segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Saber ouvir - Emmanuel

Tumulto e vozerio, nos atritos humanos, pedem um tipo raro de beneficência: a caridade de saber ouvir.

São muitos os que cambaleiam, desorientados, a mingua de tolerância que os ouça.

Convém, no entanto, frisar que palavras não lhe escasseiam. Falta-lhes o silêncio de um coração amigo, com bastante amor para ungir-lhes a alma, no bálsamo da compreensão; e, por esse motivo, desfalecem na luta, à feição do motor que se desajusta sem óleo.

Desdobras a mesa, ergues abrigo seguro, repartes a veste, esvazias a bolsa, atendendo aos que necessitam... cede também o donativo da atenção aos angustiados, para que se lhes descongestione o trânsito das idéias infelizes, nas veredas da alma.

Para que lhes prestes, entanto, o amparo devido, não mostres o ar distante dos que não querem se incomodar e nem digas a frase clássica: "pior aconteceu comigo", com a qual, muitas vezes, a pretexto de ajudar, apenas alardeamos egocentrismo, à frente dos outros, sem perceber que estamos a esmagá-los.

É possível que os teus problemas sejam realmente maiores, entretanto, na Terra, ninguém possui medida conveniente para determinar a extensão dos sofrimentos alheios. Desce, pois, do alto nível de tuas dores, minorando aquelas que te pareçam mais simples.

Deixa que o próximo te relacione os próprios desgostos. Se tiveres pressa ou cansaço, não pronuncies respostas tocadas de superioridade ou aspereza, qual se morasses numa cátedra de heroísmo, faze pausa, mesmo breve, e gasta um minuto de gentileza.

Todavia, sempre que possas, ouve calmamente, diminuindo a aflição que lavra no mundo.

No instante em que te caiba configurar a palavra, dize a frase que esclareça sem ferir ou que reanime sem enganar.

Se a circunstâncias te impelem às referências de ordem pessoal, seleciona aquelas que sirvam aos outros, na condição de escora e esperança.

Sobretudo, em ouvindo, não interrompas quem fala com a vara do reproche.

Geralmente, os que te procuram o entendimento para descarregar as agonias da alma, conhecem de sobra o calibre da cruz que eles mesmos colocaram nos ombros. Rogam-te apenas alguma pequenina parcela de energia que lhes assegurem mais alguns passos, caminho adiante.

Aprendamos a ouvir para auxiliar, sem a presunção de resolver.

O próprio Cristo consolando e abençoando, esclarecendo e servindo, não prometeu a supressão imediata das provações de quantos o cercavam, mas, sim, apelava, sincero: "Vinde a mim, que eu vos aliviarei."

Obra: “Opinião Espírita” - Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Espíritos Emmanuel e André Luiz - Cap. VII - Item 1

domingo, 29 de outubro de 2017

Nunca te deixarei, nem te desampararei por Chico Xavier



"Nunca te deixarei, nem te desampararei.”
Paulo. (Hebreus, cap. 13, v. 5.)

A palavra do Senhor não se reporta somente à sustentação da vida física, na subida pedregosa da ascensão.
Muito mais que de pão do corpo, necessitamos de pão do espírito.
Se as células do campo fisiológico sofrem fome e reclamam a sopa comum, as necessidades e desejos, impulsos e emoções da alma provocam, por vezes, aflições desmedidas, exigindo mais ampla alimentação espiritual.
Há momentos de profunda exaustão, em nossas reservas mais íntimas.
As energias parecem esgotadas e as esperanças se retraem apáticas. Instala-se a sombra, dentro de nós, como se espessa noite nos envolvesse.
E qual acontece à Natureza, sob o manto noturno, embora guardemos fontes de entendimento e flores de boa-vontade, na vasta extensão do nosso país interior, tudo permanece velado pelo nevoeiro de nossas inquietações...

__ o __

O Todo-Misericordioso, contudo, ainda aí, não nos deixa completamente relegados à treva de nossas indecisões e desapontamentos. Assim como faz brilhar as estrelas fulgurantes no alto, desvelando os caminhos constelados do firmamento ao viajor perdido no mundo, acende, no céu de nossos ideais, convicções novas e aspirações mais elevadas, a fim de que nosso espírito não se perca na viagem para a vida superior.
“Nunca te deixarei, nem te desampararei” — promete a Divina Bondade.
Nem solidão, nem abandono.
A Providência Celestial prossegue velando ...
Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade é seguida pela atmosfera tranqüila e de que não existe noite sem alvorecer.

EMMANUEL
(Do livro Fonte Viva, 41, FCXavier, FEB)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Música nova de Ana Vilela faz qualquer mãe chorar


Eu me recordo direitinho da primeira vez em que ouvi a música “Trem-Bala”. Lembro que pensei: “puxa, que sensibilidade tem a cantora dessa canção, e que voz delicada e sensível”. Lembro de ter chorado sozinha no carro, pensando na vida que passa, em tudo o que temos a agradecer, na grande sabedoria que existe em saber ser feliz. E é por isso que a música estourou – porque fala com nossos corações, independentemente de quem você é, onde vive, quais são suas crenças. Ela fala com aquele pedacinho de humanidade que todos nós temos em comum.

Se você tem esse mesmo sentimento em relação a essa canção, tenho certeza de que também sentirá seu coração derreter com a nova música da Ana Vilela – assim como aconteceu com o meu. Porque ela fala diretamente com você, que é mãe ou pai, e eu aposto que você não conseguirá conterá as lágrimas já nas primeiras estrofes.

“Promete que não vai crescer distante

Promete que vai ser pra sempre assim

Promete esse sorriso radiante

Todas as vezes que você pensar em mim”

No fundo não é exatamente isso o que desejamos que nossos filhos sintam em relação a nós? Que com o passar do tempo, quando não formos tão necessários, ainda assim sejamos muito amados por eles? Porque do nosso lado, nós prometemos continuar a ser o porto-seguro deles, e a dar para sempre o nosso amor (como a música também diz).

Antes que eu estrague a surpresa que você terá quando ouvir “Promete” pela primeira vez, veja a seguir o vídeo (e depois me conte se não é tudo o que você desejaria que seu filho realmente prometesse a você!):

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Qual a Idade Pra Ser Feliz?


Ninguém se conhece direito até passar dos 30. Tem gente que não se conhece mesmo beirando os 70, mas aí é outra história. Antes dos 30, somos apenas um sonho. Um desejo com várias direções. E muita esperança a tiracolo. Até os 30, estamos definindo o que queremos. O que gostamos. O que vamos ser. Não há limites para os planos. Para o número de namorados. Nem para a quantidade de erros.

Depois dos 30, continuamos errando. Continuamos não sabendo. Continuamos esperando. Mas, pelo menos, temos uma breve idéia de onde queremos chegar. Não é fácil, eu admito. Existe uma pressão no mundo para que você se torne só uma coisa: GENTE GRANDE. Aí, meu querido, começa a batalha... Você TEM que ter um diploma, uma carreira, um namorado, um casamento, um filho, um cachorro. (Mesmo que não seja a lista dos sonhos de sua vida). Você tem que cortar o cabelo, tirar o piercing, encompridar a saia, comprar um biquíni maior, aposentar suas calças rasgadas e blusas de banda. (Apesar de achar seu novo “eu” um tanto quanto demodê).

Aonde isso vai parar? Já conto. Um dia, quando menos se espera, você se enxerga... um chato! Percebe que confundiu responsabilidade com falta de espontaneidade. E encontra sua criança interior puta da vida, num castigo que você mesma criou. ESTOU ERRADA? Pode ser. É preciso muito equilíbrio para saber a hora de não se levar tão a sério. Mas, criança grande que sou, ainda acho que os 30 são a melhor coisa do mundo. Que se danem as contas, as rugas e demais amolações. As paranóias dos 20 (finalmente!) acabaram. Agora você é um ser sublime e sem espinhas. E – digam o que quiserem! – você nunca mais vai morrer de amor. INVENÇÃO MINHA? Não, acho que não. Depois dos 30, a gente sofre com mais dignidade. A gente sabe que toda dor passa. E entende que – tirando a morte e a lei da gravidade – tudo tem conserto.

Se eu gostaria de voltar no tempo? Ah, acho que não... Ninguém, em sã consciência, tem saudade de usar aquela sunga ridícula do uniforme de educação física do Dom Silvério. Ninguém sente falta de ser insegura. Ninguém gosta de pedir permissão aos pais pra sair. Ninguém tem saudades da aflição de ser virgem e pensar depois da “primeira vez”: então é SÓ isso? Não, gente, tem coisas na vida que melhoram incrivelmente com a idade. E estou escrevendo esse texto porque vejo muita gente apavorada em ficar mais velha. Mulheres com crise existencial porque fizeram 30. Caramba, meninas! É, eu sei, eu sei, eu sei. Vivemos numa cultura que almeja o belo. E o novo. Eu me preocupo com tudo isso também, mas acho que não devemos esquecer uma coisa: renovar quem somos por dentro. Pode parecer clichê, mas é verdade. Chega de nos preocuparmos tanto com botox, preenchimento, lifting, pilates e anti-rugas. Chega de chorar pelos cantos porque você acha que passou da idade de começar de novo. Chega de tanto drama porque você ainda não encontrou o amor da sua vida. Ou mais realisticamente dizendo: um cara bacana com quem você possa viver seus dias. Amor não tem idade. Beleza também não. Pra cada um, a vida dá um tempo. Não é porque a sociedade nos manda um roteiro pronto (com prazo estabelecido), que iremos seguir tudo à risca. (Afinal, é isso que você quer?).

Ah, vou contar uma coisa... Depois de muitos aniversários, descobri que ganhei muito mais do que perdi. Com o passar dos anos, fiquei mais corajosa. Mais segura. Mais esperta. Mais sábia. Mais seletiva. E mais feliz. Perdi minhas vergonhas. Minhas inseguranças (não todas, mas muitas delas). E perdi também o medo de dizer o que penso. E o que eu penso? Ah, pessoal, a mulherada anda boba demais! Vamos parar de nos importar tanto com faixa etária e cabelos brancos. Vamos esquecer das equações que nos ensinaram pra ter uma vida perfeita. Vamos parar de dizer o tal “tô passando da idade”. Vamos nos conhecer mais. Preencher nossos vazios. Paralisar nossos medos. E nos livrar de todos os sinais que não nos fazem bem. Meninas, a plástica aqui é interna. Se está ruim, conserte. Comece tudo de novo. Aproveite que você já sabe o que (externamente) lhe cai bem. E mude. POR DENTRO. Afinal, com que cara você quer chegar aos 40?

Parabéns pra todos que honram suas primaveras.

Fernanda Mello
http://www.fernandacmello.com/2010/07/qual-e-idade-pra-ser-feliz-ninguem-se.html

Interpretação: Silvio Matos

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

- Moço, sara ele pra mim, é o meu melhor amigo.


Eu só reclamava da vida...
reclamava da noite porque eu não dormia,
reclamava do dia porque eu sofria,
reclamava do frio que me gelava a alma,
reclamava do calor que me atirava ao desânimo.
Para tudo e para todos eu tinha uma resposta,
para a minha derrota eu sempre tinha um culpado,
para o meu desamor sempre tinha um "alguém",
para tudo uma reclamação,
eu era o próprio azedume

Ai de quem me criticasse,
que apontasse o erro que eu não enxergava,
para tudo tinha que haver um culpado,
eu era a vítima do sistema, das pessoas, do mundo,
eu sempre fui traído, enganado, sofrido...

Carregava aquela cruz pesada de ódio,
e eu só reclamava da vida,
seja de noite, seja de dia.

Até quem dia, um menino, desses meninos de rua,
me pediu uma ajuda, e eu já estava pronto para ofendê-lo,
quando ele pegou na minha mão e arrastou-me,
se é que um menino tão pequeno teria essa força.

No canto da rua ele me mostrou um cachorro muito sujo,
que estava com a pata como que quebrada e cheio de feridas.
O menino puxou a minha mão e fez chegar perto do cachorro.
Ele olhava pra mim e depois para o cachorro,
e falou numa voz que eu não consigo esquecer:

- Moço, sara ele pra mim! é o meu melhor amigo.

Não sei porque e nem quero saber,
mas eu não aguentei e chorei...

Chorei como criança, como quem abre uma torneira,
como se uma porta que estava fechada
há muito tempo dentro de mim,
se abrisse escancaradamente...

O menino não entendeu o meu choro e perguntou:
- Ele vai morrer moço? è grave assim...

Despertei do meu choro e agarrei aquele cachorro com muito cuidado.

Levei-o até a minha casa, poucos quarteirões dali,
e tratei daquele cachorro como se fosse um filho,
e o menino, que vivia pelas ruas,
foi ficando, e cuidou de mim,
curou minhas feridas,
antes mesmo de eu curar as feridas do cachorro.

Hoje, não reclamo mais de nada,
tudo para mim tem um sentido,
tudo é perfeito, até o que dá errado.

Faz 16 anos que o menino de rua pegou na minha mão,
mudou a minha vida, transformou esse ser.
Mostrou-me o caminho do amor,
amor que restaura, cura, seca feridas, renova,
traz esperança, e esperança é o nome do amor.

E esse menino, que hoje me chama de pai,
destranca portas e janelas da minha alma todos os dias,
quando segura na minha mão e me agradece por cada coisa tão pequena,
os banhos, as roupas, a comida, a escola, a adoção,
coisas que muita gente tem e não dá nenhum valor,
ele me recompensa com carinho e dedicação.

Hoje é a sua formatura, e eu nem sei o que dizer,
sou grato a Deus por ele entrar na minha vida,
por quebrantar meu coração,
e não largar mais a minha mão.

Hoje eu bendigo a vida.
Valorize a sua vida, preencha-a com o amor.
Eu acredito em você.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Felicidade segundo espiritismo


Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos. Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser. A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.
A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar. A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência tranquila. Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando no trabalho em favor dos semelhantes o processo de reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém. Estude a si mesmo, observando que o auto-conhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz. Amor é a força da vida e trabalho vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade.
Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova. Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Amor verdadeiro


Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.

Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.

O mestre disse que respeitava sua opinião mas lhes contou a seguinte história:

Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um infarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete.

Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta.

Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou.

Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:

"Meus filhos, foram 55 bons anos...

Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo."

Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:

"Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade.

Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam.

Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos nossos erros...

Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida.

Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim..."

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo:

"Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa. Este foi um bom dia."

E, por fim, o professor concluiu:

Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar pois esse tipo de amor era algo que não conheciam.

*   *   *

O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias.

O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

Quem ama, verdadeiramente, prefere sofrer a causar sofrimento. Prefere renunciar à própria felicidade para promover a felicidade de quem ama.

Alguns dirão que quem age assim não tem amor próprio, mas amor próprio, não quer dizer individualismo.

O que geralmente acontece com o individualista, em caso de separação pela morte, é debruçar-se sobre o caixão e perguntar: O que será de mim?

Já aquele que ama e se preocupa com o ser amado, perguntará: O que será dele? Ou, ou que será dela?

Isso demonstra que seu amor é grande o suficiente para pensar mais no outro do que em si mesmo.

E você, está aproveitando o seu casamento para construir um verdadeiro amor?

Redação do Momento Espírita, baseado em história de autoria desconhecida.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 7, ed. Fep.
Em 09.07.2009.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

As crianças de hoje são espíritos mais evoluídos que nós? (Divaldo Franco Responde)


Podemos dizer que todas as crianças que estão encarnando atualmente são espíritos mais evoluídos que nós?

Não necessariamente, há ainda muitos espíritos atrasados no além, nos umbrais, nos purgatórios, os infernos, é necessário que eles tenham a sua chance, então eles vêm, é a chamada luta do bem contra o mal, nós estamos em um nível eles estão em outro, nós vamos tentar ajudá-los, se eles perseverarem no mal, irão para o exílio, mas eles terão a sua chance.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Pesadelos e Sonhos Perturbatórios - Entenda a Influencia dos Espíritos Obsessores Durante o Sono


Os pesadelos as vezes podem ser ocorrências onde espíritos mal intencionados, espíritos malévolos estejam perseguindo a pessoa, este espírito obsessor, vai induzir a criatura a mal estar, a pensamentos negativos, a sentir medo, muitas coisas podem acontecer devido a influencia do espírito obsessor.

Suely Caldas Schubert

Assista ao vídeo para mais informações

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Promessas e Penitências na Visão Espírita

O Espiritismo e a Quaresma

Observa-se que o pagamento da promessa quase sempre está condicionado ao benefício recebido. Depois que a moça arranja marido ou o jovem passa no vestibular é que ofertam ao santo as velas ou fazem as penitências. Primeiro o favor e depois o pagamento!

Se para nada se aproveita, que sentido pode ter para as divindades a despesa ou o sacrifício das pessoas? Poderíamos fazer uma trova dizendo: “A luz que ilumina a alma/é somente a da oração/porque a luz da vela acesa/só gera mais poluição.”

O Espiritismo traz-nos clareza sobre o assunto no Capítulo V de O Livro dos Espíritos, em Privações Voluntárias. Mortificações. A pergunta 720 é: “São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?” Resposta: “Fazei o bem ao vosso semelhante e mais mérito terás.”

Na questão 721, temos: “É meritória, de qualquer ponto de vista, a vida de mortificações ascéticas que desde a mais remota antiguidade teve praticantes no seio de diversos povos?” Resposta: “Procurai saber a quem ela aproveita e tereis a resposta; se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.”

A conclusão a que nos leva o Espiritismo é que o dinheiro gasto nas velas, nas fitas, nas flores, deveria ser gasto no pão para um faminto. A energia despendida para subir a escada de joelhos ou para a longa caminhada, às vezes com o flagelo de uma cruz nos ombros, deveria ser usada para ajudar alguém a erguer sua moradia, para cuidar de uma criança pobre, para levar um doente até o hospital. Essa energia tem seu gasto recompensado porque se fundamenta na caridade sem egoísmo e sem esperar retribuições.

No que concerne às autoflagelações que existem em muitas partes do mundo, quando o homem crucifica-se ou agride-se com chicotadas ou outros petrechos, sangrando suas costas, aquestão 725 nos ensina: “P: Que se deve pensar das mutilações operadas no corpo do homem ou dos animais?” R: “A que propósito, semelhante questão? Ainda uma vez: perguntai sempre a vós mesmos se é útil aquilo de que porventura se trate. A Deus não pode agradar o que seja inútil e o que for nocivo Lhe será sempre desagradável. Porque, ficai sabendo, Deus só é sensível aos sentimentos que elevem para ele a alma. Obedecendo-lhe a lei e não a violando é que podereis forrar-vos ao jugo da vossa matéria terrestre.”

Pensamos que basta apenas um pouco de bom senso para saber que as oferendas ou as penitências visando benefícios próprios não têm o menor sentido. Quanto às romarias ou procissões a locais santos, além do valor turístico e cultural outra finalidade não têm. Se para nos livrarmos dos pecados temos de ir a Santiago de Compostela, a Jerusalém ou Roma, a Fátima ou Lourdes, a Meca ou Medina, a grande maioria que é pobre neste planeta ficará sem acesso a esses benefícios. Quando o homem tem o coração aberto e se abriga na simplicidade e na solidariedade, Deus – e seus emissários – vem até ele, sem que precise viajar. A única viagem que deve fazer é para dentro de si mesmo, renovando-se na fé e acreditando que é filho dileto do Criador e merecedor de toda a Sua proteção. A sintonia com a divindade não se faz em lugares determinados, mas na intimidade do próprio coração.

Para reforçar o que dissemos, ainda em O Livro dos Espíritos, na questão 726, está dito que: “Os sofrimentos voluntários para nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Supões que se adiantam no caminho do progresso os que abreviam a vida, mediante rigores sobre– humanos, como fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de muitas seitas? Vistam o indigente, consolem o que chora, trabalhem pelo que está enfermo; sofram privações para alívio dos infelizes e então suas vidas serão úteis e, portanto, agradáveis a Deus. Sofrer alguém voluntariamente, apenas para seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade: tais os preceitos do Cristo.”

Para finalizar, dizemos que quem deseja progredir, que trabalhe e estude sempre e muito. Quem deseja ter felicidade, que modifique sua maneira de ser e de pensar. Convém recordar a passagem da mãe que pediu ajuda ao preto velho para seu filho passar nos exames escolares. O bom homem mandou o seguinte recado: “Fala pro menino enfiar a cara nos livros, dia e noite, que preto velho vai ajudar.” Receita simples para o sucesso!

Que nossa penitência seja sempre a de esforçar-nos para melhorar e combater os nossos defeitos; e nossa promessa, a de trabalhar pelo semelhante para ajudar na harmonia do mundo. O resto é tempo perdido e pura ilusão.

A soberana proposta do Espiritismo é que lutemos pela nossa renovação. É esta a finalidade que nos traz de volta ao mundo material. Nada tem mérito se não for conquistado com o próprio esforço, porque cada virtude adquirida corresponde à superação de um defeito. Não se pode ser humilde e orgulhoso ao mesmo tempo. Imaginar que podemos comprar nossa reforma íntima com uma vela acesa, um buquê de flores ou uma penitência sem proveito é pura tolice. São os talismãs e patuás usados por espíritos atrasados. Quem quer receber o bem, faça o bem. Não há outro caminho!

RIE-Revista Internacional de Espiritismo – outubro de 2012

sábado, 14 de outubro de 2017

A Caridade Segundo o Apóstolo Paulo, declamado por Carlos Vereza


Ainda que eu fale todas as línguas dos homens e dos anjos, ainda que eu fale todas as línguas dos anjos e dos homens, se eu não tiver amor, serei apenas um bronze que ressoa, um sino que retine.

Ainda que eu possua o dom das profecias, saiba todas as ciências, ainda que eu possua um tamanho grau de fé que me permita remover montanhas, se eu não tiver amor eu não nada serei.

Ainda que eu distribua os meus bens entre os pobres, e deixe então o fogo consumir meu corpo, nenhum proveito tiro, se eu não tiver amor.

O AMOR, É PACIENTE, O AMOR É BONDOSO, NÃO É NADA EXIGENTE, ARROGANTE, ORGULHOSO, JAMAIS É DESCORTÊS, NUNCA INTERESSEIRO. O AMOR NÃO SE IRRITA, NÃO GUARDA RANCOR NO CORAÇÃO, TUDO DESCULPA, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA. O AMOR NÃO TERÁ FIM. AS PROFECIAS, SIM.

As línguas se calarão. As Ciências tem seu termo. Imperfeito, é o nosso conhecimento e também as profecias.

MAS QUANDO VIER O QUE É PERFEITO, O QUE IMPERFEITO DESAPARECERÁ.

Quando eu era criança, brincava como criança, pensava como criança, como criança raciocinava. Homem feito me despojei dos atributos de criança.

POR ENQUANTO ENXERGAMOS DEUS ATRAVÉS DE UM ESPELHO. MAS UM DIA TEREMOS A VISÃO DE DEUS DE FACE A FACE. POR ENQUANTO CONHEÇO APENAS UMA PARTE, MAS LOGO O CONHECEREI, COMO SOU POR ELE CONHECIDO.

TEMOS AGORA A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR!
MAS DOS TRÊS, O MAIS EXCELENTE É O AMOR.

Autor: Apóstolo Paulo

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Momento Espírita-Você é uma maravilha



Pablo Casals foi um famoso violoncelista, regente e compositor espanhol, que morreu no ano de 1973.

Certa vez, ele escreveu a respeito do momento único do Universo, um momento que jamais vai se repetir.

O momento que estamos com nosso filho.

E o que ensinamos ao nosso filho? – Indaga o compositor.

Ensinamos coisas que lhe valerão para a vida, para o mundo das formas em que nos agitamos.

Ensinamos que dois e dois são quatro. Ensinamos que a capital da França é Paris. Que a Espanha fica no Continente Europeu.

Ensinamos sobre relevo, para que ele saiba a diferença entre um planalto, planície, morro, uma montanha.

E onde fica a cordilheira dos Andes, os Balcãs, o oceano Atlântico.

Ensinamos que o sol é uma estrela de quinta grandeza, que a Terra se move ao redor dele, num concerto harmonioso.

Que o sol viaja pelo espaço, levando consigo a sinfonia dos mundos que o rodeiam. Que a lua dos enamorados é um satélite da Terra.

Sim, ensinamos muitas coisas.

São coisas importantes. Nosso filho crescerá, se tornará profissional, regerá sua própria vida.

Movimentar-se-á pelas vias do mundo, produzindo, semeando, interferindo em outras vidas com a sua maneira de agir, de ser.

Tudo, graças ao que lhe ensinamos.

Mas, naquele momento único, mágico, em que estivemos com ele, nós lhe dissemos que ele é uma maravilha?

Que não existe sobre a face da Terra nenhum ser igual a ele?

Nós lhe informamos sobre as maravilhas do mundo antigo e moderno e o fizemos se encantar com elas.

Mas, dissemos como ele é especial?

Alguma vez lhe dissemos: Você sabe que é uma pessoa única? Desde o começo do mundo, nunca houve outra criança como você.

Suas pernas, seus braços, seus dedos, a maneira como você se movimenta, as coisas que diz, os gestos que faz, tudo isso é único, é só seu.

Você pode se tornar um Shakespeare, um Michelangelo, um Beethoven.

Você é capaz de fazer qualquer coisa. E, quando crescer, vai poder ter um filho que será como você, uma maravilha. Sabe?

Isso, com certeza, tornará nosso filho capaz de enfrentar muitos desafios.

Esta mensagem o acompanhará aonde quer que vá. Quando o mundo tentar lhe dizer que ele é um fracasso, ele recordará do nosso recado.

Quando o desapontamento por um revés tentar colocar em seus ombros o manto da tristeza, ele lembrará da nossa mensagem.

Quando o namoro acabar, quando a nota alcançada no concurso não for a esperada, quando o dia se apresentar cinzento, ele recordará...

E, recordando, erguerá a cabeça, ajustará os ombros, e dirá a si mesmo: Posso não ter vencido o concurso, mas eu tentei.

Não consegui o emprego almejado, mas realizo muito bem o meu trabalho.

Não ganho tanto quanto eu desejara, mas tenho certeza de que sou muito bom naquilo que faço.

Eu sou uma maravilha, sou um filho de Deus, especial.

Ninguém, no mundo, é igual a mim.

E continuará em frente, avante, para o Alto.

Redação do Momento Espírita com base em
dizeres de Pablo Casals, do livro Histórias para
aquecer o coração – Edição de Ouro, de Jack Canfield
e Mark Victor Hansen, ed. Sextante.
Em 9.8.2017.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O amor nunca se perde

Ele era um adolescente que acabara de ser dispensado pela namorada. Durante três anos, eles tinham compartilhado amigos e lugares favoritos.

Agora, no último ano do segundo grau ele estava só. Ela conhecera, durante as férias, um outro garoto, pelo qual se apaixonara.

Mike se sentia como a última das criaturas na face da Terra. No treino de futebol, ele deixou escapar alguns passes e, pela primeira vez, sofreu várias faltas.

Mal acabou o treino, lhe disseram que deveria comparecer ao escritório do treinador.

E então, filho? Garota, família ou escola, qual dessas coisas está lhe incomodando?

Garota, foi a resposta de Mike. Como o senhor adivinhou?

Mike, sou treinador de futebol, desde antes de você nascer e, todas as vezes que vejo um craque jogar como um novato do time reserva, o motivo é um desses três.

Mike lhe falou que estava com muita raiva. Havia confiado na menina, dera a ela tudo o que tinha para dar e o que é que ganhou com isso?

Boa pergunta. Disse o treinador. O que foi que você ganhou com isso?

Tomou de várias folhas de papel e pediu a Mike que pensasse sobre o tempo que passou ao lado da moça. Que listasse todas as experiências boas e ruins que conseguisse lembrar. E saiu, dizendo que voltaria dentro de uma hora.

Mike começou a lembrar. Recordou do dia que a convidou para sair pela primeira vez e ela aceitou. Se não fosse pelo incentivo dela, ele jamais teria tentado uma vaga no time de futebol.

Pensou nas brigas que tiveram. Não lembrou todos os motivos pelos quais brigavam, mas lembrou-se de como se sentia feliz quando conseguiam conversar e resolver os problemas.

Foi assim que ele aprendeu a se comunicar e a buscar acordos.

Lembrou-se também de quando faziam as pazes. Era sempre a melhor parte.

Lembrou-se de todas as vezes que ela o fez sentir-se forte, necessário e especial.

Encheu o papel com a história dos dois, das férias, das viagens feitas com a família, bailes da escola e tranquilos piqueniques a dois.

E, na medida em que as folhas iam ficando escritas, ele se deu conta do quanto ela o ajudara a crescer e a se conhecer melhor.

Ele teria sido uma pessoa diferente sem ela.

Quando, uma hora mais tarde, o treinador retornou, Mike se fora. Deixou um bilhete sobre a mesa que dizia apenas:

Treinador, obrigado pela lição. Acho que é verdade quando dizem que é melhor amar e perder do que jamais ter amado. A gente se vê no treino.

*  *  *

O amor é sempre enriquecedor. Sua presença, por mais fugaz que seja, deixa vestígios positivos nas nossas vidas.

Como a flor beijada pelo sol desabrocha em festa de cores, a criatura que recebe amor se repleta de riqueza interior.

O amor engrandece a alma e clarifica a vida.

Redação do Momento Espírita com base no texto O amor nunca se perde, de
David J. Murcott, do livro Histórias para aquecer o coração dos
adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen
 e Kimberly Kirberger, ed. Sextante.
Em 16.02.2009.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O Erro

Quem é que nunca fez nada de errado?
Naturalmente, todos nós, algumas vezes na vida, cometemos erros, seja intencionalmente ou não.
O erro faz parte do aprendizado.
Por trás de todo erro está a ignorância, o orgulho, ou o egoísmo.
O ignorante erra por desconhecer, o orgulhoso por se julgar mais importante do que as demais pessoas e o egoísta por pensar somente em si.
O que caracteriza o erro não são os padrões sociais ou as diretrizes éticas estabelecidas, mas sim suas consequências sobre o indivíduo e a sociedade.
O que torna algum gesto desacertado são os seus efeitos malignos.
Erramos quando nossos atos ferem alguém. Quando invadimos o direito à felicidade do próximo. Quando destruímos, ao invés de construir.
Numa palavra, erramos sempre que geramos sofrimento para os outros ou para nós mesmos.
Por estar vinculado ao sofrimento, vemos que o erro não é um bom negócio.
Entretanto, se formos sábios, saberemos tirar frutos dele.
De uma forma muito especial, Deus sempre cuida para que, dos nossos equívocos, tiremos algo de bom.
Isto acontece por meio da Lei de Causa e Efeito, que faz com que todo o bem, como todo o mal realizado retorne ao seu realizador.
No campo dos sofrimentos isto se chama expiação.
Mas para tornar o processo menos penoso, podemos recorrer ao arrependimento e à reparação.
Arrepender-se é, portanto, o primeiro passo na correção de um desatino.
Existem pessoas que só se arrependem dos seus erros quando estão colhendo as consequências.
Quanto mais demoramos a nos arrepender, mais sofremos.
O arrependimento deve provocar um desejo de reparação, que consiste em fazer o bem a quem se havia feito mal.
Mas nem todas as faltas implicam em prejuízos diretos e efetivos.
Quer dizer, nem sempre teremos de expiar, ou sofrer.
Nesses casos, a reparação se opera fazendo-se o que deveria e foi negligenciado. Cumprindo deveres desprezados, missões não preenchidas.
Quem tem sido orgulhoso, buscará tornar-se humilde. O rude procurará ser amável. O ocioso passará a ser útil e o egoísta, caridoso.
Costuma-se dizer que errar é humano.
Nós poderíamos inverter o raciocínio dizendo que corrigir erros é que é humano, pois o homem não pode desprezar a sua fantástica capacidade de racionalização ao persistir em atitudes que somente o infelicitam.
Reconhece-se, então, o homem de bem pela capacidade com que ele substitui seus defeitos por virtudes superiores.
                                               *   *   *
Os efeitos dos nossos atos se estendem, muitas vezes, para além da existência atual.
Isso explica os sofrimentos atuais, cujas causas não se encontram no presente.
Várias vezes estamos recebendo hoje os efeitos de nossos atos de vidas passadas.
Nenhum Espírito atinge a perfeição, sem antes reparar os erros do seu caminho evolutivo.
Por isso, hoje é o dia de fazer o melhor!
 Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 11.01.2010.


sábado, 7 de outubro de 2017

O Chico me tirou de um pesadelo, Ele foi a minha salvação!


“Só existe algo mais marcante do que perder um filho:
descobrir que ele continua vivo.”


“Querido papai Wilson e querida mamãe Chiquinha”, riscou Chico Xavier em letras grandes e arredondadas. Era sexta-feira, 18 de outubro de 1980. A carta, mais uma das psicografias feitas pelo médium naquele dia, seria lida mais tarde pelo próprio Chico para êxtase de Francisca Ruiz Dellalio e Wilson Dellalio, pais de Eduardo Ruiz Dellalio, morto quatro meses antes, aos 18 anos, em um acidente de moto a quatro quadras de sua casa, no bairro do Tatuapé, em São Paulo. Era o primeiro texto que recebiam. “Estava pensando em férias sem qualquer sombra nas ideias, quando o choque me surpreendeu”, continuou a carta, que coincidia com o que os pais vinham conversando com o filho na época do acidente.

Eduardo era mais do que o único filho de dona Chiquinha e seu Wilson. Das dez gestações de Francisca, cinco resultaram em aborto, duas em crianças natimortas, uma em um menino que morreu com uma semana de vida e a outra em uma menina, Kátia, que faleceu com pouco mais de um ano. “Até receber a primeira mensagem do Eduardo, simplesmente não vivia”, lembra Chiquinha, que costumava acordar de madrugada e correr, aos prantos, para cheirar as roupas do filho no armário. “O Chico me tirou de um pesadelo”, atesta. “Ele foi a minha salvação.”

Do homem que lhe deu conforto com 22 mensagens e quase 300 páginas de texto psicografado, Chiquinha, hoje com 69 anos, guarda lembranças dignas de uma devota que conheceu seu Deus. “Perto dele você não sentia o chão. Me segurava em cada palavra que ele dizia.” Uma carta em especial tocou fundo Francisca. Na mensagem de número sete, o filho repetiu uma expressão comum apenas entre eles. “Esticar minhas andanças” era o que Eduardo dizia quando queria um complemento da semanada dada pelo pai para que pudesse passear mais com os amigos nos finais de semana. “Nem o pai sabia disso, só eu e ele”, diz, emocionada. “Ainda sinto o cheiro do perfume dele pela casa”, lembra.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Sou um Aprendiz da vida


Queria poder dizer que estou numa idade onde aprendi a viver. Mas não cheguei ainda a esse ponto. Aprendi algumas coisas, sim, outras trazem uma luta enorme dentro de mim, e não sei quantas quedas e quantos levantares serão necessárias para que eu aprenda. Mas não desisto!

Parece que estou na idade da razão, mas percebo que não existe idade para isso. Nem sempre tenho razão. Nem sempre sei o que fazer. Sou e serei até o último minuto um aprendiz da vida.

Dizem que perdoar é esquecer e eu não sei ainda onde encontrar essa borracha que apaga vivências doloridas ou curativos que cubram feridas que nunca se fecham. No meu ver, perdoar é compreender, aceitar e seguir adiante. É poder olhar nos olhos daquela pessoa novamente, e se precisar dar a mão sem sentimento de sacrifício. Raras são as pessoas que alcançam o dom do perdão, mas não é impossível.

Quando pensamos que sabemos tudo porque vivemos um certo número de anos, temos que admitir que vivemos em outra época, com outros valores e que nossa certeza de antes nem sempre cabem nos dias de hoje. Nossos filhos nos lembram disso a cada instante, são eles nossos melhores mestres, ao contrário do que se pensa.

Em tudo que fizemos ou dizemos nosso exemplo vale mais do que todas as palavras. As crianças ouvem muito mais que parecemos que o que dizemos. É assim também com os que precisam do nosso apoio. Cada um de nós absorve acontecimentos de maneira diferente, acontecimentos comuns a todos, e somos incomparáveis.

Por que não vivi algo de um jeito não obrigo ninguém a viver da mesma forma. Aprender a respeitar a dor alheia, é respeitar a individualidade do ser humano. O medo do sofrimento do amor nos afasta das pessoas que mais nos amam.

Muito do que chamamos de imprevisto e coincidência, é a mão de Deus interferindo nas nossas vidas. Devemos pensar então duas vezes, antes de reagir mal a algo que contraria nossos planos. O passar do tempo nos traz a experiência, mas a sabedoria vem de maneira diferente. Ela chega com a vivência, entendimento, compreensão e aceitação das adversidades.

Meu maior medo é de acreditar sobre o que dizem a meu respeito, isso me destruiria. Devo sempre saber quem sou e nunca me esquecer daquele que me criou. Aprender a vida é reconhecer-se aluno eterno, com as somas, diminuições e ciências do dia a dia. É chegar ao fim do dia e fazer planos para o dia seguinte e se preciso for, recalcular, rever, repensar e recomeçar.

Autora: Letícia Thompson

Interpretação: Silvio de Matos

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Senhor, fazei de mim um instrumento da Sua paz.


Você já ouviu falar na oração de Francisco de Assis?

Sim, é aquela prece belíssima, que fala de paz, de amor, perdão, esperança, alegria e fé.

Na rogativa, Francisco demonstra sua grandeza d'alma e sua verdadeira humildade.

Nós, que tanto temos buscado auxílio para vencer as dificuldades que nos rodeiam, talvez pudéssemos encontrar, em suas palavras, um roteiro de autoajuda.

Desejando tornar-se útil a si mesmo e aos semelhantes, diz ele:

Senhor, fazei de mim um instrumento da Sua paz.

Quanto a nós, seria interessante que indagássemos com frequência: Sou um instrumento da paz?

Onde estou as pessoas se sentem mais tranquilas, mais animadas, mais felizes?

Ou será que a paz se despede no exato momento em que vou chegando?

Ele continua: Onde houver ódio, que eu semeie o amor.

Mahatma Gandhi dizia que alguém que atingiu a plenitude do amor, é capaz de neutralizar o ódio de milhões.

Ele próprio foi o exemplo vivo dessa realidade pois, em nome do amor e da não-violência, conseguiu que a Índia se libertasse do jugo inglês, sem derramamento de sangue.

Além de não fazer guerra, Gandhi, com sua filosofia pacifista, fez com que fossem superados os ressentimentos seculares dos indianos por seus dominadores.

E nós? Temos semeado o amor onde haja o ódio?

Certa feita, um funcionário de uma grande empresa estava furioso com o gerente que vivia a transferi-lo de setor. Certamente agia assim para pressioná-lo a se demitir.

Cogitava disso quando um colega, semeador da paz, o desarmou falando-lhe com firmeza:

Você está enganado quanto ao nosso chefe, meu amigo. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para os setores onde há problemas, consciente de que você sabe resolvê-los.

Com sua intervenção benéfica, o companheiro passou a ver as iniciativas do gerente com simpatia, dedicando-se ao trabalho com mais vontade e alegria.

Francisco de Assis roga com o coração aberto: Onde houver injúria que eu semeie o perdão.

E se alguém nos fala em vingança, com o coração cheio de mágoa, qual é a nossa orientação?

Dizemos que a mágoa é como um espinho cravado no peito, que machuca, dói, incomoda... Orientamos que perdoe para libertar-se? Ou cravamos em seu peito alguns espinhos a mais?

Onde houver dúvida que eu semeie a fé.

Esperança, onde houver desespero.

Luz, onde haja escuridão.

Alegria, onde haja tristeza.

Ele termina com as afirmações: É dando que se recebe; perdoando que somos perdoados; e é morrendo que nascemos para a vida eterna.

Na proposta final Francisco de Assis refere-se à superação do eu egoístico que nos domina; à eliminação dos interesses pessoais para o nascimento do legítimo cristão, liberto de impurezas e imperfeições.

* * *

Quando o Francisco de Assis diz que é morrendo que nascemos para a vida eterna podemos entender que, após superadas as reencarnações expiatórias, teremos a existência em plenitude nos planos do Infinito, onde habitam os Puros Espíritos e onde não há acesso para a morte.

Pensemos nisso! E tenhamos sempre em mente esse excelente roteiro de autoajuda.

Redação do Momento Espírita

domingo, 1 de outubro de 2017

A ORAÇÃO DE UMA MÃE ARREBENTA AS PORTAS DO CÉU


Coração de mãe é uma couraça, nunca sucumbe, sustentando-a durante as noites insones e as horas de prece velando nossa febre, durante a madrugada sem fim de nossa adolescência, à espera de nosso telefonema, à espera de nossa voz viva, diariamente, a todo instante.

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Não dá para escrever sobre mães sem que as palavras enveredem por um viés deliciosamente piegas – ouso até dizer que toda mãe é babosa. Senão vejamos: quem é que fantasia o bebê para tirar fotos e mostrá-las às amigas, toda cheia de si? Quem chora nas apresentações da escolinha? Quem guarda o primeiro dentinho que cai, molda o pezinho, vibra com o primeiro “mama” – ou algo parecido – que ouve do filho? Pois é, mães são amor em estado puro, desprovido de censuras e etiquetas, de qualquer senso que possa existir. E é exatamente isso que as torna essenciais, indispensáveis, inesquecíveis e únicas em nossas vidas.

Nós recebemos tudo delas: sangue, matéria, existência, essência – quer elas tenham ou não nos gerado em seu ventre. Crescemos com elas ali, sempre presentes, e vez ou outra olhamos em busca de seu olhar de aprovação. Mãe é a segurança, o esteio, o porto-seguro para onde voltamos, mesmo que em memória, quando dos reveses da vida. Não existe cafuné mais gostoso, comida mais saborosa, cheiro mais penetrante ou voz mais acalentadora do que de nossas mães. Sabemos que, quando ninguém mais nos der razão, no colo das mães encontraremos repouso consolador.

Por outro lado, elas também sabem ser críticas, mordazes, ferinas, num primeiro momento, quando fugimos às suas expectativas. Porque precisam colocar pra fora todo aquele ranço acumulado, para que o encantamento de seu coração possa transbordar livre, trazendo-nos de volta à realidade. Ao final, elas sempre acabam nos aceitando como somos, em tudo o que nos define. Elas até tentam nos moldar e nos conduzir à sua imagem e semelhança, mas invariavelmente acabam nos deixando livres – e nos amando ainda mais por sermos nós mesmos e por termos nos tornado quem somos.

Coração de mãe é uma couraça, nunca sucumbe, sustentando-a durante as noites insones e as horas de prece velando nossa febre, durante a madrugada sem fim de nossa adolescência, à espera de nosso telefonema, à espera de nossa voz viva, diariamente, a todo instante. Mães têm uma fé absurda e a força de suas orações chega a gritar aos nossos ouvidos – Chico Xavier disse que a oração de uma mãe arrebenta as portas do céu: alguém duvida? Elas estão ali ao lado dos filhos, firmes, esperançosas, quando nada mais parece ter salvação, à cabeceira das sessões de quimioterapia, à porta dos prontos-socorros, em frente aos portões das prisões. Mãe é esperança sem fim, fé inconteste.

Mães não erram deliberadamente, posto que em razão do amor. O filho é seu projeto de vida, sua perpetuação nesse mundo, o legado que deixa à sociedade, por isso elas relutam tanto diante das falhas, dos vícios e dos erros de seu rebento. Aceitar as imperfeições do ser humano a quem outorga sua vida requer desconstruir-se, ressignificar paradigmas, abrir mão da felicidade completa e sofrer, frustando planos acalentados em vão. Mas nada é em vão, em se tratando de mãe e filho. Sorvemos tudo o que vem delas, mesmo que fique adormecido, aguardando o momento certo de vir à tona em nosso favor – sempre em nosso favor.

Mãe também é solidão. Porque ninguém, a não ser elas mesmas, conseguem compreender o que é tudo isso que lhes é tão peculiar. Um amor que transborda além do permitido, um amor que cura, acalma e alimenta a alma. Um amor que nunca desiste da esperança, presente ali nas casas de repouso e nos asilos, onde aguardam ansiosas pelas visitas esparsas, ou mesmo inexistentes. Mãe é persistência, é crença indelével na capacidade do ser humano. É aceitação e resignação, sem questionamento nem cobranças. E precisamos que elas assim o sejam, pois nos são exemplos da necessidade de nos entregar, de acreditar, de amar, de aceitar e de brigar por aquilo que se quer.

Mães não morrem como as outras pessoas – elas são tiradas de nós, abruptamente, sem aviso, porque nunca estaremos preparados para enfrentar a vida sem elas. E então vamos nos agarrando dolorosamente às memórias, às fotos, filmes, cartas e à certeza de que teria sido muito pior se tivéssemos sido nós tirados delas, tentando nos consolar e aprumar nosso navio que parece navegar à deriva de nós mesmos, enquanto experenciamos os ambientes sem a sua presença e nos consolamos com as suas visitas em nossos sonhos. E, nesse processo de luto, somos obrigados a aprender a viver somente de nós mesmos, sem a ternura, a bravura, a cafonice e a sabedoria de um de nossos sustentáculos emocionais mais preciosos. Enfim a dor, burilada e mitigada, transforma-se em saudade contida e em gratidão por termos sido filhos das melhores mães do mundo.

Autor desconhecido