. Não sei quando tornaremos a nos ver. Seu trabalho o mantém muito distante de mim.

Mas, saiba filho, foi muito bom encontrar seu nome e seu coração grafados em meu livro.

Fez-me muito bem à alma relembrar tudo isso. E fico feliz em não lhe ter dado a bronca, naquele dia.

Você me deu um grande presente. Deu o que você tinha de melhor: o seu afeto grafado.

Sinceramente desejo que seus filhos façam o mesmo com você. Porque chegará sempre o dia em que, distantes, você ansiará por vê-los, por tê-los a seu lado.

Sinceramente espero que encontre escritos, bilhetes, desenhos em cada folha de seus livros, na capa de um CD.

Obrigado, meu filho!

* * *

A disciplina e a ordem, o respeito aos bens alheios, com certeza são valores que os pais prezam passar aos seus filhos.

Ninguém pense que se deva deixar os filhos fazerem o que querem, com os seus e os pertences de outrem.

No entanto, há que se ter sensibilidade para estabelecer a linha divisória entre mal-criação e um ato de amor.

Entre maldade e expressão do mais puro afeto de um filho por seu pai.

Aprenda a valorizar as pequenas grandes coisas que se expressam em um gesto espontâneo, em um abraço inesperado, um beijo que parece fora de contexto.

Jamais rejeite tais manifestações. Ao contrário, retribua, enquanto pode, enquanto seus filhos estão sob sua guarda, enquanto estão sob seu teto.

Dia chegará em que a vida os levará para longe, como flechas disparadas por hábil arqueiro, para as conquistas que lhes cabem.

E, então, você terá todas essas delicadas lembranças para alimentar os dias da sua saudade...

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Samambaia e o Bambu



Certo dia os problemas me fizeram dar-me por vencido.

Renunciei ao meus sonhos, meus objetivos e as minhas metas.

Resolvi desistir até da minha vida.

Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus.

“Deus, eu disse:

Poderias dar-me uma boa razão para eu não entregar os pontos?”

Sua resposta me surpreendeu:

“Olha em redor. Estás vendo a samambaia e o bambu?”

“Sim, estou vendo”, respondi.

“Pois bem. Quando eu semeei as samambaias e o bambu, cuidei deles muito bem.

Não lhes deixei faltar luz e água.

A samambaia cresceu rapidamente.

Seu verde brilhante cobria o solo.

Porém, da semente do bambu nada saía.

Apesar disso, eu não desisti do bambu.

No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa.

E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu.

Mas, eu não desisti do bambu.

No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa…

Mas, eu não desisti.

Mas… no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra.

Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno, até insignificante.

Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 50 metros de altura.

Ele ficara cinco anos afundando raízes.

Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver.

A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não pudessem superar.

E olhando bem no meu íntimo, disse:

Sabes que durante todo esse tempo em que vens lutando, na verdade estavas criando raízes?

Eu jamais desistiria do bambu.

Nunca desistiria de ti.

Não te compares com outros”.

“O bambu foi criado com uma finalidade diferente da samambaia, mas ambos eram necessários para fazer

do bosque um lugar bonito”.

“Teu tempo vai chegar” disse-me Deus.

“Crescerás muito!”

Quanto tenho de crescer? perguntei.

“Tão alto como o bambu?” foi a resposta.

E eu deduzi: Tão alto quanto puder!

Espero que estas palavras possam ajudar-te a entender que Deus nunca desistirá de ti.

Nunca te arrependas de um dia de tua vida.

Os bons dias te dão felicidade.

Os maus te dão experiência.

Ambos são essenciais para a vida.

A felicidade te faz doce.

Os problemas te mantêm forte.

As penas te mantêm humano.

As quedas te mantêm humilde.

O bom êxito te mantém brilhante.

Mas, só Deus te mantém caminhando...

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Descobrindo o Passado


Muitas pessoas afirmam desejar conhecer suas encarnações anteriores.
Uma boa parte delas espera ter animado importantes personalidades históricas.
Reis e santos, poetas e intelectuais, sumidades as mais diversas não faltam no imaginário dos candidatos à recordação.
Entretanto, é preciso lembrar que a lei do progresso vigora em toda a sua plenitude.
Ela impede o retrocesso moral e intelectual.
As condições sociais podem variar significativamente ao longo dos séculos.
É possível passar-se da extrema riqueza à mais abjeta pobreza, de uma encarnação a outra.
Esse movimento pendular presta-se a viabilizar a realização da justiça Divina.
Mediante ele, o poderoso que elaborou leis iníquas para o povo, posteriormente a elas se submete.
Quem lesou o patrimônio público terá oportunidade de se ressentir da falta de educação e segurança públicas eficientes.
O mau patrão poderá experimentar a condição de empregado oprimido.
Essa oscilação nas condições materiais também auxilia o despertar da sensibilidade.
O homem que olha insensível a dor alheia candidata-se a experimentá-la.
Nem toda dor é uma expiação.
O sofrimento é corolário da imperfeição.
Todo vício, toda insensibilidade, toda rudeza atrai a dor como um remédio necessário.
Somente a perfeição moral e intelectual livra a criatura de experiências dolorosas.
A partir de certo nível de desenvolvimento, o Espírito desvincula-se das experiências materiais.
Sem necessidade de vivências terrenas, a elas retorna por espírito de amor e serviço.
Cumprindo missões, dá exemplo de genuína elevação moral e intelectual.
Mas o relevante é que a evolução conquistada jamais é perdida.
Nenhuma alma generosa de repente se torna mesquinha.
O homem intelectualmente superior não perde suas habilidades intelectuais.
Por certo, quem utilizou mal a inteligência pode renascer na condição de idiota.
Ou viver em condições difíceis que não lhe possibilitem adquirir cultura.
Contudo, ordinariamente, a alma expressa o seu potencial.
Assim, a criatura pode ter certeza de que se encontra no ápice de sua evolução.
Ninguém jamais foi tão bondoso e inteligente como é hoje.
Esse raciocínio auxilia a perder ilusões quanto ao próprio passado espiritual.
Quem atualmente detesta estudar, certamente nunca foi um intelectual.
O homem egoísta ou fútil de hoje pode ter como certo jamais ter sido um santo, na acepção da palavra.
Raras pessoas têm recordações precisas do que viveram nos séculos precedentes.
Entretanto, se a recordação detalhada não é possível, nem por isso é inviável ter uma noção do que se viveu.
Para ter uma ideia do que se fez, basta analisar as tendências atuais.
E pensar que ocorreu uma melhora, ao longo do tempo.
As suas ideias inatas revelam o seu nível evolutivo e o caminho que você trilhou.
Para se conhecer, preste atenção nos impulsos mais naturais de seu coração.
Caso seu agir e seu sentir instintivos tenham algo de egoísta, insensível ou vulgar, convém refletir sobre isso.
Enquanto não burilar o seu íntimo, você permanecerá tendo experiências dolorosas.
Então, é de seu interesse mais direto modificar o próprio comportamento e livrar-se de velhas fissuras morais.
Afinal, mais importante do que saber o que você já viveu, é garantir que o seu futuro seja pleno de felicidade e bem-estar.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Enquanto houver Amizade


Um professor perguntou, certa vez, a um de seus alunos qual era o significado da palavra amigo.
O menino não soube, de pronto, responder.
Ficou, por alguns momentos, em silêncio e, por fim, repetiu a palavra amigo separando devagar as sílabas
O professor, porém, insistiu: Vamos! Responda-me. Que significa a palavra amigo?
Ao fim de dois ou três minutos, então, o jovem respondeu:
- Penso que amigo é uma pessoa que nos conhece perfeitamente, sabe da nossa vida e, apesar de tudo, ainda nos quer muito bem!
- Bravo! – exclamou o mestre – eis uma resposta que me parece simples e perfeita! Um dos tesouros mais preciosos na vida é a boa amizade! – terminou dizendo ele com vibração.
“A amizade redobra as alegrias e reparte as penas em duas metades.
A amizade é um raio de sol que ilumina a vida. Não há rosto por mais imperfeito, nem espírito por mais sofredor, que um relâmpago da verdadeira amizade não possa tornar encantador.
A amizade é um sentimento raro; só são capazes de senti-lo aqueles que são capazes de inspirá-lo.”
Eis as palavras do escritor Malba Tahan, elevando à sublimidade este laço bendito que nos une ao próximo.
Talvez apenas a arte, tocada pelo condão da espiritualidade, consiga trazer em versos pronunciáveis, o que a amizade significa para o espírito.
Eis um poema de autor desconhecido:
“Pode ser que um dia deixemos de nos falar.
Mas enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas, se a amizade permanecer,
Um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de uma forma diferente,
Sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos, e nos lembraremos para sempre.”
***
A dádiva de um coração amigo é sempre acolhida com benevolência.
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.
A amizade pura é uma flor que nunca fenece.
Talvez tenha sido por isso que o filósofo francês Voltaire disse:
Todas as glórias deste mundo não valem um amigo fiel.
Equipe de Redação do Momento Espírita